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Arq Bras Cardiol Gus e cols

Artigo Original
2002; 78: 17-20. Escala de sonolência de Epworth

Escala de Sonolência de Epworth em Pacientes com Diferentes


Valores na Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial

Miguel Gus, Daniel Nunes e Silva, Juliana Fernandes, Caroline P. Cunha, Geraldo Druck Sant’Anna

Porto Alegre, RS

Objetivo - Comparar os escores de sonolência atra- Estudos recentes demonstraram associação entre hi-
vés da escala de Epworth em pacientes com diferentes ní- pertensão arterial e síndrome da apnéia obstrutiva do sono,
veis de pressão arterial, submetidos a monitorização am- diagnosticada por polissonografia 1,2. O VI Joint National
bulatorial de pressão arterial dentro de um contexto de Committee on Detection, Evaluation and Treatment of
avaliação clínica. High Blood Pressure (VI JNC) aponta a síndrome da apnéia
obstrutiva do sono como uma das nove situações clínicas
Métodos - Selecionaram-se 157 pacientes encami- responsáveis por hipertensão resistente 3. A presença de
nhados para monitorização ambulatorial da pressão arte- hipertensão arterial resistente não é um fato incomum em
rial durante a avaliação de hipertensão, divididos em três população de hipertensos, atingindo cerca de 20% dos pa-
grupos: grupo 1 - normotensos, grupo 2 - hipertensos e cientes 4.
grupo 3 - hipertensos resistentes. Foram considerados A polissonografia, exame ouro para o diagnóstico de
para fins de análises, valores ≥11 como aqueles associa- síndrome da apnéia obstrutiva do sono, devido a sua sofis-
dos a distúrbios respiratórios do sono. ticação, é um exame de difícil execução dentro de um contex-
to de alta prevalência como a hipertensão. Assim, a identifi-
Resultados - Foram analisados 157 pacientes, 17 cação de parâmetros clínicos associados à síndrome da ap-
(10,8%) do grupo 1, 112 (71,3%) do grupo 2 e 28 (17,8%) néia obstrutiva do sono seria a forma de triagem ideal para
do grupo 3, constituído de pacientes mais severamente hi- identificar indivíduos hipertensos que deveriam realizar a
pertensos e idosos. Apesar da diferença absoluta, não polissonografia.
houve significância estatística, nas médias dos escores de A sonolência diurna é um parâmetro clínico essencial
Epworth e na proporção de pacientes com valores ≥11 para a suspeita do diagnóstico de síndrome da apnéia
(5,9% versus 18,8% versus 21,4%; P=0,37), e da associa- obstrutiva do sono. A escala de sonolência de Epworth é
ção positiva entre o grau de sonolência aferido pela esca- um questionário de fácil aplicação com a possibilidade de
la e severidade de hipertensão. tornar essa queixa em um parâmetro objetivo. Estudos clíni-
cos com polissonografia demonstraram que valores ≥11
Conclusão - Existe associação positiva entre o grau
estavam associados a distúrbios do sono, inclusive a
de sonolência e a severidade de hipertensão. A ausência
síndrome da apnéia obstrutiva do sono 5,6.
da significância estatística no presente estudo, pode de-
O objetivo do presente estudo é comparar as diferen-
ver-se a erro beta. Instrumentos que tornem essa queixa
ças nos escores de sonolência em pacientes com diferentes
um dado objetivo poderiam auxiliar na investigação de
graus de hipertensão arterial sistêmica, os quais são sub-
distúrbios respiratórios do sono em pacientes mais severa-
metidos a monitorização ambulatorial de pressão arterial
mente hipertensos devendo ser melhor estudados.
dentro de um contexto de avaliação clínica.
Palavras-chave: hipertensão, síndrome da apnéia do so-
no, escala de sonolência de Epworth Métodos

Foram selecionados pacientes com idade superior a 18


Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de
Cardiologia
anos, encaminhados para realização de monitorização am-
Correspondência: Miguel Gus - Unidade de Pesquisa do IC/FUC - Av. Princesa bulatorial da pressão arterial durante a sua avaliação de hi-
Isabel, 395 - 90620-001 - Porto Alegre, RS – E-mail: mgus@cardiol.br pertensão no Serviço de Hipertensão do Instituto de Car-
Recebido para publicação em 4/10/00
Aceito em 21/3/01
diologia/Fundação Universitária de Cardiologia do Rio
Grande do Sul, de Junho/99 a julho/00. A partir de contato

