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Aula 1

Gram-negativas, tais como as dos gêneros Aeromonas, Citrobacter,


DOENÇAS FUNGICAS Edwardsiella, Flavobacterium, Mycobacterium, Pseudomonas e Vibrio.
Toda e qualquer doença em peixes é reconhecida pela manifestação Dentre as Gram-positivas, a maior taxa de mortalidade em peixes
de sinais clínicos. ornamentais tem sido causada pelo gênero Streptococcus (Gregory;
Lewbart, 2001).
Os sinais mais comuns observados são: permanência do peixe em
um dos estratos da coluna de água (embaixo ou em cima), DOENÇAS FUNGICAS
isolamento do cardume, permanência próxima à entrada de água, Os peixes mantidos em elevada densidade de estocagem
saltos para fora do aquário, natações irregulares (errática),
desequilíbrio, perda da vitalidade (apatia), raspagem dos peixes nas
em pisciculturas, quando em produção intensa, inclina
paredes dos viveiros ou objetos ásperos (flashing), perda de apetite oaestresse e a imunossupressão.
(anorexia), mudança na coloração da pele e aumento do batimento
PRINCIPAIS FUNGOS (SOLADOS EM PEIXES;
opercular.
• Acremoniom,
• Rixopus,
• Mucor,
• Aspergillus,
• Penkillium,
• .Fusarium,
• Trichoderma,
• Ocmiceto
• Saprolegnia

Em relação as causas, os sinais clínicos podem ajudar na


identificação dos problemas, como:

Com base na tabela, notamos que a maioria dos fungos tem maior
foco na pele.
SAPROLEGNIOSE
A doença fúngica é uma das mais frequentes em peixes ornamentais.
Apesar de haver outros gêneros de fungos que causam doenças, o
BACTERIOSES gênero Saprolegnia é o mais comum.
É importante ressaltar que a maioria das bactérias que causam O fungo está normalmente presente no ambiente aquático e sua
enfermidades nos peixes são consideradas oportunistas, isto é, fazem infecção depende de algum fator estressante ou porta de entrada;
parte da microbiota normal da água, pele e intestino dos peixes. Os dessa forma, são considerados agentes oportunistas. Saprolegnia spp.
fatores que predispõem os peixes às enfermidades são a exposição são fungos que apresentam hifas ramificadas, não septadas que
aos fatores de estresse, manejo inadequado (manuseio excessivo), produzem esporos e são formas infectantes.
choque térmico, nutrição inadequada, níveis reduzidos de oxigênio A doença pode afetar a pele e as brânquias dos peixes.
dissolvido na água, níveis elevados de amônia e outras variáveis
limnológicas não adequadas (Sreedharan et al., 2013). As principais Seu desenvolvimento é favorecido em temperaturas entre 18 ºC e 26
bactérias causadoras de mortalidade em peixes ornamentais são as ºC e desfavorecido em temperaturas acima de 28 ºC. Portanto,
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manter altas temperaturas – principalmente em espécies


ornamentais tropicais – diminui a ocorrência dessa doença.
Na maioria das vezes, os sinais clínicos se limitam à pele, porém, Doenças Virais
em infecções massivas, podem alcançar também o músculo dos
peixes.
Sinais clínicos da saprolegniose, como descoloração da base da
nadadeira caudal e presença de tufos na nadadeira caudal.
A principal causa de morte são, sem dúvida, as falhas
osmorregulatórias provocadas pela destruição de áreas extensas do
tegumento, bem como as lesões provocadas pelo fungo quando
instalado nas brânquias.
Tratamento: Para tratar, a melhor forma é aumentar a temperatura
do aquário para 32ºC por alguns dias, adicionar azul de metileno
para regular o ph, adicionar fungicida, retirar o fungo manualmente
e determinar a causa inicial para retirar as causas do aquário.

Registros de doenças virais em tilápia datam de 1973.


Diversas viroses já foram reportadas tanto em tilápias cultivadas,
como em tilápias naturalmente dispersas em ambientes naturais.
DOENÇAS VIRAIS:
Prevenção: Para prevenir, recomenda-se adotar boas práticas de
manejo e garantir qualidade da água. Após o transporte os peixes • Tilápia Lake Virus - TILV
ainda podem ser submetidos a um banho profilático com • Viremia Primaveril da Carpa - SVC
permanganato de potássio 4 (a 6g/1.000 litros por 3o minutos) • Herpesvirose da Carpa Koi - KHV
antes da estocagem nos tanques de cultivo. Pode-se fornecer • Anemia infeciosa do salmão
vitaminas para tratar e evitar, como vitamina A, B, E. • Necrose pancreática infecciosa
• Durante a primeira semana os alevinos e juvenis recebidos devem
ser alimentados preventivamente com ração medicada, para evitar
a instalação de infecções bacterianas SINAIS CLÍNICOS

