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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CIRCUITOS ELÉTRICOS
em corrente contínua
Fundamentos para o Ensino Técnico − MECATRÔNICA − ELETROMECÂNICA
PROF. ANDRÉ BARROS DE MELLO OLIVEIRA PROF. EMERSON GUILHERME ALVES ESTEVAM
MINAS GERAIS
Julho de 2023 Departamento de
Engenharia de Materiais
2 CEFET-MG - Ensino Técnico
Fontes:
Sumário
3.8 – Transformações de Redes: triângulo () para estrela (Y) e vice-versa ......................................................... 65
7.5 – Equação geral para transitórios de carga e descarga de um capacitor ......................................................... 130
Capítulo
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS
Capítulo 1 – Introdução ao Estudo de Circuitos Elétricos
1.1 - Introdução
Outras unidades usuais podem ser deduzidas a partir das unidades fundamentais e das unidades
suplementares. Por exemplo, a unidade de carga é o coulomb, que é deduzida a partir das unidades
fundamentais segundo e ampère, de acordo com (1.1).
Q Coulomb
(1.1)
t segundo
I=
A maioria das unidades utilizadas em eletricidade é do tipo unidade derivada, como mostra a
Tabela 1.3. A potência elétrica, por exemplo, dada em W (watts), é a relação entre trabalho, em joules (J)
por tempo, em segundo (s), como mostra (1.2). A densidade de fluxo magnético (tesla, T) é a relação
entre o fluxo magnético por unidade de área. Logo, T equivale a Wb/m2.
T Joules
ou W (1.2)
t segundo
P=
Circuitos Elétricos em CC 11
No estudo da eletricidade, algumas unidades elétricas são pequenas demais ou grandes demais para
serem expressas convenientemente. Por exemplo, no caso da resistência, frequentemente utilizamos
valores em milhões ou milhares de ohms (). O prefixo kilo (designado pela letra k) mostrou-se uma
forma conveniente de se representar mil. Assim, em vez de se dizer que um resistor tem um valor de
10.000 , normalmente nos referimos a ele como um resistor de 10 kilohms (10 k).
No caso da corrente, freqüentemente utilizamos valores de milésimos ou milionésimos de ampère.
Utilizamos então expressões como miliampères e microampères. O prefixo mili é uma forma abreviada de
se escrever milésimos e micro é uma abreviação para milionésimos. Assim, 0,012 A torna-se 12
miliampères (mA) e 0,000 005 A torna-se 5 microampères (A).
A Tabela 1.4 relaciona os prefixos métricos mais usuais em eletricidade com a sua equivalência
numérica. Pode-se escrever por extenso, uma tensão elétrica dada por 3 000 000 V como três milhões de
volts, ou, utilizando o prefixo métrico adequado, 3 MV. Da mesma forma, poderíamos escrever uma
corrente I de 0,001 A como 1 x 10-3 A, que, com o prefixo correspondente, ficaria: I = 1 mA.
1.4 – Potências de 10
Como visto anteriormente, com frequência é necessário ou conveniente converter uma unidade de
medida em outra unidade que pode ser maior ou menor. Na seção anterior isto foi feito substituindo-se
determinados valores por um prefixo métrico.
Uma outra forma seria a de converter o número numa potência de 10. Nos referimos às potências
de 10 como a “notação do engenheiro”. Um número muito grande, por exemplo, poderia ser escrito
como um número multiplicado por uma potência de 10, com expoente positivo, se o número é maior que
um e com expoente negativo, se o número é menor que 1.
Ilustrando:
12 CEFET-MG - Ensino Técnico
NOTAÇÃO CIENTÍFICA:
a 10n (1.3)
Regra 1 Para se escrever números MAIORES do que 1 na forma de notação científica, desloca-se
a vírgula para a esquerda tantos algarismos quanto os necessários, até atingirmos um
número entre 1 e 10. O expoente da potência de 10 será POSITIVO e igual ao número de
casas deslocadas.
Regra 2 Para se escrever números MENORES do que 1 na forma de notação científica, desloca-se a
vírgula para a direita tantos algarismos quanto os necessários, até atingirmos um número
entre 1 e 10. O expoente da potência de 10 será NEGATIVO e igual ao número de casas
deslocadas.
Circuitos Elétricos em CC 13
Regra 3 Para se multiplicar dois ou mais números expressos como potências de 10, multiplica-se os
coeficientes para se obter o novo coeficiente e soma-se os expoentes para se obter o novo
expoente de 10.
Regra 4 Para se dividir dois ou mais números expressos como potências de 10, divide-se os
coeficientes a fim de se obter o novo coeficiente e subtrai-se os expoentes para se obter o
novo expoente de 10.
Uso de prefixos
Para efeito de simplificação, usa-se escrever uma resposta numérica utilizando um prefixo em vez
de empregar a notação científica. Como exemplos são mostrados na Tabela 1.6 alguns prefixos métricos
mais utilizados no estudo da eletricidade.
A Figura 1.1a é uma representação descritiva de um circuito elétrico simples, onde a chave liga-
desliga permite alimentar a lâmpada através de uma bateria de tensão contínua. O mesmo circuito está
representado de forma esquemática na Figura 1.1b. O diagrama esquemático é uma forma abreviada de se
14 CEFET-MG - Ensino Técnico
desenhar um circuito elétrico, os quais são representados geralmente dessa forma (GUSSOW, 2004). Um
diagrama esquemático mostra, através de símbolos gráficos, as ligações elétricas e as funções das
diferentes partes de um circuito.
L1
A B
AA BB
S1
S11
S
Energia
química
+
B1 B1 L1 L1
B1
(a) (b)
Figura 1.1 – Um circuito simples com lâmpada. (a) Diagrama descritivo. (b) Diagrama esquemático.
A partir de um diagrama esquemático pode-se projetar uma placa de circuito impresso (PCI ou
PCB, de printed circuit board), na qual são dispostos os componentes do circuito e as trilhas que os
conectam. As PCI fazem parte de diversos equipamentos da moderna tecnologia, como TVs, aparelhos de
telefonia celular, circuitos de automação etc. As Figuras 1.2a e 1.2b mostram, respectivamente, um
exemplo de placa de circuito impresso e a sua versão correspondente em 3D.
(a)
(b)
Figura 1.2 – (a) Exemplo de placa de circuito impresso. (b) Visão da placa em (a) em 3 dimensões (3D).