Arq Bras Cardiol, volume 78 (nº 1), 17-20, 2002

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Escala de sonolência de Epworth 2002; 78: 17-20.

telefônico, avaliou-se a possibilidade da presença de distúr- exame e 60 por dificuldades na obtenção dos dados de en-
bios do sono através da história de ronco e da escala de so- trevista. No total, foram analisados 157 pacientes (70,4% da
nolência de Epworth, composta de perguntas sobre a possi- amostra total), sendo 17 (10,8%) do grupo 1, 112 (71,3%) do
bilidade de cochilar, em oito situações diferentes. Os paci- grupo 2 e 28 (17,8%) do grupo 3. A tabela II demonstra que
entes atribuíram valores de 0 a 3 para cada questão. O valor esse último era constituído de pacientes significativamente
máximo a ser atingido foi de 24 5,6 (tab. I). Também foram co- mais velhos, mais severamente hipertensos e com descenso
lhidos dados a respeito do uso de medicações anti-hiperten- noturno sistólico diminuído. Os grupos não diferiram em
sivas, peso e altura dos pacientes. Foi utilizado, para a moni- relação ao sexo e índice de massa corpórea. A tabela III com-
torização ambulatorial da pressão arterial, o aparelho para os parâmetros da escala de sonolência e a freqüência de
Spacelabs 90702, com quatro e três aferições horárias du- ronco nos três grupos. Não ocorreram diferenças no per-
rante a vigília e sono, respectivamente. Consideraram-se, centual de ronco, mas houve, apesar de não atingir signifi-
para as análises, as médias pressóricas sistólicas e diastóli- cância estatística, um aumento linear na média do escore de
cas nas 24h, e descenso pressórico noturno (23:00 as 7:00), Epworth e na freqüência de indivíduos com escore mais ele-
considerando-se os exames com pelo menos uma medida vado (Epworth ≥11), quando comparados o grupo 1, 2 e 3. A
válida a cada hora. tabela IV apresenta o modelo de regressão logística no qual
Os pacientes foram divididos em três grupos de com- foi incluído a presença de hipertensão arterial sistêmica (re-
paração: grupo 1 (normotensos) - pacientes com média sistente ou não) como variável dependente. A idade asso-
sistólica nas 24h <135mmHg e média diastólica <85mmHg e ciou-se significativamente com o diagnóstico de hiperten-
sem uso de medicação; grupo 2 (hipertensos) - pacientes são arterial sistêmica. Houve uma tendência à significância
com média sistólica nas 24h <135mmHg e média diastólica estatística em relação a presença de Epworth >11. Outros
<85mmHg em uso de medicação anti-hipertensiva ou médias modelos que incluíram, como variável dependente, a hiper-
sistólicas e/ou diastólicas ≥135/85mmHg em uso de até uma tensão arterial sistêmica resistente, mostraram resultados
medicação anti-hipertensiva e o grupo 3, (hipertensos resis- semelhantes.
tentes) - pacientes com médias sistólicas e/ou diastólicas
≥135/85mmHg em uso de pelo menos duas medicações anti-
hipertensivas. Os três grupos foram comparados em relação Tabela II - Características dos pacientes de acordo com a
severidade da hipertensão arterial sistêmica – média ± DP ou %
à idade, sexo, índice de massa corpórea, história de ronco e
valores pressóricos aferidos pela monitorização ambulato- Variável Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 P
rial da pressão arterial e também aos valores na escala de (N= 17) (N=112) (N=28)

