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GESTÃO DE CUSTOS: UMA ANÁLISE NAS EMPRESAS

MOVELEIRAS DE ALVINÓPOLIS-MG

Ana Lívia Guimarães (Doctum) - ana-livia1999@hotmail.com


Fernanda Matos de Moura Almeida (FACULDADES DOCTUM) - fernandamoura15@gmail.com

Resumo:

A atual pesquisa tem por objetivo investigar qual o entendimento dos empresários
do ramo moveleiro da cidade de Alvinópolis-MG em relação à gestão de custos com
ênfase na precificação de suas mercadorias, e como objetivos específicos verificar as
formas de controle existentes nas empresas e o conhecimento dos gestores sobre
seu ponto de equilíbrio, identificando como os produtos são precificados pelos
empresários. No referencial teórico foram discutidos os seguintes tópicos: gestão de
custos, classificação de custos, métodos de custeio, custeio variável, custeio ABC,
custeio por absorção, ponto de equilíbrio, ponto de equilíbrio contábil, ponto de
equilíbrio financeiro, ponto de equilíbrio econômico, formação do preço de venda.
Para atingir os objetivos, a metodologia usada nesta pesquisa foi o estudo descritivo
de natureza quantitativa, bibliográfico, e de levantamento de dados, com aplicação
de questionário on-line aos responsáveis pelas duas empresas do ramo moveleiro da
cidade de Alvinópolis-MG. Os resultados obtidos revelam que de maneira geral os
empresários entendem sobre o assunto gestão de custos, e, ainda nessa vertente,
percebeu-se que os mesmos estão preparados quanto à precificação dos seus
produtos. Quanto ao controle existente, as empresas realizam controles diversos, via
sistema ou informalmente, e os empresários demonstraram conhecer o ponto de
equilíbrio das empresas. Deste modo, a pesquisa revelou que os empresários
entendem que é essencial ter controle de custos nas empresas, por auxiliar na
tomada de decisão, possibilitando maior controle.

Palavras-chave: Gestão de Custos. Precificação. Ramo moveleiro. Alvinópólis-MG.

Área temática: Controladoria e Contabilidade Gerencial

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GESTÃO DE CUSTOS: UMA ANÁLISE NAS EMPRESAS MOVELEIRAS DE


ALVINÓPOLIS-MG

RESUMO
A atual pesquisa tem por objetivo investigar qual o entendimento dos empresários do ramo
moveleiro da cidade de Alvinópolis-MG em relação à gestão de custos com ênfase na
precificação de suas mercadorias, e como objetivos específicos verificar as formas de controle
existentes nas empresas e o conhecimento dos gestores sobre seu ponto de equilíbrio,
identificando como os produtos são precificados pelos empresários. No referencial teórico
foram discutidos os seguintes tópicos: gestão de custos, classificação de custos, métodos de
custeio, custeio variável, custeio ABC, custeio por absorção, ponto de equilíbrio, ponto de
equilíbrio contábil, ponto de equilíbrio financeiro, ponto de equilíbrio econômico, formação
do preço de venda. Para atingir os objetivos, a metodologia usada nesta pesquisa foi o estudo
descritivo de natureza quantitativa, bibliográfico, e de levantamento de dados, com aplicação
de questionário on-line aos responsáveis pelas duas empresas do ramo moveleiro da cidade de
Alvinópolis-MG. Os resultados obtidos revelam que de maneira geral os empresários
entendem sobre o assunto gestão de custos, e, ainda nessa vertente, percebeu-se que os
mesmos estão preparados quanto à precificação dos seus produtos. Quanto ao controle
existente, as empresas realizam controles diversos, via sistema ou informalmente, e os
empresários demonstraram conhecer o ponto de equilíbrio das empresas. Deste modo, a
pesquisa revelou que os empresários entendem que é essencial ter controle de custos nas
empresas, por auxiliar na tomada de decisão, possibilitando maior controle.

Palavras-chave: Gestão de Custos; Precificação; Ramo moveleiro; Alvinópólis-MG.

