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2020
CONTROLE DIMENSIONAL NA CONSTRUÇÃO NAVAL
Rio de Janeiro
2020
i
CONTROLE DIMENSIONAL NA CONSTRUÇÃO NAVAL
Examinada por:
_________________________________________________________
Professora Orientadora - Marta Tapia, D. Sc
_________________________________________________________
Prof. José Márcio Vasconcellos, D. Sc
_________________________________________________________
Prof. Isaias Quaresma Masetti, D. Sc
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Silveira, Mariana de Castro Martins Ferreira
Controle Dimensional na Construção Naval / Mariana
de Castro Martins Ferreira Silveira - Rio de Janeiro: UFRJ /
Escola Politécnica, 2020.
Orientador: Marta Tapia
Projeto de Graduação - UFRJ / Escola Politécnica /
Curso de Engenharia Naval e Oceânica, 2020.
Referências Bibliográficas: p.
1.Introdução. 2. Características e Etapas do Processo
Construtivo. 3. Imperfeições no Processo Construtivo. 4.
O Controle Dimensional. 5. Método LEAN. 6. Conclusão.
I. Tapia, Marta. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Escola Politécnica, Curso de Engenharia Naval e Oceânica.
III. Controle Dimensional na Construção Naval
iii
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer aos meus familiares por terem me apoiado durante este tempo, aos
meus amigos, a minha orientadora Prof. Marta Tapia e a todos os professores e
funcionários do departamento de Engenharia Naval e Oceânica.
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheira Naval e Oceânica.
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Oceanic and Marine Engineer.
The shipbuilding industry has a very specific feature compared to any other
manufacturing industry. Each product is considered unique. As a direct consequence of
this complexity, the construction process needs to be carefully segmented to ensure that
all safety and technical specifications are followed and that the end product meets the
operating requirements indicated by the shipowner. Dimensional control techniques have
thus become a mandatory shipbuilding procedure as they directly impact the yard's
productivity rate.
vi
Índice Geral
Índice Geral.................................................................................................................................. vii
1. Introdução .............................................................................................................................. 1
vii
4.2.1. Requisitos e Características do Processo de Implementação do Sistema de Controle
Dimensional ......................................................................................................................... 33
6. Conclusão............................................................................................................................. 55
7. Referências........................................................................................................................... 56
viii
1. Introdução
Ao longo das últimas décadas, com o aumento do consumo de commodities e
intensificação do comércio internacional, caracterizado pelo transporte de cargas em quantidade
cada vez maior, a importância de embarcações e plataformas foi consolidada e o resultado
imediato foi a ampliação da encomenda de novos navios especializados para cada tipo de carga
transportada. O consequente aumento do volume construído exigiu a implementação de processos
construtivos rápidos e eficientes, de modo que a demanda pudesse ser atendida com qualidade.
Como explicitou Mandal [1], “Não é um item de produção em massa, nem um item de
exibição. É um caso de produção unitária. O construtor recebe do armador somente quatro
informações – o tipo de carga, volume ou peso de carga a ser carregada, rota de operação e
velocidade de cruzeiro. Baseando-se nessas informações, o construtor precisa trabalhar em todo
o projeto, estratégias e cronograma de construção e custo. Além disso, o construtor precisa
garantir que a embarcação vai alcançar a velocidade requerida para determinada condição de
carregamento.”.
De acordo com Paul, Babu e Paul [2], “A construção de um navio pode ser basicamente
descrita através do sequenciamento dos seguintes processos: Submontagem, Montagem, Pré-
Edificação e Edificação. Sem o devido controle desses processos, uma grande variabilidade
dimensional pode ser esperada, o que pode causar complicações no processo construtivo como
1
um todo. Esses problemas podem ser parcialmente ou completamente minimizados com a
aplicação de práticas relacionadas a um bom planejamento, como o Controle Dimensional.”.
2
2. Características e Etapas do Processo
Construtivo
O processo de idealização e construção de uma embarcação é composto basicamente das
etapas – projeto preliminar, projeto básico, projeto detalhado e construção– que dependem
diretamente do tipo de embarcação e das partes envolvidas – armador e projetista. O projeto pode
ser realizado por um escritório ou pode ser entregue diretamente ao estaleiro, que nesse caso fica
responsável pelo seu desenvolvimento e produção. Em ambos os casos, o detalhamento do projeto
fica sob responsabilidade do construtor, que terá liberdade para aplicar seus próprios métodos
construtivos.
O processo construtivo tem início assim que o detalhamento do projeto começa a ser
realizado e o andamento de um está diretamente relacionado com o andamento do outro, e os
métodos escolhidos na produção dependem das características físicas e operacionais do estaleiro.
De uma maneira geral, o aço, inicialmente armazenado no Pátio de Chapas de Aço, segue para as
Linhas de Montagem de Painéis, que podem ser planos ou curvos. Na sequência, são montados
os blocos, que serão edificados. Com essa última etapa finalizada, a embarcação é preparada para
lançamento e posterior acabamento já no cais.
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Uma evolução direta do projeto preliminar é o projeto básico, que preenche algumas das
lacunas ainda existentes. É formado por todos os desenhos que darão origem aos planos de
construção da embarcação. Seu conteúdo pode variar de acordo com a embarcação a ser projetada.
Em um navio mercante para transportes de carga geral, os principais planos que compõem esse
grupo são de dois tipos. Os primeiros – Plano de Linhas, Arranjo Geral e Perfil Externo, Plano de
Capacidade e Curvas Hidrostáticas – são oriundos do projeto preliminar após as aprovações do
armador e sociedades classificadores. Complementam o grupo o Esquema de Divisão em Blocos,
a Expansão do Chapeamento e o Plano de Cavernas. Com a finalização dessa etapa, o construtor
já tem informação suficiente para dar início ao processo construtivo, que geralmente ocorre junto
com a concepção do projeto contratual/detalhado.
Tendo em mãos os projetos preliminar e básico, que podem ou não ter sido idealizados
no estaleiro, a etapa seguinte é caracterizada pelo design do projeto contratual ou detalhado, que
vai fornecer todas as informações e detalhes necessários para que a construção seja realizada.
Nessa etapa, toda a estrutura, acessórios e sistemas são definidos em detalhe, permitindo que os
custos e o ciclo de construção definidos com exatidão.
De uma geral, para que seja alcançada uma construção naval moderna e competitiva,
alguns métodos podem ser utilizados. São esses:
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No Método de Montagem de Equipamentos por Zona, a montagem dos equipamentos –
tubulação, dutos de ventilação, caminhos mecânicos e acessórios de casco – é realizada em
paralelo à montagem do casco. Nesse caso, são identificados três estágios básicos – montagem de
unidades de equipamentos, posicionamento das unidades nos blocos (em posição plana) e fixação
das unidades a bordo. A Fabricação por Família, utilizada principalmente na fabricação de
tubulações, garante a obtenção dos benefícios da produção em série ao processo.