sonolência, assim como a freqüência de indivíduos com Ep- Sexo masculino (%) 41,2 38,4 39,3 0,97
worth ≥11 ou história de ronco nos três grupos. Idade (anos) 45,5±14,3 53,4±11,2 56,7±11,9** 0,012
IMC (kg/m2) 26,8±5,6 26,6±3,8 27,4±4,3 0,62
As comparações foram realizadas com teste ANOVA PAS nas 24h (mmHg) 121,8±5,4 134,4±13,6 143,2±15,3* <0,001
para as variáveis contínuas, utilizando-se teste de Bonfer- PAD nas 24h (mmHg) 75,7±5,0 83,0±9,6 85,9±13,6** 0,005
roni para identificar quais os grupos que diferiam entre si. Descenso sistólico 10,7±7,8 9,7±7,3 4,7±10,1*** 0,008
noturno δ
As diferenças quanto as variáveis categóricas foram anali- Descenso diastólico 15,4±9,3 14,0±8,7 9,7±11,0 0,06
sadas com teste do qui-quadrado. Modelos de regressão noturno δ
logística foram criados, a partir dos pressupostos teóricos
* Grupo 1 versus 2; 1 versus 3; 2 versus 3 -**grupo 1 versus 2; 1 versus
dos autores para avaliar o efeito isolado das variáveis anali- 3 - *** grupo 1 versus 3; 2 versus 3; δ pontos percentuais; DP- desvio-
sadas em relação a ocorrência de hipertensão ou hiperten- padrão; IMC- índice de massa corpórea; PAS- pressão arterial sistólica;
são resistente. PAD- pressão arterial diastólica.

Resultados
Tabela III - Distúrbios do sono de acordo com a severidade da
Foram incluídos 231 pacientes consecutivos que reali- hipertensão arterial sistêmica – média ± DP ou %
zaram a monitorização ambulatorial da pressão arterial no
Variável Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 P
serviço. Seis foram excluídos por problemas técnicos no
(N=17) (N=112) (N=28)

Ronco (%) 64,7 59,8 60,7 0,40


Escore de Epworth 4,7±3,9 6,0±4,8 7,0±5,7 0,29
Tabela I - Escala de sonolência de Epworth Escore acima de 11 (%) 5,9 18,8 21,4 0,37

1. Sentado lendo: ( )
2. Assistindo TV: ( )
3. Sentado, inativo, em lugar público: ( )
4. Como passageiro de um carro por uma hora sem freada: ( ) Tabela IV - Modelo de regressão logística que inclui o diagnóstico
5. Deitado, descansando à tarde quando as circunstâncias permitem: ( ) de hipertensão arterial sistêmica como variável dependente
6. Sentado e falando com alguém: ( )
7. Sentado calmamente após um almoço sem uso de álcool: ( ) Variável explanatória B Exp (B) IC (95%) P
8. Em um carro que está parado por alguns minutos no tráfego: ( ) Idade (variável contínua) 0,05±0,02 1,05 1,01 -1,10 0,008
Total .......... Escore ≥ 11 1,4±1,07 4,7 0,51 - 33,4 0,18

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Discussão mente o dado clínico não seria suficiente para o diagnóstico