Fonte: https://server.ibfriedrich.com/wiki/ibfwikien/index.php?title=3D_View
Os símbolos gráficos padronizados para os componentes elétricos mais comuns são apresentados
na Tabela 1.6, onde as letras entre parêntesis indicam o tipo de componente. Por exemplo, o resistor é
Circuitos Elétricos em CC 15
indicado pela letra R. Se em um circuito são utilizados mais de um resistor, emprega se o subscrito para
identificar cada componente (R1, R2, RL etc.).
G A V
Lâmpada (L) Fusível (F) Diodo (D)
em desuso
mais usual
••• Exercício 1.1 − Seja o esquema de uma lanterna, como o da Figura 1.3. Com base na Tabela 1.6,
desenhar o diagrama esquemático no espaço indicado, considerando-se a sua chave liga-desliga.
Modelo da pilha
ri : resistência interna Lâmpada
Exemplo 1.5 – A Figura 1.4 mostra o esquema de ligação de uma lâmpada, que pode ser acionada por
dois interruptores paralelos (Three-Way). Note os símbolos para os interruptores (S1 e S2) e a lâmpada
(L). O interruptor Three-Way é utilizado sempre em par, para comandar uma lâmpada (ou conjunto de
lâmpadas) de dois pontos distintos de uma escada, por exemplo (Figura 1.5).
N (neutro)
N (neutro) Retorno
L1 Retorno
Neutro
F (fase) L1
Fase
L1
R (condutor
F (fase)
de retorno)
S1 S2 S1 S1 S 2 S2
Fase
S2
Neutro Retorno
L1
S1
Outra simbologia interessante, que não aparece na Tabela 1.6, diz respeito aos símbolos e cores dos
condutores utilizados em instalações elétricas prediais e residenciais, como ilustra a Figura 1.6. Uma
máquina de lavar monofásica utiliza os cabos vermelho, azul e o verde-amarelo.
(a)
PRETO
VERDE E
VERMELHO AZUL
AMARELO
(mais CLARO
indicado)
Esta identificação é
Fase feita com facilidade,
desde que se saiba
como são ligadas as
lâmpadas, interruptores
e tomadas.
Neutro
Retorno (b)
Figura 1.6 – (a) Simbologia e (b) cores para os condutores FASE, NEUTRO, PROTEÇÃO (antigo
condutor de TERRA) e RETORNO, para uso em corrente alternada (CA). Fonte: Normas NBR 5410.
Circuitos Elétricos em CC 17
1.2 – Escrever cada um dos valores que se seguem em notação científica e a seguir com o prefixo
adequado.
a) 0,00053 A para miliampères (mA) b) 2.400 V para quilovolts (kV)
1.3 – Faça as operações indicadas, arredondando as respostas com precisão de três algarismos.
a) (8,31 10 )(5,7 10 )
0 3
b) 790 (0,0014) (0,01)
−1
(2,1 10 )(3,0 10 )
6 0,000006 (500000)
1.5 (UFRGS) – Considerando-se o próton como um cubro de aresta 10-11 m e massa 10-21 kg, qual é a sua
massa específica (ou densidade)?
18 CEFET-MG - Ensino Técnico
As partículas constituintes dos átomos possuem duas propriedades: massa e carga elétrica. A massa
do próton é praticamente igual à massa do nêutron (cerca de 1,7 10-27 kg) e a massa do elétron é cerca
de 1840 vezes menor (9,1 10-31 kg).
Como visto no item anterior, a carga elétrica não aparece nos nêutrons. O valor numérico da carga
elétrica do próton ou do elétron corresponde à menor carga elétrica possível de se encontrar, chamado de
carga elétrica elementar (e). Isto constitui uma notável propriedade da carga elétrica, de sempre aparecer
em múltiplos inteiros da mesma unidade básica: a quantização da carga (CHAVES, 2001). Sendo Q uma
quantidade de carga qualquer e n um número inteiro, tem-se por (1.4):
Q = n.e (1.4)
Circuitos Elétricos em CC 19
“Cargas iguais se repelem, e opostas se atraem”. Se uma carga positiva (+) for colocada
próxima a uma outra carga positiva (+), elas se repelirão (ver a Figura 1.7). No caso de cargas de
sinais opostos, suficientemente próximas uma da outra, haverá uma força de atração atuando
sobre elas.
Q1 Q2
+ +
_
F F
Figura 1.7 – Forças de repulsão entre cargas positivas.
Q1 + Q2
Figura 1.8 – Convenção sobre o sentido das linhas de força em cargas positivas e negativas.
20 CEFET-MG - Ensino Técnico
Na Figura 1.9, vê-se a situação em que uma carga de prova positiva Qp, abandonada no ponto p,
será repelida pela carga positiva QA e atraída pela carga negativa QB. As linhas de campo elétrico indicam
as possíveis trajetórias da carga Qp na região do campo elétrico entre as cargas positiva e negativa.
Qp
p
A Lei de Coulomb, devida ao cientista francês Charles Augustin de Coulomb (1736-1806), explica
a força de interação entre partículas eletrizadas q e Q (ver a Figura 1.10) e pode ser assim enunciada
(CHAVES, 2001):
r1 r2
FQ-q Fq-Q
+q +Q
FQ-q Fq-Q
+q -Q
r
Figura 1.10 – Força elétrica entre duas cargas q e Q: repulsão e atração.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/07/CoulombsLaw.svg
“Uma partícula com carga q = Q1, no ponto r1, exerce sobre uma partícula com carga Q
= Q2, no ponto r2 e em repouso em relação à primeira, uma força F, dada em módulo por
(1.5):”
qQ
F =k (1.5)
r2
onde:
F [N],
Q [C],
r[m] = distância entre os pontos r1 e r2;
k = constante eletrostática do meio, sendo que no vácuo e k = k0 = 9 109 [N.m2/C2].
Circuitos Elétricos em CC 21
No ar, desde que não haja umidade, o valor de k em (1.5) é praticamente o mesmo do vácuo, mas
em outros meios seu valor pode ser bem reduzido. A Tabela 1.7 mostra as constantes dielétricas de alguns
meios. O fator de redução é conhecido como constante dielétrica () por estar ligado sempre a meios
isolantes, de tal forma que, por (1.6):
ko
k= (1.6)
Em razão da força do seu campo eletrostático, uma carga elétrica é capaz de realizar trabalho ao
deslocar uma outra carga por atração ou repulsão (no caso da Figura 1.11). A capacidade de uma carga
realizar trabalho é chamada de potencial elétrico.
q0 F
+
Figura 1.11 – Força elétrica de repulsão em uma carga de prova q 0.