5
Figura 1 - Etapas do processo produtivo integrado
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Os principais equipamentos envolvidos nesta etapa são guindastes, pórticos,
empilhadeiras e pontes rolantes com sistemas de eletroímãs, que realizarão a movimentação do
aço no recebimento, eventual realocação para melhor acomodação e na destinação às linhas de
tratamento.
A medida que os materiais vão sendo requisitados, estes saem do pátio de chapas e
seguem para o tratamento com jateamento de granalha e aplicação de primer. Se o chapeamento
estiver empenado, ele passará por uma prensa mecânica ou calandra e só depois, seguirá para
tratamento.
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São três os tipos de granalha – ferro fundido, aço fundido e cortada de arame de aço. A
granalha de ferro fundido é mais frágil, não resistindo ao impacto por muito tempo ao apresentar
problemas de quebra e pulverização. O maior problema ao se utilizar granalha fundida com
alterações em sua forma é o alto consumo e o forte desgaste do equipamento. A granalha cortada
possui maior grau de liberdade e não quebra. O seu desgaste ocorre lentamente por atrito e sua
forma arredondada é mantida até o fim.
2.3.2. Fabricação
Na etapa de fabricação, as chapas e perfis são identificados, cortados e, em casos de
necessidade, conformados de modo a compor o bloco estrutural do qual farão parte.
2.3.2.1. Identificação
A marcação do chapeamento é realizada para permitir que as peças sejam facilmente
identificadas ao longo do processo de montagem. Essa marcação geralmente inclui a numeração
da obra, do bloco e da peça em si. Em casos de corte, que pode ser manual ou semiautomático e
reto ou chanfrado, também é realizada uma marcação para identificação do tipo de corte. Essa
estratégia de identificação é vital nos casos em que o estaleiro realiza inúmeras obras ao mesmo
tempo.
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Figura 4 - Identificação de Chapas
2.3.2.2. Corte
Como explicou Mandal [1], “O de corte de chapas na indústria naval requer um controle
dimensional cuidadoso. Esse processo pode ser realizado através de meios mecânicos ou térmicos.
Em processos mecânicos, o corte é realizado através da aplicação de uma força cisalhante por
meio de guilhotina ou jato de água. Em processos que envolvem calor, o corte é realizado através
oxidação (Oxi-corte), laser e plasma.”.
O corte através da guilhotina é feito através da ação de duas lâminas, uma fixa na parte
inferior e outra acima movimentando-se verticalmente com um ângulo que varia de ½ º a 2 ½ º,
conhecido como ângulo de ancoragem da lâmina. A medida que a lâmina superior movimenta
verticalmente na direção da lâmina inferior, a pressão de corte permanece no seu ponto de
encontro.
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No segundo método mecânico de corte, água é forçada em um pequeno orifício sob
altíssima pressão, o que garante um jato de água com alta concentração de energia. A água é
pressurizada entre 1300 e 6200 bar e o orifício tem diâmetro que pode variar entre 0,18 mm e 0,4
mm. A medida que a água pressurizada passa pelo orifício, é criada uma região de baixa pressão
que garante a sucção de um material abrasivo, que será então acelerado pelo jato de água. O
conjunto terá força e capacidade abrasiva suficiente para erodir o material. Algumas das
vantagens desse tipo de corte são - A facilidade e rapidez da configuração; Pouca geração de
calor; Pouco estresse mecânico; Segurança.
São observados dois principais efeitos adversos nesse tipo de corte. O primeiro é a
carbonização (aumento do teor de carbono) que pode ocorrer na borda da região cortada
resultando no endurecimento da superfície. Essa carbonização ocorre devido à oxidação seletiva
do aço. A camada de óxido de ferro que se forma na superfície evita a formação de monóxido de
carbono, aumentando o teor de carbono na camada fundida.
Outro processo térmico de corte, plasma, é feito através da fusão. Um jato de gás ionizado
sob alta temperatura e velocidade causa a fusão e posterior pulverização do metal, garantindo o
corte. As principais vantagens desse tipo de corte são – Pode cortar todos os metais; As
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velocidades de corte são superiores quando comparadas ao oxi-corte, principalmente chapas de
aço com espessura inferior a 25 mm; As deformações na zona termicamente afetada são mínimas;
Não há carbonização na borda da superfície cortada; Gases tóxicos e/ou explosivos não são
utilizados. As principais desvantagens são – alto consumo de energia elétrica; alta concentração
de fumo metálico e radiação UV; alto custo de equipamento.
Todos esses processos de conformação podem ser realizados por meios mecânicos ou
através de processos térmicos utilizando a técnica de linhas de calor.
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2.3.3.1.1. Prensa Hidráulica
De acordo com Tapia [5], “As prensas são equipadas com um sistema de compensação
automática de controle paralelo o qual permite dobramento até fim de curso, bem como
dobramento a ar e estampagem de furos.”
O dobramento até o fim de curso é empregado para confecção de perfis e chapas com
espessura limitada à 2,5 mm, onde se vê necessária a formação de cantos vivos. A potência
necessária é cerca de três a cinco vezes superior a potencia requerida para o procedimento de
dobramento a ar. Esse segundo método é efetuado com o uso de ferramentas com angulações mais
agudas que os do perfil final. Nesse caso, todos os ângulos maiores que os ângulos das ferramentas
podem ser produzidos. No entanto, uma condição que precisa ser satisfeita para que seja alcançada
a precisão desejada é a possibilidade de a ferramenta parar numa posição exata, o que pode ser
realizado manualmente ou através de dispositivos elétricos e hidráulicos. Nos dois últimos casos,
a altura do fim de curso da prensa pode variar conforme a variação da viscosidade do fluido,
resultado da variação de temperatura do local de trabalho no decorrer de um dia, o que gera em
variações de dobramento.
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meio de profissional com experiência, deve ser continuamente verificado através da utilização de
gabaritos.
O material que passa pelo procedimento tem suas fibras externas esticadas e suas fibras
internas comprimidas, e a temperatura de aquecimento vai depender diretamente da espessura da
chapa. Em casos de curvaturas duplas, o curvado é inicialmente realizado mecanicamente (prensa
ou calandra) e a curvatura reversa, através de aplicação de linhas de calor.
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O processo inicia-se com a preparação dos pontaletes seguidos do posicionamento, fixação
e soldagem das chapas. Em seguida, são posicionados, fixados e soldados os reforçadores e, por
fim, inseridas as submontagens.
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Figura 6 - Montagem de Equipamento no Bloco
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Figura 7 - Montagem do Bloco
2.3.9. Pintura
Com a finalização do processo de montagem e aprovação de um bloco, ele segue para
tratamento e pintura, onde serão aplicadas duas camadas de uma tinta especial que previne
corrosão por um longo tempo de serviço. O tratamento da superfície da chapa pode ser realizado
manualmente ou através de jateamento abrasivo.
