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Perigo de Envenenamento! a
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Mas para ANEMIAS causadas por .VERMES INTEST1NAES, nada melhor nem mais seguro
do que as afamadas
PÍLULAS vitalizaimtes
As PÍLULAS VITALIZANTES, porém, não agem violentamente como um lombrigueiro ou ver-
mifugo. Elias expulsam suavemente todos os Vermes Intestinaes, e ao mesmo tempo curam de
verdade as ANEMIAS VERMINOSAS. abrindo o appettite dos enfastiados, engordando os magros
c fortalecendo os fracos..
Quem ia; uso de PÍLULAS VITALIZANTES não precisa tomar nenhum lombri-
gueiro ou vermifugo.
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HISTORIAS DE PAPAE
PAEJOÁO
f PANDARECO
PARACHOQUÊ
VOVÔ D O
TICO-TICO
I vôvo
I d'O TICO
£ VIRALATA
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emwmm Sensacional livro no
= v_JPr «Sr- Aventuras interessantis- qual são explicadas as
origens dá terra, dos
\ ^iJWy, _y$b simas dos três conheci-
dos personagens do astros, dos mundos. Li'
mundo infantil. Um sue- vro de formidável valor
cesso para os meninos! para a infoncia
'• °REÇO 5Í
1 • tu
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PREÇO 5!
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A' VENDA Hs.s IODAS AS UYSARiAS - PEDIDOS A' HüDACÇÀO DO TICO-TICO - TRAV. DO OUVIDOR. 14 - RIO
ALMÂNACH D'0 TICO-TICO — 1926
pois.COM SPÀLT
ADÔReSOPA
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^PBr/^v7TPsr~N/ ) , **^ P
^-f*1^
Moysés, o grande legislador dos israelitas, nasceu apascentou as ovelhas de seu sogro Jethró no deserto
no Egypto, cerca de 1500 annos antes de Christo. appareceu-lhe Deus ao pé do monte Horeb numa sarça
Os seus pães, Amrão e Jacobed. pertenciam am- ardente, e ordenou-lhe que fosse pediv a Pharaó a li
bos á tribu de Levi. Na tenra idade de três mezes, herdade dos Israelitas.
sua mãe expol-o, para 'O salvar1 das perseguições de Moysés partiu, acompanhado de seu irmão Arãa
Pharaó, na margem do Nilo. Achoti-o ahi a fiiha de porém, só depois de muitos esforços inúteis, consegui;
Pharaó, adoptou o por seu filho e mandou-lhe dar uma pôr o seu povo em liberdade. Conduziu-o com gra:
educação real perigos e enormes dificuldades pelo Mar Vermelho e
Um dia, sendo Moysés já homem, viu um egypcio pelo deserto, onde lhe deu as taboas da lei na fralda
maltratar um hebreu. e querendo vingar naquelle a do monte Sinai, até a terra da promissão.
sua desgraçada nação, matou-o e fugiu para a terra de Não lhe permittiu o destino entrar no pair, ai
M.: 'ian, onde fez conhecimento com o sacerdote Ra- danfé em leite e mel. Só o avistou do monte Neòo,
PueJ, que lhe deu sua filha Séfora em casamento. osde morreu com 120 annos de idade.
de cujo matrimônio ella teve dois filhos, Gerson e O maior monumento de fvíoysês, como autor, ê _,
Elieser. Pentatcuclio.
Passados 40 annos, durante os quaes Mcvsés Attribtie-se-ltie também o nonagesimo psalsao.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
Ca st o r c Pollux, ;
os gêmeos
'e Pollux,. eram filhos ge- .
Caslor
meus de Lcda e de Júpiter. Chamam-
lhes também Dioscuros ,quc quer di-
ter filhos de Jiipiter, ou Tyndaridos,
porque, segundo Homero, foi Tyn-
daro o pae delles. Uma fábula pos-
terior conta que Tyndaro era o pae
ile Caslor, e Júpiter de Pollux, por
isso aquelle era mortal, este inmior-
tal, c que, tendo Júpiter se apaixonado
por Leda e se transformado em cys-
nc, ella tivera dois ovos, um dos
quaes, de sen marido Tyndaro, pro-
yjAj3jf<>Vjrf? » mem mcilS feliz da sua Cidade Seu estômago parecio
Muziu C.astor c Clytcmnestra, ambos *erro- P°,s digeno
jj»y7jyjy ^**^[(fiaC ^e
morlacs, c outro, que era de Júpiter, l*^ • JÁJriJ£\ qualquer couso
produziu Helena e Pollux, cuja im-
mortalidade proveiu-lhe de sua ori-
geni celeste. A mythologia attribuc Os obiectos de couro eram N^^Sfe^ft /^M$$b^
a Caslor e Pollux diversas façanhas. \ \~~ f "^S
para seu P»
Emprehcndcram uma expedição con-
tia Theseu, para livrar das mãos des-
te príncipe Helena, irmã dos mesmos.
\ ./—~s Os de vidro nem 'A,ffV Itll
Tomaram parle na expedição dos
(T"Vr\ se precisa fallar n? I.í I
Argonautas, deixando ver durante P--ja \
uma tempestade duas cstrellas, que
brilhavam sobre suas cabeças. Distin- JLjA fe^s^j. vj Os de madeira
guiram-se também na caça dirigida . eram uma sopa L,
;Sv ^
contra o javali da Calydonia e com-
. icram os filhos de Aphascu, de í Çj aaaaai^^^^^H
Lyncco, de'Ida e de Piso. Castor nu-.'-
reu neste combate, e Pollux foi lan-
çado ao chão, com uma pedrada. Ma-
guado pela perda de seu irmão, pediu
Os de ferro Iam- K* "^tíl^ "
a Júpiter que o tornasse mortal. Des- ^'BÍB^^o i^^Sw^^lm
altendida esta supplica, foi igualmen-
te dividida pelos dois a immorlalida-
ile. de modo que morriam e viviam
alternativamente, Foram metamor-
phoseados em astros e transportados
céo, onde formam o signo dos ge-
¦icos. E' sabido que as duas cstrellas
'.astor e Pollux só apparecem alíer-
.adameiite.
O Leão c o Üã\o xando que o ratinho seguisse o seu Por esse pequenino conto vemos
FAU.UI.A ANTIGA caminho. que sempre devemos fazer bem, sem
Dias passados, quando o leão já esperar recompensa; que também
Passeando, um leão todo orgulhoso nem se lembrava do que havia acon- nunca devemos zombar dos pequeni-
como se fora um grande personagem, tecido, passeava por uma floresta, e nos, porque elles, ás vezes, é que po-
'forte,
de cabeça levantada, pisando cahiu em uma rede que um caçador dein nos salvar.
encontrou iníi ratinho que estava já havia armado.
E também observamos que se deve
quasi debaixo de sua pala. 0 forte animal estava furioso,' co-
O ratinho julgou que era aquelle o mo que querendo romper a rede; elle pagar o bem com o bem e nunca com
ultimo momento de sua existência, não se lembrava do beneficio que ha- o mal, pois se assim procedermos, a
vendo-se debaixo de um monstro; e via feito ao ratinho. nossa consciência infallivelmente
sabendo que elle era o rei dos ani-
Quando esle chegando viu o seu nos aceusará.
mães, julgou-se mesmo perdido.
Mas não foi isto que aconteceu. bcmfeilor cm apuros, poz-sc a roer a Enviado pela menina
O leão viu que ia commettcr uma rèdc até que a rebentou e, por esse
ítirão indigna c retirou a pata. dei- modo, deu sabida ao leão. Anlonia da Silveira Caldeira
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
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(IM «LrJ :^ •# ^-
ALMANACH DO TICO-TICO — 1936
E U 8. W U A CO
A gente humilde do povo, (MONÓLOGO) Porque a policia ir.-e prende
(E também os da alta ioda), E depois. . . olhe o buraco!. . .
Têai sempre uma phrase a tempo Pra elles, não ter rape,
Um dito que "está na moda. Era, de facto, um buraco... íí Pafhguay e a Bolívia
Brigaram visando o Chaco.
Ha pouco tempo, por tudo, ¦Andando por maus caminhos, Nós lhe fizemos as pazes
( Muita ve3 um dispanterio) As vezes, ã noite, estaco. Siaão... que grande buraco!...
Se anima dizer assim: Vrito atraz por ter achado.
— Este "caso' c- um caso serio Por. onde cu ia... um buraco. Pelo alfaiate Paschoal
Mandei fazer um casaco.
Isto agora está cahiudo. Servindo-rr.e queijo suisso. Faltou-mc depois o cobre
"caso" "dar Pra lhe paga,-... Que buraco!...
Ura dc cavaco". Diz um gorçon: —Quer um naco?
não se diz mais é sério
Já "é que Aceitei; mas. no ir.-eu prato.
íimbora com um nome illustre
Se diz hoje que um buraco". .. Vi que só tinha. .. um buraco. ..
I Era cavouqueiro o Graccho,
"bamba" Por isso é que. para elle.
Vae-se ao dentista arrancar Yalcrio. da gyria,
"um — Sou do balacubnco. Tudo era sempre..: um buraco...
Um dente estragado, caco", Diz:
Si é difíicil a extracção Mas achou outro mais íorte Professor do portuguc-z,
"E'
Diz o dentista': — um buraco!. Cue o mandou... para o buraco... O Puritano Bclãco
"russo" Chamava sempre'oiificio ¦
Quando se joga o bilhar Zé moleque diz que é Ao que chaiij-amos buraco!
E, ás vezes, espirra ó taco, E do Czar já foi cossaco. . .
Quasi no fim da partida. Vé-sc logo. que é mentira No fim da vida os- romanos
"c E a sua prosa é um buraco. ., "Per
E o outro ganha.., um buraco". Diziam assim: — Bacchol
N3o !;a quem fuja da Parca,
"bicho" Ser estrangeiro na vida
Quem joga tair.bem no Vamos todos ora o buraco"...
Compra o leão e dá o macaco. E' do Zé moleque o fraco.
Perdendo, assim, seu dinheiro Podia ser africano, Si, pra levar qualquer cousa,
Fica no bolso... um buraco... Mas não é... eis o buraco! A gente procura ura sacco.
Mas vê, depois, que é furado
Brigou com um parceiro e diz: Isto é que c mesmo... um buraco..
Os velhos, antigamente. — Eu com você não me a.raco
Tomavam rape (tabaco), Quando estou falando muito
Euchendo de tal pó preto As vezes, no meio empaco:
Do seu nariz, o barato. Pois. vou-me embora antes disso,
ScuSq seria um. buraco!...
Desses vclhotcs o inicio
Não approvo... ncia ataco. E. WANDERLEV.
ALMANACH D'0 riCO-TICO — 19*>
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BISCOITOS
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
11119, 0 NI mm
ERA UM ENJOADO PARA COMER E
CADA DÍA FICAVA MAIS MAGRO
í^ue
Já parou de comer, Pedrinho? tanta quali- MAIS TARDE s ~\
|
Mas você nem tocou na verdu- dade de verdura! °
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ra e só provou o leite! E'
por ''ara quem é tudo r
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isso que eslá magrinho, LLi ! ,ss0?
pois,
come menos que um passarinho! I lh! mamãe, estou enjoado *~~5Z~~Y~~Z-- I
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'e'te " "á° 9°St0 de (y^i. E" Para ver si °1 ^~~'\
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verdura E, depois, eu <-*fü7 Pedrinho gosta do
|§!j (-:>,V.i (((){'(]
*p « csiou com toTle "^/^Ll
alguma, por- {_ VVVj'
Àf^v \_^A° jÇJfcSr^
BsFt^TV de
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Porque não expenmenta dar-lhe Ovomaltine? Uma lata de Ovo-
\
E' maravilhoso ver como abre o appetite aos maltine, faz fa-
mãos comedores O meu Joãosinho come vor.
como gente grande, desde que começou V, —^—¦ =j=
I tornar esse alimento. Até já engordou três ^C—^J' V_XltS.
~
TI III! t MAIS TARDE I MAIS TARDE ffj
P^de tomar quanto quizer.
"^ f [
í Oh! como é gostosa a Ovo- ( Mamãe, eu a i n d a ) (
) Agora, sim você
maltine, mamãe! E' melhor rneu filho, porque esse ah> ,
fome. T e m , J-n.
mento vae tornar v o c tenho como de verdo- ,^
do que chocolate e leite,
hem forte' I ma!s verdura? 'de.
£u sou capaz de tomar até L Pedrinho!
KsvO-'
/ Pu».c ! meu filho MAIS TARDE AINDA Mães! Mantenham e augmentem, neste verão, a força e
ti
como está ficande
forte! Breve vocó robustez dos seus filhos, dando-lhes a Ovomaltine fria ou gelada
vae ficar do tama. E" mesmo; hoje
nfio do seu quando eu o pe- "Ovomaltine"
zei, fiquei as crianças tomam com prazer a sobretudo
papac! muito "fila "gelada"
TODAS ou í Os seus assíduos consumidores conhecem bem
contente, vendo "CccUeleira"
as vantagens da sua pieparaçao na americana.
que engordou "Ovomaltine"
3 I/2 kílos Custei A é um e.-.tiacto concentrado de substancias naturôeu
a acreditar no que alimentícias o sendo leve e saborosa, é acceita com prazer, mesmo per
aquelies que se tornam Inappetentes mercê do calor. Ella defende-lhe;,
essím, as energias e a vitalidade.
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^H hs«A OB*^bak. _J!
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O tempo e suas
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O tempo que a Terra gasta para
divisões
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rença, 29 d. 5, tem-se dado a estes sete dias mais ou menos, deram, pro-
dar uma volta completa em redor do mezes ora 29 ora 30 dias. vavelmente, origem á divisão do mez
Sol convencionou-se chamar de anno, O dia é o tempo que a Terra em semanas. (Do latim seplemana,
como é do conhecimento de todos os feito de septem, sete, e de mana,
gasta para fazer uma rotação com-
nossos leitores. O anno divide-se em manhã).
pleta sobre o seu eixo e consta de
tresentos e sessenta e cinco dias, ma^ 24 horas. Todavia, conforme He rodo to, foi a
como não são tresentos e sessenta e semana composta de sete dias em
O dia natural é o que vae do
cincos dias justos e sim tresentos e nascer ao pôr do sol e astronômico honra dos sete corpos celestes. Isto
i
sessenta e cinco dias e seis horas, estas parece tanto mais verosimil quanto,
é o que comprehende o dia e noite:
seis horas, no fim de quatro annos, em quasi todas as línguas indo-euro-
principia e acaba ao meio dia e tem
formam um dia (porque seis multipli- péas, cada dia da semana tem o nome
24 horas seguidas, sem distineção de
cados por quatro são vinte e quatro).
manhã, tarde ou noite. O dia civil é de um desses astros. "Cada dia per-
E' por esse motivo que de quatro em tence a um dos deuses''.
3 que vae de meia noite á meia noite.
quatro annos o anno é bissexto, isto Assim, o 1.° dia foi o do Sol.
A hora é o tempo que a Terra
_, tem mais um dia no mez de Feve-
despende em percorrer 15 gráos de (Os inglezes, em Sunday e os alie-
reiro.
seu movimento de rotação. mães, em Sonnlag, têm conservado
Vejamos agora outra divisão do esta significação). (Domingo).
A hora divide-se em 60 minutos,
tempo, o mez.
cada minuto consta de 60 segundos O 2.° dia foi o da Lua. (Por isso
O mez é a duodecima parte do anno. e cada segundo de 60 terceiros. ainda hoje a segunda-feira se chama
Os antigos dividiam os mezes em tres Vulgarmente se divide em quartos em francez Luvdi, em italiano Lu-
partes: Calendas, Nonas e Idos. ou minutos, só se diz 1 h. e 1/4; nedi, em hespanhol T.unes (Segunda-
O mez divide-se em solar e lunar. 2 h. e 1/2; 3 h. e 3/4 ou 45 minutos. -feira).
Mez solar é o tempo que a Terra Vamos ver agora os dias da se-
O 3.° dia foi de Marte. (Por isso
leva a percorrer cada casa do zodíaco. mana, a terça-feira chama-se em francez
São 12: Janeiro, 31 dias; Fevereiro, O curso da Lua, tendo indicado a Mordi, no hespanhol Mortes, em ita-
28 ou 29; Março, 31; Abril, 30; Maio, divisão do anno em mezes, seus qua- liano Martcdi. (Terça-feira).
31; Junho, 30; Julho, 31; Agosto, 31; tro quartos, distantes um do outro de O 4.° foi de Mercúrio. (Por. isso
Setembro, 30; Outubro.. 31; No- se chama em francez Mcrcrcãi, em
vembro, 30, e Dezembro, 31. O _____¦ hespanhol Micrcohs, em italiano
mez civil tem 30 dias. __i'____'_H _______"4k___ Mercolcdi. (Quarta-feira).
Mez lukar, synodico ou luuação O 5.° dia foi o de Júpiter. (Eni
e o espaço de tempo que decorre italiano Ciovcdi, em hespanhol
r]e duas eonjtincções da Lua com Jitcves. (Quinta-feira).