Seja uma carga de prova positiva "q", no interior de um campo elétrico, conforme a Figura 1.12.
Essa carga de prova se move do ponto A até o ponto B, sob a ação da força elétrica ⃗F. Logo, esta força
elétrica realiza um trabalho WAB sobre a carga, para deslocá-la do ponto A para o ponto B.
F
Q +
A q B
Figura 1.12 – Carga de prova q no interior de um campo elétrico.
A diferença de potencial entre dois pontos A e B (VAB) é a razão entre o trabalho (WAB) realizado
pela força elétrica ⃗F e a carga (q) transportada do ponto A para o ponto B, conforme (1.7).
WAB
VAB = VA − VB = J/C ou V (1.7)
q
A unidade fundamental da diferença de potencial é o volt (V). O símbolo usado para a diferença de
potencial é V, que indica a capacidade de realizar trabalho ao se forçar os elétrons a se deslocarem. A
diferença de potencial é chamada de tensão (alguns usam inadequadamente a expressão voltagem).
Uma carga positiva tem a tendência a mover-se para pontos de potencial elétrico mais baixo,
enquanto que as cargas negativas tendem a mover-se para pontos de potencial elétrico mais elevado.
Q
I [A] = [C/s] (1.8)
t
onde: I = corrente, A;
Q = carga, C e
t = tempo, s.
Escrevendo a equação (1.8) de outra forma, obtém-se (1.9). A carga difere da corrente, pois Q
representa um acúmulo de carga, enquanto I mede a intensidade das cargas em movimento.
Q = I.t (1.9)
Exemplo 1.6 – Se uma corrente de 2 A passar através de um medidor durante 1 minuto, quantos
coulombs passam pelo medidor?
DADOS: I = 2 A e t = 60 s.
Utilizando Q = I.t → Q = (2A) (60s) = 120 C.
- Fluxo de corrente
Num condutor, como por exemplo, num fio de cobre, os elétrons livres são cargas que podem ser
deslocadas com relativa facilidade ao ser aplicada uma diferença de potencial. Se ligarmos às duas
extremidades de um fio de cobre (Figura 1.13) uma diferença de potencial, a tensão aplicada (1,5 V) faz
com que os elétrons livres se desloquem. Essa corrente consiste num movimento dos elétrons a partir do
ponto de carga negativa, -Q, numa das extremidades do fio, seguindo através do fio, e voltando para a
carga positiva, +Q, na outra extremidade.
O sentido do movimento dos elétrons é de um ponto de potencial negativo para um ponto de
potencial positivo. A seta contínua na Figura 1.13 indica o sentido da corrente em função do fluxo de
elétrons (fluxo real). O sentido do movimento das cargas positivas, oposto ao fluxo de elétrons, é
considerado como o fluxo convencional da corrente e é indicado pela seta tracejada. Em eletricidade, os
circuitos são geralmente analisados em termos da corrente convencional.
Circuitos Elétricos em CC 23
Fluxo de
elétrons (real)
-Q +Q
Fluxo de
convencional
elétrons livres em movimento
+
Bateria
Figura 1.13 – A ddp aplicada às extremidades de um fio condutor produz a corrente elétrica.
- Condutores e isolantes
Foi mencionado anteriormente que a capacidade de uma carga realizar trabalho é chamada de
potencial ou tensão elétrica. No nosso dia-a-dia ouvimos dizer que a tensão na tomada de nossa casa é de
127 V, que a tensão do chuveiro é de 220 V, que a tensão da bateria do nosso celular é de 3,7 V etc.
Ao estabelecer um circuito como o da Figura 1.14, por exemplo, uma força elétrica é exercida
pelos pólos A e B da associação de pilhas, fazendo com que as cargas no fio condutor se desloquem de A
para B (sentido convencional da corrente).
A
L1
VAB
S1
L2 L3
I
B
Figura 1.14 – Circuito com divisor de tensão.
24 CEFET-MG - Ensino Técnico
2.1 – Duas partículas eletrizadas estão no vácuo a uma distância de 30 cm uma da outra. Sabe-se que Q1 =
2 C e que Q2 = - 3 C. Calcular o módulo da força de atração entre estas cargas.
2.2 – A capacidade de um acumulador (bateria) é de 100 Ah. Calcule sua a capacidade em Coulomb (C) e
a média da corrente de descarga, se a bateria perdeu toda a carga em 20 h, sendo Imed = Q/t.
2.3 – A intensidade de corrente elétrica em uma lâmpada é de 100 mA. Quantos elétrons passam por
segundo pelo filamento da lâmpada?
2.4 – A área do gráfico i x t representa numericamente a quantidade de carga Q que atravessa a seção reta
de um condutor num intervalo de tempo considerado. Dado o gráfico da Figura 1.15, calcular a quantidade
de carga elétrica que passa por uma seção reta de um condutor de alumínio nos primeiros 15 ms.
2.5 – (FGV-SP) Uma seção transversal de um condutor é atravessada por um fluxo contínuo de carga de 6
C por minuto, o que equivale a uma corrente elétrica, em ampères, de:
1.1 – Escrever cada um dos valores que se seguem primeiro em notação científica e a seguir com o
prefixo adequado.
1.3 – A unidade de resistência elétrica é o Ohm, representada pela letra grega (ômega). Determine
então a resistência elétrica em ohms na forma de potência de 10 para os seguintes resistores:
1.4 – a) Supondo que o próton tenha a forma de um cubo, cuja aresta é dada por a = 10 -13 cm, calcule o
seu volume V, sabendo-se que V = a3.
b) Considerando-se que a massa do próton seja de 10-24 g , determine a sua densidade em g/cm3.
Resp.: (a) V = 10-39 cm3. (b) d = 1015 g/cm3.
1.5 – Qual é carga total, em coulombs, de todos os elétrons existentes em 1,80 mol de hidrogênio?
(Lembre-se: 1 mol de átomos equivale a 6,02 x 1023 átomos). Resp.: 1,73 x 105 C.