1 INTRODUÇÃO

Em um mundo globalizado e de inúmeras incertezas, marcado por grandes mudanças e


transformações, as empresas necessitam de ferramentas para auxiliar na eficiência de sua
gestão e na melhoria do processo de tomada de decisão. O conceito de gestão está ligado
diretamente com a administração dos recursos disponíveis na organização, sejam eles
materiais, financeiros, humanos, tecnológicos ou de informação (LUFT, 2001).
A contabilidade de custos como aliada da gestão empresarial, fornece informações
confiáveis que auxiliam a gerência no processo de tomada de decisão buscando a eficiência
(DERBECK; NAGY, 2001; OLIVEIRA et al., 2008).
Martins (2010) afirma que é de grande importância a precisão no cálculo dos custos,
para que as empresas obtenham resultados mais satisfatórios.
Definir qual será o preço de venda de uma mercadoria, é uma decisão complexa, mas
muito importante em qualquer segmento, independente da natureza de seus produtos, tamanho
e o setor que atua (SANTOS, 1995).
Para Martins (2010) a definição do preço de venda deve alcançar um valor que traga à
empresa maximização de lucros, mantendo a qualidade, além de atender os anseios do
mercado.
Fixar um preço de venda eficiente, que a mercadoria seja competitiva no mercado, que
atenda às necessidades dos clientes, e ao mesmo tempo gere o lucro esperado para a empresa,
é desafiador, e depende da conciliação de inúmeras informações associadas à sobrevivência e
crescimento das empresas. E este suporte para formação do preço de vendas, vem da
Contabilidade de Custos (WERNKE, 2005).
Crepaldi (2009) relata que o preço das mercadorias precisa ser bem definido, por
conter variáveis que podem aumentar o custo significativamente. E Martins (2010) explica
que conhecer os custos é fundamental no processo de formação do preço de venda.
Diante disso, o presente trabalho estuda a relevância da análise de custos na formação
do preço dos produtos nas empresas de móveis da cidade de Alvinópolis-MG. E apresenta
como problema de pesquisa: qual o entendimento dos empresários do ramo moveleiro de
Alvinópolis-MG em relação à gestão de custos com ênfase na precificação de suas
mercadorias?
Em relação ao objetivo do artigo, busca-se investigar qual o entendimento dos
empresários do ramo moveleiro de Alvinópolis-MG em relação à gestão de custos com ênfase
na precificação de suas mercadorias.
Como objetivos específicos, esta pesquisa apresenta: verificar as formas de controle
existentes nas empresas e o conhecimento dos gestores sobre seu ponto de equilíbrio; e,
identificar como os produtos são precificados pelos empresários.
Hipóteses da pesquisa:
H1: Os produtos são precificados sem levar em conta os custos e despesas da empresa,
consideram apenas o preço da Nota Fiscal e a margem de lucro desejada.
H2: Os gestores têm um bom conhecimento acerca da gestão de custos para auxiliar na
precificação das suas mercadorias.
Tendo em vista, autores citados anteriormente, contabilidade de custos e formação de
preço assumem papel fundamental dentro das organizações, refletindo seus resultados para
diferentes públicos. Assim, entende-se a relevância social e acadêmica desta pesquisa.
Quanto à classificação metodológica, a pesquisa classifica-se como estudo descritivo
de natureza quantitativa, bibliográfica, e de levantamento de dados, com aplicação de
questionário on-line aos responsáveis pelas empresas do ramo moveleiro da cidade de
Alvinópolis-MG.

2 GESTÃO DE CUSTOS

Segundo Martins (2010) a finalidade da gestão de custos dentro de uma organização é


definir os custos e apresentar informações que vão agregar valor para o processo de tomada de
decisão.
O controle dos custos é essencial para fornecer informações importantes sobre o
desempenho financeiro de uma organização, esse conhecimento auxilia os gestores na
obtenção de uma boa gestão financeira (ENDEAVOR, 2015).
Ter um controle de custos adequado auxilia na manutenção da saúde organizacional, e
em contra partida, quando as empresas não adotam este método, é possível haver queda na sua
produtividade. Desta forma, seguindo as regras básicas da gestão de custos, as empresas
tendem a obter o desenvolvimento e a capacidade de administrar melhor a sua parte financeira
(SEBRAE, 2020).
Martins (2010) ensina que todo o processo de tomada de decisões dentro de uma
empresa, perpassa pela gestão de custos. O autor explica também que novas perspectivas
abriram caminho para essa área que passou a auxiliar na avaliação de estoques, e análise do
lucro como instrumento de controle e decisões gerenciais.
A importância de uma boa gestão de custos nas organizações permite identificar qual
o cenário e qual a realidade da empresa, consegue identificar quais os pontos deficitários que
necessitam de melhoria, bem como visualizar oportunidades de investimento, potencializar os
lucros, e ainda ser mais assertivo em decisões estratégicas (MARTINS, 2010).
De acordo com Wernke (2005) o mercado está sofrendo grandes mudanças, tem se
tornado cada vez mais acirrado em relação à concorrência, e isso tem impactado diretamente
2
algumas empresas, forçando uma redução na margem de lucro desejada. Posto isto, a
precificação de uma mercadoria tem se tornado uma ferramenta importante para a
sobrevivência das empresas. Os clientes geralmente buscam os preços mais acessíveis
vinculados à qualidade, portanto, a adequada formação de preço, embasada em estudos e
ferramentas apropriadas, torna-se um diferencial para a empresa obter sucesso no mercado.
Na visão de Silva (2019) um fator preocupante da gestão estratégica de custos é o
custeio em toda cadeia de valor, a fim de entender onde estão as oportunidades de redução dos
custos e os prováveis ganhos de competitividade.
De acordo com Abbas (2001) o grande diferencial de uma empresa para se destacar
perante os seus concorrentes é conhecer verdadeiramente o custo de cada produto. Os
sistemas a serem usados para a gestão de custos dentro de uma organização devem ser cada
vez mais sofisticados e as informações a serem utilizadas devem ser confiáveis e verdadeiras.
Sob a ótica de Abbas (2001) um empecilho na implantação da gestão de custos em
uma organização e também em outras ferramentas gerenciais, é a oposição humana, tanto dos
subordinados quanto da administração.
Ainda nesse sentido, Pompermayer (1999) aponta que uma das dificuldades na
implementação da gestão de custos em uma empresa é a escassez de recursos, além do custo
com treinamento dos funcionários da empresa para utilização das ferramentas a serem
adotadas.