0 Sol ou de Lua Nova a Lua Nova. A ______*. jL}#^tfLY _K_6^^^_l * y
'^^^-/t*?^*^^-
O 6.° foi o de Ventis. (Em ita-
Este mez é de 29 dias, 12 horas, liano Venardi. (Sexta-feira).
44' e 3''. Como, porém, o mez E o 7.° foi o de Saturno. (Sab-
Junar médio é com pouca diffe- bado).
ALMANACH DO TICO-TICO •— 193G
WUANSRQ ílã^V
Quarta-feira . Circumcisâo do Scnhot \\
Quinta-feira . S. Isidoro, Bispo, Martyr O MEZ BB JÁNEIN
Sexta-feira . S. Florencio, Bispo, Martyr |
Sabbado . . S. Theopompo, Martyr aneiro, saibam os
| Apalavra _Janeiro, ;
| Domingo . . S. Semeão, Monge, Martyr
Segunda-feira Os Santos Reis nossos leitores, nome
Terça-feira . S. Juliano. Bispo Martyr
Quarta-feira . S. Luciano e Comps., Martyr
de Janus, o Bttthologico romã-
Quinta-feira . S. Anastácio, Martyr no que tinha duas faces, uma das
10 Sexta-feira . S, Agathão, Papa, Martyr
11 Sabbado . . . S. Theodosio. Ccaob., Cfr.
<_uóics,joven, que olhava para a
12 Domingo . . S. Bento, Bispo Conícssor frente, outra, envelhecida, que olha-
13 Segunda feira S. Hilaric, Bispo c Cfr.
va para traz. E' o primeiro mez do
14 Terça-feira . S. Fehx Presbytero. Martyr
15 Quar" i-füra . S. Benito, Bispo e Clr. anno, com trinta e um dias e cosR
16 Quinta-feira . S. Priscilla, Martyr o -igno Aquário.
17 Sexta-feira . S. Antão, Abbade, Martyr
18 Sabbado . . Sta. Prisca. Virgem, Martyr Neste mez coramestora~se a fun-
19 Domingo . . Ü Santíssimo Nome c.-e Jesus cão da cidade do Rio de. Janeiro,
20 Segunda-feira S. Fabião, Papa e Martyr
21 Terça-feira . S. Epiphanio, Bispa e Cfr. M. por Estacio de Sá, no anno de
22 Quarta feira . S. Domingos, Abbacte 1565. A cidade foi fundada no !o-
23 Quinta-feira . S. Martyrio, Monge
24 Sexta-i'<."'ii . N'. Senhora da Paz gar onde se. encontra o Pão cie
25 | Sabbado . . A Conversão de Paulo Aasuoar e no mesmo dia traos-
26 j Domingo . . S. Polycarpo. Bispo, Martyr
27 ) Segunda-feira S. Juliãc, Martyr le-rida para o morro de São Janta-
28 | Terça-feua . S. Jayrae. ErmUão rio, chamado- depois do CastelS**,
29 | Quarta-feira . S. Sarbelio. Martyr
30 | Quinta-feira . S. Alexandre. Martyr de Edcssa hoje arrasado.
31 Sexta-feira . S. Cvrc. Marívr -
A A N N A D A R C
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L E N DAS DO POVO'
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AMULETOS
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Quarta-feira . D Martyrio de S. Theodorç wvwwv»^y^Vy^VyVyyyyyyVyy^yyVVMVVVWA'W/l>A*
w__VWVVVVWVVWVVVVW_rfWVVVVVWWVMWWW^
D ¦ I A M A N T E S
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_____ _n_ni a n_^ t
1 Sexta-feira . S. Filippe e S. Thiago. Apóstolos
2 Sabbado . . S. Athanasio, Pat. da Aiex.
3 Domingo . . O Patioc. de S. José O FEIJÃO CH5NEZ
- Segunda-feira S. Porfirio, Presh. e Martyr
5 Terça-feira . S. liulogio. Bispo e Martyr Os feijões fermentados também
6 Quarta-feira . Sta. Benüa, Virgem fornecem leite, manteiga, queijo,
7 Quinta-feira . S. Bento II, Papa e Cfr. azeite e até balas de doce para
8 Sexta-feira . O Bento Domingos, Cfr. os japonezes.
9 Sabbado . . S. Hermes, Martyr
10 Domingo . . S. Gordiano, Maityr Em certas estações do anno, os
11 Segunda-feira S. Anastácio e Comps. M. japonezes vão aos templos e pedem
12 Terça-feira . S. Dyonisio. Martyr que os padres abençoem essa plan-
13 Quarta-feira . S. Pedro Regalado, Confes. ta^ Os feijões são trazidos para
14 Quinta-feira . S. Pomponio, Bispo e Cfr. casa e atirados para os cantos dos
15 Sexta-feira . Sta. Dimpna, Virgem, Martyr aposentos. Isto significa expulsar o
16 Sabbado . . S. Fidolo, Confessor demônio de casa.
17 Domingo . . Domingo de Rogações
Para conserval-os fora de casa.
18 Segunda-feira S. Venancio, Martyr
19 Terça-feira . S. Parterio, Martyr .isnm collocar hastes desta planta
20 Quarta-feira . S. Austregesilo, Bispo, Martyr amarradas ás portas. A lecitina
21 Quinta-feira . Ascen.ção do Senhor custa um doliar por libra c é feita
22 Sexta-feira . Sta. Quitaria, Virgem, Martyr de gcmraa de ovo.
23 Sabbado . . Os SS. Quine, e Juliano, M.
24 Domingo . . S. Robustiano, Martyr Hoje, os fabricantes extrauem 2
25 Segunda-feira Sta. Maria Magdale-na de Pa;-. M. por cento deste produeto dos fei-
26 Terça-feira . S. Agostinho, Bispo jões fermentados e os empregam na
27 Quarta-feira . S. Ranulfo. Martyr confecção de balas, de produetos
28 Quinta-feira . S. Senador, Bispo e Cfr. te tis e até para curtir certos ma-
29 Sexta-feira . S. Sizinio e Comp., Martyres
30 Sabbado . . S. Exuperancio, Bispo e Cfr. lêriacs.
3! Domingo . . Domingo de Pentecotte* ^vwVMrWVVWWWVVW^MArWMAMM«WvV.>MS^
* V%íVN«^w^rf-^»^i<VV^i»V»VVVV*rt^^^íVSA^VVVVW,>/V%A/V^
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Segunda-feira . . . S. Jovencio, Martyr WWW VV>A/V^*VVVWVVV>A<VVV*A.V^y <, WWWWVWV
jmwMMBMAMUUM/JMAAAAAAAMU
O POETA PA INFÂNCIA
,-^—_.„„.-„, MM,II,H, iilllllll^M I^IIW^M^MIIIIM ¦¦ l'
O symbolo
syaiboio da Cruz Vermelha
Vermelha ^sÉÉ Pfli tes de 14 differentes nações,
oi
OÍ adoptado
adoDtado em homenagem
hnmcnam>m a ^WáWffff JyRi Esta conferência decidiu a or-
-ndf^^^rSÍ y*
ean Henri Durant, o
grande phi- ganização de sociedades nackn
antropista suisso,
que foi o autor
4a idéa de organizar-se a Cruz
Vermelha, corporação internado-
pai dedicada ao soccorro dos fe-
wmmÊ
convocada uma Conferência Ia-
naes cujo fim é: a protecção aos
inválidos e victimas da guerra,
Como emblema de neutralidade
foi adoptada a inversão da ban-
ridos de
guerra. fernacional e m Genebra, em deira suissa, isto é, uma cruz
Devido á sua iniciativa foi 1864. composta de representan- verntelha cm fundo branco.
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ALMANACH DO TICO-TICO — 1936
—MH
*-**^A*WVs/M*^^^.^*í^*A^i^A^^^rt^«^^^*WWWWW%^,
1 Sabbado . . S. Felix, Martyr
2 Domingo . . S. Pedro, Bispo de Osma
3 Segunda-feira S. Hermelio, Martyr A NOGUEIRA
4 Terça-feira . S. Eufronio, Bispo e Cfr
5 Quarta-feira . S. Oswaldo, Rei, Martyr E' uma das madeiras que desde
6 Quinta-feira . Transfiguração de Nosso Senhor
7 Sexta-feira . S. Donaciano, Bispo, Martyr os primeiros tempos foram mais
8 Sabbado . . S. Hormisdas, Martyr apreciadas pelo homem. Os povos
9 Domingo . . S. Marciano, Maityr antigos fizeram moveis de nogueira,
10 Segunda-feira Sta. Agatonica, Virgem, Martyr
tradição essa que vem sendo se-
11 Terça-feira . SS. Suzana e Tiburcio
12 Quarta-feira . S. Creocemiano, Martyr guida até os nossos dias.
13 Quinta-feira . S. Máximo, Monge. Martyr Dizem os geólogos que a no-
14 Sexta-feira . S. Calixto, Bispo. Martyr
15 Sabbado . . , gueira appareceu na Europa milha-
Assumpção de Nessa Senhora
Domingo . . S. Joaquim. Pae de N. Senhora res de annos antes de haver sui-
116
17 Segunda-feira Os SS. Paulo e Tuliano, M. gido o primeiro homem sobre a
18 Terça-feira . Sta. Ciara, Virgem, Martyr terra. E sabe-se disso porque entre
19 Quarta-feira . S. Luiz, Bispo e Cfr. fosseis foram descobertos folhas e
20 Quinta-feira . S. Samuel, Propheta e Martyr
21 Sexta-feira . . S. Joanna Franc. Romana pedaços de nogueira.
22 Sabbado . . , Os SS. Fabric. e Felisberto O homem primitivo do tempo da
23 Domingo . . S. Timotheo, Martyr idade da pedra, deixou vestígios de
24 Segunda-feira S. Bartholomeu, Apóstolo
25 Terça-feira . S. Luiz, Rei de França acampamentos, em que havia es-
26 Quarta-feira , S. Zeferino, Papa e Martyr tacadas de nogueira. Objectos mui-
27 Quinta-feira . S. Pemon, Anachoreta to primitivos feitos de nogueira,
28 Sexta-feira . ¦ S. Alexandre, Bispo e Cfr. foram encontrados em cavernas fa-
29 Sabbado . . . Os SS. Hipario e André, Mm.
30 Domingo . . S. Fiacre, Confessor mesas da Hèspanha e da França.
31 Segunda-feira Os SS. Rufina e Amila. Mm.
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A e T I V ID A D E AS ABELHAS
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A S B Ô L HAS DE SABÃO
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Festa de Todos Santos «¦•^^V^^^^rV^^/vwsrwwwwwwv *
Domingo
Segunda-feira . . . Commemoração Fieis Defuntos PLANTAS
Terça-feira .... S. Humberto, Bispo e Cfr. CINAES
Quarta-feira .... S. Claro, Presbytero e Martyr
Quinta-feira .... Os SS. Dom. e Theotonio, Mm, Ha muitas, muitas plantas usa-
Sexta-feira .... S. Leonardo, Solitário, Cfr. das na medicina. Os povos pritni-
Sabbado Os SS, Taurino e Tess., Mm, tivos as usaram como remédio.
"oubebs",
Domingo , S. Deusdedit, Papa Os são uns fruetinhos
Segunda-feira . . . S. Theodoro, Martyr seccos de um arbusto que pertence
10 Terça-feira . . . ., S. André Avelino > á familia da pimenta. E' usado nos
11 Quarta-feira ..... S. Verano, Bispo e Cfr. \' paizes orientaes como especiaria c
12 Quinta-feira . . . ,: S. Millan da Cogula, Conf, na Europa e nos Estados Unidos
13 Sexta-feira ..... S. Eugênio III, Arcebispo s;rve para remédio.
14 Sabbado ..... S. Diogo de Secala, Conf. A palavra Quassia tem a se-
15 Domingo Os SS. Suria e Sarm., Mm. ijuinte origem : — Uin negro de
16 Segunda-feira . . . S. Fidencio, Bispo em Padua Surinan. escravo, usava a casca
17 Terça-feira .... Sta. Gertrttdes Magna, V desta planta como um remédio cs-t
18 Quarta-feira .... S. Thomaz, Monge pecial para as febres.
19 Quinta-feira .... S. Abdias, Propheta Camboge é uma borracha resi-
20 Sexta-feira .... S. Felix de Valois, Conf. nosa que se detém da arvore cha-
21 Sabbado Apresentação de Nossa Senhora mada cambodgia. E' usada na me-
22 Domingo Sta. Cecília, Virgem, M. dicina e também pelos artistas, que
23 Segunda-feira . . . S. Trudo, Prebs. e Cfr. : misturam essa resina com água, ob-
24 Terça-feira .... S. Crescenciano, Martyr tendo cores.
25 Quarta-feira .... Sta. Jucunda, Virgem Cocaína vem nas folhas da plan*
26 Quinta-feira .-'-; . . S. Siricio, Papa e Cfr, í ta chamada de coca, planta do Peru
27 Sexta-feira .... S. Bimarasio, Bispo ;• e da Bolívia. A coca também ê cul-
28 Sabbado , S. Estevão, o Menor, Martyr '>,
tivada na Índia, ro Ceylão e em
29 Domingo . . . .¦'„ /.» Domingo do Adianto i Java.
30 Segunda-feira . . „ Sto. André.. Apóstolo
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MULHERES P A M S
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íi Travessia da Igreja
(Conto de MALBA TAHAN)
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© Hnbanguera
rira em princípios de 1720, na Villa de Sant'Anna. imaginação de visionário vae creando a organização
Bartholomeu Bueno da Silva tem o aspecto magnífica- da futura bandeira. Fará com seus
genros uma so
mente rude dos desbravadores do sertão. ciedade. Escreverá ao rei D. João V, propondo a rea-
No peito esbraseia-lhe a vontade louca de embre- lização de tão vultuosa empresa, em troca dás mercês
nhar-se pelos mattos a dentro e explorar os mesmos habituaes. .. Seu cérebro debate-se, attribulado com
sítios que outrora, menino de doze annos, taes preoccupaçôes...
percor- Quem é este paulista electri-
rera com jeu pae ! Vê ao longe, boiando no ar, a zante ? Esta alma lyrica de visionário ? E' o épico
po-
eira de ouro da alluvião das jazidas.. . Sabe Anhanguera, que partirá dois annos mais tarde, com
que é o
único homem capaz de descobrir as Goiazes. A sua sua bandeira, das margens históricas do Tietê
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
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nho de 1722 — Chega emfim o grande dia do
Anhanguéra ! A's margens do rio, um formigueiro de
gente aguarda a partida da monção.
Tudo foi bem providenciado. As bruacas estão
pesadas de mantimentos. A pólvora embarricada é
«
confiada aos mamelucos.
Os indios, já na canoada, seguram os remos.
Estfto todos armados até os dentes.
Oüve-se um toque de trompa. E a hora da
benção da bandeira. Bartholomeu empunhando a
flammula verde ajoelha-se, seguido por todos, de-
ante de Frei Luiz de Sant'Anna, que, fazendo o
signal da Cruz, abençoa aquelles intrépidos serta-
nistas. Frei Luiz entoa um breve hymno a Deus.
respondendo todos em coro, pedindo que os proteja
na arriscada expedição que vão emprehender. Se-
guem-se os abraços commovedores de despedida.
D. Bartholomeu, seguido de seus genros Joio
Leite da Silva Ortiz e Domingos Rodrigues do
^^. Prado, encaminha-se para o batelâo-mestre.
Rompem os sinos. Estouram bombas. Lançam
tibgjmy
gritos de vivas... e a monção deslisa Tietê abaixo.
~
I *¦ J *P t.
PENETRAÇÃO — Bartholomeu Bueno reco- de vivas cores cortam o espaço, lançando gritos es-
lhera os roçados — E de novo esperançoso, lançara- tridentes... De quando em vez uma fera «é abatida a
se com sua gente, através da matta bruta. Já quasi tiro de trabuco... e impávidos, enfrentando os maio-
três annos, andavam errantes, sem dar com o Sésamo res perigos, caminham rumo às lendárias jazidas...
Goyano! A bandeira vae bastante reduzida. Multas Avante, Bartholomeu Bueno da Silva i Avante!
mortes e deserções esmoreceram o animo dos mais Mal sabes tu. nesse teu sonho dourado, que não vaeS
fortes !! A custo, Bueno, com a sua resistência de aço, apenas descobrir o ouro. Na tua inconsciencia de ser-
consegue conservar estes poucos que ainda restam. .. tanejo bruto, vaes conquistar as terras virgens do teu
e avançam num peregrinar sem fim. . . Descem os rios, paiz em formação! Avante. Bueno! Com o, sangue
varam pantanaes, costeam as serras e embrenham-s« da brava gente paulista, não vaes somente descobrir
em florestas infernaes! Que arvores gigantescas! o ouro! Vaes engrossar o exercito dos desbravadores
Seus troncos monstruosos mettem medo! Pássaros do Brasil t...
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
^
guerra !
