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SUMÁRIO
1. Ventilação Geral Diluidora Para Redução do Calor Sensível.............................................. 98
1.1. Condições Ambientais de Conforto ............................................................................. 98
1.2. Taxas de ocupação dos recintos................................................................................. 99
1.3. Calor liberado por pessoa ........................................................................................... 99
1.4. Calor devido à penetração do exterior para o recinto, por condução, em razão da
diferença de temperaturas entre o exterior e o interior do mesmo ....................................... 100
1.5. Carga térmica devida à insolação ............................................................................. 100
1.6. Carga térmica devida à energia dissipada pelos aparelhos de iluminação .............. 102
1.7. Carga térmica devida ao funcionamento de motores elétricos ................................. 102
1.8. Carga térmica devida ao equipamentos em funcionamento no recinto .................... 102
1.9. Calor devido à Ventilação ou Infiltração do Ar para o Ambiente .............................. 103
1.10. Carga Térmica Total .................................................................................................. 104
1.11. Método aproximado para avaliação de carga térmica e do volume de ar de
insuflamento para remoção da mesma ................................................................................. 105
1.12. Ventilação de salas de máquinas ou recintos industriais.......................................... 105
4. Bibliografia.......................................................................................................................... 139
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Módulo 03 – Ventilação Geral 2
Conquanto nem sempre seja possível conseguir-se apenas com a ventilação os níveis
ideais de temperatura de bulbo seco e de umidade relativa, indicaremos, para servirem
de referência, os valores considerados em geral como recomendáveis e máximos,
para os casos mais diretamente relacionados com ambientes de indústrias (ver Tabela
01).
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Metabolismo Temperatura do Ar
Atividade
(W/m2)
28 27 25 24 21
Sentado 63 51 57 61 67 76
Sentado, trabalho manual 73 53 57 63 70 80
Trabalho de escritório 77 53 58 63 72 83
Em pé, andando vagarosamente 89 53 58 63 72 83
Trabalho em bancada 130 56 64 72 86 107
Trabalho moderado 146 64 72 80 95 117
Trabalho pesado 163 79 88 97 111 135
Para uma primeira avaliação quando faltarem dados precisos sobre o valor da
temperatura de bulbo seco, pode-se adotar para o calor total:
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Esta carga térmica de calor sensível devido à penetração do calor pode ser calculada
pela fórmula:
Onde:
S = área das paredes, piso ou teto (m2);
k = coeficiente de transmissão de calor através de paredes, piso ou teto,
expresso em W/m2 h oC.
Cp = A*S (02)
Tabela 03: Valores do fator A
Temperatura de bulbo seco, 90°F 95°F
externa (32°C) (35°C)
Janelas na sombra 12 17
Paredes, alvenaria pesada .. 3 5
Paredes, alvenaria média .... 4 5
Paredes 2 3
Paredes, com revestimento 4 5
médio....
Divisórias, revestimento 7 10
simples ..................................
Divisórias, revestimento duplo 4 5
.............................................
Divisórias de vidro ................ 14 17
Tijolo de Vidro 5 8
Piso ....................................... 3 4
Teto sob recinto não-ventilado 12 13
..............................................
Teto sob recinto ventilado..... 9 11
Teto sob telhado ................... 14 16
Teto sob piso ocupado ......... 3 5
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A Tabela 04 indica, para as várias direções dos pontos cardeais, os valores do fator B
pelos quais deveremos multiplicar as áreas das superfícies expostas ao sol, para
obtermos o ganho de calor do recinto a que pertence a parede ou as janelas em
questão.
A carga térmica devida à insolação, isto é, à incidência solar direta sobre paredes e
cobertura, tem um efeito importante sobre o problema de isolamento térmico, podendo
em certos casos exigir, mesmo, a instalação de ar condicionado.
C = k * S * ∆t (03)
Onde:
S = área das partes expostas ao sol (m2);
∆t = diferença de temperatura equivalente, representativa do efeito de
insolação.