2.1 Classificação de custos

Para Derbeck e Nagy (2001), a contabilidade de custos pode ser considerada uma
ciência contábil que produz e classifica informações de uma empresa, ou seja, auxilia na
tomada de decisões. E disponibiliza dados de custos necessários ao controle das atividades
empresariais, bem como planejamento futuro.
Existem diversos tipos de custo: fixo, variável, direto e indireto que serão apresentados
a seguir.
Perez Jr., Oliveira e Costa (1999), ressaltam que o custo fixo tende a ser menos
suscetível a variações perante a lucratividade da empresa, ou seja, eles não sofrem alterações
em caso de aumento ou redução da produção.
Com isso, Silva et al. (2011), explicam custos fixos como custos que permanecem
inalterados independente da quantidade produzida. Salários da administração, aluguéis de
equipamentos e instalações, taxas da internet, podem ser exemplos de custos fixos.
O custo variável depende da produção ou vendas, ou seja, só existe se produzir ou
vender, quanto mais se vende, mais custo variável se tem, tendo como alguns exemplos a
matéria-prima, comissão de vendas, energia. O custo variável está diretamente ligado ao
volume de produção ou de vendas, assim, quanto maior for seu volume, maiores serão os
custos variáveis totais (WERNKE, 2001).
Custos diretos são gastos realizados pela empresa a fim de criar um produto ou realizar
um serviço, como próprio nome já diz, são aqueles aplicados diretamente ao produto
(MARTINS, 2010).
O custo direto não necessita de nenhum critério de rateio, contudo, podemos perceber
que os custos diretos estão ligados ao produto fabricado, tendo como exemplos a matéria-
prima, a embalagem e não precisam de rateio para serem destinados aos produtos
(FERREIRA, 2003).
Os custos indiretos podem ser classificados como o consumo de fatores de produção
não identificáveis diretamente aos produtos. Sempre que a empresa precisa pensar em
critérios para distribuir os custos entre os produtos, entende-se que este, seja um custo

3
indireto. Ou seja, está indiretamente ligado ao produto, e portanto, existe dificuldade de
quantificá-lo (MARTINS, 2010).
Ainda para Martins (2010) o custo indireto não pode ser identificado diretamente no
produto ou serviço, deve-se usar critérios de rateio para sua alocação. Alguns exemplos:
aluguel da fábrica, prestadoras de serviços como vigilância, limpeza.

2.2 Métodos de custeio

Para que as empresas alcancem o lucro desejado, torna-se necessário o uso de técnicas
aperfeiçoadas para controle dos custos (CARVALHO, 2003).
Martins (2010) revela que é importante a precisão no cálculo desses custos, para que
se obtenha resultados satisfatórios. Existem alguns métodos que auxiliam nos cálculos dos
custos, onde se possa obter uma visão sistêmica e detalhada sobre a lucratividade do negócio.
Os métodos de custeio mais usados são: o de custeio variável, custeio ABC e o custeio
por absorção segundo Martins (2010).
- Custeio Variável: conforme Martins (2010), para cálculo do custo da mercadoria pelo
método de custeio variável, os custos fixos são desconsiderados, levando-se em conta
somente os custos variáveis. Os custos fixos são considerados no momento de apuração do
resultado, considerando todo o custo fixo do período. Este método de custeio viabiliza o
processo de tomada de decisão gerencial, o que é uma vantagem para as empresas.
Outra vantagem é apresentada por Moura (2005) destacando que o custo do produto é
mensurável objetivamente não sofrendo interferências.
Este método permite observar quais são os custos variáveis dos produtos e o volume
necessário para cobrir os custos fixos, além de gerar retorno à empresa. Dentre uma das
vantagens, está a possibilidade de identificar os produtos mais rentáveis, para assim gerar
mais esforços de produção e de vendas melhorando ainda mais sua rentabilidade
(CARARETO et al., 2006).
Por meio do custeio variável a Margem de Contribuição é calculada, e serve como
instrumento de apoio na tomada de decisão, possibilitando a identificação dos produtos que
apresentam maior rentabilidade, e auxilia na análise da continuidade ou não de determinado
segmento (SANTOS, 1991).
A margem de contribuição é representada pela diferença entre o preço de venda de um
produto, menos os custos e despesas variáveis deste produto. Mostra o quanto os resultados da
organização auxiliam no pagamento das despesas fixas e na lucratividade (LOPES, 2010;
MARTINS, 2010).
É calculada através da seguinte fórmula: MC= RV – (CV + DV)
Onde:
MC= Margem de Contribuição
RV= Receita de Vendas
CV= Custos Variáveis
DV= Despesas Variáveis

Existem autores que apresentam desvantagens neste método de custeio. Assim,


Megliorini (2007, p. 86), aponta o “significativo crescimento da proporção dos custos fixos”
como sendo uma desvantagem deste método.
E Moura (2005) afirma que o custeamento variável é utilizado para tomada de
decisões a curto prazo, o que, em um projeto a longo prazo, tende a ser prejudicial.
Uma desvantagem apresentada por Carateto et al. (2006), é não atender aos princípios
contábeis, o que torna sua utilização limitada para as empresas, embora a Margem de
Contribuição seja uma aliada dos gestores no processo de tomada de decisão.