O Morubixaba saberá como receber os inimigos
^^AjJif ii^^t%hM WiWimÈÍ
brancos que fingem querer a paz...
Fazendo um signal á sua tribu. desce o penhasco
j»»wy' *vw*-^ ^^»*^Bi v * - / /y \uiu„ ' ¦ v .^jíerj\\ .( . ív íí i R n l ^L
e vem impedir a passagem do inimigo, afim de guer-
real-o.
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. NO RUMO DAS GQYAZES - Novamente, os os peões plantarem grandes roças de viveres ! Nio
r*odeirante» marcham, na mesma luta sem tréguas! fosse a sua attitude enérgica encorajando e chamando
^j"' muito ao longe, ficavam as immensas regiões ba- a si os descontentes, e ha muito a expedição estaria
p|adas pelos tributários do Paranahyba e Araguaya. frustrada !
*Cavam a serra escalvada, as cadeias Araéz cobrindo E assim, graças á inflexivel vontade e á energia
nãos sem fim !
Quantas terras tinham palmilhado en- sem desfallecimentos dó" seu chefe, vae a bandeira tri
rentando os maiores
ndaram errantes! perigos... Três longos annos lhando no rumo certo a Goyazes. indicado pelo indio
Quantas vezes, acabando-se os QuiriçA, que promettera mostrar o caminho das regiões
at>timerrtos, Bueno, sem hesitar, fazia alto, e mandava das jazidas auriferas em troca da liberdade de sua tribu.
ALMANACH D*0 TICO-TICO — 1936
As scenas que vocês acabaram de ler são do livro Anhanguéra, a sahir, e de autoria de Heckel
Tavares e Martha Dutra Tavares, dois nomes que o Brasil e o mundo conhecem e admiram.
Anhanguéra é a continuação da série esplendida iniciada pelo O sapo dourado, isto é, livro acom-
panhado de discos sobre assumptos da Historia Pátria.
As novellas são baseadas em motivos da Historia e do falk-lore nacional.
A narrativa é feita no disco por um speaker especializado e as scenas musicaes são vividas por um
conjuneto de artistas lyricos, um coro mixto e orcuestra sob a direcção do próprio autor.
ALMANACH D'Ó riCO-TICO - 1536
À Flauta do Pastor e
o Rouxinol
>,WWVWWWWV »ff iaaaal
S MOEDA BE OIIBQ
Adaptação, para O Almanach d'0 TICO-TICO, por
i?l
de terra uma bonita moeda de poder realizar. O que tenho a fazer
prata. agora é já tão simples que não
Abaixou-se, rápido, é apanhou-a. devo partir...
m
teX*,:
E verificou, então, que sé tra-
íava de uma moeda antiga, man-
Com a moeda de prata comprou
sementes. Sem grande esforço se-
dada cunhar um dia por um prin- meou-as na terra preparada.
cipe de uma cidade italiana. Exa- E não é preciso dizer de que
minando-a, ê limpando-a, poudé modo ê com que facilidade lhe
ler. gravada á volta, esta phrasé yéiu, algum tempo depois, a pro-
latina: Anrãm mox aderit", ¦ mettida moeda de ouro*
- 1936
ALMANACH D'0 TICO-TICO
ACALANTO O MACACO E A
Palavras de Joràcy Camargo Musica de Hbkel Tavareí RAPOSA
O macaco ei'a o mais sawao aos
habitantes tia floresta; Subido na
extensão geral do termo. Conheci*
Lissro a geographifl do paiz, a vida de to-
CANTO.
|o^-3^=P =P Si - nhõ .
^
«I - °to Dro - m»
du o mondo e era especialist i em ?
contas, sobretudo na conta de sub- {
Dirrae, dro - n«
trahir.
«niira±tjlem_n caxio Ora, um macaco nessas condi-
PIANO.
mmfmÊzmm
i\ Arrastado
ções nunca poderia ser enganado
por outro macaco e mniio naenoa
, por unia raposa. Pois foi esta —
animal que a fábula nos apresenta
como ;i prinoeza dos ardis — «pie,
vendo o macaco sentado no galho
de uma arvore com uma appetito-
sa banana na mão, pensou em en-
ganal-o.
O' velho amigo, como vae vo.
- num
dro» ra», p'racres -a Que o» gal - !o já tão can . tan do B
cê? — saudou a raposa.
Vou indo, praças a l>cus
sempre pensando nas contas. .
De dividir, meu raranrada?
Não, as contas de dividir não
as quero conhecer. Não têm appli-
cação na vida pratica, Interessa-me
apenas as de sub trahir.
Pois é pena, amigo maça-
| .)? I! qa . ?r i .
co!... Se você flui/esse. m agora
mesmo ensinava a conta de divi-
dil"! E não era preciso grande COl.
^L.í «£*•• 0^.." -o* I - »hó-» Dona I... sa. Bastava esta bnoima <i'-ie vorê
lem na mão. ..
Ora, raposa disse o maça-
co — você não vê logo <|iie bnna.
na não se presta para di',idir?!
Não se presta? Você eslá çn-
' ui_j__l_-LL ^^^^^ ép^^ -T-1 gánado, macaco. Ra até uni brin.
quedo de malha que en conheça
(juc se pôde jogar com banana..-.
4 ** Eu não conheço...
Pois é assim: eu fico de lon-
ge, de pê. c você atir;l a banana
nll.
paia o togar onde eu estoa. Se a
£r-Á—.—¦*-—jlJ—a-i lib«I -J—J-czL I "J-—I~=j=jL=: banana toem- em mim roefi ga.
nhou.
p0« Sea.<;u« - c*u ío« ne-ê-.o mina, Dos c?.m . Ganhei experieneb.
Não, ganhou o Jogo. E eu
ganhei a banana...
- Min! Pois fica de lá que von
jogar!
E assim falando, o macaco des-
ceu da arvore, apanhou, rápido,
unia pedra e atirou na raposa. A
7? Pedra bateu em cheio na anca da
astuciosa professora de jogos, que,
indignada, gritou para o macaco:
Você não sabe jogar!
Não sei jogar? Eu sei até que
Jjf>---=J *^^33=r^~iL. J -li :ri~=i=^r-j-r-,jr —'-^—^^ as raposas de hoje não podem
-kia. da, dos m» - !«,_. Ou»*íu »1 -I* fj-via-nina. Dro.»». mais enganar os corvos, que dirí
a mim, macaco sabido.
A raposa não rjuiz mais conver-
sas. Fugiu para longe, maldizei».
do o velho falwlista La Fontaine
que desvendou ale aos macacos os
seus planos de ardilosa
CaWos Manhães
i.f.*
Histórico: Este povo entra acfi- va que foi supplantada pelo bu-
nitivamente na historia pela in- dhismo. destruindo algumas escolas
vasão de Alexandre (327 antes de existentes — mas, este culto, tende
Christo). também a. cahir, se resttringindo
Tarraelan, quatro séculos mais agora aa Ceylão e á China. Os li-
tarde, depois da invasão árabe, vros sagrados são: os Vedas, com-
fundou um vasto império, onde em pletado pelo livro dos padres Pou-
lutas com os europeus ficou de- ranas; o Mahabharata, Ramai/ana
baixo do domínio inglez — tornan- é as leis de Manon, cheias de en-
do-se uma possessão ingleza. sinamentos moraes, applicados ao
Castas : Desde muito tempo, o povo. Manon prescreve aos alu-
povo indú, está dividido em cas- mnos que infringem as leis dos
tas: brahmas, que comprehende os brahma.". mestres que são o sym-
padres, os jurisconsultos, médicos e bolo da veneração, o seguinte:
professores — sendo a mais favo- quando um alumno desobedecer o
recida e a única a especializar-se mestre, elle o reprehendcrá severa-
em estudos superiores, guerreiros: mente.., porém, de accordo com a
officiaes e soldados; negociantes, falta, se fôr grande e$no inverno,
agricultores e artistas; os servido- jogará o desobediente dentro da
-^=rt° res, que não têm direito â instru- água fria. (Se no Brasil os profes-
cção — e os párias, que são con- sores tivessem um castigozinho
siderados indignos de communicar- egual a esse de Manon ! Não te-
se com os outros membros da so- riam conta os banhos... não é ver-
ciedade. dade, pequenos leitores ?)
Desde muitos séculos, os bra- Commentario: A índia tem feito
hmas exercem grande influencia: diversas tentativas de independera-
cia, que é o anseio de toda a po-
quer como mestres e legisladores;
quer como sábios e conhecedores pulação libertar-se do domínio in-
da literatura sagrada (Védica). glez, e, encarna esse desejo, o gran-
Foram elles que determinaram as de mahatma Gandhi, que, certa-
leis que regem as outras casta;;. mente, vocês1 ouviram falar, pela
Educação: O indú ama ao filho sua excentricidade, usando como
c o prepara para a vida futura. A vestuário uma simples tanga —< e
creança, ao nascer, já tem destino alimentando-se de leite de cabra.
fixado... c á proporção que crês- O systema de educação ê muito
ce, preparam-na para a vida — na atrazado. principalmente, em rela-
educação familiar; amor aos pães e ção á mulher. As castas também têm
aos mestres. Os meninos das castas conservado um orgulho e egoísmo
superiores estudam os livros sagra- desmedidos, impedindo a acceitação
dos — três — shastras —.que cr- dos methodos modernos; nota-se,
denam a fundação de uma escola porém, pela influencia da Inglaterra
Jr't^'' -'' *// -' em cada cidade. As meninas, po- diffundindo a instrucção, apesar de
rém, não se instruem, porque são encontrar o maior obstáculo, que é
SBáSILElBO Wm '^<3V?_^*_S_f
/<rÇ JU^*^
DE FRANCISCO MANOEL
Dos filhos deste solo és mãe gentil. Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada. Pátria amada,
Brasil I Brasil!
'
¦ ¦ -._¦! I ¦
ACTUALIDADE RASILEIRA
A Herança w>°
dâ Raposa
CONTO Dl:. UALVÃO DE UCEilíOZ
DE
Ascidades latinas da America
CARIJÕe
\jJC3C2 q^P»—IIMIIIIililllii-lllll Hoje em dia que podemos dis- Na Argentina, ha também Lu»
por de avião para viajar rápida- jan, a Lourdes desse paiz, ponto
__v N W^tti r^T^?í__i mente pela America do Sul, muitos de convergência dos viajantes curió-
íourisíes aproveitam a opportum- sos e onde se pode visitar a famosa
dade para visitar as cidades latinas Cathedral, sempre procurada por
que offerecem características in- peregrinos de varias partes do paiz
teressantes e dignas de serem co- e que ali vão pedir a cura dos seus
nhecidas. males.
As excursões feitas por interme- O porto do Rio de Janeiro, é o
dio dos grandes transatlânticos, são, local de attracção e de belleza,
sem duvida alguma, encantadoras c muito admirado pelos toutistes.
________a5"'"2_-___l offerecem mais vagar para certos Logo á sua entrada, se pode dédu-
A gargalhada daquelle* dois homens repercutiu pelos campos cheios de sol. Elles riam porque um velho e um menino caminha-
vam a pé, trazendo um burro que bem podia ser montado.
A' tarde, o velho voltou. Elle vinha, como na velha fábula de Lafontaine, trazendo o pequeno montado sobre o burro. Os dois ho-
meras riram ainda e diziam: — "Que palerma! O menino sobre a cavalgadura e o velho a pé!"
No dia seguinte quem appareceu montado sobre o burro' foi o velho. Lá estavam os dois homens que riram também, accusando
Pobre velho, a quem chamavam — "preguiçoso" e "commodista".
O velho já nio mais sabia o que fazer e na volta, trouxe o burro ás costas. Os homens explodiram em gargalhadas. O pequeno
então nio se conteve e falou: - "Por que será que vocês, um magro e pequenino, tem uma casaca grande, emquanto o outro,
grande e
Bordo, tem essa jaquetinha?"
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
©aÉiífc
£ f£U LAVADOR. DE
C6 SNRRRS TEM O MANUAcKvl ^ NÃO L QUE PENAjLJ_ >K x 1 VOU vJA' COMPRAR,
DO GOlINKtElRO Jr í^-r-, AQUELLE LI f"-"Q
*f^»T^)
0 HOMEM
rx)CACM(H->\r^^b
ria M mir7 /a
?5SS£E S?5DEC. ^-Q^LLeJ>5 lOH1 PERRO rpOR. 500MIlI |AâU1 ESTA' MEU.DlSSe QuE Daç>,a
MANUA^pO cosUNHEIgO? REIS EU VENDERIA TÜ_ O LWftO QUC(?\Ur1 C0NT<O^
C^àL, VACxOÇ \ DAS AS SR PEDIA POR UfjUDE REIS
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ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
GH$uhmâà^iu\
aw \\U^^ 0 papagaio, a arara e outras aves faladoras
aves, uma ^^^
O camaleão afri- Rl/Ü.1 7<í possuem, á diferença das demais
cano apesar do Wt^X/\ AmÊn língua grossa e carnosa que muito lhes ajuda ÍQ
aspecto verdade-i- Bfflii Xm a tagarelice. O Brasil é tão rico cm espécies JC\?y N/ ^5?
ramente diaboh- IL?r/2$ dessas aves que foi durante muitos annos f /^T5^^». /
como "Terra dos Papagaios" Kc/i\
co que apresenta iffTLir\!C'/f^ conhecido
Jflk Whk,_'""4ís2sCs?-m
'¦^^^/v^^i__^LyM^ÍF/^è\.^^ tâo )a^oris' tartarugas e kagados (répteis quelonios) são
=°^/(h\—^jJyV^grg <-)s
jÚ&*/W0M\J res'stentes 1ue nao se alteram quando se lhes corta
/( ,///y f~~^£s£sss&" uma Perna. segundo o naturalista patrício Rodolpho Von
\.!y J^ I yy/ Ihering, mesmo sem cabeça esses animaes ainda vivem
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
^n
,_.>s4 il ] / ^z^F—A vJt/ÉK. -W/7 >=^
r^cTcn /1 11—JJpSiSW
De maneira que Hadji emmagrecia cada vez mais, ao ...offerecia ao companheiro. Também Hadji nada lhe pedia,
passo que Brahim engordava, de um modo horroroso. Uma vez, os bandidos foram ter ao deserto. Como a planicie era
Este ultimo, muito egoísta, nada do que recebia... sagrada, os dois sacerdotes nào pensaram em fugir.
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
Mas, aconteceu que os ban- //prVN //I/tÍlSj ' ^âo era ^e esPerar 1ue taes
didos, vendo-se perseguidos, //-l'.'|^ 'IX^^t jlj^^bvS~ " \) ÍJ- j\
indivíduos respeitassem os sa-
_.' .* \\
resolveram ir ter á planície. ~
|| ^^f^/i/VV^j * —--<% f\ — II cei"dotes. Brahim quiz subir a
Era tal o seu furor que resol-. "*^—*?- uma arvore' mas esta Par*'u-
(JLpiJPfjfh^irf-^^^^X^—^ ]|
ram roubar os túmulos. Ul^r^rlf^l/s'^^^"^^3 VT Se'
II
d"
A ?r-
vóvózinha já tinha esgotado todo* o$ meios para fazer dormir o pequenino Mar-
cello. Elle negava-se a fechar oi olhinhos preto* emquanto não lhe contassem
uma historia bem bonita. E a vóvózinha recomeçava a historia do "Gato de
Bota*" e o Marcello interrompia:
D "Essa, não. Vovó
já contou. Eu quero uma nova. Si vovó não sabe outra, in-
venta." A boa D. Ritinha sorriu, meio fatigada, acariciou a cabelleira farta do netinho
rebelde e começou:
i
'TICO-TICO
ALMANACH D'0 — 1936
H-r-A \JT~7
O que é maracá?
E' uma espécie de chocalho.
"Com aquelle brinquedo
pobre o Menino Jesus deixou de chorar. Sorria mais
contente, chocalhando aquelles caroços de tamaras, mas, de repente, tornando-os
dentro da mãosinha pequenina, lançou-os, como um semeador sobre a planície cal-
cinada. Depois fitou risonho o rosto pallido da Virgem triste. S. José procurou, em
vão, as três sementes e o burrinho, tropego e indifferente, continuou a caminho do
Egypto.
Lá para traz ficaram, afogados na areia, os três caroços de tamaras. .
Passaram-se trinta e três annos. Apesar da terra má onde cahiram, os três ca-
roços germinaram. Nasceram então três lindas tamareiras. Uma é toda branca, a se-
gunda toda verde e a outra toda azul. São ellas hoje o único oásis que resiste á bru-
talidade da terra e ao vendava! inclemente. Ahi ha sombra, ha água, ha paz. Deram
"Fé", á verde chamam "Esperança" e á azul deram o nome de
á branca o nome de
"Caridade".
Quando o caminheiro triste e fatigado desfallece e tomba extenuado á
sombra dessas três tamareiras, e bebe a água boa cuja fonte ellas escondem, sente
que a vida volta, mais feliz! Ergue então o busto queimado e beija agradecido as pai-
mas hospitaleiras"
E a vovó terminou:
"Si um dia, Marcello, as forças te faltarem, procura as tamareiras que o
Menino Jesus plantou."