2.3.10. Edificação
Após a pintura, os blocos seguem para a área de pré-edificação, destinada à união de
vários blocos com o objetivo de formar os superblocos, sempre respeitando à capacidade limite
de levante do estaleiro. Nessa área de pré-edificação também ocorre a conclusão do processo de
acabamento avançado das unidades de edificação em que estão localizados equipamentos, redes
de tubulação, componentes elétricos e mecânicos, dutos de ventilação, isolamento, portas de
visita, unidades serpentinas, anodos de sacrifício externos e internos (tanques de lastro) e etc.
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Figura 8 - Montagem de grandes equipamentos a bordo
2.3.11. Acabamento
O acabamento no cais no caso das embarcações convencionais é caracterizado pela
instalação do outfitting externo – equipamentos de ancoragem (ancora, amarras, guinchos,
molinetes), equipamentos de amarração (guinchos e cabeços), equipamentos de navegação
(mastros, antenas, componentes do passadiço), equipamento de acesso (escada do portaló e
rampas de acesso), portas e janelas estanques, itens de armação (televisores, refrigeradores e
mobiliário)
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3. Imperfeições no Processo Construtivo
As imperfeições identificadas na construção naval são uma fonte de inúmeros problemas
que inevitavelmente prejudicam o fluxo de materiais levando a retrabalho, ao aumento do tempo
de construção, diminuição da taxa de produtividade e consequentemente, aumento dos custos,
juntamente com a redução da confiança dos armadores no estaleiro.
Como indicado por Mandal [1], “A competitividade dos custos e do tempo pode ser
aumentada eliminando-se ou reduzindo-se as distorções durante o processo de fabricação ao invés
de permitir que elas se acumulem para que assim sejam removidas.” Uma maneira de atingir esse
objetivo é entender o processo que causa a distorção e desenvolver mecanismos preditivos e
preventivos para que seja possível ter controle de cada etapa.
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A distorção induzida por solda pode ser classificada, de uma maneira geral, em cinco tipos,
mostrados na figura 2. O encolhimento transversal se dá através da de uma redução dimensional
na direção perpendicular a linha de solda. O encolhimento longitudinal se dá através da redução
dimensional na direção paralela a linha de solda. De uma maneira geral, a quantidade de
encolhimento longitudinal é significantemente menor que a quantidade de encolhimento
transversal. A distorção angular é resultado da contração não uniforme da espessura da placa e
caracteriza-se por ser um defeito em que, duas placas unidas por uma junta soldada, ao invés de
formarem um ângulo de 180 graus entre si, terminam por formar um ângulo inferior a esse valor.
A distorção de flexão longitudinal é proveniente de uma diferença entre o ponto de aplicação das
tensões resultantes do processo de soldagem e o eixo neutro da região soldada. O empenamento
é produzido por tensões de compressão desenvolvidas principalmente pelo processo de soldagem
de reforçadores, especialmente nos casos de chapas metálicas com espessuras reduzidas.
Encolhimento Deformação
Transversal Angular
Flexão Longitudinal
Encolhimento
Longitudinal
Empenamento
Flexão
Distorção
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A principal causa que leva a formação de porosidades é contaminação atmosférica. Outras causas
podem ser presença de oxidação e umidade na peça soldada, nos consumíveis utilizados no
processo ou no equipamento, inadequação de parâmetros (corrente e arco) e disfunções na
proteção gasosa. Este tipo de defeito tem gravidade variada dependendo-se do local onde é
encontrado.
A falta de fusão é uma não conformidade que causa altos níveis de concentração de tensão
e pode ser descrita como uma descontinuidade da união entre dois passes consecutivos de solda
ou entre um passe e o metal base. As suas principais causas são falta de organização e controle
dos consumíveis, dos parâmetros de soldagem ou do espaçamento do chanfro.
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A mordedura é um defeito resultante da fusão do metal base que faceia o cordão de solda.
Neste caso, não há o preenchimento completo da área e uma reentrância se forma. As causas
podem ser valor elevado da corrente ou técnicas de soldagem inadequadas. Na estrutura, as
consequências são redução da resistência a fadiga e elevação do nível de concentração de tensão.
A inclusão de escória se caracteriza pela presença deste material entre os passes de solda
ou entre o passe de solda e o metal base. Os principais causadores são manipulação incorreta do
eletrodo, remoção insuficiente da própria escória. Os efeitos na estrutura são relacionados
principalmente a alta concentração de tensões.
O excesso de metal de solda pode ser resultante de uma baixa velocidade de soldagem,
baixa valor de corrente ou mal planejamento da sequência dos passes. Esta não conformidade
pode levar a redução da resistência a fadiga.
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Com o intuito de reduzir os problemas dimensionais proveniente dos processos de corte
algumas medidas podem ser tomadas, sendo elas – acompanhamento diário dos erros, manutenção
regular das ferramentas e das condições do local e manutenção regular do posicionamento dos
trilhos.
Outro problema está relacionado com o baixo nível de automatização dos processos. Essa
automatização é considerada como crucial para aumentar a eficiência produtiva. Pode-se
mencionar o exemplo de uma máquina de soldagem automática que possui eficiência até cinco
vezes maior que a soldagem manual, além de uma precisão mais acurada.
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4. O Controle Dimensional
Mandal [1] explica que “O Controle Dimensional se baseia na ideia básica de que não existe
acurácia absoluta. Qualquer que seja o método de produção, variações dimensionais são
inevitáveis. Entretanto essas variações podem ser medidas e ao mesmo tempo antecipadas.”
Para a efetiva implementação do sistema, o primeiro passo é incorporar uma base de dados
que precisará ser continuamente alimentada com os resultados de medidas sistemáticas de cada
etapa de todo o processo produtivo. O investimento inicial é considerado alto e a aplicação desse
sistema faz sentido quando se tem em mente o aumento de produtividade e a consequente redução
de custos no longo prazo. Conforme explicou Mandal [1], “Para a implementação do sistema de
controle dimensional, é necessário ter uma base de dados que vai propiciar o histórico estatístico
e o nível de acurácia dos métodos de trabalho aplicados no estaleiro.”
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4.1. Princípios Estatísticos
4.1.2. Conceitos Estatísticos Básicos
Qualquer processo produtivo repetitivo bem consolidado vai gerar produtos com variações
entre si. Essas variações, quando plotadas pelo número de vezes que ocorrem, se aproximam de
uma distribuição normal. Através da média e do desvio do padrão, é possível descrever o
comportamento da distribuição.
4.1.2.1. Média
Para uma variável aleatória continua X com função de densidade 𝑓(𝑥), define-se a
esperança como:
!
𝐸(𝑥) = ' 𝑥𝑓(𝑥)𝑑𝑥
"!
A esperança de X, comumente designada como a média 𝜇, é um valor único que atua como
média dos valores de X ou uma medida de tendência central.