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- Custeio ABC: o método de custeio por atividades, visa encontrar quais atividades da
empresa estão consumindo recursos de maneira elevada (SABADIN et al., 2005).
Para Martins e Rocha (2010), apud Pizan (2013), o foco do método de custeio por
atividades, está ligado aos processos, direcionadores de custos e atividades.
Segundo Bertolino e Faria (2007) as vantagens desse método consistem na melhoria
das decisões, transparência das atividades que não agregam valor, indicação das origens dos
custos e identificação de ações corretivas. Uma desvantagem deste método é o fato de ser
baseado em formações históricas, possuir dificuldades para identificar atividades relevantes
para alguns processos, e o risco de tomar decisões baseadas em dados incertos.
- Custeio por Absorção: o custeio por absorção considera todos os custos incorridos na
fabricação de um produto/serviço, sendo eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, bem
como os demais gastos aplicados ao produto/serviço. Este método é o único aceito pela
Legislação Brasileira, sua obrigatoriedade leva as empresas a adotarem outros meios paralelos
ao custeio por absorção, como auxiliares no processo de tomada de decisão (MARTINS,
2010).
Sá (1990) define o método de custeio por absorção como aquele utilizado na apuração
de custos baseado em rateio dos elementos que compõem o custo. Assim, cada centro de
custo, ou cada produto, absorverá a parte que lhe cabe.
Este método não considera as despesas que compõe os estoques dos bens e dos
serviços, como também é um método de custeio minucioso no cálculo dos custos, mas
apresenta poucas informações para fins gerenciais (MARTINS, 2010).

2.3 Ponto de equilíbrio

Segundo Martins (2010) o ponto de equilíbrio de uma organização é obtido se a soma


das margens de contribuição totalizar o montante necessário para cobrir os custos e despesas
fixos. Nota-se que será um ponto nulo, onde a produção se iguala às vendas.
Derbeck e Nagy (2003) mencionam que na análise de custo x volume x lucro o ponto
de partida usual é determinar o ponto de equilíbrio, que pode ser definido como o ponto no
qual a receita de vendas é suficiente para cobrir todos os custos e vender o produto, mas sem
obter lucro.
O ponto de equilíbrio é o grau de faturamento necessário para cobrir todos os custos e
despesas de uma empresa, ou seja, o lucro é igual a zero, é uma informação importante para a
viabilidade de um empreendimento e a adaptação em relação ao mercado (DERBECK;
NAGY, 2003).
A figura abaixo representa uma ilustração do ponto de equilíbrio.
Figura 01: Ponto de Equilíbrio

Fonte: Martins (2010)


5
Esta figura demonstra o momento em que a receita de vendas, cobre todos os custos
e despesas. Sendo assim, as vendas que forem realizadas a partir deste ponto de equilíbrio,
representam o lucro da empresa e se as vendas não suprirem os gastos, estiverem abaixo deste
ponto, a empresa está operando com prejuízo.
- Ponto de equilíbrio contábil: conforme Derbeck e Nagy (2003), o Ponto de Equilíbrio é
aquele em que as receitas advindas das vendas, são suficientes para cobrir todos os custos e
despesas, sem obter lucro.
Martins (2010) ensina que o ponto de equilíbrio contábil apresenta o número de
unidades que a empresa precisa para suprir todos os seus gastos fixos totais (custos e
despesas). Neste ponto, o lucro da empresa é zero, a receita total é igual aos custos e
despesas totais.
Para Megliorini (2007) o ponto de equilíbrio contábil é encontrado pelo cálculo onde a
margem de contribuição cobre todos os custos e despesas fixos da empresa. Qualquer venda
acima do ponto de equilíbrio, representa lucro para a empresa.
PEC = (CF + DF)
MC
Onde:
PEC= Ponto de Equilíbrio contábil em quantidade vendida
CF= Custo operacional fixo
DF= Despesa fixa
MC= Margem de contribuição

- Ponto de equilíbrio financeiro: para Martins (2010) o ponto de equilíbrio financeiro (PEF)
se difere do ponto de equilíbrio contábil e econômico, uma vez que o PEF não trabalha com
resultado e sim busca alcançar um faturamento suficiente para cobrir todos os seus
desembolsos. No PEF se faz a dedução da depreciação das despesas não desembolsáveis,
onde elas abaixam o lucro da empresa e não apresentam alterações no caixa. O PEF é a
garantia de todos os custos fixos totais desembolsáveis e não desembolsáveis.
Sob a visão de Bornia (2002) o ponto de equilíbrio financeiro é uma ferramenta
gerencial indispensável para a viabilidade de um negócio, e também para a empresa se
apropriar do mercado. O ponto de equilíbrio financeiro revela quanto a empresa terá que
vender para suprir todos os gastos e obter o lucro.
Martins (2010) ainda descreve o ponto de equilíbrio financeiro, onde as despesas fixas
na maior parte das vezes registradas em determinado período podem integrar despesas com
depreciação e amortização, onde não há saída do caixa, apenas perda de valor dos bens.
PEF = CF - (DP + A)
PV - CV
Onde:
PEF= Ponto de Equilíbrio financeiro em quantidade vendida
CF= Custo operacional fixo
DP= Depreciações
A= Amortizações
PV= Preço por unidade vendida
CV= Custo variável unitário