de síndrome da apnéia obstrutiva do sono, atingindo sensi-
A síndrome da apnéia obstrutiva do sono é um distúr- bilidade de 60% e especificidade de 63% 15.
bio caracterizado por episódios recorrentes de parada do A escala de sonolência de Epworth foi avaliada por
fluxo respiratório durante o sono 7, atingindo cerca de 4% Johns 5,6 como forma de avaliar objetivamente a queixa de
dos homens e 2% das mulheres 8. sonolência. Foi encontrando uma correlação significativa
Vários estudos recentes têm fortalecido os indicativos entre valores ≥11 e distúrbios do sono, entre eles a síndrome
de que a síndrome da apnéia obstrutiva do sono possa ser da apnéia obstrutiva do sono. A polissonografia foi utiliza-
causa de hipertensão arterial 4,9-13. Entende-se que os porta- da como método ouro nessa investigação clínica. Havendo
dores de distúrbios respiratórios do sono têm uma atividade uma associação entre síndrome da apnéia obstrutiva do
simpática aumentada, uma diminuição da sensibilidade re- sono e hipertensão arterial sistêmica e entre valores na esca-
flexo barorreceptor e uma hiper-responsividade vascular 14. la de sonolência e síndrome da apnéia obstrutiva do sono,
Carlson e cols 15. demonstraram que pacientes com síndro- diagnosticada por polissonografia, poderíamos supor que
me da apnéia obstrutiva do sono apresentam uma aumento haja diferenças nos valores de Epworth e na proporção de
significativo da atividade muscular simpática, quando indivíduos com valores >11, quanto mais severa fosse a hi-
comparados aos controles durante a vigília. Observou-se, pertensão. Esse achado indicaria o questionário como ins-
também, um aumento associado dos níveis plasmáticos de trumento promissor na avaliação de hipertensos, pois pode-
noraepinefrina e pressão arterial sistólica, sugerindo uma cor- ria ser um indicador indireto da presença de um distúrbio
relação entre esses fatores e o desenvolvimento de complica- respiratório do sono.
ções cardiovasculares na síndrome da apnéia obstrutiva do Os três grupos de comparação mostraram-se diferen-
sono 16. Os mesmos autores apontam a diminuição da sensibi- tes entre si quanto à severidade da hipertensão, havendo
lidade do estímulo barorreflexo decorrente da elevação da ati- uma associação positiva entre a severidade da sonolência
vidade simpática, como o possível mecanismo do desenvol- e a severidade da hipertensão arterial sistêmica, indepen-
vimento de hipertensão arterial sistêmica sustentada em paci- dentemente de outros fatores de confusão, como a idade.
entes com síndrome da apnéia obstrutiva do sono 17. A falta de significância estatística poderia ser uma conse-
O acompanhamento por quatro anos de 709 pacientes qüência da falta de poder da amostra ou, igualmente, da li-
de uma comunidade de trabalhadores americanos, recente- mitação do questionário, dentro do contexto clínico para
mente publicado, forneceu os dados do primeiro estudo de indicar hipertensos portadores de síndrome da apnéia
coorte, avaliando a síndrome da apnéia obstrutiva do sono obstrutiva do sono.
como fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão 2. Chama atenção na presente amostra a freqüência de
Encontrou-se uma associação positiva, controlada por fato- ronco, um sintoma freqüentemente associado à síndrome da
res de confusão, com um risco relativo de 2,89 (IC 1,49-5,64) apnéia obstrutiva do sono, confirmando a hipótese de se-
nos indivíduos com índice de apnéia/hipopnéia ≥15. rem os hipertensos indivíduos com uma maior prevalência
Outro estudo recente, com delineamento transversal, de distúrbios respiratórios do sono. Os resultados do estu-
realizado com uma amostra de 6.841 pacientes, igualmente do com trabalhadores americanos 2, citado anteriormente,
demonstrou uma associação entre índice de apnéia/hipop- mostrou uma prevalência de 20% de ronco na população em
néia diagnosticado por polissonografia domiciliar e hiper- geral, um valor bem abaixo dos 60% do presente trabalho.
tensão. Análises específicas demonstraram que esse acha- No entanto, a semelhança dos números entre os três grupos
do foi independente de obesidade, sexo ou idade 1. não indica ser esse um parâmetro clínico confiável para indi-
Apesar dessas evidências, este tema ainda não foi devi- car a presença ou não de síndrome da apnéia obstrutiva do
damente valorizado pela maioria dos médicos que atuam na sono dentro do contexto de indivíduos hipertensos.
área da doença hipertensiva 18,19. Uma explicação para esse Outros métodos menos complexos que a polissono-
fato seria a dificuldade do diagnóstico de síndrome da apnéia grafia têm sido testados como forma de triar pacientes para
obstrutiva do sono. O padrão ouro para sua identificação é a uma investigação mais aprofundada de síndrome da apnéia
polissonografia, que permite monitorar os estágios do sono, obstrutiva do sono. Alguns trabalhos defendem a utilização
a saturação de oxigênio, o padrão respiratório e quantifica o da oximetria de pulso para esse objetivo 22,23.
número de apnéias e hipopnéias durante o sono através do Concluímos que permanece um desafio a identificação
índice de apnéia/hipopnéia 20. No entanto, a polissonografia de métodos clínicos ou complementares mais simples, que
é um exame caro, que requer colaboração do paciente, de pro- possam auxiliar no diagnóstico de síndrome da apnéia obs-
fissional habilitado e de laboratório específico 8,21. trutiva do sono no atendimento rotineiro de hipertensos. A
A entrevista clínica, na triagem de pacientes com sus- pesquisa do grau de sonolência em pacientes com hiperten-
peita de síndrome da apnéia obstrutiva do sono, seria uma são mais severa poderia auxiliar no encaminhamento de
ferramenta útil, pois poderia ser utilizada por qualquer pro- procedimentos diagnósticos mais definitivos, como a
fissional médico. Hoffstein e cols. demonstraram que so- polissonografia.

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