𝜎$ = 3𝑉𝑎𝑟(𝑋)
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4.1.2.3. Distribuição Normal
Um dos mais importantes exemplos de distribuição contínua de probabilidade é a
distribuição normal, também conhecida como distribuição gaussiana. A função de densidade 𝑓(𝑥)
para esta distribuição é dada por:
1 "(&"')!*
𝑓(𝑥) = 𝑒 #) ! 𝑑𝜈
𝜎√2𝜋
Diz-se então que a variável aleatória X é distribuída normalmente com média 𝜇 e variância
$"'
𝜇# . Se Z é uma variável padronizada correspondente a X, ou seja, se 𝑍 = , então a média ou
)
valor esperado de Z é zero e a variância é 1. Em tal caso, a função de densidade de Z pode ser
obtida fazendo-se formalmente 𝜇 = 0 e 𝜎 = 1, onde:
1 ", !-
𝑓(𝑧) = 𝑒 #
√2𝜋
Esta função é comumente designada função ou distribuição de densidade normal
padronizada. A função de distribuição correspondente é dada por:
, ,
1 ".!- 1 1 ".!
𝐹(𝑧) = 𝑃(𝑍 ≤ 𝑧) = ' 𝑒 # 𝑑𝑢 = + ' 𝑒 -# 𝑑𝑢
√2𝜋 / 2 √2𝜋 /
A curva de distribuição normal está representada na figura 6 e mostra a simetria no entorno
da média.
25
4.1.2.4. O Teorema do Limite Central
O teorema do limite central é um dos teoremas fundamentais da probabilidade e é
considerado a razão da eficácia de muitos procedimentos estatísticos.
Dessa maneira, sejam X1, X2, .... variáveis aleatórias independentes, identicamente
distribuídas, ou seja, todas tem a mesma função de probabilidade no caso discreto ou a mesma
função de densidade no caso contínuo, e com média 𝜇 e variância 𝜎 # finitas. Então se
𝑆0 = 𝑋1 + 𝑋# + ⋯ + 𝑋0 (𝑛 = 1, 2, … )
𝑆0 − 𝜂' 3
1 ".!-
lim 𝑃(𝑎 ≤ ≤ 𝑏) = ' 𝑒 # 𝑑𝑢
0→! 𝜎√𝑛 √2𝜋 4
5" "6#
A variável aleatória )√0
padronizada correspondente a Sn é assintoticamente normal.
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Definimos então as causas comuns, em que a variabilidade ocorre naturalmente, ou seja,
por mais que o processo seja bem projetado e cuidadosamente mantido, a variabilidade natural
vai estar presente. No caso de se existirem somente essas causas naturais, a performance do
projeto pode ser prevista. Nessas situações, o processo é considerado sob controle estatístico e
pode ser descrito através de uma distribuição normal.
Podemos ainda separar em categoria diferenciada os erros, que são resultados diretos de
ignorância, deficiência ou acidentes, problemas que não estão inseridos no processo produtivo.
Esse tipo de ocorrência deve ser evitado ao máximo e tende a não acontecer em processos
produtivos bem estabelecidos.
Nesse contexto, é possível então inserir o conceito trazido pelos Diagramas de Controle,
que exercem papel crucial no processo produtivo e permitem que eventuais perdas de controle
sejam rapidamente visualizadas e consequentemente eliminadas.
27
possui maior simplicidade e por isso, é largamente utilizada. A média X é utilizada para medir a
tendência central e a amplitude R é utilizada para controlar a dispersão.
Mandal [1] aponta que “Diagramas de controle são baseados no teorema estatístico do
limite central (...) e fornecem os limites para variações da média e da amplitude das amostras
aleatórias.” A performance de um determinado processo vai ser medida através da utilização de
uma amostra do universo distribuída normalmente, que viabilizará o estabelecimento dos níveis
aceitáveis de variabilidade. Em seguida, amostras aleatórias do produto final, normalmente
distribuídas, são utilizadas para monitorar a existência ou não de desvios ao longo do processo
produtivo. Conforme explicado por Mandal [1], “Os limites comumente estabelecidos são três
vezes o desvio padrão acima e abaixo da média e da amplitude média. Três desvios padrão
fornecem 99,7% de certeza de que a exceção a esses limites é resultado de mudanças na
performance normal do processo indicando a existência de uma causa especial, ou seja, de um
erro.” Esses limites são indicações do nível de acurácia e das variações esperadas (distribuição
normal) para o processo.
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Como os diagramas de controle devem ser utilizados em processos que estejam sob
controle estatístico, algum entendimento sobre o significado de controle estatístico é importante
para o melhor uso da ferramenta. Nesse caso, um estado sob controle estatístico, do ponto de vista
matemático, é um estado de pura aleatoriedade. Do ponto de vista do processo construtivo, é o
estado em que somente existam causas comuns influenciando as variações de média e amplitude,
sem causas especiais ou erros. No diagrama, os pontos cairão somente dentro da área de controle.
Quando pontos caírem fora da área de controle, fica o indicativo de que existe alguma causa
especial de variação. Em um sistema bem estabelecido, o próprio operador pode identificar e
corrigir o problema, dado que ao ter-se como padrão o controle estatístico, o processo tem
previsibilidade e repetitividade. Os limites definidos pela região de controle e o tamanho da
amostra determina o nível de acurácia do processo com o qual se trabalha e a variação que pode
ser esperada.
∑ 𝑥̅9
𝐶. 𝐿. = 𝑥̿ =
𝑛∗𝑘
Tendo definido a linha de centro, calcula-se a linha de controle superior (UCL) e a linha de
controle inferior (LCL), através das equações abaixo. A2 é baseada no número de objetos na
amostra.
𝑈𝐶𝐿+ = 𝑋V + 3𝜎+̅ = 𝑥̿ + 𝐴# 𝑅Z
𝐿𝐶𝐿+ = 𝑋V − 3𝜎+̅ = 𝑥̿ − 𝐴# 𝑅Z
29
∑ 𝑅9
𝐶. 𝐿. = 𝑅Z =
𝑘
𝑝
𝑝̅ = \
𝑘𝑛
𝑝̅(1 + 𝑝̅ )
𝑈𝐶𝐿 = 𝑝̅ + 3]
𝑛
𝑝̅ (1 + 𝑝̅ )
𝐿𝐶𝐿 = 𝑝̅ − 3]
𝑛
Os diagramas u e c são utilizados para não conformidades, que representam cada ponto
exato em que uma determinada especificação não é satisfeita.
𝑈𝐶𝐿 = 𝑐̅ + 3√𝑐̅
𝐶. 𝐿. = 𝑐̅
𝐿𝐶𝐿 = 𝑐̅ − 3√𝑐̅
𝑢Z
𝑈𝐶𝐿 = 𝑢Z + 3]
𝑛
30
𝐶. 𝐿. = 𝑢Z
𝑢Z
𝐿𝐶𝐿 = 𝑢Z − 3]
𝑛
Se cada etapa está sob controle estatístico, sua distribuição normal de variações pode ser
determinada (média e desvio padrão). Coletando-se os dados de todos os processos, a variação
final da estrutura (média e desvio padrão) pode ser prevista. Então, para o casco completo, a
equação seguinte fornece a variação final.