- Ponto de equilíbrio econômico: segundo Bornia (2002) o ponto de equilíbrio econômico


reflete a rentabilidade da empresa comparada a outros investimentos.
E Martins (2010) explica que este método consiste na soma dos custos fixos e dos
custos de oportunidade, ou o valor que o empresário deseja obter de lucro, ou seja, é a
quantidade de produtos vendidos que permite pagar as contas e ainda garantir algum lucro ao
dono.

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PEE = CF + COP
PV - CV
Onde:
PEE= Ponto de Equilíbrio econômico em quantidade vendida
COP= Custo de oportunidade
CF= Custo fixo
PV= Preço por unidade vendida
CV= Custo variável unitário

Observa-se que os conceitos de ponto de equilíbrio são importantes e podem gerar


benefícios para os empresários a fim de apresentar uma visão do quanto precisa vender para
obter o lucro desejado.
Guimarães (2017) ressalta que a lucratividade é um método que associa o lucro líquido
à receita total, proporcionando assim, em relação às vendas efetivadas, qual é o ganho da
empresa. Ainda neste contexto, pode-se expressar lucratividade como um método que avalia a
eficiência da organização, ou seja, se ela é capaz de pagar suas obrigações, e ainda gerar
lucro.

2.4 Formação do preço de venda

Endeavor (2015) orienta que a definição do preço de venda de determinado produto


depende do quanto é investido para sua realização, assim, quando a gestão de custos é
ineficiente, a empresa pode definir valores que não enquadram com a realidade, prejudicando
as margens de lucro ou o andamento das vendas.
A formação do preço de venda de quaisquer produtos assume importância no que diz
respeito à rentabilidade e lucratividade. Quando se fixa os preços da maneira adequada, os
lucros tendem a ser mais eficientes (GUIMARÃES, 2017).
Quando se fala em compras, ou aquisição de um produto ou serviço, logo o
consumidor espera menores preços. Todavia, as empresas precisam se atentar para que não
ofereça seus produtos com a margem de lucro razoavelmente baixa, não gerando o lucro
esperado, e nem colocarem os preços elevados, buscando maior retorno, uma vez que a busca
por menores preços é alta, fazendo assim, as vendas diminuírem e não alcançarem o lucro
desejado (WERNKE, 2005).
Diante disso, Bruni (2010) relata que a correta formação de preço assume importância
ímpar no que se refere à rentabilidade e lucratividade, independente do tamanho da
organização, esse termo é fundamental na garantia de sobrevivência da mesma no mercado.
Além disso, contribui fortemente para seu crescimento, muitas empresas definem seus preços
de venda analisando a concorrência e não fatores internos como os custos diretos e indiretos
desde a entrega final ao cliente.
Para Assef (2005, p. 58), “formar preço pelo custo implica repassar ao cliente seus
custos de produção, distribuição e comercialização, além das margens propostas pelo
produto”.
Para Sardinha (1995), se for oferecido ao consumidor três marcas de produtos
conhecidos e semelhantes, ele escolherá o de melhor custo/benefício.
De acordo com dados do Sebrae (2020), saber calcular o preço de venda abrange uma
série de fatores, tais como: o quanto seu cliente consegue pagar, quanto seus concorrentes
estão cobrando, qual será o retorno para a empresa, e qual o custo do produto. Sua definição
pode ser realizada de inúmeras maneiras.
Nessa perspectiva, Martins (2010) ressalta que os preços podem ser elaborados com
base nos custos, no mercado ou na concorrência.
7
Quando se é baseado nos custos, Crepaldi (2009) aborda que a formação do preço de
venda a partir do custo é pouco utilizado, uma vez que o mercado absorve os preços de venda
determinados pela empresa, que são calculados através dos custos reais.
Os custos exercem papel fundamental na precificação das mercadorias, e deve ser
levado em consideração o custo unitário, os encargos tributários, e a margem de lucro
desejada conforme (OLIVEIRA, et al., 2008).
Ainda para Crepaldi (2009) a formação de preço através do mercado segue a lógica da
teoria econômica, quem define os preços de venda dos produtos é a demanda e a oferta, o
mercado consumidor.
Na visão de Martins (2010) a formação de preço com base na concorrência tem a
mesma como único referencial de preço, pode ser considerado o método mais simples, pois
basicamente observa os preços fixados pelos concorrentes diretos, e acompanha-os ou não de
acordo com seus próprios objetivos traçados.
Bruni e Famá (2003) complementam que a formação de preço com base na
concorrência, pode ser de oferta ou de proposta, onde os preços de oferta são praticados pela
empresa acima ou abaixo dos preços praticados pelos seus concorrentes, e os preços de
proposta ocorrem quando a empresa define o seu preço de venda a partir de um detalhamento
do preço de venda dos seus concorrentes.
Sendo assim, entende-se que uma atenção especial deve ser dada ao cálculo do preço
de venda para que a empresa alcance o lucro esperado e atenda a necessidade dos seus
clientes, com sua precificação sendo feita através dos custos, da concorrência ou pelo
mercado.