O
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
— A culpa é tual — dizia D. Durvalina a seu E o dr. Paral....,as, tio or- Arranjou um biombo com dois orifícios e escre-
marido o dr. Paralama» que se queixava da vida. — gulhoso de seu titulo, resolveu veu em cima: "Machina de fazer as unhas".
Por que não te dedicas ao of ficio metter a cara no tal officio,
de rnanicura? mas sem mostrar a cara.
FUMAR
r^ST ^1 >^T\ P E DE-VE NAO
Assim era possível exercer Os freguezes, e principalmen- . . . metteu mãos á obra e não tinha mãos a medir. O seu gabinete estava
aquella funeção modesta e man- te as freguezas, começaram a ap- sempre cheio, porque seus preços, além de commodos, eram ainda favo-
tcr-ne desconhecido. parecer. O dr. Paralamas . recídos com um bilhete numerado correspondente aos bichos do jogo.
MACHINA
PARA FAZ ER
IMHA?
««¦¦-¦»
1 ¦ ¦¦¦¦¦¦•¦"
*¦'¦ ¦¦¦«¦¦¦¦
eat+tUma vez uma preta gorda O dr. Paralamas fez-lhe as ...mas a mulher qui? . . . cara por cima do biombo e soltou uma
"Ué! Seu doto"! Era
metteu as mãos nos buracos do unhas sem o menor preconceito... ver como era a exclamação: — a
gabinete. china; metteu a. Brigida, cozinheira do dr. Paralamas!
- 1936
ALMANACH D'0 T1C0-T1CG
i C O MO SEPASSA A V lD A |j
O continente america-
Onde estão os animaes? um anno. Estes não po-
dem voar senão doze
meze* depois de sahi-
O circo estava todo embandeirado c a musica enchia rem da casca.
no é quatro vezes maior
que o europeu. o ar de alegres dobrados e marchas. Foi nessa oceasião
que o palhaço — o Pepino — tão querido da petizada, As asas das vespas fa-
exclamou: — Deus meu! Falta apenas meia hora para zem 190 movimentos P°r
A Terra é um milhão começar o espectaculo e todos os animaes sábios do cir- segundo, durante o vôo
e trezentas mil vezes me- co desappareceram! Como hei de me arranjar em taes do insecto.
apuros? — Não te afflijas — disse o palhacinho Tony —
nor que o Sol. os animaes estão aqui mesmo e se esconderam para ver
se consegues descobril-osl Tomando a media de
A luz do sol gasta oito Era verdade o que dizia Tony. No desenho estão o um anno inteiro, a hora
-elephante, o cão, os dois macacos, o cavallo, o urso, o mais fria do dia é a das
minutos para chegar á
leão, a leoa, o ganso e o papagaio. Procurem os animaes, 5 da manhã.
Terra. para ajudai- o pobre Pepino.
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
B S C 0 c
LJMAs
VEZ
(NADYR CARDOSO LOPES)
Conte uma historia, vovó, con- as palpebras, devagarinho, tfevagari- Princezas, fadas e castellos... E*
nho... 4ão bom a gente sonhar...
te uma historia bem bonita... faz
tanto frio lá fóra c está tão quente a ... Era uma vez...
* *
caminhai... Conte uma historia, v<>- ... Amelinha freqüenta a escola c
vó; uma historia bem bonitinha para Amelinho agora é moça. E, como
eu dormir e poder sonhar... já sabe lêr.
Quando chega da aula, com a ca- são pobres, a avó e a neta, Amelinha
E a avózinha começou: becinha cheia de lições, radiante, já sahe para trabalhar,
Era uma vez... em tempos que diz num gesto de victoria, á vovó que Todas as manhãs, bolsinha na
já se foram, um paiz muito bello e a olha embevecida: mão, curvada a fronte, segue rumo á
muito rico, onde nascera uma prin. — Avózinha, agora sou eu quem officina...
cezinha. Assim que nasceu a prince- lhe vae contar bellas historias! Na officina em que Amelinha cos-
za, as fadas do reino, vieram todas Era uma vez... tura, também trabalham muitas mo-
trazcr-lhe magníficas prendas... Uma As duas começam a rir... São só- ças; mas são moças que já não têm
dotou-a com a bondade; outra com a zinhas, são alegres, são tão unidas e mais avózinhas para lhes contar bis-
intelligencia; outras, mais formosas, amam-se tanto a avó e netinha... torias...
deram-lhe ainda a belleza, o espirito Amelinha sabe contar cousas ad- Ai! não têm mais avózinhas c são
e o amor. De todas as Magas, a prin- niiraveis que aprende e lê. Ah! mas ellas .próprias que contam ao próprio
cezinha, recebeu lindos dons, mas o historias, não as ha como as da avó- Sonho, ouvidas ao tempo e aprendi-
mais bello de todos foi-lhe oífertado zinha. das pelo mundo, historias... tantas
pela fada da Vida, que lhe trouxe a As historias de Melita, são mais historias!
Virtude... reaes, são verdadeiras, e não são tão Mas como differem das da avózi-
Melita, deitada na caminha de ina- bonitas... E as da avózinha fazem nha!...
deira escura, coberta por uma colclra de manso tão bet" adormecer... Tão diffcrentes, tão differentes.'
azul, de lã, ouvia quietinha as pala-
vras da avó, arregalando muito os São historias de príncipes que of-
olhos vivos e brilhantes. ferecem jóias em vez do coração...
Princezas que só pensam nos vesti-
Quando o conto terminou ficou um dos de seda e nos thesouros do pre-
instante pensativa. Depois de um si-
lencio, quebrado unicamente pelo ferido em vez de olharem a nobreza
tamborilar monótono da chuva na vi- do Amor... Automóveis macios, pas-
draça, perguntou em sua innocencia seios que são verdadeiros paraizos.
de creança: Festas... Houve até quem contasse a
E quando nasci, vovó, lambem historia de uma Gata Borralheira no
vieram as fadas século XX!...
A avózinha quedou-se muda um Século XX? Pois então?! Tudo ê
novo, idéas novas, sonhos novos, mo-
instante, a olhar fixamente os veios dernismos: E as historias anti-
de prata com que a chuva riscava to-
gas?
da a vidraça; por fim falou lenta- Pobres das avózinhas...
mente:
Quando nasceste, Melita, tatu- E, acercando-se de Melita, rindo- m
bem vieram as boas fadas... se as companheiras vão sussurrando-"
E deram-me muitos presentes, lhe pouco a pouco, ao ouvido inda
vovó? assustado:
Era uma vez...
Sim, deram-te muitos presentes,
Amelinha, aturdida, abre os olhos
Melila...
bellos e innocentes, esforçando-se
Uma disse que deverias ser bõa;
outra que irias ser estudiosa e obe- por perceber o que dizem, sem poder
no entanto bem comprehendel-as.
diente... — E baixando a voz, do- E como a notasse, lyrio em botão,
cemente continuou: — como a priu- outra censurou:
ceza, a fada da Vida, a mais formosa, Deixem-na, coitadinha! não vêm
trouxe-te a virtude...
como é nova ainda? Mais tarde a
E' preciso agora, Melita que sem-
própria vida se encarregará de con-
pre te lembres das boas fadas, e não tar-lh'as..
te esqueças nunca dos bellos presen-
tes. sinão ellas zangár-se-ão e tornar- E crocitou a gargalhada aziaga dai
te-ão sempre triste, muito triste... corujas...
O silencio cahiu outra vez sobre as * *
—^^ i
«luas, unicameifte interrompido pela
linguagem soturna da chuva... E A' noitinha, quando Melita vol-
vendo-as encolhidinhas pelo f«;.o, o tava, cançados os olhos, os ouvidos
somno veio Acom seus dedos de plu- k.__ _-'. .
I cheios, não mais lhe pode prender a
avózinha, Sôam-lhc sempre ao ouvi-
ma. leve e traiçoeiros e fechou-lhes
ALMANACK D'0 TICO-TICO —.1536
AOCIDENTES CASEIROS {
-JL-aJI—t—I—I—mjmfl—1—La 1 Og Ka|
% i usar cadeiras de pouca segurança
O Conselho Nacional de Segurança para servirem ãe escadas tem
dos Estados Unidos da America do Nôr- provocado perigosos accideíi-
le declarou recentemente que são em tes.
grande numero os accidentes caseiros e Os banheiros também en-
que, por isso, o lar é um local de pe- traiu na estatística com a som-
rigo. Varias estatísticas provam que em ma de 120.000 accidentes, an-
1933, os accidentes occorridos em ca-
nualinentc, e os incêndios e ou-
sas, nos Estados Unidos, provocaram á Mais da metade dos accidentes trás espécies de accidentes por
morte de 29.500 pessoas. E uma outra
estatística, dá 3.500 mortes causadas graves occorridos em casa, são fogo, centam-sc logo depois das
por automóveis causados por quedas. O habito de quedas, na estatística.
(Sabe marchando)
um, dois...
A A E S V o â D
í âe tuãa
Um dos melhores combustíveis é
casca de laranja bem secca.
B C ÍSTOVÁO COL
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As tentativas para a viagem
de Christovão Colombo á Ame- ^_3__9h___Jx^/
teressou pelos seus planos.
rica são cercadas de lendas. Dir- Foi realmente a sua protecção
se, por exemplo, que a rainha ^^^1 e auxilio que tornou a viagem de
__ _<p^* SV"
Isabel de Hespanha empenhou Colombo uma realidade. Diz-se
as jóias que possuía para auxi- que a sua primeira viagem custou
liar o grande navegador. Esse panha pedir auxilio para sua pre- mais ou menos uma somma cor-
episódio, porém, parece mais uma jectada viagem de descobertas, não o
conseguiu por parte do rei Ferdinan- respondente a 7.000 dollares.
lenda. do e do douto conselho. Colombo, Colombo em pessoa recebeu
A historia nos conta que, quan- desanimado, estava já para deixar 1500 pesetas ou mais ou menos
do Colombo foi ã corte de Hes- a Hespanha quando Isabel se in- 300 dollares por anno.
"'
i^^^^^A«>A«^_VVWWi^VWVVWMWVI»-M*MWVMWVW<«VVyWM»''M* — * _
O passeio aéreo sobre da engenharia é vista3
o canal do Panamá é de
pequeno percurso, porém,
constitue uma das cí-
i i sobre o «I íe Fuá do ar, offerecem ura
éspectaculo
tanto
'do
grandioso,
para os viajantes
cursões mais sensaçio- espaço como para
naes e interessantes para aquelles que o divisara
t»^MA>V>AA>M^^^^^^^^V^^^^-t»>AA>\^M^A^V^MAM>>AAMAAA^AAAA>W
os viajantes do espaço. do passadiço dos trans-
Depois qt<e se conhece a traves- O apparelho corre sobre as águas atlânticos. O lago Gatum, o maior
sia por mar, é deveras agradável transparentes do lago Gatum e con- dos lagos artificiaes do mundo, foi
tomar-se um hydroplano para êx- templa-sc pouco depois o cães dçj creado especialmente para os tra-
Gatum, onde enormes navios são balhos de navegação do rio Cfaa-
perimental-a com outras impressões
totalmente diversas. E' um passeio gres. De um lado fica o monte
de meia hora, mais ou menos, a Gold, e do outro os morros Con-
viagem de Cristobal a Balboa e a tractores, t a e s como sentinellas
-Panamá City, avançadas guardando o canal.
O scenario é grandioso: as agua3 Gaillard é Pedro Miguel são em-
azues do Atlântico e depois as do barcadouros importantes. Logo de-
Pacifico e toda a vegetação exu- pois, surgem as águas verdes e tran-
berante da mattaria verde nas im- quillas do lago Miraflores. Esta c
mediações dos telhados brancos dos a primeiro represa do lado do Pa-
edifícios de Cristobal, offerecem namá. D'ahi se continua a excursão
um contraste de extraordinária bel«.
por Balboa, vendo-se as aguns
leza aos olhos dos passeantes
azues do Oceano Pacifico, semnrè
O aeroplano deslisa sobre as
bellas.
palmeiras da Estação Naval Aérea
de Coca Sola e passa ainda sobre Os excursionistas viajam 40 ml-
o forte Davis e as águas lama- O cana? de Panamá visto de lhas, lembrando-se do grandioso
aeroplano, trabalho architectonico dessa cons-
cèntas que lembram sempre o ve»
lho canal francez. Chega-se, nas trucção que, como nenhuma outra,
çados como barcos dê brinquedo^
foi árdua e gloriosa para a engé>
proximidades de Balboa, á cidade O cáes tem uma meia milha dê
velhíssima" saqueada por Morgan é comprimento e meia de largura. As nharia dos tempos modernos. —:
seus piratas» docas de Gatum são um triumpho T. Manning^
ALMANACH DO TICO-TICO — 1936
ív*rWV\V
A ESTATUA A L 1
v*-»,
Stropicos são menores em tamanho. veado da índia e de Ceylão são timidez, são ariscos e difficilmente
espécies muito bellas.
è menos bellos do que os das rei se deixam aprisionar com vida.
Entre os mais importantes gru-
pos de veados, contam-se o veado
vermelho, a rena, o wapiti, o elk,
o verdadeiro elk, que é conheci--
"Moose"
do como o da America, o
veado da Virgínia, o veado de
cauda negra da Columbia e o veado
"vea-t
que parece mula e chamado
do mula**<
troca.
O velho concertador de bonecas abriu então o embrulho, sorriu pa-
cientemente, examinou a boneca quebrada, apanhou um canivete e,
quando tentava cortar os cadarços que envolviam os cacos, golpeou um
dedo.
Dorinha, rapidamente, procurou deter o sangue que jorrava e, com
os próprios cadarços que cingiam a boneca, enleou o dedo ferido.
O velho bom beijou os cabellos da garotinha, sorriu e falou:
Eu sou o velho Rafael, concertador de bonecas e tu?
I ^" **" , I B
Eu, — respondeu Dorinha, — sou Dorinha, a concerta-
dora de bonecos. . .
E riram muito.
No domingo a boneca estava prompta.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
&
*
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Ú lúl
Ha muitos séculos, antes do dilúvio,
a vegetação da terra consistia em fo-
lhas enormes, todas igtiaes. Não havia
í
nem flores nem arvores. 0 mundo era
todo verde e nem as borboletas tinham
^
ri (,
outra côr.
Quando a primavera descia sobre a
terra com os seus geniosinhos, havia
sol e todas as coisas cresciam e augmen-
tavam. Mas eram só as taes folhas pa-
readas com alga e sempre ipuaesl
Os anõesinhos e a Primavera come-
çaram a achar aquillo tudo muito feio
e muito triste. A estação era quasi igual
ao inverno e este tingia tudo de branco
e era até mais bonito I
Considerando tudo isso foi que du-
rante o tempo frio a Primavera e os
seus geniosinhos resolveram que quan-
O do voltassem á terra haveriam de trans-
formal-a numa maravilha de forma e de
côr. Fizeram preparativos e cada anãozi-
ivm
im fl
n
ALMANÀCH D'0 TICO-TICO — 1936
1 e>
pos de recortadores que iriam transfor-
mar as folhas «andes e feias nas mais
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ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
iti
A GOTTA DÁGUA
Era uma gotta d'agua crystallina
que, n'uma noite de formoso luar,
\ viera cahir, no meio da campina,
dentro da flor mais bella e mais franzina
onde ficou, depois, a scintillar.
Era uma gotta d'agua, simplesmente,
jçotta do orvalho rápido e fugace —
ma"s um desejo, bem commum na gente, j_)--*_-J
fêl-a pedir a um genio omnipotente
que a sua vida n'outra transformasse.
Foi attendida a gotta. Transformada
n'uma formosa pérola, sem par,
foi por mergulhadores procurada
e, com coragem som igual, roubada
do seio fundo e verde-azul do mar. Z.'H 1
Não satisfeita ainda, ella deseja
ter um papel mais senhoril, mais nobre, "A.
e pede ao genio, sempre, que a proteja. .NC*« A^
CTp_JtAn=uc< ^!-,M_j_»_^__u__r>7
riaa-ftr,w-'^,
ALMANACH D'0 TICO-TICO - 1936
*j
H
ml
2/
"Lendas do Sul" de
(Das
J. Simões Lopes Netto).
i
a estima de todos, por ser muito prazenteiro e brincador.
De forma que a sua alma sahiu-lhe do corpo, de geito al«-
gre; e então, invisível, entrava nas casas dos conhecidos,
passeava nos quartos e salas, e para divertir-se fazia esta-
lar os forros do tecto e os barrotes do chfto, e também os
trastes novos, e os balaios de vime grosso; e si achava de-
pendurada uma viola, fazia sonar o encortioamento, para
alegrar-se com a lembrança das suas cantigas, de quando
era vivo e cantava. ..