1.6 – (PUC-MG) Duas cargas elétricas puntiformes são separadas por uma distância de 4,0 cm e se
repelem mutuamente com uma força de 3,6 × 10-5 N. Se a distância entre as cargas for aumentada para
12,0 cm, a força entre as cargas passará a ser de:
a. ( ) 1,5 10-6N b. ( ) 4,0 10-6N c. ( ) 1,8 10-6N d. ( ) 1,5 10-6N e. ( ) 7,2 10-6N
1.7 – (UNESP-SP) Dois corpos pontuais em repouso, separados por certa distância e carregados
eletricamente com cargas de sinais iguais, repelem-se de acordo com a Lei de Coulomb.
a) Se a quantidade de carga de um dos corpos for triplicada, a força de repulsão elétrica
permanecerá constante, aumentará (quantas vezes?) ou diminuirá (quantas vezes?)?
b) Se forem mantidas as cargas iniciais, mas a distância entre os corpos for duplicada, a força de
repulsão elétrica permanecerá constante, aumentará (quantas vezes?) ou diminuirá (quantas
vezes?)?
1.8 – Em um dispositivo eletrônico ligado a uma bateria de 9 V foi medida uma corrente elétrica de 5
mA. Calcule a energia elétrica consumida em uma hora de utilização.
1.9 – Explique o significado de uma bateria de 12 V. O que a diferencia de outra bateria de 24 volts?
1.10 – Um raio ocorre quando existe fluxo de cargas elétricas (principalmente elétrons) entre o solo e uma
nuvem de tempestade. A taxa máxima do fluxo de cargas elétricas em um raio é aproximadamente igual a
20.000 C/s; essa descarga dura cerca de 100 µs. Qual é a quantidade de carga que flui entre a Terra e a
nuvem nesse intervalo de tempo? Resp.: 2C.
26 CEFET-MG - Ensino Técnico
1.11 – Duas cargas puntiformes são colocadas sobre o eixo Ox do seguinte modo: a carga q1 = + 4,00 nC
está localizada no ponto x = 0,200 m e a carga q2 = + 5,00 nC, no ponto x = - 0,300 m. Qual é o módulo, a
direção e o sentido da força resultante que essas duas cargas exercem sobre uma terceira carga puntiforme
negativa q3 = - 6,00 nC localizada na origem?
Resp.: 2,40 x 10-6 N, horizontal para a direita.
1.13 – (NILSSON e RIEDEL, 1999) - Existem aproximadamente 142 milhões de carros de passeio nos
Estados Unidos. Suponha que a bateria de um carro (ver a Figura 1.14) armazene, em média, uma energia
de 440 watts-hora (Wh). Estimar, em gigawatts-hora, a energia total armazenada nos carros americanos.
Resp.: 62,48 GWh.
(a) (b)
Figura 1.16 – Bateria automotiva: (a) aspecto físico. (b) Partes constituintes. Fontes:
(a) http://blog.mixauto.com.br/o-que-e-e-como-funciona-o-sistema-de-ignicao/ (b) http://www.classicpremium.com.br/tag/bateria-automotiva/
1.14 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – O fluxo de elétrons em um tubo de imagem de TV carrega 1015
elétrons por segundo (ver a Figura 1.15). Como engenheiro de projeto, determine a tensão V0 necessária
para acelerar o feixe de elétrons para atingir 4 W. Obs.: a potência do feixe é p = V0 i.
Resp.: 25 kV.
(a) (b)
Figura 1.17 – Tubo de raios catódicos (TRC): (a) diagrama simplificado (ALEXANDER e SADIKU, 2013) e (b)
aspecto físico, como empregado nos aparelhos de TV mais antigos.
Circuitos Elétricos em CC 27
2.1 – Introdução
No primeiro capítulo foram abordados conceitos importantes sobre a eletricidade e suas principais
grandezas. Neste capítulo serão apresentados: as fontes de tensão e de corrente (e como elas podem ser
associadas), a resistência elétrica e os conceitos de potência elétrica e energia elétrica.
O estudo de circuitos elétricos passa pela modelagem do circuito e seus parâmetros. Na Figura 2.1
mostra-se um diagrama de blocos que ilustra a transformação de um dispositivo em um modelo, que pode
ser estudado como um circuito elétrico, após o seu modelamento matemático. Um circuito elétrico é um
conjunto de componentes eletrônicos (passivos e ativos) organizados de maneira a modificar uma entrada
elétrica até que se obtenha uma saída elétrica desejada.
Interpretação
dos resultados
Figura 2.1 – Diagrama para o modelamento e solução de um circuito elétrico.
Um circuito elétrico contém elementos que são conectados de diversas formas. A Figura 2.2 mostra
uma topologia genérica para um circuito elétrico em CC. Esta topologia contêm alguns elementos
básicos:
- Nó: representa o ponto do circuito, onde dois ou mais terminais se encontram ligados. Na Figura
2.2, temos os nós a, b e c. No nó b estão conectados os terminais dos resistores R1, R2, R3 e da fonte de
corrente I1.
- Ramo: é o caminho entre dois nós. Ao longo do ramo tem-se a mesma corrente elétrica. Em um
ramo podem estar conectados em série dois ou mais elementos. Na Figura 2.2, tem-se, por exemplo, os
ramos de R2 e de R3.
Figura 2.2 – Exemplo de topologia para um circuito elétrico em CC (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
28 CEFET-MG - Ensino Técnico
Fontes independentes são aquelas que estabelecem uma tensão ou corrente em um circuito
independentemente dos valores de tensão ou corrente em outro(s) ponto(s) do circuito (NILSSON e
RIEDEL, 1999).
a) Fonte de tensão
Uma fonte de tensão ou fonte de alimentação é usada em laboratórios científicos (física, química,
biologia etc.), experimentos em salas de aula, laboratórios de empresas e de pesquisa (teste e
manutenção), equipamentos hospitalares, telecomunicações, redes de computadores etc. As fontes de
tensão contínua (que podem fornecer também tensão contínua variável), disponibilizam tensões de
saída, por exemplo, na faixa de 0 a 12 Vcc, com correntes de saída de 5 A (dependendo da potência
especificada). Este tipo de fonte pode conter proteção contra eventuais curtos-circuitos, provocados
acidentalmente ou pelo manuseio de pessoas inexperientes. Esta função aumenta a complexidade e o
custo de uma fonte de tensão.
Uma fonte de tensão independente constitui um componente de dois terminais que mantém uma
tensão específica nos mesmos independentemente da corrente através dele (IRWIN, 2000). Na Figura
2.3a é visto o seu modelo ideal.