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa apresenta como objeto de estudo, a gestão de custos para formação do
preço de venda das mercadorias do ramo moveleiro da cidade de Alvinópolis-MG.
A população abordada na pesquisa está composta pelas 02 empresas existentes no
município de Alvinópolis-MG, que comercializam móveis. Um breve relato a respeito da
história das 02 empresas pesquisadas, é apresentado a seguir.
A ideia de construir uma organização em 1997, iniciou quando uma família do interior
de Minas Gerais se interessou pelo ramo moveleiro. Naquela época, as atividades começaram
em Ubá-MG, cidade conhecida como importante polo moveleiro do estado de Minas Gerais.
Oriundo desta família, trabalhando com seu irmão mais velho e se graduando em
Administração, o empreendedor adquiriu experiência necessária para obter sua própria
empresa. Assim, em julho de 2011 na cidade de Alvinópolis-MG, foi constituída a empresa
“A”, administrada pelo seu atual gestor, desde o início (CONVERSA INFORMAL)1.
Atualmente a empresa “A” conta com 17 colaboradores. No início das atividades, a
empresa enfrentou alguns problemas para se situar no mercado em relação à concorrência,
uma vez que já existia na cidade outra loja consolidada que atuava no mesmo segmento, mas
em meio a tudo isso, a organização seguiu firme e hoje é destaque na região (CONVERSA
INFORMAL)1.
A outra empresa já consolidada na cidade, a empresa “B”, foi fundada em 28 de junho
de 1977, atuando no ramo moveleiro na cidade desde então, possui raízes fortes na cidade e
até hoje segue firme no mercado, vale ressaltar que é uma empresa familiar e que atualmente
é gerida por sucessores, conta com aproximadamente 35 funcionários e atende Alvinópolis e
região (CONVERSA INFORMAL)2.

1
Conversa informal com o proprietário da empresa “A”.
2
Conversa informal com o proprietário da empresa “B”.
8
Quanto à classificação, esta pesquisa tem caráter quantitativo, descritivo,
bibliográfico, e de levantamento de dados.
Prodanov e Freitas (2013) afirmam que a pesquisa quantitativa traduz opiniões e
informações em números a fim de classificar e analisar a relação causa-efeito entre os
fenômenos e também descrever a complexidade de determinadas hipóteses ou de um
problema.
Segundo Prodanov e Freitas (2013) e Gil (2002), a pesquisa descritiva proporciona
informações sobre o assunto investigado, possibilitando sua definição e delineamento do
tema, orienta a fixação dos objetivos, a formulação das hipóteses e descreve características de
uma população.
De acordo com Lakatos e Marconi (2017) a pesquisa bibliográfica está relacionada
com o estudo da temática abordada na pesquisa, por meio de materiais já desenvolvidos por
outros pesquisadores, sendo livros, jornais, monografias, teses, dissertações, entre outros.
Essa pesquisa também se classifica como sendo de levantamento de dados, que
segundo Gil (2002), é um estudo baseado em diversas fontes de evidência.
Considerando que esta pesquisa descreverá o entendimento dos empresários acerca do
tema abordado, que vários conceitos foram expostos no referencial teórico para fundamentar e
sustentar os argumentos da pesquisa, e que, dados foram coletados para responder as
propostas de pesquisa, confirma-se a classificação desta pesquisa como quantitativa,
descritiva, bibliográfica e de levantamento de dados.
A coleta de dados foi realizada por meio de questionário elaborado pelas
pesquisadoras, aplicado online disponibilizado por meio da plataforma google forms,
considerando o momento de isolamento social vivenciado devido à Pandemia do Covid-19.
Foi apresentada às empresas a proposta da pesquisa, e com o consentimento dos
empresários, o link foi enviado por e-mail e os questionários devidamente respondidos.
Antes de aplicar o questionário aos gestores, um pré-teste foi realizado para verificar a
necessidade de ajustes. Os resultados do pré-teste foram positivos, e suficientes para validar o
instrumento.
Logo, o questionário foi enviado aos gestores, que retornaram devidamente
respondidos. Portanto, 100% da população convidada, participou da pesquisa. Os dados foram
analisados e tabulados considerando o cálculo da média aritmética.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

As informações obtidas na pesquisa estão apresentadas a seguir, os respondentes


foram dois representantes de empresas moveleiras de Alvinópolis – MG.
O perfil dos entrevistados é apresentado na TAB. 01:
Tabela 01: Perfil dos entrevistados

PORCENTAGEM
Proprietário Gerente
Qual a sua ocupação na empresa?
50% 50%
Masculino Feminino
Qual o seu sexo?
100% 0%
35 23
Qual a sua idade?
50% 50%
Ensino superior
Ensino Superior
Qual a sua escolaridade? incompleto
50%
50%