Outras vezes assobiava nas juntas das portas e janel-
Ias, espiando por ellas os moradores da casa; e quando qs
homens rodeavam a candeia, pitando, ou as creanças, brin-
cando, ou as donas costumavam ou faziam nhanduti, o
Generoso, — a alma delle, p'r'o caso — soprava de vagarzi-
nho sobre a chamma da luz, fazendo-a requebrar-se e ba-
lançar-se, que era para a sombra das cousas também mudar
de estar quieta.
E muitas vezes — até o tempo dos Farrapos — quando
se dansava o fandango nas estâncias ricas ou a chimarrita
nos ranchos do pobrerio, o Generoso intromettia-se e sapa-
teava também, sem ser visto; mas sentiam-lhe as pisadas,
bem compassadas no rufo das violas... e quando o canta-
dor do baile era bom e pegava bem de ouvido, ouvia, e por
ordem de Generoso repetia esta copia, que ficou conhecida
como marca de estância antiga: sempre a mesma...
"Eu me chamo Generoso,
"Morador em Pirapó:
"Gosto muito de dansar
"Co as moças, de
paletó..."
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
Um dia quando uma Formiga- .. .Tico-Tico. — "O Tamanduá, falou ...tanto!..." E passando para ou-
Saúva voltava para o formigueiro,, o passarinho, não é animal feroz. Elle tra arvore a Saúva encontrou um
viu um Tamanduá-bandeira fare- colloca a Iingua no - formigueiro, as Urubu. — "Minha amiguinha nada
jando as entradas da sua morada'. formigas é que lhe sobem á língua".- posso fazer; si o Tamanduá estivesse
"Estou
perdida, disse a Saúva", e — "E' disse a Saúva, mas, a sua lin- morto, ainda bem; mas, vivo não! Eu
correu a pedir soecorro ao... guinha é tão doce e nos attrahe... só como carniça! A Saúva mais...
.. .além encontrou uma Arara. — "Já sei o que .. .Tamanduá presa excellente, mas, as unhas do
queres minha boa Saúva e nada te posso fazer! desdenrado infundiam-lhe tal respeito... Por sua
Vocês são muito boas creaturas mas, destroem as vez, o papa-formigas olhava para a Onça pensando
plantações e nos deixam á mingoa". A Saúva desa- na força de seus dentes. Assim, a Saúva esperou
nimada voltou ao. formigueiro e encontrou uma que os dois se afastassem para entrar no formi-
Onça. O felino via no... gueiro.
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
f
A irmã trouxe o pau, o mais forte que eneon-
trou, mas não houve força capaz de o desprender
do casco da Tartaruga, porque a resina empregada
Havia outrora um indio, da tribu dos Tembés.
que vivia, com uma irmã, numa cabana á beira de pelos indios Muras era a mais forte que havia.
um grande rio. Chamava-se Jacurutú. Era bom e
socegado, mas os indios Muras, que habitavam uma
das ilhas vizinhas, não gostavam delle e viviam a
espalhar por toda a parte que todos os males que
succediam eram por culpa da vizinhança de Jucurutú.
que era também quem lhes comia os filhos.
w Os pés de Jacurutú doiam atrozmente e, por
mais que elle lutasse, a Tartaruga, devagar, mais
devagar ainda por causa do seu peso is costas, ia
caminhando para o rio.
l
6?
Uma vez, com toda a tribu reunida, os Pagés e
Morubixabas resolveram que Jacurutú devia morrer.
A sentença foi proferida entre manifestações de ale-
gria, gritos selvagens, muita musica e dansas que se
prolongaram até o sol nascer. Quando raiou o dia,
então, o Pagé mais idoso foi á beira do rio e chamou
a Tartaruga. A Tartaruga, lenta e pesadona, sahiu da
água, e o Pagé lhe deu instrucções secretas, que ella
tratou de cumprir.
Foi andando, com seu passo vagaroso de pre-
guiçosa, e se postou no caminho por onde Jacurutú
devia passar. Antes disso, porém, lhe havia o Pagé
, '
passado no casco uma fortíssima resina.
lw/\) L\JJ ( Afinal, chegou i margem deste e se dirigiu para a água, na qual
mergulhou. A angustia do indio bom era tremenda. Pouco a pouco, arras-
tado pelo chelonio que mergulhava, elle foi desapparecendo, depois de
se despedir da irmã, que chorava, pois ambos reconheciam que não havia
salvação possível.
h lá a r
Então, á medida que ia penetrando na água, Jacurutú falava:
— Meus filhos, e meus netos, vocês me vingarão! Aqui estão meus braços:
delles nascerão plantas no rio, que servirão vocês para essa vingança! Delies
nascerão o pau vermelho e flexível para vocês fazerem seus arcos. Dos meus
músculos sahirão as embiras para as cordas. Da minha gordura sahirá a resina
para alisar e gommõ das flexas. Do meu cabello o curauá para enfeitar-lhes as
pontas, tornando-as mais ligeiras e certeiras. E dos meus ossos a taboca para
as suas pontas! Meus filhos, e meus netos, vocês me vingarão.
iiuimou
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
Certa vez Mickey ficou pri- ...em que viajava. O comman- ...atirar ao mar toda a carga de ...estava receioso de que
sioneiro de uns piratas e uma danre do navio, vendo a imminen. bordo, toda a bagagem do porão também fosse considerado
tempestade assaltou o navio... cia de um naufrágio, resolveu... e do convez. Mickey Mouse... carga e jogado ao mar.
O receio de Mickey Mouse era bem ...a sua Minnie e os atirava ás . . . commandante, de — Todos ao mar! Todos
fundado pois um tripulante em breve o ondas revoltas do oceano em fu- campainha em punho, ao mar! — gritava o feroz
agarrava, bem como... ria. O pirata... dava as ultimas ordens, pirata.
— E a tripulação, obediente, atirava ao mar ...que também foi desamarrado e ...breve atirado ao mar
todos os prisioneiros. Entre estes havia um fugiu para dentro de um escaler, rioso! Esvaziado o navio encanellado fu
a tempestade
chimpanzé,... em... amainara... '
A COPAeEM^BOIIIBMO
f^-^>^»i^^^^ma^»Êmmmmmmmmmmmmmmmmam»mmmm% r~ umir ~ ariim ia — — —um————
i fv ^^^ { ^Ê i V jêêè à\ i
Bonifácio pregava sempre a seu compadre Liborio, que E que um homem é um homem e um gato é um bicho
na vida a coragem era uma grande cousa... Outro dia, Bonifácio...
.. .estava arranjando o seu jardim, quando viu por cima do Bonifácio como é corajoso fez ver ao tal cara que não
muro uma cara importuna... era bonito espiar para a casa dos outros.
Mas o tal cara não ligou importância as imorecações do ...para desacatal-o... Mas... quando chegou ao outro
Bonifácio e continuou no seu posto... Bonifácio encheu- lado do muro... teve tanto medo, que foi logo cumprimen-
se de coragem. .. tando o tal cara, pela sua grande altura!...
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
O DOENTE A FORÇA
DE MOLIÈRE
Z!í^_____ P
Mas Argan quer estar doente, e queixa-
Argan verifica a conta da pharmacia. se que sofíre de tudo. Afim de fazer-se Felizmente Belinha, a mulherzinha do
Fica furioso com o preço dos cmplastos, tratar mais commodamente, annuncia á doente, acalma-o, chamando-lhe "meu bem ".
clysteres, poçftes, etc, mas enfurece-se filha que vae casal a com o joven doutor "meti
bijurinho", e dá-lhe umas palma-
mais ainda por lhe terem dado tão poucos Thomaz Diafoirus. Pobre Angélica! Ella dinhas... Argan declara: — "Vou fazer
remédios! Somente oito medicamentos í esperava que Clcantho, o rapaz de quem o meu testamento e você vae ser regia-
doze lavagens. — " No mez passado, diz gosta, viesse pedil-a em casamento... An- mente gratificada." A esposa exclama: —
elle, foram doze medicamentos e vinte toninha, a creada* protegea-a contra Argan. " Oh! não
falemos nessas cousas, meu
lavagens. Não é para admirar si me en- que entra em cólera e ameaça bater na " Todavia,
querido! Belinha mandou vir o
contro peor agora. " filha. tabellião, para maior garantia...
O Sr. Diafoirus chega para apresentar Beraldo, irmão de Argan, vem visitar Argan, privado de medicamentos, acha
o filho Thomaz a sua noiva. Thomaz é o doente e passa-lhe uma tremenda des- que vae morrer. Então, a Toninha
acanhado e atrapalha-se a todo instante. teve a
compostura. — Você, si está doente, é idéa de disfarçar-se de medico
Elle começa por dizer bobagens a torto para vir
por intoxicar-se com tantos remédios!" tratar do doente. A rapariga aconselha-o
e a direito, e toma a Angélica por sua — diz o irmão. — " O melhor medico c
a mandar cortar um braço, para que o
futura sogra. Cleantho está presente e, a Natureza." — acerescenta. — O medico outro fique mais vigoroso, e
fazendo-se passar por professor de musica de Argan, o Dr. Purgon, não gostou da pede também
da " pequena", aproveita a oceasião para que mande vasar um olho, para que o
historia, e ameaçou de dar um clyster no outro veja com mais intensidade.
cantar a sua declaração de amor. desaforado.
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Más companhias
Uma gallinha dizia a um pintinho que a todo momento se afastava de seu lado :
Um ovo não deve passear com uma pedia ! Mas o pintinho não ligava importância.
Ouve o que te digo : — um ovo não deve passear com uma pedra !
E o pintinho, que era muito respondão, dizia :
Eu não me chamo ovo e meus amigos não se chamam pedras !
As pedras .— ajuntava a gallinha — são as más companhias !
Certa vez, a gallinha mariscava na areia e o pintinho aproveitou a occasião para afastar-se e acom-
panhou um patinho cuja amisade queria por ser mais amarello do que elle.
Com que elegância o patinho entrou num lago e nadou !
O pintinho seguiu o amigo e entrou nagua. Que agitai de asas. que desespero sentiu o pobrezinho !
Que é isso ? — disse, assustada, a gallinha. ao ver tropego, franzido de frio e .sujo de lama, ura
pintinho amarello. E ia dar uma bicada no animalzinho quando verificou que era o seu filhinho.
i— Ah ! Es o ovo que volta de passear com ns pedras ! — exclamou.
ALMÂNACH D*0 TICO-TICO — 1936
de Gato Felix
Às proezasBm
fl^flfllK flu^^l L_^ _______
Ai ¦¦ j '____L __B\
\ _P ^_____________k ________ V
— Vou aprender a tirar retra- — Este velhote vae ser a primeira ex- ...Gato Felix foi revelar a chapa, verifi-
tos com esta machina photogra- periencia! Vae ser retratado de costas! cou que manejara uma machina de raios
phica! — disse Gato Felix. Mas quando... X e que o velhote estava armado de...
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_á-3^____r^^^___ WMMMMm V'-' v-^*
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___l^r^ r^ a W
P ^_r__p^^T_L ¦_______?! |_rT=^SF=-
Mi3.K„.»>..,^T,s",,i,h..j- .n:,.i ,.„¦. S/jj
.. .o dono do cinema passou-me a cor- ... para a carroça dos cachorros. Va- 5____ - ^guLi-iv/»!-™ B-_i Bt-T^
da ao pescoço e quer levar-me certa- mos a ver onde me deixará esse malu-
.. .não pode andar com um garo amar-
mente... co! — O senhor... rado pelo pescoço! Sou delegado da
Associação Protectora dos Animaes,.
Os antigos gregos conheciam um jogo chamado Como esse jogo era demasiado suave para servir de
"harpaston",
que os romanos combinaram mais tar- treinamento aos soldados, resolveu o imperador Augusto,
"follis"
de com o que elles denominavam e que era no anno 28 antes de Jesus-Christo, modifical-o, denomi-
"cálcio".
parecido como moderno rugby. nando-o
Vários decretos e ordens dos reis prohibiram o Durante uma sanguinária partida de rugby, em 1823,
"football"
atravez dos séculos. Esse jogo, no entan- um dos jogadores desattendeu ás regras estabelecidas e
to, subsistiu até que na escola de Rudgy foram es- começou a correr com a bola as mãos, o que deu origem
tabejecidas as regras do jogo ao nascimento do rugby propriamente dito.
O football norte-americano começou no anno No anno de 1874 teve logar a primeira partida de
de 1840. em Yale. como rude partido entre duas rugby official nos Estados Unidos da America e desde
(•lasses, empenhadas vivamente em passar a pelota ahi se desenvolveu o verdadeiro football no conti-
pnrn as linhas do goal contrario. nente.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
IMPRUDÊNCIA CASTIGADA
Olha, Zéquinha, vae passear, mas evita as más com- Zéquinha não ouviu os conselhos de Tio Jucá e en-
|
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
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Na Amazônia destaca-se uma região onde predo-
mina a grande e valorosa tribu dos Mundurucús, a
preciosa planta que a tribu considera sagrada e salva-
qual, desde tempos immemoraveis vem cultivando uma
\3 dera dos destinos da tribu. A lenda di? que:
O tuchaúa, o grande chefe, tinha um filho, formosa
creança que era o encanto e a esperança da tribu. Uma
doença rápida, porém, veiu destruir a felicidade da íanrlia.
A mãe da creança chorava inconsolavel.
Tupan, o Deus Supremo, appareceu em sonhos á deso-
lada mãe, dizendo que da sepultura do menino brotaria
uma planta que daria frutos, cujas sementes negras cer-
ç?C cadas de arillo alvissimo, seriam como os olhos negros
da encantadora creança, multiplicados aos milhões a velar
pela paz e pelos grandiosos destinos da tribu. Dahi a ser
o Guaraná considerado peles Índios como uma planta
sagrada. E a sciencia veiu comproval-o.
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BSBNHQl? ANIMA
È&^^vLf
§ O, L B ADI NHOS C ti U M B |
A MACHINA
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Quem inventou a machina de
sommar ? Deve-se este invento a
Blaise Pascal, um francezr
Blaise Pascal foi um notável
mathematico e philosopho. Em
A PRINCEZA CAPTJVA
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GHHtàmí&wüti
—_ i... M»rp^—g——<—nmmumfL ati ,tiy i rwMMBMPMWwrriBwnjmjuigji íu —
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ALMANACH D'0. TíCO-TICO — 193Ó
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M A C * I -N A o
do os risos das companheiras e as A avô de Melita comprehendendo pobre coração! ficou tão magoa-
historias que lhe contaram, se vem que andava alguém a dizer outras do!...
misturar todas com as que lhe conta historias á netinha, puzera-se a ve- A's vezes, sem saber, junlo a avó-
a vóvózinha... lar... zinha se põe a chorar.
— Era uma vez... A avó toma-a nos braços, para aca-
lental-a.
E a embalal-a tal quando creança, Então Amelinha pede:
... Um dia appareceu alguém no a avó se pôz, baixinho, a narrar-lhe —-Vóvózinha, conte uma historia,
caminho de Melita. Alguém que toda a feia e triste historia, do lobo uma historia bem bonita para eu so-
Amélia julgava o principe esperado, muito máo que queria devorar numa
boa menina... cegar. .
e não era sinão o diabo transformado E doce, a avózinha diz-lhe:
em cavalheiro. E ella perguntava — para que
Amelinha nko o reconheceu e nem esses braços tão grandes? Ouve como é linda a historia da
o podia reconhecer... Era tão nova Para melhor te abraçar, minha Bella Adormecida!.,.
ainda... menina... Mas Amelinha não n'a quer ouvir.
E, como Amelinha não ouve mais Para que essa bocca tão gran- Não, vóvózinha, essa, não!
as historias da avózinha, é esse ai- de?... Por que me conta essa historia?
guem quem lh'as começa a narrar, Amelinha revoltou-se: Bem sabe que já não posso mais so,
lindas, doces, embaladores... Oh! vovó! Para que está a con-
tar-mc esta historia? Bem sabe que nhar...
São historias fascinantes, historias A avózinha sorrindo, acalma-a.
de amor! De amores que, fortes e não sou mais creança...
A avó sorriu d^ mansinho: Minha netinha, na vida, ha mui-
grandiosos e de fulgurantes asas,
alam-se todos para o reino maravi- Bem sei, minha netinha. Mas to coração que, creança incauta, toca
lhoso de sonhos encantadores. escuta: — a Vida é um grande livro o fuso mágico, parece morto e ê ape-
E, voz melodiosa e doce, macio o onde cada um de nós escreve a sua nas adormecido... Mas em chegan-
gesto, 6 elle agora quem vae qual historia. E ha algumas tão tristes de do o principe poderoso, elle resusci,
Fausto tentador, insinuando-lhe ao se ouvir... E, ás vezes, lendo as pa- tara...
ouvido: ginas de outrem é que se aprende a Ouve, ouve como é linda.
— Era uma vez... traçar a nossa mais linda ou mais E docemente acabou de conlar a
feliz. historia acariciadora.
Então, serena, acabou de contar, Era uma vez...