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ganho de calor pelos telhados, pelas paredes, de acordo com o tipo de material dos
mesmos, a latitude local e a hora de insolação durante o dia.
A carga térmica é uma função da potência dissipada pelas lâmpadas e pelos reatores
(quando se tratar de iluminação fluorescente). Pode-se calcular a potência dissipada
(watts/m2) por unidade de área de piso do recinto, em função do índice de iluminação
que deverá ser previsto para o mesmo e a natureza do trabalho a ser executado, cujo
grau de precisão influencia o nível de iluminação exigido.
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Na maioria dos casos, o ar externo é conduzido para o recinto a ser ventilado. Este ar
externo vai substituindo o ar que por infiltração escapa do recinto através de frestas,
portas giratórias e exaustores.
Embora o cálculo possa ser feito com relativa, precisão, o que se procura conseguir
em projetos de ar condicionado, para o caso de ventilação é aceitável proceder-se de
um modo mais simples e prático na determinação da carga térmica a considerar para
atender às exigências da ventilação-infiltração. Vejamos este método.
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é . .
60
Observações:
As dimensões são dadas em pés.
I = 1 (para uma só parede externa);
I = 1,5 (para duas paredes externas);
I = 2 (para três ou mais paredes externas).
Ao maior dos valores calculados acima, isto é, obtidos nos itens a e b, denominaremos
de "fator F"
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A carga térmica total é obtida somando-se as cargas parciais, ou seja, os valores dos
itens 1.3, 1.4., 1.5, 1.6, 1.7, 1.8 e 1.9.
A Tabela 09 fornece valores que permitem uma avaliação da carga térmica de verão,
para as seguintes medições:
ar exterior:
termômetro de bulbo seco = 95°F (35°C)
termômetro de bulbo úmido = 75 a 78°F (23,9 a 25,6°C)
ar interior:
termômetro de bulbo seco = 76 a 80°F (24,4 a 26,7°C)
umidade relativa = 50%
Isto pode ocorrer quando os equipamentos são instalados em recintos onde não haja
ventilação natural suficiente. Torna-se necessário, então, realizar a remoção do calor
sensível excessivo, por meio de uma ventilação mecânica adequada. È o que sucede
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Nesses casos, não há necessidade de levar em conta o calor sensível dos operadores
dos equipamentos, nem do calor de lâmpadas, quando os valores dos mesmos forem
muito pequenos em comparação com o calor irradiado pelos equipamentos principais.
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o poluente gerado não deve estar presente em quantidade que, excede a que
pode ser diluída com um adequado volume de ar;
a distância entre os trabalhadores e o ponto de geração do poluente deve ser
suficiente para assegurar que os trabalhadores não estarão expostos a
concentrações médias superiores aos TLV;
toxicidade do poluente deve ser baixa (deve ter um alto TLV);
poluente deve ser gerado numa quantidade razoavelmente uniforme.
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A ventilação geral diluidora pode não ser vantajosa, pelo custo elevado de operação,
sobretudo quando há necessidade de aquecimento do ar, nos meses de inverno,
contudo seu custo de instalação é relativamente baixo quando comparado com o da
ventilação local exaustora. É conveniente a instalação de sistemas de ventilação geral
diluidora quando há interesse na movimentação de grandes volumes de ar na estação
quente.
Diversas razões levam à não utilização da ventilação geral diluidora para poeiras e
fumos. A quantidade de material gerado é usualmente muito grande, e é difícil a
obtenção de dados seguros sobre taxa de geração de poeiras e fumos. Além disso, o
material pode ser muito tóxico, requerendo, portanto, uma excessiva quantidade de ar
de diluição.