Fonte: Dados obtidos na pesquisa

9
Observa-se um perfil bem diversificado entre os respondentes da pesquisa.
A seguir estão apresentados os dados referentes ao perfil das empresas.
Tabela 02: Perfil das empresas

PORCENTAGEM
09 anos 40 anos
Quanto tempo sua empresa atua no mercado?
50% 50%
Como você considera o tamanho da sua Microempresa Médio Porte
empresa? 50% 50%
Qual o número de funcionários que tem na 17 35
empresa? 50% 50%
Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Percebe-se que o perfil das empresas é bem diferente em todos os aspectos. A empresa
mais antiga tem também maior número de funcionários e já se enquadra como uma empresa
de Médio Porte.
Quanto aos conhecimentos gerais sobre as práticas adotadas pelas empresas, percebe-
se que 50% fazem viagens para aquisição de mercadorias e 50% não. A empresa que faz essas
viagens afirmou incluir os gastos das viagens no cálculo dos preços.
Foi questionado aos empresários, se possuem controle de estoque, e 100% disseram
possuir controle de seu estoque. Um dos empresários relatou possuir controle de valor e de
quantidade estocada, e o outro não possui esses dados.
Chopra e Meindl (2004) afirmam que o estoque é um dos principais geradores de
custos em uma cadeia de suprimentos. Já para Freitas e Minette (2014) a gestão de estoque é
uma ferramenta chave para as organizações visto que ela se correlaciona com a eficiência da
mesma em controlar os seus processos.
Considerando os resultados obtidos, entende-se que o empresário que não faz controle
de estoque, precisa melhorar seu conhecimento acerca da importância dessa ferramenta na
gestão empresarial.
Em relação à compra de mercadorias, 50% dos entrevistados afirmaram comprar todas
as mercadorias com Nota Fiscal, e 50% relataram não comprar todas as mercadorias com
Nota Fiscal.
Foi questionado aos gestores das empresas participantes da pesquisa, sobre o
conhecimento que têm a respeito de gestão de custos. Os dados da pesquisa apresentam que
um dos empresários conhece as ferramentas de gestão de custos, e o outro empresário não tem
conhecimento.
Segundo Martins (2010) o intuito da gestão de custos dentro de uma organização é
definir os custos e apresentar informações que auxiliarão os gestores na tomada de decisão.
Logo, a empresa que não conhece as ferramentas da gestão de custos que pode auxiliar
no processo de tomada de decisão, pode estar deixando de obter informações importantes
sobre seu negócio.
No que diz respeito à precificação dos produtos, 50% respondeu possuir um sistema
que calcula automaticamente o preço das suas mercadorias, e 50% relatou calcular
manualmente, levando em consideração todos os gastos que tem para vender determinado
produto.
Em relação à existência de controle interno 100% das empresas disseram que
trabalham com ferramentas que auxiliam na gestão, como planilhas, anotações, sistema
financeiro, sistema gerencial. Considerando essa resposta obtida dos 02 empresários, infere-se
10
que o empresário que antes respondeu não ter conhecimento sobre gestão de custos, pode não
ter entendido o questionamento, uma vez que neste momento explicou que utiliza de diversas
ferramentas para auxiliar na gestão da empresa.
Considerando que a literatura apresenta os métodos de custeio como sendo
facilitadores no processo de tomada de decisão empresarial, foi questionado aos empresários,
se estes utilizam dessa ferramenta e qual seria o critério adotado. Os resultados da pesquisa
demonstram que nenhum dos 02 empresários utiliza métodos de custeio em sua empresa. Ou,
não sabem do que se trata, uma vez que é sabido que a contabilidade utiliza de algum critério
para realizar os fechamentos e apuração dos resultados da empresa.
Martins (2010) aponta os métodos de custeio como importantes e explica que a
execução tem que ser feita de maneira adequada, com assertividade no cálculo dos custos,
retornando melhores resultados para a empresa.
Apesar da relevância abordada por Martins, os empresários participantes desta
pesquisa afirmam que não utilizam métodos de custeio.
Um ponto abordado no questionário foi se os entrevistados conseguem dizer qual o
valor precisam vender mensalmente para cobrir os gastos da empresa, 100% disseram ter
apenas uma ideia mais ou menos. Esses resultados remetem ao entendimento de que as
ferramentas gerenciais indicadas por eles não estão sendo exploradas como poderiam para
auxiliar na gestão empresarial.
Em relação à utilização do ponto de equilíbrio da empresa, 100% dos empresários
disseram conhecer a ferramenta. Importante essa questão para a empresa, já que Martins
(2010) relata essa informação como relevante para garantir a viabilidade econômica da
organização.
De forma geral, 50% disseram ser capazes de identificar a quantidade de unidades
vendidas necessárias ao custeio dos gastos mês a mês, e os outros 50% disseram que não.
Quando a pesquisa abordou a maneira de como é calculado o custo da mercadoria,
50% aplica um percentual que deseja ganhar como lucro sobre o valor da Nota Fiscal de
compra, e 50% consideram todos os gastos que tem na empresa, calcula e distribui entre todos
os produtos vendidos.
Nota-se por meio dessa resposta, que mesmo que inconsciente, um critério de rateio é
utilizado por este empresário que relatou a distribuição dos gastos entre todos os produtos
vendidos.
Tendo em vista o conhecimento dos entrevistados acerca do tema, entende-se com os
resultados desta pesquisa, que 100% dos entrevistados possuem certo entendimento em gestão
de custos, 50% conhecem alguma ferramenta de auxílio na eficiência da gestão de custos, e os
outros 50% não possuem.
Abbas (2001) afirma que o bom entendimento na gestão de custos na perspectiva de
conhecer de fato o custo de seus produtos assume um diferencial para as empresas se
sobressaírem perante a concorrência.
Mesmo que o conhecimento dos empresários não seja tão aprofundado no tema,
observou-se que sabem do que se trata. E isso é percebido de forma positiva quando
considerados os ensinamentos da literatura a respeito da importância disso para a gestão
empresarial.
Em relação à importância da análise de custos na formação do preço de venda, 100%
dos entrevistados possuem esse entendimento, e 100% afirmaram também que é importante
conhecer os controles de custos utilizados pelas empresas.
Para 100% dos gestores, a gestão de custos deve acontecer de forma planejada,
avaliando e aprimorando os produtos. Os custos de uma empresa adicionados à rentabilidade
desejada definem o preço de venda de um produto, resposta de 100% dos empresários.