𝑍 = \ 𝑃9 + \ 𝑆9 + \ 𝐴9 + \ 𝐸9
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∑ 𝑃9 é a variação para os processos de marcação e corte das chapas de aço, ∑ 𝑆9 , é a variação
para os processos envolvendo as submontagens, ∑ 𝐴9 é a variação para os processos envolvendo
as montagens de paineis e ∑ 𝐸9 é a de variação para os processos envolvendo a montagem dos
blocos e sua edificação.
𝜎= = 𝜎1 # + 𝜎# # + 𝜎> # + ⋯ = \ 𝜎9#
Se os objetivos desejados para cada etapa forem atingidos, fica simples concluir que o
objetivo desejado para o produto final (navio) vai ser atingido. Adicionalmente, quando as
performances de cada etapa estiverem sob condições normais, é possível avaliar se existem
estratégias alternativas de construção que podem eventualmente ser utilizadas para reduzir ainda
mais o retrabalho. Se essa opção não for possível, uma outra estratégia é buscar reduzir ainda
mais as margens em etapas críticas do processo. Como exemplo, é possível citar o replanejamento
das linhas, melhoria no ambiente de trabalho, treinamento do pessoal, além de outras
possibilidades. A esse processo, dá-se o nome de Análise do Método ou Processo, que envolve a
basicamente a revisão do processo. Seu objetivo é reduzir ainda mais a variabilidade, que já estava
dentro dos limites.
Esse procedimento também pode ser utilizado para investigar uma determinada causa
especial que esteja deixando o processo fora de controle estatístico.
32
Para que um sistema como esse possa ser implementado é necessário que o estaleiro possua
um determinado nível de organização, com métodos de trabalho, procedimento e medição bem
definidos. É necessário implementar um sistema computacional para armazenamento de
informações e base de dados que será futuramente interpretado através de análises estatísticas. A
tecnologia de grupo, largamente utilizada em estaleiros em todo o mundo, permite que vários
métodos de trabalho sejam padronizados, o que garante que a repetição desses métodos seja
alcançada, o que torna o controle dimensional possível.
Apesar de ser trabalhoso e tomar um longo período de tempo, uma vez que a base de dados
esta pronta, ela atende a dois objetivos – fornecer bases para que a performance de trabalho
(processo, maquina, etc.) seja monitorada e fornecer dados para que análises e revisões dos
processos possam ser realizadas. Os principais benefícios são aumento da produtividade, redução
de custos, aumento da qualidade do produto final, redução do tempo de construção e garantir a
satisfação dos clientes, órgãos reguladores e sociedades classificadoras.
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principais objetivos de longo prazo. Um erro largamente cometido é contentar-se com esses
primeiros objetivos e não se comprometer com o desenvolvimento do sistema para o atendimento
dos objetivos mais longos. A gerência deve então ter persistência e garantir que este erro não
ocorra, já que o sistema de controle dimensional, quando implementado de maneira incompleta,
perde grande parte de seu potencial.
Como a coleta de dados para o controle dimensional ser efetivo é longa, muitos estaleiros
implementam o sistema juntamente com a estrutura analítica de projeto de modo a já alcançar
uma redução do retrabalho na edificação. Os responsáveis pelos processos intermediários passam
a buscar cada vez mais a acurácia dos produtos e a própria alimentação da base de dados passa a
ocorrer de maneira mais natural. De qualquer maneira, reuniões entre as áreas mais impactadas
pela implementação devem ocorrer com bastante frequência e a natureza repetitiva e longa
requerida pelo sistema deve estar muito clara para todos os envolvidos.
À medida que informações de limites e tolerâncias forem geradas pela equipe responsável
pela análise dos dados, estas devem ser incluídas em planos e desenhos. Com a inclusão de mais
dados e medições, e a subsequente revisão dos limites, os desenhos e planos devem então ser
revisados e refinados. Com a passagem do tempo, a coleta de dados vai fazer parte do processo
produtivo e passa a ser normal e natural para todos os participantes.
Por fim, é preciso enfatizar que garantir a ocorrência ininterrupta das medições e o tempo
necessário para a implementação do sistema é vital. Sem isso, o controle dimensional não se torna
realidade.
à Planejamento preliminar;
à Planejamento detalhado;
à Desenvolvimento de padrões;
É importante ressaltar que esse trabalho deve ser coordenado pelas áreas de engenharia,
planejamento, produção e, em alguns casos, compra e vendas. O controle dimensional deve estar
inserido na rotina diária tradicional de planejamento e não deve ser enxergado como uma
atividade separada.
34
- Destacar os pontos e dimensões principais considerados críticos para o controle
dimensional e geométrico dos blocos;
- Especificar os processos em que a variação não pode ser prevista, nos quais será
necessário definir margens maiores. Ao mesmo tempo, definir as tolerâncias para cada processo
e destacar aqueles em que esse limite pode ser mínimo (pontos em que a variação prevista possui
alta confiabilidade);
As vantagens de se estabelecer esse padrão organizacional são muitas, entre elas – evitar
que o controle dimensional se confunda com o controle de qualidade, torna-lo parte do trabalho e
rotina de todos permitindo o monitoramento continuo do trabalho sem a visão de que se existe
mais uma tarefa a ser cumprida, reafirmar a visão do controle dimensional como uma parte de
todos os processos e aspectos da construção naval.
Os responsáveis por seu planejamento devem ter acesso ao arranjo geral, seção mestra e
planos de linhas, além de opções para a divisão de blocos e fiada do casco, e utilizam as equações
de variação final definidas estatisticamente considerando. Os dados finais são então enviados aos
projetistas, responsáveis pelas alterações e correções dos planos.
Conforme salienta Mandal [1], “Os requerimentos do controle dimensional devem estar na
mão dos projetistas antes do início do projeto para permitir a total implementação das tolerâncias
requeridas, margens, excessos e etc.” Quando a introdução dos dados é feita somente nas revisões
dos desenhos, a possibilidade de conflitos relacionados a custos/programação é alta.
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alternativos de trabalho, sequencias de montagens e esquemas de divisão de blocos devem ser
avaliados de modo que mudanças necessárias possam ser incorporadas.
Na situação em que já existe uma base de dados desenvolvida do sistema será definir os
pontos vitais e linhas de base para o casco como um todo. Esses pontos vitais escolhidos refletem
todos os requerimentos de margens e tolerâncias necessários na fabricação do navio, e só podem
ser fixados após a definição dos planos de montagem e edificação dos blocos dado que medições
relacionadas a processos só podem ser planejadas para processos que estejam bem definidos, o
que confirma a necessidade de o planejamento de controle dimensional estar inserido no
planejamento da construção como um todo.