Fonte de tensão
Fonte de tensão
ideal (independente)
ideal (independente) Fonte de Fonte
tensãode tensão REAL
REAL
IR IR
A A A A
+ + RS + +
+ + RS
+ VE VR VR R + VE VR VR R
_ V_ E R _ V_E R
_ _
_ _
B B
B B
(a) (b)
Figura 2.3 – (a) Fonte de tensão ideal (esquema). (b) Fonte de tensão real.
No modelo real de uma fonte de tensão (Figura 2.3b), RS representa a sua resistência interna (o
subscrito S vem de source, fonte em inglês). Com RS tendendo para zero, toda a tensão da fonte é
entregue à carga conectada aos terminais A e B (ver curva característica v x i, Figura 2.4). Calcula-se a
tensão no resistor de saída R usando (2.1).
Fazendo RS = 0 e, portanto, VRS = 0 resulta VR = VE – 0 IR = VE volts.
VR = VE – RS × IR (2.1)
As fontes de tensão utilizadas hoje em dia se aproximam do modelo real, pois possuem uma
resistência (ou impedância) interna RS, à qual se atribuem as perdas. A tensão de saída não é igual à
gerada – por exemplo, uma bateria de 12 V pode apresentar uma tensão em seus terminais de 11,8 V, o
que reduz, obviamente, o seu rendimento.
É evidente que um protótipo comercial de fonte de tensão CC apresenta muito mais componentes
do que a fonte da Figura 2.3b. Na Figura 2.5 é apresentada uma fonte CC simples, com o acréscimo de
componentes como transformador (T1), transistor (Q1) e capacitor (C1).
A Figura 2.6 mostra uma fonte de tensão industrializada. Outro exemplo de alimentação de uma
carga com uma tensão constante, mesmo com a variação do consumo de carga, são as fontes de tensão
reguladas em uma placa de computador.
(a) (b)
Figura 2.6 – Fonte de tensão. (a) Aspecto. (b) Placa com componentes.
Fonte: http://www.brastron.com.br/kit%20fonte%20alimentacao.jpg
b) Fonte de corrente
A fonte de corrente independente (Figura 2.7a), de modo similar às fontes de tensão, constitui um
componente de dois terminais que mantém uma corrente específica independentemente da tensão sobre
seus terminais de saída, A e B (a corrente de saída é fixa em um valor determinado pelo usuário desta
fonte). A sua curva característica é apresentada na Figura 2.7b.
30 CEFET-MG - Ensino Técnico
Curva característica i v
A
i (A)
0 v (V)
B
(a) (b) (c)
Figura 2.7 – (a) Fonte de corrente ideal. (b) Curva característica i v. (c) Fonte de corrente real.
A fonte de corrente real, representada na Figura 2.7c, possui uma resistência interna RS conectada
aos seus terminais A e B. Esta fonte pode se comportar como ideal se RS idealmente tender para infinito.
Assim, o ramo com este resistor fica aberto e toda a corrente da fonte flui para a carga resistiva R
conectada aos terminais A e B.
Mas, onde ocorre a alimentação de uma carga com corrente constante? Um motor de corrente
contínua (motor CC) é um exemplo, muito utilizado em equipamentos elétricos e eletrônicos. Este motor
drena uma corrente que depende da forma como ele será acionado. Isso significa que a tensão sobre ele
pode variar e nas condições de maior carga esta pode cair a valores tão baixos que o motor paralisa o seu
funcionamento. A sua velocidade de giro em rpm (rotações por minuto) depende da corrente que a carga
solicita. Para uma velocidade constante, deveria ser empregada uma fonte de corrente constante para o
motor CC. Uma forma de compensar estes problemas é utilizar algum tipo de circuito que mantenha
constante a corrente num motor independente das suas condições de funcionamento, ou seja, da sua carga.
Outra aplicação das fontes de corrente constante é a alimentação de uma rede de diodos LED
(diodo emissor de luz, do inglês ligth emitter diode – ver a Figura 2.8), para garantir um mesmo nível de
luminosidade. O uso de uma fonte de corrente constante na alimentação de diodos LED traz algumas
vantagens no desempenho, por exemplo, as variações da tensão de operação não afetam a corrente
contínua no diodo LED e nem na sua potência luminosa. As Figuras 2.9a e 2.9b mostram os símbolos das
fontes independentes de tensão e de corrente.
As fontes dependentes são aquelas que estabelecem uma tensão ou corrente em um circuito cujo
valor depende do valor da tensão ou da corrente em outro ponto do circuito. Os símbolos para representar
fontes dependentes aparecem na Figura 2.9 (c até f). Estas fontes são também conhecidas como fontes
dependentes ou fontes controladas.
Um exemplo clássico de fonte de tensão dependente é uma fonte de tensão regulada. A série de
circuitos integrados (CIs) 78XX, onde os dois últimos dígitos indicam a tensão de saída, trabalham com
uma tensão de entrada que deve estar dentro de uma certa faixa. O CI µA7805 (5V @ 1,5 A), por
exemplo, mostrado na Figura 2.10, permite obter uma tensão de saída regulada e fixa de 5 V. Para isto é
necessário uma tensão mínima de 7 V nos terminais de entrada, caso contrário haverá uma certa
instabilidade na regulação. Na Figura 2.11 vê-se um esquema de um regulador 78XX montado em uma
placa de circuito impresso.
Circuitos Elétricos em CC 31
+ + is = .vx +
_ _ vs = .vx _ vs = .ix is = .ix
Figura 2.10 – Circuito Integrado 7805: obtém-se uma tensão de saída regulada de 5 V.
Fonte: http://i137.photobucket.com/albums/q227/lafaller/7805comoreguladorvarivel.jpg
A Figura 2.12 mostra o esquema de uma fonte de tensão estabilizada, com destaque para o
transformador de entrada (1) e para o dissipador de calor (2) do transistor.
(2)
(1)
Vtotal = 6,0 V
© 2001 HowStufWorks
O valor resultante é a soma das tensões das pilhas envolvidas na associação, se todas estiverem
conectadas no mesmo sentido (terminal positivo de uma pilha ligada ao negativo da seguinte). Caso
contrário, se uma pilha estiver conectada invertida (p. ex. a última pilha da Figura 2.13), teríamos:
Uma associação de geradores em paralelo, como a da Figura 2.14, é utilizada para se obter uma
intensidade da corrente elétrica (i) que seja maior do que a intensidade da corrente elétrica em um único
gerador. Para dois geradores em paralelo, obtém-se a corrente resultante iT como em (2.2):
iT = i1 + i2 (2.2)
(a) (b)
(c)
Figura 2.15 – Associação de fontes de correntes em paralelo: (a) soma das correntes parciais;
(b) subtração das correntes parciais; (c) Associação em paralelo de fontes de corrente reais.