.. Amelinha traz o coração trans- baixinho, toda a historia do Chapéo-
formado,.. Não dorme nem come. zinho Vermelho:
não socega nem trabalha... Olhos Era uma vez...
cheios de novas visões, a cabeça lou- E o fim da historia?
ca de chimeras, vae se esquecendo Toda a historia tem fim...
pouco a pouco das historias antigas. Agasalhaila entre as cobertas, Meli- O coração de Melita acordou com»
Ai! é sempre assim! A gente quan- ta treme de susto... Comprehendeu a Bella Adormecida para o Amor .que
do fica moça, esquece dos contos toda a historia do lobo e da menina. foi o principe poderoso que che-
ime ouviu quando pequenina... E comprehendeu tambem que, histo- gou...
E, uma noite, tomada pelo sonho rias, ai! todos contam, mas devemos Ella casou c é feliz...
que a embriagava, Amelinha prepara ouvir as da avózinha, pois essas, sim, Si teve muitos filhos, não o diz a
toda a roupinha para ir cm busca fazem bem ao coração. historia. Diz somente que no dia em
do reino encantado e promettido! E, Junto ao leito da neta, fechados os qué se casava, toda de branco, linda
quando, manso a manso, abre a velha olhos a avó desfiava vagarosamente t; feliz ,a um canto, enrugadinha,, ve-
porta que, surda geme nos gonzos, as negras contas do seu rosário, bai- lha e pequenina, a bòa avó, radiante
sente um vulto que docemente a to- xinho, muito baixinho... estava a dizer:
ma pelos hombros e a traz de novo | Era uma vez... — Entrou por uma porta.,, e sa-
para a peauenina sala...
As avózinhas tudo vêm... tudo * * * hiu por outra... "Manda Deus Nosso
sentem... Amelinha aprendeu a viver, mas Senhor que te conte outra...
ALMANACH D'0 TICCPÍÍCÓ — 1936
O O T B A L
N I M A E S - D A ANT1.QUID A D
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O s I R A o Q R I
^^IKü? IKiO
Guilherme Grimm
Je.cob Grimm Todas as crean-
çns conhecem os
celebres contos de Grimm. cheios d. que serviu para uma investigação histórica
encanto c de fantasia. Jacob e Gui- da lingua allcmã. Nessa pesquisa clica
lherme Grimm foram os mais conheci- r a m professores vieram a descobrir historias do folklorc o
dos autores dos melhores contos de em Berlim c pes- foi, então, que se tornaram famosos pu-
fada: Hansel. Grctel, A menina gan- soas muito cultas* blicando os seus contos de fadas que,
so. Branca de neve, o Pequeno Pcl- Jacob escreveu durante gerações, as mães alleniãs con-
legar e outros. Os irmãos Grimm fc- uma grammatica taram aos seus filhinhos.
7X
x< Balâq que assim
Desce pelo São Joáo
Fica guardado, não sobe mais...
E' uma relíquia
De estimação.
3) Planaltos elevados, da 3000 a 4500 metros de altitude, A alimentação comprehende doces, bróas de milho a
Divisões territoríaes: ao N., o Tigre, cap. Aduá; ao Bebem-se o talla (cerveja) e o tach, que são prepa-
S., o Amahra, cap. Gondar, e o Choa, cap. Ankober. rados com me!.
Productos— Café, marfim, myrrha, cera, mel, pennas Na guerra italo-ethiope de 1880, os effectivos mili-
de avestruz, pelles, ouro, musco, petróleo, etc. tares da Abyssinia compunham-se de 145.000 homens. A
bres, um mez antes e após as chu- ê^WÊÊBÊÊê mummente usadas são a lança, a
de I892i cujo nome, em idioma amharico, significa nova Em campanha, podem alimentar-se' exclusivamente, se-
ORGULHO CASTIGADO
Zézé era um menino muito orgulhoso. Nâo dava confiança nem brincava com os outros meninos, só
porque era filho de
um homem muito rico...
Outro dia Zézé, foi sentar-se no meio do banco da praça, os meninos pobres foram sentar-se também. Zézé chegou-se
para a ponta do banco para não ter intimidades..
O PRÍNCIPE
O Príncipe Feliz era uma estatua, que se erguia numa columna alta,
dominando a cidade. Era toda de ouro, com os olhos de brilhantes e o
punho da espada adornado com um enorme rubi. Todos admiravam a estatua
e quando algum menino chorava, pedindo a lua ou qualquer outra cousa
disparatada, a mãe dizia :
Por que não és como o Príncipe Feliz, que não chora ?
Uma noite, uma andorinha voou sobre a cidade e pousou na estatua,
abandonando suas companheiras, que voavam para o sul, fugindo do inverno.
Cahiu a noite e, aos pés da estatua, a andorinha, ia esconder a cabeça
debaixo da asa, para dormir, quando sentiu que uma gotta d'agua cahira-
lhe em cima. Não estava chovendo e a andorinha, olhando para cima, viu
que a estatua estava chorando. Voou então até o rosto do Principe Feliz,
que falou :
Eu vivi e fui feliz, num palácio onde não chegavam as dores do
mundo. Agora, d'aqui, vejo todas as misérias. Vejo uma mulher cosendo,
sentada junto a uma janella. Pagam-lhe pouco e ella tem o filhinho enfermo.
Andorinha amiga ! tira o rubi do punho de minha espada e leva-o a essa
pobre mãe porque eu não posso me mover, tenho os pés presos a esta
columna!
A andorinha, attendendo ao pedido, arrancou o rubi da espada do
principe e levou-o no bico, a voar. Ao passar sobre um palácio, ouviu mu-
sica. Uma formosa joven, chegando ã janella, ao lado do noivo, falava.:
i— Oxalá termine essa costureira o meu vestido de noiva ! A andorinha
soube, então, que a pobre costureira para quem ia levar o rubi estava tra-
balhando para aquella joven, que nunca soubera o que era a fome. Bem
que tinha razão o Principe Feliz em estar chorando !
Quando chegou á janella da pobre mulher a andorinha viu que ella
estava dormindo, vencida pelo cansaço. Voou até a mesa e deixou o rubi
junto ao dedal.
A andorinha, em seguida, foi dormir nos pés da estatua do Principe
Feliz e na manhã seguinte voou até o rio, para banhar-se. Um professor
a viu passar e ficou tão admirado de encontrar uma andorinha no inverno,
que immediatamente foi para o seu gabinete e escreveu um tratado a pro-
posito daquelle incidente.
A andorinha pensou partir para o Egypto, onde já deviam estar
suas companheiras, mas o Principe Feliz pediu-lhe que demorasse ali mais
uma noite.
.— Vejo um pobre escriptor no seu aposento, com fome e frio, sem
f
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
I mMWMWMmMWmwmMWmWMWMWammmWmUMi
FELIZ
poder terminar a sua obra. Leva-lhe um dos brilhantes dos
pediu o Príncipe.
Não posso fazer isso! — disse a andorinha.
meus olhos ! —
£4üL
Attende-me, por favor ! — insistiu o Príncipe.
Chorando, porque acreditava ir causar dôr ao Príncipe, a andorinha
fez o que lhe era pedido. Voou até o aposento do escriptor, que. com a
cabeça apoiada entre as mãos, não viu a andorinha. A avezinha deixou o
brilhante sobre um ramo de violetas murchas que estavam num copo. Pensou
então a andorinha nos leões e nos crocodilos da África, onde já deviam
estar suas irmãs e quiz partir. Mas o Príncipe Feliz falou :
Vejo uma menina, vendedora de phosphoros, que chora na rua
porque cahiram os phosphoros na água da sarjeta e estão molhados.
Arranca-me o outro olho e vae leval-a à menina !
A andorinha attendeu ao desejo do Príncipe e como então este ficara
cego, resolveu não mais abandonal-o e ficar com elle para sempre. E a
avezinha contava-lhe historias das cousas que havia visto nos seus vôos
pelo espaço. Voando sobre a cidade, a andorinha voltou e contou ao
Príncipe que tinha visto ricos divertindo-se emquánto pobres choravam de
fome. Havia visto dois meninos ao relento, abraçados para darem-se mutuo
calor. Então o Príncipe disse á andorinha que arrancasse as folhas de
ouro que lhe cobriam o corpo e as repartisse com os pobres. Assim fez a
andorinha, deixando o Príncipe apenas em armação de chumbo. Em breve
chegaram os rigores do frio e a avezinha, á falta de alimento, foi pouco
a pouco se debilitando.
Uma manhã quiz erguer-se num vôo para beijar a face do Príncipe
Feliz em despedida. Fel-o para logo depois cahir morta no chão. Dentro da
estatua reboou um ruído estranho. Era o coração de chumbo da estatua
que se despedaçara.
Momentos depois o alcaide da cidade sahiu a passear com os seus
conselheiros e vendo o aspecto feio da estatua, ordenou que a fundissem num
forno. Ninguém olhou para a andorinha morta. Na forja apenas não pôde
ser fundido o coração do Príncipe, o qual foi atirado ao caixão do lixo com
o cadáver da andorinha.
Um dia, Deus mandou que dois anjos trouxessem da cidade as duas
cousas mais preciosas. E os anjos levaram a Deus o coração de chumbo
da estatua e o cadáver da andorinha.
Escolhestes bem — disse Deus — Porque em meu jardim do
Paraíso, esse passarinho cantará sempre e na minha cidade de ouro, o
Príncipe Feliz me alegrará eternamente.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
O eremita havia feito muitos mila- No recanto sagrado, tinha o eremita Num rio que atravessava uma fio-
gres. Tinha dado pernas aos aleijados uma serpente e uma vacca, animaes sa- resta, vivia um jacaré, egualmente sa-
e vista aos cegos. grados e venerados pelos hindus. grado.
nesses animaes Misotir, assim se ...pela noite. Mas, quando quiz tocar Misour, matou a vacca, dizendo:
chamava p ímpio, resolveu roubar a na vacca, o animal precipitou-se sobre "Matei o animal sagrado;
quero vèr o
vacca, o que fez... elle. que me acontece".
(Continua na pagina sei>uinte)
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
...velho, havia morrido. "Vou pedir Foi ter com o eremita e disse quem ...da serpente, e que queria algumas
ao eremita que me dê algumas fructas era, acerescentando que tinha em seu fructas. "Dar-te-hei, de bom grado"
sagradas, senão furto-as á noite" poder o couro da vacca e a pelle... disse o eremita, fazendo um signal. . .
I #111
jliiwracões be CicerovalkòaraS,
Em seguida. Icvantando-o novamen- E, pela ultima vez, atiraram seu cor- ...vingado o ulrrage, voltaram á flores-
te, lançaram-no ás serpentes, que o cs-
po aos crocodilos do rio Ganges. As ar- ¦ ta, onde se encontram com suas enormes
magar.im. vores, tendo... raízes.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
"SnTvgSig
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Benjamim estava sentado na . . . uma folga, reprova tudo quanto se faz! . . . creança com medo da cara
escada, muito triste, quando ap- Ora, vá dar um passeio para te distrahires, de Benjamim, correu e cahiu no
pareceu a tia Joaquina e lhe per- disse a boa senhora. E Benjamim foi ao lago. Benjamim tal qual como
guntou o que tinha e porque es- Campo de Sant'Anna. Logo ao entrar, viu se achava, vestido e calçado, ati-
tava ali. — Agora não se pode uma creancinha caminhando no grammado rou-se ao lago e salvou a crean-
mais brincar! — disse Benja- que descia para o lago e, percebendo que ça. A família da creança ainda
mim. Seu Chiquinho não dá... ella fatalmente cahiria, chamou-a, mas a... não havia dado por falta da. . .
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. . . menina. mas, outras pessoas que assistiram o acto Chiquinho já sabia de tudo e, logo que Benjamim
heróico de Benjamim, deram-lhe muitos palmas. Benja- chegou, foi ao seu encontro enaltecer a acção nobre de
mim não se envaideceu com o acto que praticou. Entre- seu velho amigo: — "Procedeste como um homem!"
gou a creança áquellas pessoas que ali estavam e correu Eu bem sei que não sou mulher, respondeu Benjamim,
á casa para trocar de roupas. e depois quem é bom já nasce feito.
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
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ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
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Os reis da antigüidade tinham mensageiros carrega- .. .copiado dos persas, os romanos collocaram caixas de
dores que levavam suas communicações mas o povo não correio nas grandes estradas, a seis milha." de distancia
podia usai desse privilegio, embora pagasse. uma da outra, collectadas por mensageiros a cavallo.
Fazendo sua essa organização, que haviam. Da palavra latina positus (o que está posto,. ..
.. .situado), que se referia ás caixas collccadas nas es- de 1482, quando um só ginete percorria vinte milhas
tradas principaes, deriva-se o vocábulo postal, que. hoje, para entregar uma correspondência.
significa transmissão de correspondência. No século XVII os particulares tiveram
O systema de correios inglez começou no anno... para se utilizar dos serviços de correios. permissão
O transporte de correspondências por coçhes ou di- O primeiro sello postal, que tinha o retrato da rai-
ligencias começou, na Europa, antes da revolução fran- nha Victoria, da Inglaterra, foi posto em circulação em
ceza. Em 1830 correu o primeiro trem postal de Liverpol 1 de Maio de 1840. Nesse dia venderam-se sellos no va-
a Manchester. lor de 2.500 libras. O primeiro sello norte-americano.
. . . appareceu em 1847. Com o desenvolvimento dos ca- Em 15 de Maio de 1918 foi estabelecido o primeiro
minhos de ferro, começou, em 1864, o serviço de trens serviço postal aer«o regular nos Estados Unidos da Ame-
correios na linha de Chicago a Chiston, nos Estados Uni- rica do Norte, entre Nova York e Washington, com pi-
dos da America do Norte. Era o correio ambulante. lotos pertencentes ao exercito.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
fi Sueury
As Capivaras não tinham socego, .. .Este caso resolve-se já, vamos pro- .. .A Onça continuou a procurar os
eram perseguidas pelas Onças, pelas metter á Sueury, a Onça para o jan- pontos onde as Capivaras pastavam.
Sucurys e pelos caçadores. Um dia tar. Foram á Sueury e ella acceitou a Um dia, quando pastavam as duas
uma Capivara encontrou-se com proposta, mas, foi logo avisando que, Capivaras, appareceu a Onça com
uma Paca e contou que a vida ali, quando não tivesse mais Onça para uns modos muito maneirosos. As
naquelle logar, era um martyrio... jantar, voltaria a comer Capivaras... .Capivaras, desconfiadas, foram...
J*ío<Âex.
.. .caminhando para o lado onde se achava a Sueury. ...Capivaras a tudo assistiam, tremulas de medo.
A Cobra num bote certeiro apanhou a Onça pela Por fim enguliu a Onça e ficou immovel e inofen-
perna* e depois com o corpo foi enlaçando a fera, siva. — "Agora nós", disseram as Capivaras! E, a
tirando-lhe os movimentos, apertando-lhe e que- dentadas formidáveis mataram a Sueury. Por muito
brando-lhe os ossos. As... tempo viveram as Capivaras em paz.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
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ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
V^I^V mmt KwiMUiiflLvVáfl mmf nTw -JkiLm LSf TTTTniV_____ "-v-i , 9mWw*mm\
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B ¦MH| ^*mm0mE.mWmmM^mmm Vwfl
1- .
... — Vaes ver como é simples. Experimenta . . Bem, da primeira vez não foi. Vamos ten-
tu também e verás que não é dif ficil. . . tar outra vez.