- Tolerância dos produtos intermediários, sendo definidas pelo estaleiro para garantir a
melhor produtividade possível dentro dos padrões estabelecidos de qualidade;
Ainda dentro deste exemplo, cita-se a necessidade de desenvolver planos para eventuais
margens, que devem ser definidas a partir de dados fornecidos por análises estatísticas. Se os
processos estiverem sob controle estatístico e as margens forem definidas para compensar com
exatidão eventuais desvios, haverá quantidade praticamente mínima de retrabalho.
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Tomando como segundo exemplo, tem-se a dificuldade comumente encontrada na pré-
edificação e edificação para efetuar a união dos blocos. Quando as dimensões não estão dentro
das tolerâncias, as regiões de emenda devem ser retrabalhadas através de corte ou inserção de
chapa de retalho ou bacalhau.
A utilização do controle dimensional nos processos anteriores para evitar este tipo de
problema é mais produtiva do que ter que lidar com retrabalho nessa etapa avançada do processo
produtivo, quando o local já pode ser de difícil acesso ou não garantir condições mínimas de
segurança ao trabalhador. Nesse caso, análises estatísticas são utilizadas para antecipar eventuais
compensações a serem feitas. Tolerâncias são consideradas em regiões em que pode haverá
encolhimento, e quando esse encolhimento não puder ser previsto, margens ainda maiores são
levadas em conta.
Nesse caso, é possível avaliar a questão sob dois aspectos - Padrões de trabalho e padrões
de acurácia.
Qualquer alteração nos procedimentos deve ser avaliada rigidamente e autorizada pela
equipe responsável pelo sistema A/C, o que não significa que mudanças não possam ocorrer. Ao
contrário, sob um sistema de controle dimensional completamente operacional, mudanças
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ocorrem com bastante frequência, sendo resultado dos contínuos ajustes indicados pelas análises
resultantes do próprio sistema.
Nesse contexto, alguns padrões devem existir, tais como fluxo de aço, organização do
trabalho, treinamento do trabalhador e supervisão. Se houver mudanças nesses padrões não
relacionadas a uma indicação direta do sistema, todo o resultado obtido até o momento fica
comprometido, dado que a repetitividade não foi mantida. Dentro dos padrões de trabalho também
estão excessos, margens de encolhimento, linhas de referência, procedimento de checagem,
procedimentos de fabricação e montagem, além da própria inclusão das informações A/C nos
planos.
Por fim, é importante destacar que o planejamento deve estar completo antes do início do
processo produtivo de modo a permitir que as medições ocorram tranquilamente. Para estaleiros
com pouca ou nenhuma experiência na aplicação desse sistema, é interessante que o planejamento
seja relativamente o mesmo nas primeiras obras. No caso de estaleiros experientes, alterações
tornam-se possíveis.
Nessa etapa, são utilizados diagramas de controle para que os trabalhadores e seus
supervisores possam documentar com regularidade os valores medidos. Se os valores medidos
estiverem fora dos limites de tolerância indicados nos diagramas, a causa deve ser determinada e
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uma decisão sobre a solução deve ser tomada. Dependendo da natureza do problema, a solução
pode envolver os próprios trabalhadores, supervisores, gerência ou até mesmo todo o estaleiro.
Esse procedimento de auto checagem é crucial. O trabalho não deve ser considerado
finalizado antes que o trabalhador verifique os resultados para confirmar que eles estão dentro
dos padrões de acurácia definidos. Além disso, existe uma vantagem inesperada, mas importante,
que é aumentar significativamente o orgulho do trabalhador com o resultado do seu próprio
trabalho, dado que ele mesmo pode passar a gerenciar seus próprios resultados. Outra questão de
importância significativa é saber quando e o que checar. A programação deve disponível em cada
estação de controle e todas as checagens de rotina devem estar incluídas dentro desta
programação.
Variação do processo de
Variação do processo real
medição
Variação
Variação do Variação do Variação
Variação na devido ao
processo de processo de devido ao
amostra sistema de
longo prazo curto prazo metrologista
medição
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Nos dias de hoje, para fins de medição são utilizadas tecnologias de metrologia de grandes
volumes disponíveis no mercado. Os principais sistemas portáteis de medição para grandes
volumes são sistemas de medição por triangulação (fotogrametria), sistemas de medição por
coordenadas esféricas. sistemas de medição por multilateração e braço articulado.
10 LASER Scanner
Incerteza de medição [mm]
Estação total
Trena
1
LASER Radar
Fotogrametria
0,1
BAM
Fotogrametria
0,01
LASER Tracker
0,001
1 10 100
Tamanho do objeto [m]
4.2.4.1. Fotogrametria
A fotogrametria é uma técnica de medição óptica baseada no princípio da triangulação que
consiste na obtenção de coordenadas tridimensionais a partir de fotografias.
Essa técnica pode ser aplicada em diversas etapas do processo de produção de uma
embarcação como na medição e montagem de painéis, orientação e montagem de tubulações,
análise dimensional de blocos entre outras. As vantagens englobam medição sem contato,
portabilidade e minimização dos efeitos de variação térmica e de vibração. A maior desvantagem
está relacionada ao longo tempo para geração das imagens.
40
Figura 17 - Princípio da Fotogrametria
4.2.4.3. “Indoor”GPS
O sistema de medição iGPS é um equipamento que utiliza o conceito do Sistema de
Posicionamento Global (GPS) de satélites. O sistema é composto por transmissores fixos e por
sensores móveis que são associados aos pontos medidos. As vantagens são liberdade de
movimentação dos pontos do mensurando sem que haja necessidade de movimentação do sistema
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de medição. As desvantagens são alto custo, sistema pouco robusto e o detalhe de que o
equipamento foi desenvolvido para utilização em espaços internos.
4.2.4.4. Teodolitos
Teodolitos são sistemas ópticos de medição por coordenadas que utilizam uma luneta
apontada ao ponto no espaço a ser medido. A posição angular da luneta é medida por encoders
angulares. De modo que a medição ocorra, o sistema deve estar nivelado com a localização e
orientação conhecidas, e em teodolitos eletrônicos, os dados são armazenados digitalmente. As
vantagens são o relativo baixo custo e uma ampla faixa de medição. Como desvantagens, tem-se
a necessidade de um operador e a tendência a obsolescência do equipamento.
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Figura 20 - Princípio de Funcionamento do ADM
43
o sistema mede apenas distâncias lineares, a técnica de multilateração é utilizada. A vantagem é
a acurácia e as desvantagens são pouca robustez para uso na indústria naval e baico alcance.
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Figura 24 - Princípio de Funcionamento do Laser Scanner
Por fim, sobre os responsáveis pelas medições, isso dependerá do nível de maturidade do
sistema de controle dimensional no estaleiro. Se o sistema é relativamente novo, é melhor que as
medições fiquem nas mãos do grupo de controle dimensional. Eventualmente, uma transição pode
ser feita e os trabalhadores podem passar a verificar o próprio trabalho de modo que esses dados
coletados podem ser diretamente inseridos na base de dados. Pode ser preciso que sejam feitas
45
verificações eventuais e aleatórias além de alguma necessidade de dupla verificação, pelo grupo
responsável pelo controle dimensional, de pontos considerados críticos.