Admitamos que um processo industrial qualquer libere uma taxa de substância tóxica
qc (m3/h), em um recinto. Para impedir que a concentração C (m3contaminante/ m3ar)
do ar do recinto, cresça além de certos limites, troca-se continuamente o ar do recinto,
como esquematizado na figura a seguir:
Para trocar o ar do local, introduz-se uma taxa de "ar puro" Q (m3/h ), fazendo-se com
que o contaminante gerado qc se dilua no ar puro insuflado no local. Ao mesmo tempo
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qαC*Q (04)
Se:
q α C * Q > qc => A concentração C de contaminante no recinto diminuirá
(06)
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(07)
Onde:
Q: taxa de ar puro a ser insuflado no ambiente para manter a concentração
constante, m3/h.
qc: taxa de substância tóxica gerada no recinto, provocando a concentração C,
m3/h
C: concentração da substância tóxica admissível no recinto, ppm.
106: fator de transformação da concentração C de m3/m3 para ppm.
(08)
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8315 273
22,4
1,01325 10
A taxa volumétrica de gás gerada a partir de uma taxa mássica em função do volume
molar é determinada pela equação (09):
(09)
,
(10)
Onde:
Q => taxa de ar puro, em m3/h;
wc => taxa poluente, em kg/h;
M => massa molecular do poluente em kg/Kmol;
C => concentração admissível, em ppm;
t => temperatura do processo, °C.
massa (wc) a equação (09) pode ser modificada considerando-se a densidade relativa
(11)
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Onde:
Q => vazão de ar puro para manter a concentração C dentro de valores
admissíveis, m3/h;
dc => densidade relativa do contaminante líquido;
Vc => fluxo volumétrico (na forma líquida) consumido no processo, m3/h;
K => coeficiente de segurança, normalmente 3 < K < 10;
M => massa molecular do contaminante, kg/kmol;
C => concentração do contaminante no ambiente, ppm;
t => temperatura do processo, °C.
(12)
Onde:
Q = vazão de ar a ser insuflado no ambiente, m3/h;
dc = densidade relativa do contaminante (líquido);
Vc = fluxo volumétrico do contaminante (líquido) consumido no processo, m3/h;
K = coeficiente de segurança, normalmente 3 < K < 10 (tabela 11 a seguir
sugere um critério para escolha do valor);
M = massa molecular do contaminante, kg/Kmol;
TLV => concentração admissível, ppm;
t => temperatura do processo,°C.
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Quando duas ou mais substâncias estão presentes, o efeito combinado deve ser
levado em consideração.
(13)
Quando a soma exceder a unidade, o TLV da mistura deverá ser considerado como
excedido. Nesse caso, a quantidade de ar requerida para a diluição de cada
componente da mistura é calculada e a soma é utilizada como a taxa de ventilação
requerida para a mistura.
1
Considera-se uma substância altamente tóxica quando TLV < 100 ppm, moderadamente
tóxica quando 100 < TLV < 500 ppm e levemente tóxica quando TLV > 500 ppm.
2
Não se recomenda a ventilação geral diluidora para substâncias altamente tóxicas.
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(14)
Onde:
LEL é o limite inferior de explosividade, expresso em porcentagem;
fs um fator de segurança que depende da porcentagem do LEL, necessária para
condições de segurança; na maioria dos fornos e secadores, tem sido desejável
manter concentrações de vapores não superiores a 25% do LEL; em fornos contínuos
adequadamente ventilados, usa-se fs = 4;
e B é uma constante que leva em consideração o fato de que LEL diminui,
aumentando a temperatura (B = 0,7 para T > 122 °C e B = 1,0 para T < 122 °c).
Deve-se enfatizar que esse conceito nunca é aplicado onde trabalhadores estão
expostos ao vapor. Em tais casos, são aplicadas taxas de ventilação para controle do
risco à saúde. Os TLV são sempre inferiores aos LEL.
2.2. Exemplos
2.2.1. Exemplo 01
Um banho de esmalte está secando por uma hora em um forno a 177 °C. A substância
volátil aplicada no processo é o xilol e 9,5*10-4 m3 são utilizados. Qual a taxa de
ventilação necessária para manter a concentração de xilol, dentro do forno, nos limites
seguros?