Nossa Senhora! Quebramos todos os ovos E por castigo lá ficaram as duas meninas
e não conseguimos fazer o que Colombo fez. de pé no canto da sala.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 193o
O R I G EM D O PALITO
conhecido na antigüidade esse pequeno utensílio ? Referem-se a elle os clássicos ? Como o usavam os
diversos povos? Para começar, achamos o palito nas sciencias naturaes. A zoologia nos ensina, de facto,
ERAque os crocodilos dispõem de um dentista que lhes é próprio, um pássaro designado no Egypto por um
nome traduzivel pela expressão: pássaro-avisador. Ao naturalista Henri Coupin parece que seria mais
"passaro-palito", tal o seu
exacto denominal-o papel com relação ao crocodilo. Quando elle o vê estendido na
areia, a digerir a presa, corajosamente penetra nas fauces do réptil e cuidadosamente lhe retira dentre os
dentes o que poderia incommodar o terrível saurio. O crocodilo presta-se, condescendente, de olhos fechados,
a essa operação, aprazível também para o operador; e, grato, o pássaro logo que percebe, com a sua vista
aguda, a approximação do homem ou de um animal, avisa com grandes gritos o réptil meio adormecido. E',
se tenha feito sentir desde as épocas mais remotas da
permittido suppor que a necessidade de polir os dentes
civilização. Os primeiros instrumentos que os nossos antepassados trogloditas e lacustres usaram, foram, certa-
mente,'pequenos ossos de animaes c espinhas de peixes. Assim, pode-se crer que a invenção do palito não
haja custado ao inventor um esforço intellectual demasiado. Nas obras de escriptores clássicos anteriores á
época romana, nenhuma menção se encontra no tocante ao diminuto instrumento de que tratamos. Os babylo-
nicos, de requintado luxo, os elegantes athenienses deviam, seguramente, cuidar do asseio dos dentes, tanto
quanto os civilizados romanos. Pode-se, entretanto, presumir que Sardanapalo e Semiramis, Alcebiades e As-
pasia manejavam com a mesma graça que Lucullo e Horacio uma leve haste de alóes polido. Os historiado-
"toilette"
res latinos que se oecuparam das particularidades da feminina, no tempo de Agrippina e de Popéa,
referem que as damas romanas, depois de terem polido os dentes com finíssimo pó de mármore, passavam
entre elles uma ponta de porco-espinho, a qual invariavelmente figurava na caixinha de perfumes, ao lado da
pedra pomes, destinada a eliminar o pello dos braços e das espaduas, e a pinça de ouro, com que arrancavam
algum fio de cabello que, indiscretamente, apparecesse nas faces. Na referida caixinha também se achariam
sempre varias pomadas, de delicado perfume, utilizadas com freqüência. Na China e no Japão o uso do pa-
lito remonta á mais longínqua antigüidade. Que ha no Occidente que os chinezes não tenham conhecido desde
tempos immemoriaes ? No Oriente, ainda hoje, o palito tem especial importância. Os hindus devem lavar os
dentes todas as manhãs, antes que desponte o sol, e fora da porta das suas moradas. Utilizam-se, então,
de um pequeno fragmento de madeira sacra, que logo lançam para longe, segundo prescreve o rito religioso,
O uso da escova de dentes data de depois do fim do século decimo-oitavo; assim, durante a Idade Média
e séculos depois, o palito constituía o único instrumento empregado na conservação da belleza e da
saúde dentaria. Erasmo recommenda que, após as refeições, sejam os dentes, polidos com o di-
minuto osso pontudo que se extrahe do esporão do gallo: e acerescenta que não se use a faca
"nem a unha", como fazem os cães. Uma curiosidade relativa a este assumpto e sus-
ceptivel de interessar aos amadores de musica diz respeito a Rossini. Durante a sua
permanência em Veneza, o celebre maestro, em poucos dias, depois da refeição,
pum restaurante habitualmente freqüentado por elle, escreveu com um pa-
"Bruschino". Essa composição, modificada,
lito uma opera intitulada "Barbeiro
transformada, tornou-sè o im mortal de Sevilha",
S \
JFt N T A B R 1 O I D A
A A R A N A S ,w^v^
AS ESTRELLAS
As aranhas não são insectos,
embora os zoologistas as incluam
Nas aranhas as duas partes são
ligadas por um cabo flexível e tenro,
u ' hora a
que as creanças adornie.
cem,
í
>
no numero delles, As aranhas per- Os insectos têm três divisões, pela concha do céo macio c bran-
tencem á classe dos animaes chs- Outro ponto de differença refere- ^
do, >
mados — arachnideos. se ao numero das pernas. Os in- palpitando, as estrellas apparecem. >
Os arachnideos incluem os es- sectos têm 6 pernas, emquanto as
corpiões e outros animaes muito aranhas e quasi todes os arachm- ) E semelham, no céo límpido e lin- >
do.
conhecidos. Esses pseudo-insectos tíeos têm oito. ¦\ presas no ar e rebrilhando acce- j-,
têm o corpo dividido em duas par- A maior parte das aranhas têm sas, i
tes. A parte deanteira consta da oito olhos que se inclinam na parte i pingos de lume n'agua refulgindo.)
cabeça, do thorax c do abdômen, da frente da cabeça; \ E recolhem as aves, escondendo
j
na asa a cabecinha fatigada,
' cansada de ser livre, e já pen-í
. dendo.
'.¦' \
_' Dormem todos o mesmo
somno;
Cexta vez um caipira, de violão do nada bão, Tirei o seu afiado brando;;
em punho', sahiu cantando pela es- debaixo delia e dei uma parmada, 5 Sonhando todos o mesmo sonho í
lindo; \
trada a fora, e ao chegar perto de bem boa nelle pra nunca mais el«-; • ! todos sorrindo e doces respirando, \
uma ponte, encontrou um çompa- fazê aquillo. "i. /
' Mas as estrellas
nheiro. — Mais cumpade, isso num é pelos céos suaves, l
¦'<-< Olá cumpade, èu vô bem è nada, pois ôtro dia eu fui num pa- > accendem nos seus olhos o cuida- <
do:
.cumo vae vancê ? gode lá do seu Mane. Era perciso ; vigilam, p'ra que seja descansado 5
— Eu vou bem. Vancê fala cum assa uma leitoa bem grande e todo í o sonino das creanças e das aves—í
a cumade qui eu vô lá um desses mundo num quiria chega perto
dia vê o meu afiado; quando sahi da leitoa qui era mêmo brava que Affonso Lopes Vieira
lá da casa delia, cumpade, eu inté nem vacca pegadora. Intonce eu
—
quase chorei de pena do meu afia- passei a mão na ispingarda e ber-
do. Cume que vae elle? rei fogo pra riba delia cum pórva
•—Elle vae bem, mas ôtro dia eu secca qui pego na leitoa inté qui
muntei na mulla e fui passiá; quan- ella fico toda assada;
do eu vô chegando perto do currá Assim que acabou de pregar essa
ido sô Coroné, vancê num sabe, eu mentira ao outro, este ficou pio
enxerguei seu afiado brincando cura curando um meio de contar uma
uma nuvía e debaixo dos pé delia; pôta maior, mas tal era o seu em-
a nuvía num fazia nada, sô qui cila baraço que deu o fora, esforçando-
fazia era lambe o minino c elle se por não cahir em completo ri-
cumo cosa que sabia tira leite, co* diculo... ^"_&r^_*^
nieçô a aperta os peito da nuvía, Ely Araújo Barbosa Xlí.
^*C_^ «BX3
i__j£*^
P ir?
iMas as estrellinhas nada quiseram Para mais livre» lolgarem, resolveu
Certa vez, um grupo de estrellas ram tirar os chapéuzinhos de pon-
ouvira contar, de um raio de' luz, as ouvirt Prometteram mil cuidados e
precauções, e tanto pediram, tanto tas, escondendo-os a um recanto do
bellezas e os prazeres que existiam ca jardim, sob um jasmineiro todo em
na terra. rogaram, já a fundirem-se em lagri-
mas, que Venus a contragosto, mas flor...
Narrou-lhes, o pequeno fio de luz, E começaram então a brincar. Tu-
tudo o que presenciara, quando, nas para seu socego, resolveu acceder:
— Dou-lhes a licença, dou-lh'a. do as extasiava, tudo... As flores, as
noites claras e perfumadas, com ou- arvores, uma fonte... E foram-se
tros irmãos, aqui descera a brincar... Vocês poderão ir. Mas é preciso que
Falou-lhes nas maravilhosas fio- tomem muito juizo e muita cautela, para mais longe.
com o gênio... E, especialmente, te- Foi então que, sorrateiro, surgiu
res de suave aroma que desabrocha- dentre uma moita ide cravos, o gênio
vam em magníficos jardins; das nham também muito cuidado cora os
seus chapéuzinhos. Vocês bem sa- malfazejo e inimigo. Estando a pas-
fontes, sempre resmungando _ as seiar pelo jardim do castello, vira as
eternas queixas das águas; dos rios. bem que sem elles não poderão tor-
calmos ou turbulentos, que elles se nar ao céu, nem apparecer ao Se- estrellas descer. Occultando-se im-
divertiam em pintal-os de prata; do nhor... mediatamerite sob a moita das per-
mar, mysterioso e profundo — o bel- Radiantes, as estrellas não quize- fumadas flores tudo ouvira e presen-
Io espelho predilecto de sua sobera- ram nada mais ouvir, nem os últimos ciara. Em vendo-as se afastarem,
na, a lua... e falou, ohl falou tão conselhos sensatos de sua rainha e, elle se foi maldoso e rastejante, para
suavemente nas doces serenatas e fes- em debandada, correram ao raio de o jasmineiro em flor.
tas que o homem fazia sob o luar... lua, para que as trouxesse áquella Nume gesto de vingança satisfeita,
mesma noite á terra... agarrou a todos os chapéus lumino-
que a mais viva curiosidade, a mais sos das estrellas e se foi depressa pa-
soffrega das curiosidades excitou o E, descida a noite, uma noite cia-
ra e ,'de luar, aromada e doce, o gru- ra o mar. Em lá chegando, num ges-
grupo de estrellinhas... to de cruel victoria atirou-os ás
Por mais que ellas espiassem em, pinho estrellar victorioso, desceu do
suas janellinhas de oiro, para baixo, céu á terra. águas escuras...
nada viam nem percebiam. Vieram ter a um immenso jardim Os chapéuzinhos cahiram n'agua,
de um castello adormecido onde o num chiar de fogo que se apaga e,
E então, após breve conciliabulo
correram em bando, alegres, ruido- raio lunar, as esperaria para regres- perdendo toda a luz, foram-se sub-
sas, a pedir a Venus — a rainha sarem ao céu... mergindo,,.
bella das estrellas, que as deixasse, Ahi como estavam risonhas e feli- Quando depois de enorme folgan-
com o pequenino raio, vir a terra' zes a<v estrellinhas! Saltavam num ju- ca, voltaram as trefegas estrellinhas,
também... hilo intenso e os olhinhos azues, of- foi-lhes cruel a surpreza...
A principio Venus recusou cora fuscavam como pequenos pharóes... Sob o jasmineiro só encontraram o
ponderações justas: o logar das es- pareciam estudantezinhos em ferias». perfume doce e embriagador de suai
trellas era no céu... Que flores e a sombra das ver-
iriam fazer na terra? O céu des folhas... nem a pon-
ta de um pequenino cha-
era muito mais bello na
sua gaze fina, esplendida, péo! Embalde a procura!
Pesquizarani todo o jar-
assim tecida pelo lamé de dim, sob todos os tiifos
prata da lua, entremeiada, de verduras. Despertaram
qual rede maravilhosa, pe- os cravos, as dahlias e jas-
los diamantes azues dos as- niins, acordaram todas as
tros mil...
E como se divertiam
quando, visitadas pejas nu-
, vens muito leves e brancas,
WÈÈÊÈÈSÊÊÊÊfc^M flores, a quem affiictas
pediram noticias dos cha-
péus. Nenhuma lhes sou-
be responder... si todas
esgarçavam com a ponta sonhavam!
dos chapéuzinhos lumino- Roubaram-nos, dizia
sos, o algodão dos seus ca- uma, foi o gênio do mal,
bellos... com certeza.,.
O grupinho, porém, da
curiosidade aguçada, não
se conformou. Pediu, sup-
plicou e tanto irritou a Ve-
nus, que esta se zangou
WÊàmm^Mm Havíamos escondido
aqui: roubaram-nos...
Procuremol-os. Sem
elles não poderemos tornar
ao céu... procuremol-os
afinal. sem descansar...
— Vocês são teimosas, e Porém — pobres es-
como todos os teimosos, trellinhas! — por mais que
poderão soffrer algum cas- buscassem, que pesquizas-
Sí% f ¦
tigo. Vocês ignoram, mas sem, não lograram encon,
já que tão recalcitrantes se trar os chapelinhos, e nun-
mostram é preciso avisai- sa os encontrarão, pois ja-.
as: Existe na terra um ge- sem no fundo do oceano...
nio que nos odeia. Esse Mas as míseras sempre o
gênio, outrora, apaixonara, ignoraram, e até hoje o
se por uma de nossas ir-' ignoram... Assim, desça a
mãs. Recusado, jurou e^n- noite, procuram-no as es-
tão vingar-se de todas as trellinhas sem cessar, em to«
estrellas... Habita a ter- das as maltas e jardins, sob'
ra, e si por acaso enc-on- todas as plantas e flores.
trar alguma estrella, pode-
rá fazer-lhe algum mal. ("nünúa no fim do num.)'
MJíÀNACH D'0 TICO-TIC 193ó
A n o
0 DIA 12 DE OU-
jr\NlMAES PREMIS: TUBRO OS POMBOS
TÔRICOS
Apesar de não ser, mais consi
derado feriado o dia 12 de Outu-
bro, devemos prestar as devidas
homenagens aos vultos heróicos,
que com tanta coragem e talvez com
risco da própria vida, viajaram em
caravellas e descortinaram o novo
continente, a America.
Por que tirar-lhes as glorias?
Nunca!
Deus disse : — Pae a César o
que é de César.
Ha milhares de annos a parte Ha, como sabem os nossos
Por isso me acho com o direito
sul do continente americano es- amiguinhos leitores, pombos de
de pequeno brasileiro e patriota,
tava coberta de vasta camada dé falar sobre tão grande dia que foi varias espécies e de variados co-
gelo e as espécies animaes quê e será 12 de Outubro. loridos de plumagem. A espécie
então ali viviam tinham fôrmas O dia 12 de Outubro era um de' que acima damos uma gra-
extravagantes. Entre essas es- feriado. Nelle se commemoravam vura é a do pombo de papo es-
duas grandes datas: a descoberta
pecies figurava a do litopterno tu fado e cauda em leque, com-
da America e o Dia da Creança.
pampeano, ou elephante dos An- rhum na parte norte do conti-
Colombo era lembrado no dia 12
des, que a gravura acima repre- nente americano. A utilidade dos
de Outubro, porque a figura legen-
senta e que, como vêem os nos-
daria desse descobridor do mundo pombos chamados correios é das
SOS leitores não era tão feio como é também um symbolo de energia e maiores, desde os tempos da
> elephante, que chegou até cs de audácia e uma prova viva do
" mais remota antigüidade.
sos dias. eterno valor dos homens,
Elles serviam e servem como
Era até mais elegante, pois
Ivzí de Almeida mensageiros fieis' transportando
possuía a tromba pequena e as
recados e mensagens de e para
orelhas muito menores e mais
bonitas do que as dos elephan- logares bem distantes.
tes que conhecemos na época O pombo-correio é o precursor
actual. - dos carteiros.
f- lllWlMll
r«UIINHA "ALFACE
(GRIMM) t&Zrr*
n encerrou-a, então, no meio da fio-
resta, em uma elevada torre,
não tinha nem portas, nem es-
que
Era uma vez uma mulher gu-
losa que tudo quanto via queria cadas.
comer.
Aconteceu ir ella um dia á ja-
íl , Quando queria vis/tal-a, o que
suecedia duas vezes por semana,
nella e ver no quintal visinho um a madrinha gritava-lbe de baixo :
amor, e amanhã mesmo apresentar- rem-lhe dos olhos duas grossas Ia*
A te-e] & meu pae como minha és- grimas. Elle levou as mãos aos
m
p>rfjfrtntfi
posa.
E tratou de afastar-se o mais
olhos, é quando as tirou, ohí aíe-
cabelleira loura, por onde a bruxa nhado de espinhos, cegou-o complc- mente a formosíssima cabelleira,
plio -^Jí-.l
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
ZÉ MACACO
VIOLINISTA
Tocou tanto e tanto que ficou tonto. ^-""SZ~--i_ ^tn Li ~íf TThI 7*~
a cabeça lhe andou á roda. No fim elle ^j"^r 12ãa^ J*\ /ji**^ ^^ \^ifl«^\
também rodou... IfcEDBtC^^ \^/^ l V
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
FAUST1NA
PIANISTA
QD m
A CIDADE ESTA' INFESTADA
OQ
nDOD aU(PU_8D[p?_pa'
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ENTÃO OS _RS n£o ACREDITAM
DE LADRÕES ,MAS EU VOU NO |
MEU AUTOPEGrA LADRÃO ? Vo U r-
_____M_ -&
TOMAR. CONTA
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DELLES
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pôl-o
&$ ./'\ íjrl
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_f,_R^ ....
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w_y^// / A 6R__a!PRENDI
-jfH^oK0* UADRÂo
^^t^7\0
e. AINDA
¦_f%___5a^,
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
V
Amanhã, como teu pae, farás bonecos em pa-
lavras.
m
Alegria e bondade! Pintarás os homens com os adjectivos da côr
Não te esqueças disto! Alegre comtigo mes- que merecerem.
ma e boa para com os outros! A "alegria conserva Uns com adjectivos vermelhos, outros com
a saúde e nos torna queridos. adjectivos azues.
As cousas tristes não devem ficar no teu Ganharás, com isso, a estima de
poucos, o
m samento.
pen- ódio de alguns, e a inveja de muitos.
E' fácil ver o lado bom de tudo. Não te importes. Vae para a frente. Iwi-W
Quando chover, pensa na alegria das plan- Faze sempre os teus bonecos como entende-
tas! res!
Quando fizer sol, pensa na alegria dos E, quando desenhares em palavras, contenta-
pas- te com a gloria intima das phrases
saros!
que ficarem
VI cantando em teu peito, e das idéas nobres
verem sahido de teu cérebro. que ti-
A Virtude é silenciosa e não precisa ser
tada como um annuncio de pasta de dentes gri- A IX
¦
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
]
mm
potf Jeòastidolmianaes
T E-
Aquillo já era mania do tio Tiburcio, Não podia ...que não o enrolasse cuidadosamente para guardar.
ver um pedacinho de barbante no chão... A economia é a base da prosperidade, dizia elle.