O problema reside no fato de que, havendo diferenças entre as forças eletromotrizes, ainda que
pequenas, provoca-se a circulação de correntes internas à associação, e, consequentemente, um
indesejável consumo de energia, mesmo quando a parte do circuito externo estiver desligada. “Geradores
associados em paralelo podem criar correntes internas entre os geradores componentes... pelo menos um
deles funciona como receptor, consumindo energia” (GASPAR, 2001).
3.1 - O que diferencia uma fonte de tensão ideal de uma fonte de tensão real?
34 CEFET-MG - Ensino Técnico
3.2 - Explique, com suas palavras, como é feita a carga de bateria de um carro, quando se usa para isso a
bateria de outro carro, já carregada. Como se ligam os cabos? Faça um esquema.
3.3 (BOYLESTAD, 2003) – Qual é a fonte de corrente resultante para o circuito da Figura 2.16?
Figura 2.16
A resistência elétrica (R) é uma medida da oposição ao movimento dos portadores de carga, ou
seja, a resistência elétrica representa a dificuldade que os portadores de carga (elétrons livres) encontram
para se movimentarem através de um condutor. Quanto maior a mobilidade dos portadores de carga,
menor a resistência elétrica do condutor.
A simbologia para o resistor segue duas tendências (Tabela 2.1), adotadas por organizações
internacionais das áreas de engenharia elétrica, como IEC, NEMA e IEEE.
Resistor fixo
R1
Resistor fixo
R1
Resistor variável
(potenciômetro)
P1
1) "retângulo" com terminais, que é uma representação simbólica para os resistores de valores fixos
tanto na Europa como no Reino Unido, por exemplo e
2) representação em "linha quebrada" (zig-zag), usada nas Américas e no Japão.
Circuitos Elétricos em CC 35
É um órgão de normalização que publica uma série de padrões técnicos, porém, não testa nem
certifica produtos. É sediado em Washington, nos Estados Unidos.
Foi criada em 1º de Setembro de 1926, pela fusão da Associated Manufacturers of Electrical
Supplies e do Electric Power Club. Esta associação define muitos padrões usados em
produtos elétricos por seus mais de 400 membros.
IEEE
Institute of Electrical and Electronics Engineers
A Figura 2.17 mostra o aspecto construtivo de alguns tipos de resistores, que diferem em tamanhos
(dependendo da potência elétrica) e em aplicação. Os resistores de Nicromo, por exemplo, são fabricados
com resistência de menor valor e com potência nominal mais elevada.
(a)
(b)
Terminal (fio)
Tubo cerâmico
(c)
(d)
(e)
Figura 2.17 – (a) Resistor de carvão. (b) Resistor de fio de Níquel-Cromo (ou Nicromo). (c) e (d) Aspecto
construtivo e prático de um resistor de filme de Carbono. (e) Resistor variável: trimpot (esq.) e reostato (dir.).
Circuitos Elétricos em CC 37
CHUVEIRO ELETRÔNICO
Resistência
elétrica Controle de
temperatura
O resistor é especificado em ohms () e com valores de potência de trabalho (em Watts).
Resistores de fio (P > 5 Watts), têm valores expressos nominalmente em seu corpo (Figura 2.21), onde no
1º resistor, vê-se 22R 5 % 10W, o que significa que o mesmo é de 22 +/- 5% e suporta 10 Watts.
Como os resistores de baixa potência (em torno de 0,25 W e 0,5 W) são de tamanho reduzido,
convencionou-se usar um código de cores em anéis para identificação do seu valor nominal, como os
apresentados nas Figuras 2.22 e 2.23.
- Resistores de 4 faixas
Seja um resistor de 4 faixas apresentando a seguinte sequência de cores:
1ª faixa: vermelho (2), 2ª faixa: verde (5), 3ª faixa: preto (0) e 4ª faixa: ouro (5% de tolerância).
Este último anel identifica o valor da tolerância (erro de fabricante com relação ao valor
nominal).
Circuitos Elétricos em CC 39
Figura 2.23 – Tabela completa com os códigos de cores para resistores de 4, 5 e 6 faixas.
- Resistores de 5 e de 6 faixas
A Figura 2.23 mostra os códigos de cores para 4, 5 e 6 faixas, estas últimas identificando resistores
de precisão, utilizados em equipamentos de medidas como multímetros analógicos e digitais,
osciloscópios; equipamentos biomédicos etc.
De posse das informações desta figura, como ler um resistor de 5 ou 6 faixas? Quando o resistor é
de precisão, apresenta 5 faixas coloridas. Como a última faixa destes resistores normalmente é marrom ou
vermelha, pode haver uma confusão a respeito de onde é o lado certo para iniciar a leitura, já que a
primeira faixa que representa o valor do resistor também pode ser marrom ou vermelha. Sendo assim, a
exemplo do resistor de 4 listras coloridas, o melhor fazer é observar a faixa que está mais próxima do
extremo do resistor. Esta será a primeira faixa, por onde se deve iniciar a leitura. Outra dica é verificar a
faixa que está mais afastada das outras. Esta é a última faixa de cor.
A leitura da resistência nestes resistores é similar à efetuada para os resistores com 4 faixas. É
adicionada mais uma cor no início, fazendo existir mais um algarismo significativo na medição. Os três
primeiros dígitos são os algarismos significativos, conferindo maior precisão na leitura. O quarto é o
elemento multiplicador e o quinto dígito é a tolerância. O sexto dígito (quando existir) se refere ao
coeficiente de temperatura (como a resistência varia de acordo com a temperatura ambiente). Este último
valor é dado em ppm (partes por milhão)/k.
LR - Leitura Recomendada:
Resistores SMD - Fonte: http://www.teletronica.kit.net/resistores.htm
www.powercircuit.com.br
(a) (b)
Figura 2.24. (a) Resistor SMD. (b) Rede de resistores.