São dados:
LEL = 1%
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dc = 0,88
M = 106 kg/kmol
Resolução:
Como a substância apresenta um LEL baixo, vamos adotar fs = 10. Além disso, temos
que a temperatura do forno (177 °C) é maior que 122 °C, e assim, como vimos no ítem
2.1.3, B = 0,7.
, ,
,
416
2.2.2. Exemplo 02
São dados:
TLV = 155 ppm
dc = 0,805
M = 72,10 kg/kmol
Resolução:
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O TLV da metil etil cetona é 155, ou seja, conforme os critérios apontados na tabela
11, é uma substância moderadamente tóxica. Ainda segundo a tabela 11, com a
utilização de exaustores de parede e a entrada de ar por janelas, o valor recomendado
para K é de 6 a 10. Vamos, então, adotar K = 9. Usando a equação (12), teremos:
,
,
29.613
2.2.3. Exemplo 03
Numa operação para a retirada de pintura é utilizado 0,95 l/h de álcool metílico e a
mesma quantidade de diclorometano. Esses dois produtos têm efeito narcótico. A
avaliação do ar mostrou a presença de 130 ppm de diclorometano e 100 ppm de
álcool metílico. Calcular a taxa de ventilação necessária para manter as condições de
segurança, sabendo-se que o sistema de ventilação será projetado de forma que o
insuflamento e a exaustão serão realizados com ventiladores posicionados bem
próximos da fonte poluidora e que praticamente todo o ar insuflado passará pela zona
de maior contaminação. São dados:
temperatura da operação:40 °C
diclorometano dc = 1,3
M = 85 kg/kmol
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Resolução:
Temos, aqui, um caso em que duas substâncias estão presentes. Assim, o efeito
combinado deve ser levado em consideração.
1,47
Como a soma é maior do que 1, o TLV da mistura deve ser considerado como
excedido. Nesse caso, a quantidade de ar requerida para a diluição de cada
componente da mistura é calculada e a soma é utilizada como a taxa de ventilação
requerida para a mistura.
O TLV das duas substâncias é 156, ou seja, conforme os critérios apontados na tabela
11, é uma substância moderadamente tóxica. Ainda segundo a tabela 11, com a bons
difusores para entrada de ar, o valor recomendado para K é de 3 a 6. Vamos, então,
adotar K = 4,5.
Para o álcool metílico: usando a equação (12), e lembrando que 0,95 l/h = 9,5 * 10-4
m3/h teremos:
, , ,
15.595
117
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Para o diclorometano: usando a equação (12), e lembrando que 0,95 l/h = 9,5 * 10-4
m3/h teremos:
, , ,
10.764
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3.1. Generalidades
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A ventilação mecânica geral diluidora será feita por insuflamento se o ambiente for
limpo (auditórios, lojas, etc), pois nesse caso o ar exterior poderá ser facilmente
filtrado e uniformemente distribuído pelo ambiente, mantendo-o a uma pressão
superior à do exterior, o que evitará a infiltração de ar não-tratado.
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localizada. Os componentes que constituem esse tipo de ventilação podem ser vistos
na Figura 01.
A ASHRAE fixa em 0,075 m/s e 0,2 m/s os limites inferior e superior das velocidades
do ar para recintos com pessoas em trabalho sedentário. Velocidades acima de 0,2
m/s, só são toleráveis quando a temperatura efetiva é superior à de conforto, podendo
se tornar, caso contrário, causa de desconfortos ou mesmo doenças.
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Pelas razões apontadas, que garantem sua aplicabilidade tanto no verão como no
inverno, esse sistema é atualmente o processo de distribuição do ar de ventilação por
insuflamento mais adotado. O insuflamento nesse caso pode ser feito por meio de
bocas, colocadas tanto lateralmente (grades de insuflamento) como no forro
(aerofusos).