Assim, as análises urgentes ocorrem quando um determinado produto é construído fora dos
padrões e tem potencial para causar danos nos processos posteriores. Nesse caso, é preciso definir
qual o melhor curso de ação, podendo ser retrabalho imediato ou, em casos de alta gravidade,
alteração dos planos e projeto do trabalho que seria realizado depois.
à Utilizar os resultados para identificar eventuais processos que precisem de revisão para
melhora da produtividade;
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Para o desenvolvimento das equações de variação, são considerados dois grupos distintos
de equações – o primeiro, que expressa a soma das variações das médias e o segundo, que define
a variância de todos os processos em função da variância de cada um desses processos. A
similaridade dessas equações está no fato de que ambas expressam relações geométricas entre as
várias partes formadoras do produto e o produto final em si.
De uma maneira geral, essas equações foram desenvolvidas para prever o efeito que o
controle dimensional das partes componentes teria sobre o controle dimensional do produto final.
O formato das equações está diretamente relacionado com a obra e inclui características
estruturais, sequenciamento das montagens e métodos de fabricação.
Nos casos em que a estrutura analítica de projeto é aplicada juntamente com o controle
dimensional, as equações não se alteram muito de uma obra para outra, dado que os métodos
básicos de projeto e fabricação são relativamente semelhantes. Uma vez que um grupo de
equações está definido para um determinado casco, alterá-lo para um novo casco torna-se
relativamente simples. Para isso, é preciso ter em mente o principal objetivo que se espera ao se
utilizar essas equações, que está diretamente relacionado com o objetivo de todo o sistema, que é
reduzir o retrabalho na edificação e aumentar a produtividade.
Para desenvolver essas equações, algumas simplificações devem ser feitas. É preciso
assumir que blocos e montagens, que contribuem para as variações, possuam formatos
retangulares, dado que neste caso, simplificar a modelagem do problema já garante a obtenção de
resultados aceitáveis. Isso pode ser feito porque ao desenvolver as equações, os processos de
fabricação básicos são considerados sob controle estatístico. De qualquer maneira, algumas
informações são necessárias para o desenvolvimento destas equações, sendo elas:
Outra possibilidade é utilizar um software para fazer a análise incluindo também análises
de simulação para se poder prever a necessidade ou não de retrabalho, e para prever a quantidade
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de variação resultante de um determinado processo. Adicionalmente, a simulação pode ajudar a
determinar pontos chave que podem contribuir para uma variação em particular.
48
5. Método LEAN
O sistema de produção LEAN possui seu alicerce em uma filosofia organizacional baseada
no conceito melhora contínua. O método permite o aprimoramento da efetividade, eficiência e
transparência nos processos produtivos, que acabam por se tornar melhores, mais rápidos e mais
baratos. O método pode variar consideravelmente dependendo da complexidade do sistema de
produção e dos esforços com os quais o grupo está disposto a se comprometer.
Para tornar possível o que foi mencionado, dois requisitos devem ser atendidos. O primeiro
trata da estabilidade do ambiente, que inclui padronização dos sistemas, organização do trabalho,
ergonomia e segurança, além de eficiência logística, no desenvolvimento do produto e dos
processos e foco no cliente. O segundo, considerado o centro do processo de manufatura baseado
no pensamento LEAN, são justamente as pessoas, que devem ser flexíveis, capazes e devem estar
sempre altamente motivadas. Todos estes componentes devem trabalhar integrados, alinhados
pela equipe de gerenciamento, para alcançar o objetivo final e é justamente nesta característica
que reside a força do pensamento LEAN. Se um componente falhar, todo o sistema falha.
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5.1.1. “Just in Time” na Construção Naval
A utilização do sistema “Just in time” é uma das grandes características do método LEAN.
Em um processo produtivo fundamentado neste pensamento, cada peça ou componente é
produzido somente no momento necessário, evitando diretamente desperdícios com
movimentação, separação e estocagem. Este método é largamente utilizado em produções de larga
escala, mas através de algumas adaptações, alguns estaleiros, majoritariamente japoneses,
passaram a adotá-lo.
Estaleiros japoneses utilizam o método das linhas de produto. Esta organização se baseia
na ideia de que produtos com similaridades estejam inseridos na mesma ‘família’. Neste caso,
blocos planos entram em uma linha de processamento enquanto que blocos curvos passam por
uma linha diferenciada. O que se pode concluir então é que todas as partes componentes de blocos
planos passam por processamento diferenciado das partes que sejam componentes dos blocos
curvos. Por fim, todos os blocos, planos e curvos, são unidos normalmente quando chegam na
etapa de pré-edificação e edificação.
Quando os dois métodos são comparados, é possível entender que o procedimento utilizado
nos estaleiros japoneses é considerado mais fluido e limpo. Situações relacionadas a logística dos
processos de armazenamento não ocorrem ou ocorrem com bem menos intensidade, o que reduz
significativamente o desperdício e consequentemente, os custos.
Além disso, outras maneiras de economia podem ser largamente identificadas quando da
aplicação do método LEAN. Uma das principais é simplesmente a melhora geral da qualidade.
Em um sistema de produção organizado por funções, o ciclo de produção é mais longo e eventuais
erros são identificados somente no fim. Como exemplo, cita-se a situação do processamento de
um chapeamento que será utilizado na montagem de um determinado painel. Considerando-se
que o processamento da chapa ocorre no dia 1, a montagem pode ocorrer bem depois, como no
dia 15, ou seja, a identificação do erro vai ocorrer somente no dia 15. Neste intervalo, uma grande
quantidade de chapas pode ter sido processada com o mesmo erro, o que é extremamente
problemático para a qualidade do processo produtivo em geral.
Quando se organiza a produção por linhas de produto, os ciclos mais curtos permitem a
identificação e correção rápida do erro. Ainda dentro do exemplo anterior, a montagem pode
50
ocorrer até no mesmo dia do processamento do chapeamento. Essa característica leva a uma
melhora geral da qualidade dos trabalhos, dado que com a possibilidade de correção praticamente
imediata do erro, as chances dele se repetir reduzem. No fim, todo o processo produtivo melhora.
Outras características que levam ao aumento da produtividade são redução das atividades
que adicionam tempo, mas não adicionam valor ao produto e a rápida correção de erros. Por fim,
o tempo de construção reduz, o que é positivo para o cliente e positivo para o empreendimento,
dado que se abre espaço para um novo projeto. A satisfação dos colaboradores também aumenta,
o que leva a uma efetiva melhora do trabalho realizado.
O tempo desejado nem sempre é igual ao tempo real, mas idealmente, para a otimização
do processo produtivo, eles devem ser iguais, dado que por definição, não acompanhar o tempo
desejado vai certamente resultar em desperdício em algum momento. Se o tempo real for menor,
gera-se estoque. Se for maior, gera-se a necessidade de acelerar a produção, horas extras e/ou
estoque.