Valores
x 10 x 100 x 1000
base
10 100 1k 1M
12 120 1k2 1M2
15 150 1k5 1M5
18 180 1k8 1M8
22 220 2k2 2M2
27 270 2k7 2M7
33 330 3k3 3M3
39 390 3k9 3M9
47 470 4k7 4M7
56 560 5k6 5M6
68 680 6k8 6M8
82 820 8k2 8M2
0,25 W 25 W
0,5 W
1W
Aletas de
alumínio
2W
Figura 2.25 – Resistores de tamanhos diferentes, com relação à potência.
Fonte: http://www.feiradeciencias.com.br/sala15/15_03.asp
Circuitos Elétricos em CC 41
A condutância elétrica (G) é definida como o inverso da resistência elétrica (R). Assim, G = 1/R.
A unidade de condutância elétrica é denominada siemens (S). Dessa forma, 1S = 1/ = -1.
a) R1 = 220 ohms, 2 %
b) R2 = 6,8 k, 10 %
c) R3 = 470 k, 1 %
d) R4 = 152 , 5 %
Por volta de 1800, Georg Simon Ohm, um físico e matemático alemão (1789-1854) pesquisou a
relação entre a tensão e a corrente em um simples circuito elétrico, como o da Figura 2.26, contendo uma
fonte CC, um resistor, um voltímetro e um amperímetro.
O cientista Georg Simon Ohm descobriu que, num circuito em que a resistência não variava com a
temperatura, quando ocorria um aumento na tensão aplicada, a corrente variava em uma proporção direta,
isto é: a relação entre a tensão (V) e a corrente (I) se mostrava constante. Isto pode ser comprovado
através do gráfico da Figura 2.27, válido para o circuito da Figura 2.26. Neste circuito são medidas a
tensão sobre o resistor R e a corrente elétrica. A fonte CC é ajustada de 0 a 36 V, de 6 em 6 V. Como
mostra o gráfico, a cada 6 V é medida a corrente no circuito e se encontra uma relação linear entre a
tensão e a corrente medidas no resistor. Esta relação linear entre I e V é dada por (2.3).
42 CEFET-MG - Ensino Técnico
Figura 2.26 – Circuito base utilizado por Georg Simon Ohm, por volta de 1800, de cuja análise
surgiu a Lei de Ohm. Fonte: http://nzip.rsnz.org/es/applets/ohmslaw_files/Image-ohm2.jpg
0,36
0,30
0,24
0,18
R = 100
0,12
0,06
6 12 18 24 30 36 V (volts)
Figura 2.27 – Plotando a Lei de Ohm (BOYLESTAD, 2003).
V = k.I (2.3)
i (A)
k = v/i
i
v
0 v (V)
Figura 2.28 – Curva característica i x v (relação linear). A inclinação k é a resistência R do circuito.
v
R= (2.4)
i
Circuitos Elétricos em CC 43
.m
l m
R= 2 (2.5)
S m
R − R20 R
t − 20o C
T
20 = = (2.7)
R20 R20
A Tabela 2.4 mostra a resistividade () de alguns materiais a 20 0C, em .cm/ft, onde ft = pé, igual
a 30,48 cm.
- Efeito da temperatura sobre a resistência de um material Tabela 2.4 – Resistividade () de vários
materiais (BOYLESTAD, 2003).
Material @ 20 oC (.cm/ft)
A temperatura possui um efeito significativo sobre o Prata 9,9
parâmetro resistência elétrica. Nos materiais condutores, o Cobre 10,37
Ouro 14,7
número de elétrons livres é grande. Qualquer alteração na Alumínio 17,0
energia térmica do material provoca um aumento na Tungstênio 33,0
vibração dos seus átomos, dificultando a passagem de Níquel 47,0
corrente elétrica e provocando o aumento da resistência Ferro 74,0
elétrica. Assim, os condutores possuem um coeficiente de Constantan 295,0
temperatura positivo, como mostra o gráfico da Figura Nicromo 600,0
Carbono 21.000,0
2.30a.
Condutividade elétrica
(a)
Uma razão importante para o cálculo de potência e energia num projeto de um sistema elétrico é o
fato de que todos os dispositivos reais apresentam limitações quanto à quantidade de potência que são
capazes de dissipar e, portanto, somente os cálculos de tensão e corrente não são suficientes para garantir
as suas corretas especificações (NILSSON e RIEDEL, 1999).
Potência é a taxa de trabalho realizado ou o trabalho realizado por unidade de tempo. Para a
potência elétrica, a sua unidade no Sistema Internacional é o Watt [W], derivada da relação Joule [J] por
segundo [s]. Matematicamente, a potência é dada por (2.8).
w
p= [W] (2.8)
t
dw
Com w e t → 0, p=
dt
onde o operador dw/dt é chamado de derivada do trabalho em relação ao tempo, através do qual se
consegue encontrar a potência instantânea de uma função w(t), pois a derivada é uma reta tangente a um
ponto. Isto será tratado mais adiante a outras grandezas elétricas.
Recordando as unidades de corrente e tensão vistas anteriormente,
joules J coulombs
V= e I= C
coulomb C segundos s
e fazendo o produto da tensão pela corrente (V I), resulta na potência elétrica, P, dada por:
joules coulomb J
P=V×I= = (2.9)
coulomb segundo s
Trabalhando a Equação (2.9), pode-se, através da Lei de Ohm, obter a potência elétrica calculada
como em (2.10) e em (2.11).
P = R I2 (2.10)
P = V2/R (2.11)
Em unidades elétricas, energia é watt-segundo, mas é mais conveniente usar uma unidade maior de
energia elétrica, o kilowatt-hora (kWh), como em (2.13). Esta unidade é adotada pelas concessionárias de
energia elétrica para tarifar o seu consumo.
46 CEFET-MG - Ensino Técnico
watts hora
kilowatt − hora = kWh = (2.13)
1000
Uma fonte de energia produz ou desenvolve energia, e uma carga absorve energia. A potência
absorvida por um componente ou circuito elétrico é dada por um sinal positivo (P > 0), quando a seta de
corrente está em direção ao terminal positivo da referência de tensão, conforme mostra a Figura 2.31, o
que constitui um caso de referências associadas entre tensão e corrente (o termo convenção passiva de
sinal também é utilizado). Exemplo: a corrente entrando em um resistor.
5.1 – Um estudante usou uma lâmpada de 100 W durante 6 h de estudo. Se o custo médio da energia é de
R$ 0,15 / kWh (valor fictício), calcule o custo da energia consumida neste período.
5.2 – Um eletrodoméstico de 127 V que possui uma resistência de 18 ohms operou por uma hora e meia.
b) Qual seria a energia elétrica deste eletrodoméstico operando no mesmo tempo, em uma rede de 220 V?