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Figura 03: Circulação do ar na distribuição para baixo e para cima. Os bocais de entrada
e de saída ficam próximos.
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Este processo é aceitável apenas para pequenos ambientes. A saída ocorre pelo lado
oposto, por meio de grelhas situadas à mesma altura do insuflamento (Fig. 06).
Nesse tipo de distribuição, o ar insuflado apresenta movimento tanto para baixo como
para cima. É o processo de distribuição do ar de ventilação por insuflamento ideal para
grandes ambientes e locais onde é permitido fumar.
O insuflamento se faz a meia altura, enquanto que a saída do ar, junto com os fumos,
verifica-se por cima, eventualmente mediante uso de um exaustor especial, e por
baixo, após entrar em contato com os acupantes (Fig. 01).
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O dimensionamento dos diversos elementos por onde circula o ar é feito por meio da
equação geral:
Ω (15)
. /
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O mesmo acontece com as perdas de carga nos dutos e acessórios, que devem ser
objeto de cálculo específico.
Tabela 12: Velocidades recomendadas para ventilação mecânica geral diluidora (ABNT)
Designação Recomendadas (m/s) Máximas (m/s)
Residên- Escolas, Prédios Residên- Escolas, Prédios
cias teatros, indus- cias teatros, indus-
edifícios triais edifícios triais
públicos públicos
Tomadas de ar exterior 2,50 2,50 2,50 4,00 4,50 6,00
Serpentinas de resfriamento 2,25 2,50 3,00 2,25 2,50 3,60
de aquecimento 2,25 2,50 3,00 2,50 3,00 7,50
Lavadores borrifadores 2,50 2,50 2,50 3,50 3,50 3,50
de alta velocidade 9,00 9,00
Descarga ventilador min. 5,00 6,50 8,00
max. 8,00 10,00 12,00 8,50 11,00 14,00
Dutos principais min. 3,50 5,00 6,00
max. 4,50 6,50 9,00 6,00 8,00 10,00
Ramais horizontais min. - 3,00 4,00
max. 3,00 4,50 5,00 5,00 6,50 9,00
Ramais verticais min. 2,50 3,00
max. 3,50 4,00 4,00 6,00 8,00
Tabela 13: Velocidades recomendadas para ventilação mecânica geral diluidora (Carrier)
Aplicações Velocidades máximas (m/s)
Dutos Ramais Dutos de saída
Principais
Residências 4,00 3,00 3,00
Dormitórios de hotéis 7,50 5,50 5,00
Teatros 8,00 6,00 6,00
Escritórios particulares - 5,50-6,50 4,00-5,00
Escritórios públicos 11,00 7,00 6,00
Restaurantes 9,00 7,00 6,00
Lojas (pisos inferiores) 10,50 8,00 6,00
Lojas (pisos superiores) 9,00 7,00 6,00
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As bocas de insuflamento de teto, por sua vez, podem também ser de diversos tipos:
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Figura 10: Difusor com anéis ou palhetas embutidas, sem indução interna.
Figura 11: Difusor com anéis ou palhetas em degrau, sem indução interna.
Figura 12: Difusor com anéis ou palhetas embutidas, com indução interna.
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Figura 13: Difusor com anéis ou palhetas em degraus, com indução interna.
Jato ou impulsão é a distância horizontal percorrida pelo fluxo de ar, desde sua
origem, até que sua velocidade se reduza a um valor suficientemente baixo
(velocidade terminal) para que o choque contra obstáculos (paredes, colunas ou fluxo
de ar de outro difusor) não produza correntes de ar desagradáveis na zona de
ocupação (Fig. 14).
Para não criar desconforto, as velocidades terminais devem ser bem baixas. Assim, de
acordo com o tipo de atividade, as velocidades terminais recomendadas são as que
constam da Tab. 16.