Geralmente, aplicar o conceito de tempo Takt na construção naval não é algo tão trivial.
Um navio usualmente leva seis meses ou mais para ser concluído, o que significa um tempo Takt
extremamente longo, tornando difícil a sua utilização para determinar o tempo desejado de cada
etapa. Além disso, este intervalo pode variar significativamente de um navio para outro,
dependendo do seu tipo, complexidade e tamanho. Por fim, mas não menos importante, cada
navio é feito de partes únicas que provavelmente terão, cada uma, um tempo desejado de
construção diferente.
Apesar do que foi dito, para aplicar-se o conceito de fluxo de produção na construção de
um navio, é preciso definir o seu tempo Takt. É preciso saber em quanto tempo as partes precisam
ser produzidas para elas se encaixarem no calendário geral do processo de construção e
idealmente, todas os componentes têm que se movimentar no estaleiro com o mesmo passo.
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edificação. Todas as partes individuais são processadas, cortadas e montadas a tempo de serem
utilizadas na construção dos blocos. Neste planejamento, todos os componentes se movem em
sintonia, que permite o fluxo ideal do processo produtivo.
5.1.1.3. Estoque
Apesar de muitos enxergarem o estoque com um problema no processo produtivo, isso não
é verdade. O fato é que estoques são considerados pontos críticos em uma linha de produção
baseada no método LEAN. Basicamente, quando um sistema de produção completamente fluido
não é possível, o melhor é estabelecer um pequeno estoque controlado entre duas etapas que tem
sua composição mantida através do “Pull System”. Neste caso, é extremamente importante manter
o estoque sob controle e dentro dos limites máximos e mínimos definidos.
Quando um sistema possui pequenos estoques entre as etapas produtivas, é preciso ter
cuidado redobrado para não se perder o controle. Alguns dos principais problemas envolvendo
estoques são:
- Perda de partes;
- Espaço ocupado;
- Mudanças no projeto podem gerar custos com alteração dos produtos ou partes já
estocadas;
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estatísticas e ferramentas para soluções de problemas que podem garantir o resultado positivo e
com alta qualidade já na primeira vez.
Dessa maneira, dá-se um grande passo na direção do sistema produtivo LEAN, que tem
como um dos requisitos, a necessidade de se construir certo da primeira vez. Neste caso, pouco
estoque é necessário e qualquer problema será rapidamente identificado, dado que o fluxo fica
comprometido.
5.1.3. Estabilidade
Trabalhar sem a segurança que grandes estoques oferecem requer operações produtivas
estáveis e confiáveis. Uma das chaves para esta estabilidade é a padronização, que representa
basicamente o estabelecimento do melhor método de produção possível naquele momento, mas
que pode ser continuamente alterado à medida que novas possibilidades se mostram presentes.
Em outras palavras, a padronização deve estar sempre diretamente ligada a melhora contínua.
Esta estabilidade tem início no local de trabalho com a padronização do trabalho, eficiência
do layout e ergonomia. A padronização do trabalho deve se caracterizar pelo estabelecimento de
padrões nos processos, vistorias de qualidade, garantias de segurança, manutenções e outros. Esse
conjunto deve ter um padrão de qualidade esperado, dado que o principal é evitar qualquer tipo
de desperdício.
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locais de armazenamento de longo prazo. Os outros devem ficar mais próximos de onde serão
utilizados com identificações visíveis.
Por fim, o que o método LEAN requer, além de tudo que foi citado, é um bom grupo de
profissionais, que devem estar todos envolvidos nos processos e com os mesmos objetivos,
melhora contínua e solução de problemas. Para isto, é necessária uma combinação de bons
treinamentos, bom gerenciamento e o estabelecimento de uma cultura baseada na melhora do
comportamento. Isso fica claro quando se olha para companhias e empresas que praticam o
LEAN. Nelas, os trabalhadores e colaboradores são sempre bem tratados e estão sempre
envolvidos e animados com os próprios resultados, além de estarem ativamente participando da
evolução do sistema com feedbacks, opiniões e sugestões.
De uma maneira geral, o que fica esclarecido é que a padronização do trabalho precisa ser
continuamente melhorada pelo próprio operador, a paralização do processo para correção de erros
é uma grande responsabilidade e o “Pull System” permite que o próprio operador controle a sua
demanda por materiais e componentes. Em poucas palavras, a responsabilidade é levada até o
operário que acaba se tornando um tomador de decisões.
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6. Conclusão
Neste trabalho detalhados os processos construtivos existentes aplicados nos estaleiros e as
causas dos principais problemas dimensionais puderam ser definidas. As bases do Controle
Dimensional foram estudadas e através de uma ligação direta com o Método de Manufatura
LEAN, as principais diretrizes de uma construção naval eficiente puderam ser delineadas.
O controle dimensional por si só possui caráter bastante analítico. Dados são coletados em
longos períodos de tempo e análises e avaliações estatísticas são feitas para se determinar os
principais pontos críticos e gargalos do processo produtivo. O método LEAN, focado basicamente
na minimização contínua do desperdício, utiliza esses dados e uma série de paradigmas como
foco no fluxo produtivo, padronização de métodos, construção baseada na qualidade e pessoal
motivado para estabelecer padrões de produção que sejam considerados estáveis e confiáveis.
A primeira providência a ser tomada deve ser a criação de um modelo de planejamento que
viabilize os procedimentos de medição em todas as etapas do processo produtivo. Ao mesmo
tempo, investimentos devem ser realizados para que se torne possível a construção de uma base
de dados para armazenamento destas medições. Avaliações estatísticas periódicas permitirão que
os principais gargalos sejam identificados e subsequentemente tratados. Com estas informações
em mãos, um esforço deve ser realizado no sentido de padronizar os métodos construtivos
utilizados focando-se sempre no melhor fluxo produtivo possível. Somando-se a tudo isso, é
preciso ressaltar que o cuidado com o colaborador deve ser sempre lembrado. Boas condições de
trabalho e de treinamento resultam em um grupo motivado e focado em bons resultados.
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7. Referências
[1] MANDAL, N., 2016, “Ship Construction and Welding”, Springer Series on Naval
Architecture, Marine Engineering, Shipbuilding and Shipping; Vol. 2, Ed. 1.
[2] PAUL, E., BABU, D., PAUL, B., 2014, “Design of an Accuracy Control System in
Ship Building Industry”, International Journal of Emerging Technology and Advanced
Engineering; Vol. 4, No. 6.
[3] STORCH, R., GRIBSKOV, J., 1985, “Accuracy Control for U.S. Shipyards”, Journal
of Ship Production; Vol. 1, No. 1, pp. 64 – 77.
[4] EYRES, D. J., 2001, “Ship Construction”, British Library Cataloguing in Publication
Data; Ed. 5.
[9] National Steel & Shipbuilding Co., 2000, “Lean Manufacturing Principles Guide”,
The University of Michigan.
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