• Manuseio e transporte em período de águas com temperaturas → Hemorragia no corpo, anemia severa (brânquias ficam
amenas (20-240 C) irão debilitar ainda mais as condições do peixe, extremamente pálidas, quase brancas);
deixando os muito mais vulneráveis às doenças fúngicas e → Abdômen distendido devido ao acúmulo de fluído que,
bacterianas após o transporte e estocagem. no caso de viroses, geralmente tem aspecto
transparente;
MICOTOXINAS:
→ Alevinos e juvenis costumam arrastar longos cordões
Os fungos podem produzir micotoxinas, por isso cuidar com a de fezes de coloração branca (diarreia);
armazenagem das rações e a origem das matérias primas é → Corpo escurecido;
importante. → Natação errática (espiralada ou sem rumo):
→ Letargia e peixes parados no fundo dos tanques.

TRANSMISSÃO
• A dispersão dos vírus no ambiente aquático é menos
eficiente do que a transmissão aérea por aerossóis.
• Protozoários, crustráceos fômites;
• Transmissão vertical e horizontal;
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• Temperaturas extremas (fator facilitador); TRANSMISSÃO
• Transporte de peixes e migração natural:

PREVENÇÃO
✓ Matrizes são livres de vírus;
✓ Vacinação;
✓ Protocolos de biosseguridade;
✓ Prevenção de doenças parasitárias
✓ Qualidade nutricional
✓ Qualidade da água
✓ Sistemas de vigilância sanitária SINAIS CLÍNICOS:
Tilápia lake vírus - tilv ✓ Menos natação
Síndrome da morte de tilápia em um mês-ocorrência depois de ✓ Localizado na superfície
transporte de alevinos para gailas de engorda ✓ Escurecimento das escamas
✓ Maior produção de muco
Surtos na Tailândia entre os anos de 2015 e 2017: tilápias do Nilo e
✓ Não responde rapidamente a estímulos
tilápias vermelhas de etiologia desconhecidas
✓ Exoftalmia
A taxa de mortalidade variava de 20% a 100%. ✓ Distensão celomática
SINAIS CLÍNICOS ✓ Hemorragias cutâneas, branquiais e oftálmicas

✓ Anorexia:
PROFILÁXIA:
✓ Má condição corporal:
✓ Natação errática: • Vacinação (vírus vivo)
✓ Anemia grave: • Via oral ou intraperitonialmente, ambas com o vírus vivo.
✓ Exoftalmia bilateral:
✓ Erosão e congestão da pele. MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS DE MANEJO
✓ Profusão de escamas
✓ Distensão abdominal
Septicemia hemorrágica viral - VSH
Viremos primaveril da carpa - SVC • Um dos vírus mais perigosos para a piscicultura;
• Devido a gama de peixes que podem ser infectados pelo
• Virus da família Rhobdoviridoe: vírus, tanto peixes de água doce como salgada;
• Carpas, outros Ciprinideos, Poeciidae, Esocidae, • Principalmente o hemisfério norte;
Centrarchidae, Sturidoe. Salmonidoe e camarões.
• Gênero Novirhabdovirus (família Rhabdoviridae);
• Ocorrência na Europa, Ásia, América do Sul e América do
• Sinais clínicos inespecíficos
Norte;
• Mortalidade ata e rápida (100% para alevinos)
• Acomete todas as fases de vida
• Taxo de mortalidade até 70% em animais jovens (faixa de SINAIS CLÍNICOS
temperatura entre 10°-17°C)
✓ Apresentar letargia,
✓ Escurecimento da pele,
✓ Exoftalmia,
✓ Anemia,
✓ Brânquias pálidas,
✓ Hemorragia na base das nadadeiras, brânquias nos olhos e
pele,
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✓ Distensão abdominal devido a edema na cavidade


abdominal
PROFILAXIA
• Boas práticas de manejo buscando manter o ambiente livre
do vírus [VHSV)
• Busca de pós-larvas isentas de doenças e com comprovação
de idoneidade do fornecedor.
• Atualmente existem vacinas contra o vhsv que estão em
fases de teste, mas precisam de mais tempo para começarem a ser
produzidas de forma comercial.

Necrose pancreática infeciosa


✓ Afeta principalmente salmonídeos
✓ É considerado o patógeno mais difundido dos animais
aquáticos
✓ Presente em todo o mundo
✓ Afeta uma ampla gama de hospedeiros
✓ Causa grande mortalidade de alevinos
SINAIS CLÍNICOS
✓ Não apresenta sinais patognomônicos específicos
✓ Anorexia
✓ Movimento de natação em espiral
✓ Momentos de ataxia
✓ Petéquias viscerais.
✓ Escurecimento da pele.
✓ Exoftalmia.
✓ Intestino vazio contendo um exsudado amarelo
✓ OU ASSINTOMÁTICA

PROFILAXIA
• Nenhuma vacina disponível
• Padrões de boas práticas
• Cuidado com origem da água
• Em sustos buscar reduzir a densidade populacional

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