(16)
. Ω
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em que Ω , a área efetiva (área contraída da veia fluida), é um pouco menor do que a
área livre (Ω ), e que pode ser calculada em função da área de face (Ω ) por meio do
Ω
forma da grade, bordos (17)
Ω
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(18)
(19)
. Ω
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Na escolha dos pontos de insuflamento para uma distribuição uniforme do ar, define-
se a área de atendimento de cada boca (quadrada para difusores de forro
multidirecionais e retangular para grades ou difusores de forro unidirecionais).
Essa escolha deve levar em conta que grades paralelas (tipo A) apresentam pequena
divergência horizontal e são indicadas para grandes jatos, atendendo áreas
retangulares alongadas. Já as grades com divergências de 30° a 90° (dos tipos C, E e
G) são aplicáveis a áreas com proporções próximas da quadrada, como mostra a Fig.
15.
Os aerofusos do tipo S servem para grandes jatos com pequena indução, sendo
empregados em peças de pequeno pé-direito, pois insufla o ar praticamente na
horizontal. Os aerofusos do tipo ES têm menor impulsão, mas maior indução, de modo
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que são adequados para peças de pé-direito elevado, uma vez que jogam o ar para
baixo.
Figura 15: Grades com divergência entre 30 e 90° aplicam-se a áreas aproximadamente
quadradas.
As grades do tipo Barber Colman, além de ter um belo aspecto, são de palhetas verti-
cais orientáveis, atendendo a todas as aplicações citadas para as grades A, C, E e G.
O dimensionamento dos difusores pode ser feito de maneira bastante rápida, por meio
de diagramas de cálculo como os apresentados nas figuras A1 a A3 do anexo 01,
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elaborados para os aerofusos tipo S e ES, com velocidades terminais de 0,5 m/s, 0,75
m/s e 1,0 m/s, e para as grades do tipo A, C, E e G, com velocidades terminais de 0,25
m/s.
Com exceção dos cogumelos, qualquer um desses tipos pode servir como tomada de
ar exterior.
Figura 16: Colocação das bocas de saída para extração de fumos e odores. (a) correta;
(b) errada.
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o que exigiria, para a ventilação de cinemas, teatros, etc, onde a ração de ar mínima
recomendada é de 50 m3/h*pessoa, pelo menos um cogumelo para cada 6,5 pessoas.
A perda de carga nas bocas de saída podem ser calculadas, tal como para o caso das
bocas de insuflamento, pela Eq. [18]:
(18)
(20)
137
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Tab. 19:
3.2.3. Filtros
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Em casos especiais, também podem ser usados, para a retenção de impurezas, filtros
úmidos, lavadores de ar ou mesmo filtros eletrostáticos (para maiores detalhes, ver
módulo 08 do curso).
Nos filtros secos, as velocidades de face a adotar para uma boa filtragem devem ser
no máximo de 2 m/s, sendo que, nos filtros de pano (ver detalhes no módulo 08), esse
valor varia de 0,15 a 2,5 m/min, para que as perdas de carga não excedam os 125
kgf/m2.
4. Bibliografia
Costa, Ennio Cruz da. Ventilação. São Paulo, Edgard Blücher, 2005.
CRC Press LLC. Environmental Engineer’s Handbook. 2a Edição
Macintyre, A. J. Ventilação industrial e controle da poluição. Ed.
Guanabara, Rio de Janeiro
Mesquita, A. L. S.; Guimarães, F. A.; Nefussi, N. Engenharia de Ventilação
Industrial. São Paulo, CETESB, 1988.
Oliveira, Jaime Medeiros de. Noções de Ventilação Industrial.
Ruas, Álvaro César. Apostila da disciplina “Higiene do Trabalho IV”, no
curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, da
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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 03 – Ventilação Geral 2
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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 03 – Ventilação Geral 2
Anexo 01
Diagramas para Dimensionamento de Difusores
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