11
Sobre os objetivos da gestão de custos, 100% responderam que auxiliar no controle
financeiro é um objetivo, e 50% disseram fornecer informações para tomada de decisão.
Para 100%, possuir uma gestão de custos ineficiente interfere na saúde financeira de
uma empresa. Resultado que reafirma o entendimento dos empresários acerca da importância
da gestão de custos.
Outro ponto abordado foi que com a gestão de custos os empresários têm informações
que influenciam no processo de tomada de decisão, como também encontram oportunidades
de sobressair perante seus concorrentes, e 100% dos empresários concordam com tal
afirmativa.
Santos (1995) afirma que o preço de um produto afeta a vida de uma empresa
diariamente, independente do tamanho, de quais produtos comercializa ou do setor econômico
que atua.
Sendo assim, foi questionado aos empresários sobre a forma que utilizam para
precificar suas mercadorias e 100% disseram que a precificação de qualquer produto precisa
ser bem definida, com valores condizentes com a realidade, não afetando a lucratividade do
negócio. Esse resultado aponta o entendimento dos empresários a respeito do cálculo do preço
das mercadorias.
Referente à forma de precificação dos produtos, e margem de lucro, 100% dos
empresários possuem uma porcentagem fixa no preço de custo de cada produto, 50% definem
a margem de lucro desejada somando o lucro total e subtraindo o capital de giro e as despesas,
e 50% deduz o valor da venda menos os gastos.
Entre os questionados, 50% consideram o preço da concorrência ao formar os seus
preços e os outros 50% não.
Entende-se com os resultados obtidos, que de forma geral os empresários conhecem
sobre o assunto gestão de custos e estão bem preparados quanto à precificação dos seus
produtos.

5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa permitiu investigar qual o entendimento dos empresários do ramo


moveleiro de Alvinópolis-MG em relação à gestão de custos com ênfase na precificação de
suas mercadorias.
Evidencia-se que os objetivos propostos neste estudo foram alcançados, visto que
através dos resultados foi possível entender a percepção dos empresários referente ao tema,
onde os mesmos possuem um bom entendimento sobre gestão de custos. Mesmo que um dos
entrevistados tenha afirmado que não conhece ferramentas de gestão de custos, apresentou em
outros momentos da pesquisa, que entende do assunto.
A pesquisa oportunizou ainda, verificar as formas de controle existentes nas empresas
e o conhecimento dos gestores sobre seu ponto de equilíbrio, bem como identificar como os
produtos são precificados pelos empresários.
Logo, verificou-se existem alguns controles nas empresas participantes da pesquisa.
Em relação ao controle interno 100% das empresas disseram que trabalham com ferramentas
que auxiliam na gestão, como planilhas, anotações, sistema financeiro, e sistema gerencial. O
controle de estoque ainda é feito manualmente por uma das empresas, mas não deixa de
realizar o controle. Em relação ao ponto de equilíbrio, todas as empresas pesquisadas
entendem e afirmaram conhecê-lo dentro de sua gestão.
Analisando como é definida a formação do preço, notou-se que todos os respondentes
entendem a importância deste processo, aplicam uma porcentagem no custo de cada produto
como margem de lucro, e levam em consideração os preços praticados pela concorrência.

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Em relação às hipóteses da pesquisa, tem-se que, a H1 foi rejeitada, uma vez que as
empresas na sua precificação levam em consideração além do valor da Nota Fiscal, uma
margem de lucro, seus custos e despesas.
A H2 se confirmou, por notar nesta pesquisa, bom conhecimento dos empresários
sobre gestão de custos com ênfase na formação do preço de seus produtos.
Um estudo mais detalhado sobre gestão de custos e formação do preço de venda,
torna-se importante para todas as empresas. Assim, sugere-se que novos estudos sejam
realizados nesse sentido.

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