,,.,,,, i
¦U LJI ^¥^
MÈÊÉm HH__Í__ ¥
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Bravos! é um barbante de qualidade! Creio que E o tio Tiburcio apanhou sem saber o ratinho que
é daquelles bons encerados... havia cahido na ratoeira.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1926
MILAGRE DE NOSSA I
^T^bTIO jfc^^V^fex
Quasi ao entrar na cidade appareceram-lhe Dando mais alguns passos, viu Julinha
dois meninos choramingando. — Que é que uma igreja
vocês têm ? — perguntou Julinha, muito — Vou rezar ã Nossa Senhora para ma-
afflicta. — Temos fome. Mamãe morreu. ... foi tirando mais ovos da cesta, até en- mãe ficar boa sem remédio e ríão ralhar
Papae está doente na Santa Casa. Vovô não cher os bolsos do orphãozinho. Foi então commigo quando eu entrar em casa sem
pode trabalhar, coitadinha delia... E Juli que ella se lembrou do que ia fazer á ei- nada...
nha, a chorar, mais do que o menino.... dade. — Meu Deus! Só tenho um ovo Entrou na igreja, ajoelhou-se deante...
para vender ! E a menina, que precisava de
dinheiro para comprar remédio !. .. ..— Como
ha de ser esta agora, meu Deus ? !
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À INFÂNCIA
MOZADT (?) A
Foi no anno de 1762, em Vienna. que é a capital O pae de Mozart (que linha nessa época 7 annos), andava viajando
da Áustria. Uma noite parou deante da Hospedaria pela Europa inteira com seu filho, que já naquella edade era considerado
do Boi Branco uma carruagem tão brilhante e rica, um musico eminente e festejado em toda a parte.
que se juntou logo uma porção de gente para O Sr. Wolfrang Mozart? — perguntou o hospedeiro, com uma
admiral-a. curvatura.
Era noite; mas a lua e as lanternas da carruagem Sou eu — disse o menino, erguendo-se.
illuminavam a rua, naquelle momento. E o dono da hospedaria arregalou os olhos, espantado de ver que era
Saltou da carruagem um lacaio, que bateu impe- a uma creaturinha tão pequena que se prestavam taes homenagens.
riosamente á porta. 0 dono da hospedaria acudiu logo Mozart beijou seu pae, que o contem-
acompanhado de todos os seus cozinheiros e ajudantes, com orgulho, e subiu para a carrua-
plava
espantados de ver uma carruagem tão linda e um
lacaio tão bem fardado.
gem. Esta partiu
a gente de bocca aberta.
a galope, deixando toda
a
— Por ordem da imperatriz — disse o lacaio
0 imperador e a imperatriz Maria
com voz forte — eu venho aqui buscar o senhor cha-
Thereza esperavam-no sentados um ao lado
mado Wolfrang Mozart, que é esperado no palácio do outro, no throno. Mozart como uma ver-
imperial.
dadeira creança que era, dirigiu-se á impe-
Com effeito, havia na hospedaria
pessoas com ratriz e deu-lhe a face a beijar.
esse nome. Assim, o hospedeiro, já cheio de respeito,
A soberana, achando graça naquelles
correu a prevenil-as.
modos infantis, acariciou-o ternamente.
Vamos a isso, Sr. Mozart — disse
o imperador — você vae tocar uma musica
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ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
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O lago era bonito, sempre povo- . . . Cegonhas e o destacavel Jaburu ... A razão descobriu-se logo. A
ado de aves aquáticas. Viam-se de pescoço torto e bico muito grande. presença de um Jacaré no lago foi
nelle lindos Cysnes brancos, pretos, Havia, tambem, nas margens do lago, que afugentou as aves. O dono das
Ganços, Patos, e Marrecos; não muitas aves: Gaviões, Jacús, Araras, terras, fez tudo para matal-o. O Ja-
contando a quantidade de pequenas Maitacas e outros pequenos pássaros. caré fugia, escondia-se nas moitas
aves ribeirinhas, as Garças, Todos desappareceram de repente. . . de capim ou enterrava-se no lodo...
. . . Até que o dono das terras resolveu . . .muitos dias e o Jacaré . . .muito esticada e encontraram fis-
pescal-o. Para isso, collocou ã margem olhava-a de longe. Por fim, gado no anzol o terrível Jacaré. O bi-
do lago um forte anzol, pondo como um dia viram a corda do cho foi tirado do lago e as aves, então
isca uma perna de porco. A armadilha voltaram a povoal-o com maior ex-
anzol. . .
esteve no logar. ..
plendor.
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
O BOLO DELICIOSO
I B es-haò ouviNDoA x.RTo) f 5'RvA-se de j ¦
I | RAD/O OAMNIRCAPORA j^—-^^ U/MA V^5' LHA//^~7^f
I I SOCIAL.... ATTENCÁo// T%? DE TAMANHO /A) 1
OE0ULAn-'J{v77c:—-^ —'
^^^5r^~7u i? Lz~
yu if /\^\i 1 i ¦ i—
Bravos! O radio vae transnutur uma op- ... A vasilha não é muito grande, porém,
tima receita de bolo. - Mãos á obra... Promp- penso que chega para mim e o Bolinha. Al-
to! Aqui está... gumas?
1
Acho pouco. . Ponha- Muito bem! Eu gosto dis- . . Mais devagar! Isso agora é
mos uma duzia.^ Ficara to bem adocicado . . Epa!. . . asneira. E eu que não
mais substantivo ... fumar gosto de
. . .quanto mais pitar. Emfim. . . màu, máu. foi triste. Bolonha ficou de cama mais de
Parece que isto vae me fazer mal ao estorna- um mez, pensando no bolo delicioso que não
go. . . E o resultado. . . comera.
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
Era uma vez uma pobre Corça ...ella acceitava e seguia sem hesita- ...acudiu o Leão. A Panthera aco-
que vivia numa selva enfestada de ção. Um dia o Macaco encontrou a vardou-se deante do rei e a Corça.
animaes ferozes. Seus companhei- Corça cercada por uma Panthera. A aproveitando a indecisão das duas
ros já haviam sido devorados e só pobresinha estava irremediavelmente feras, fugiu. O Leão atacou a Pan-
ella restava. O Dr. Simão quiz pro- perdida. O simio subiu a uma arvore thera, matando-a. O Dr. Simão, que
tegel-a e dava-lhe conselhos que... e poz-se a gritar, e aos seus gritos,... já esperava por aquelle desfecho,..
...também fugiu para lugar seguro. O Leão que ...presa, esta correu e atirou-se ao lago em certo
preferia as carnes da Corça, abandonou a fera morta lugar indicado pelo simio. O Leão imitou-a sem sa-
e foi procurar o ruminante. Mal sabia elle que o ber que, encoberta pela água, havia uma pedra pon-
Macaco já tinha advinhado o seu pensamento e dado teaguda para feril-o. Dias depois, o Macaco e a
as providencias. Quando o Leão encontrou e per- Corça acharam o Leão morto e encalhado á margem
seguiu a... do lago.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
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^F-
ALMANACH D'0 TICO-TICO 1936
Um Sapo perguntou ao Tico-Tico .. .o mesmo"; Mas, uma Cobra, que ...Siriema e, vendo a Cobra, seu
porque razão preferia elle os galhos passava, ouvindo a prosa do Sapo, manjar predilecto, exclamou: —
"Olá! Cheguei a
das arvores ao solo arenoso e cheio com o bote certeiro apanhou o po- propósito, Cobra
de sementes. — "Porque nas arvores bre bicho e enguliu-o. O Sapo era recheiada com Sapo é pitéo que nem
estou mais livre do ataque dos ini- muito grande e a Cobra ficou en- sempre se encontra e, zaz, comeu a
migos!" respondeu o passarinho. — talada e pesada sem poder caminhar. Cobra.". Depois u m cachorro d o
"Ora, matto que de longe vinha...
atalhou o Sapo, o perigo é... No momento passou uma...
JnLocfto^
...farejando a Siriema, saltou-lhe em cima, agar- ...sorrateiramente, se approximava delle. Num
rou-a pelo pescoço e matou a pobre ave. De longe salto a fera apanhou-o pelo cachaço, esmagando-o
o Tico-Tico assistiu a toda aquella tragédia e o Ca- com o peso do corpo. O Tico-Tico, então, exclamou:
chorro do matto, entretido com a sua victima. não — "Meu Deus como é bom ter asas e viver nas
viu que uma Onça,... arvores!"
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1935
EDI© SALVAD
O REMÉDIO SALVADOR
Luluzinho nasceu sob uma es- A mãe de Luluzinho, carinho- Na idade de três annos, quan-
trella má. Muito magrinho, muito sa e boa como todas as mães, sof- do todas as creanças enchem o
feio, passava os dias a chorar, ator- fria rudemente por ver o fiihinho mundo com o encanto sadio dos sor-
mentado, sem duvida, pelo soffri- sempre a chorar, triste e franzino risos, o Luluzinho mais e mais tris-
mento. te ficara.
TTT1 mi ^[A^Hl )\ /
Médicos afamados foram cha- Montanhas de vidros de re- Banhos de mar, banhos de sol,
mados para curar a tristeza, para mi- médios, de pomadas, de pílulas, banhos de lama eram dados quasi
'diariamente jio Luluzinho
norar os soffrimentos do pobre me- de chás e de tizanas eram dadas que, pa-
nino, cujo penar, continuo, era a ao Luluzinho sem o menor resul- ra tristeza dos pães, não conseguia
via-crucis da dor. tado para a sua pobre vida. ser forte e alegre.
r
l'»^vv\A^»^A/v^A^v^^A^lV^AA<v^A/^^A<vv^^AAA*v^Art<^^vrfvv^AA^^
r BBRA 11/ I £ T O R 1 C A
A Universidade de Pensylvania viveu cerca de 7.000 annos antes rença de que o mundo não foi
possue uma pedra gravada, extra- de Jesus Christo. Os caracteres creado por um Deus, mas por
decifrados,
hida ha muitos annos de exeava- segundo as declara- uma r_)eusa>
>ões effectuadas em Nipur. O pro- ções daquelle professor, uma nova Os professores na Universidade
fessor Arno Poebel, que empre- versão da Gênesis, com a diffe-
de Pensylvanía estão de accordo
hendera a de decifrar os
£arefa
com o traduetor dos hierogliphos,
} caracteres gravados nessa pedra,
affirmando que possuem talvez a
acaba de annunciar ao mundo
scientifico que obteve êxito com-; primeira versão da historia relativa
á creaçao do mundo, ao mesmo
pleto.
Declara esse documento tempo que uma prova êxacta da
que
R QUE SE JUNTOU
A AREIA NAS ORLAS DO 1ÁMMÍ WV/K
~^tms^^ ¦^m*^A*> -------- -v -^m^
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IP I _ S A I> i_#
(MONÓLOGO)
M P?^j-3Kw_k
m J*wL:./xV m W___. 8 fifuraiiiy E ahi começou a guerra
Terrível, dura, inclemente.
Eustorcio Wanderkey
ALMANACH D'O TICO-TICO — 1936
MW ^-" ^ J f/J^W»/. wj^Oftj ¦ I WJaa .¦¦Y.,v..-.v,Y,. -.¦vyv rjjjj.-. ¦.-.-¦¦¦¦.¦¦¦¦¦¦¦¦¦.-.-¦¦¦-.¦. '.¦,v,-.V-V.V.,,V.'.,AV.v.'.1 .¦¦'",,"« " ¦ '
Atteslo que lenho empregado em minha clinica no Orphanato S. José, o ELIXIR DE NO-
GUEIRA, do Pharm. Chim. João da Silva Silveira, nos casos para que é indicado, obtendo
sempre os melhores resultados.
Rio de Janeiro, 20 de Maio de 1835.
(Ass.) Or. Argonatita Sucupira
(Firma reconhecida)
- Só "ELIXIR DE NOGUEIRA
impurezas do sangue?
3rag*iltim'
E* collaborada e illustrada peJ.os maiores escriptores e artistas.
m JlttjtfracSo
*..
Reproduz em todos os números duas trichromias e vários doublés
dos nossos maiores pintores e desenhistas..
* 'i ¦
J»W ^i» ^#
Sra^ilnm
Apparece nos dias 15 de cada mez. — Numero avulso 3$000 —
Assignaturas: Annual, 35$000 — Semestral, 18$0C0.
^^^*^ '
í JjBS BP^ 'VS ^flk ^JBÊÍA^M^mtV^mmY ^^^9mwNXl—. WmW õm9WÊt *ltfWO^mBmma AW^kmWÊ'' ÉV^m^m\m\Í93»\ a\mr ^MmawBm»^
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
Brasil • todo* os demais paii-s Que adherlcem é Convenção *OrtuoaJ • demais pau»»
Pari Americana. Rep. Sul Americana, E. U. A.. Hespanha, ate. fora da convencia
NOMES DAS REVISTAS porte simples registro soa JU
f sos registro
12 meies 6 meie» 12 meies 6 mezes II mciti A mtiaa
|
Hemetto-lhe o coupon ao lado, devidamente pre. Junto o este a importância de lèéts_ ¦$000
enchido para que me incluam entre os seus assignantes. relativa a uma assignatura da revista
Esperando receber o mais breve possível o respe.
divo recibo, valho-me deste ensejo para solicitar-lhes o obse* por mtzcs
quio de me enviarem um exemplar de cada das demais Nome,
MOHS DA REVISTA
O INTERIOR DA HOLLANDA
Viagens Pittorescas Por TEMPLE MANNING cessivo. Os Hollandezes apreciam
imnienso a boa comida e sua cozinha
Um dos paizes mais bellos da,Eu- vivendas de tijolos vermelhos
sobre- é conhecida internacionalmente.
ropa é a Hollanda e também dos mais sabem no colorido verde das mattas As fazendas de gado são uma das
pacificos. Não soffrc a influencia e a paizagem varia constantemente curiosidades mais valiosas da Hol-
dos paizes vizinhos e passa na His- deleitando a vista dos passeantes. landa: as vaccas leiteiras, muitos nc-
toria placidamente e sem transfor« A rua de Kalverstraat tem lojas dias e fortes, pastam felizes nos cam-
mações violentas e sensíveis.
pos e á beira dos canaes. As casas de
Uma vizita a qualquer das ilhas doi campo são sempre muito conforta-
mar de Zuyder, transporta-nos para veis, construídas com telhas azues
outra idade e o scenario é calmo e Dclft. A louça hollandeza, como to-
beiro. O turista tem sempre na Hol- dos sabem, é muito artística e os lin-
landa uma paizagem que repousa o dos jarrões de cobre e os vasilhames
encanta. E' por isso preferida uma' e utensílios domésticos sã0 dispu-
visita a HoHanda depois de um pe-' fados em todo o mundo como de um
riodo accidentado de trabalho e de asseio e simplicidade irreprchensi-
fadiga mental. 2^j^f^^:Usss%msmm\\MsmssKs\\\\ MM -1 ' ^^""T^f veis.
Amsterdam é conhecida mundiais liaàTv^sSjií; **pne*eKv A aldeia de Brook-in-Watcrland c
mente como a Veneza do Norte e typicamcnte do estylo hollandez, com
bem merece este titulo. E' uma ciJ as suas casas pequeninas cercadas de
dade cheia de contrastes, ultra-md jardins floridos e suas fazendas com
derna, com cafés e bars nas ruas an* queijarias modelos onde se fabricam
ligas de nomes bíblicos... O casa- os deliciosos queixos vermelhos apre-
rio também antigo em grande parte ciados em todo o mundo.
confunde-se muitas vezes com as
A quenjaria de Brook attrahe sem-
construcções modernas de alto esty- 'Através
Io. A rua — Moses-And-Aron é uma do canal de Amsterdam pre uma multidão de visitantes por
seus melhoramentos modernissimos.
das mais interessantes da cidade.
modernissimas como nas principaes As ilhas de Maarken, Monicken-'
A Capital é toda cortada de cá- cidades europeas. As calçadas em dam e Volendam no mar Zuyder são
naes e um passeio de lancha offerece volta do líembran dtplein ficam encantadoras. Ainda se vêem os na-
os mais encantadores aspectos: ora é cheias de cadeiras em frente aos res- tivos com as suas roupas caracteris-
a vista dos grandes arcos de pedras, taurants e cafés onde bebericam os ticas e nos dias de mercado, o sce-
ora as pontes dando accesso ás casas,
;— flaneurs — e elegantes quando o nario é deveras pirtoresco e colo-
antigas da época medieval. Algumas tempo está firme c o frio não é ex- rido.
ALMANACH D'0 TICO-TICO — 1936
TlüUCA!
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TI«JUCA I
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CONDE DE BOMFIM, ENTRE AS ESTRA-
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a revista que está no habito do brasileiro,
pela varíeclade dos assumptos de que trata,
•-é a que possue grande diííusão, dado a sua
enorme tiragem.
—é a que distribue entre os seus leitores valiosis-
simos prêmios em sensacionaes concursos, que
figuram permanentemente em suas edições.
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