5.3 – Calcule a corrente em mA que um aquecedor de 55 W solicita de uma linha de tensão CA de 110 V.
Qual seria esta corrente se este aquecedor fosse alimentado em 220 V?
Circuitos Elétricos em CC 47
5.4 – Calcular a quantidade de energia elétrica consumida por uma lâmpada elétrica fluorescente de 20
W, ligada ininterruptamente por 2 dias.
5.5 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Um aquecedor elétrico de 1,8 kW leva 15 min para ferver certa
quantidade de água. Se isto for feito uma vez por dia e a eletricidade custar R$ 0,10/kWh, qual o custo de
sua operação durante 30 dias?
5.6 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – A Figura 2.32 mostra o consumo de energia de determinada
residência em 1 dia. Calcule:
(a) A energia total consumida em kW.
Respostas
2.4 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – A fonte dependente do circuito da Figura 2.33 constitui:
2.5 – Reduzir o circuito da Figura 2.34 a uma nica fonte de corrente (BOYLESTAD, 2003).
Figura 2.34.
2.6 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Qual dos circuitos da Figura 2.35 fornece Vab = 7 V?
Figura 2.35 – (a) a (d) Associação de fontes de tensão (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
2.7 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Qual é o valor da tensão Vx no circuito da Figura 2.36?
+ 10 V -
+ Vx -
Figura 2.36.
Circuitos Elétricos em CC 49
2.9 (O'MALLEY, 1993) – Encontre a tolerância e o valor nominal da resistência correspondente aos
seguintes códigos de cores:
a) marrom-marrom-prata-ouro. b) verde-marrom-marrom-incolor. c) azul-cinza-verde-prata.
Resp.: (a) 0,11 , 5 %. (b) 510 , 20 %. (c) 6,8 M, 10 %.
2.10 – Determine a resistência elétrica utilizada do reostato nos esquemas das Figuras 2.37 e 2.38, quando
o cursor está: (a) na posição P. (b) na posição Q.
Resp.: (a) RP = 2,0 x 10 3 . (b) RQ = 5,0 x 10 2 .
2.11 (O'MALLEY, 1993) - Qual a energia química gasta por uma bateria de 1,25 V para produzir uma
corrente de 130 mA durante 5 min. ? Resp.: 48,75
J.
2.12 – Encontre o valor da energia química em joules gasta em uma bateria automotiva de 12 V para
mover 8,93 x 1020 elétrons do terminal positivo para o negativo.
2.14 – Um fusível de 30 A foi instalado em uma rede alimentada por uma tensão de 120 V. Quantas
lâmpadas de 60 W poderão ser ligadas simultaneamente nessa rede, sem que o fusível se queime?
Resp.: 60 lâmpadas.
2.15 – Um dispositivo eletrônico é conectado a uma fonte CC de 48 V, sendo percorrido por uma corrente
de 5 A. Calcule a energia elétrica (em kWh) consumida após 1 h 30 min. de utilização.
Resp.: W = 0,36 kWh.
2.16 – (NILSSON, 1999). Uma bateria de 12 V fornece 100 mA a um receptor de rádio. Encontre a
energia fornecida pela bateria a este receptor em kWh em 4 h de utilização.
Resp.: 4,8 x 10 -3 kWh.
2.16 – Um chuveiro elétrico ligado a uma rede de 220 V consome 1200 W de potência. Pede-se:
a) a intensidade de corrente elétrica que passa pela resistência do chuveiro.
b) a resistência do chuveiro em .
c) a energia elétrica consumida se o chuveiro permanecer ligado durante 2 h 10 min.
Resp.: (a) 5,45 A. (b) 40,33 . (c) 2,6 kWh.
50 CEFET-MG - Ensino Técnico
2.17 – (a) Um estudante usou uma lâmpada de 100 W durante 8 h de estudo. Se o custo médio da energia
é de R$ 0,12 / kWh (valor fictício), calcule o custo da energia consumida neste período.
(b) Um eletrodoméstico de 127 V que possui uma resistência de 50 operou por uma hora e meia. Qual
foi a energia elétrica utilizada? Resp.: (a) Custo = R$ 0,10. (b) Energia (W) = 0,484 kWh.
2.18 – Um forno de microondas de 220 V – 1200 W, funcionando durante 20 minutos, consome a energia
equivalente a uma lâmpada incandescente de 220 V – 60 W, ligada durante:
2.19 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – É necessária uma corrente contínua de 3 A por 4 horas para
carregar uma bateria de automóvel. Se a tensão entre os polos da bateria for de 10 + t/2 V, onde t é
expresso em horas,
(a) Quanta carga é transportada como resultado do carregamento?
(b) Quanta energia é consumida?
(c) Qual é o custo para a carga da bateria? Suponha que a eletricidade custe 9 centavos/kWh.
2.20 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Em uma residência, um computador pessoal (PC) de 250 W
é usado 4 h/dia, enquanto uma lâmpada de 60 W fica ligada 8 h/dia. Se a concessionária de energia
elétrica cobra R$ 0,62/kW, calcule o quanto se paga nessa residência por ano com o PC e a lâmpada.
Circuitos Elétricos em CC 51
CIRCUITOS ELÉTRICOS EM
Capítulo
3 CORRENTE CONTÍNUA
Capítulo 3 – Circuitos Elétricos em Corrente Contínua
Dois ou mais resistores formam uma associação denominada de circuito série, quando ligados um
após o outro, como mostra a Figura 3.1. Um circuito série possui como característica principal o fato de
permitir somente um percurso para a passagem de corrente elétrica.
V1 V2
+ - + - ...
R1 R2
+
E I Rn Vn
-
Quando alimentado pela fonte de tensão contínua E, um circuito série como o da Figura 3.1
apresenta as seguintes propriedades:
1. a corrente em todos os resistores é a mesma e igual àquela fornecida pela fonte, isto é:
Onde
E/I = Req é a resistência equivalente da associação série apresentada. Logo, para uma associação
em série de n resistores, pode-se escrever:
R eq = R 1 + R 2 + ... + R n (3.5)
52 CEFET-MG - Ensino Técnico
Exemplo 3.1 – Um circuito série de três resistores possui resistência total RT (Req) de 4k7 ohms. Se o
primeiro resistor é de 1 k e o segundo vale o triplo do primeiro, encontre o valor do
terceiro resistor.
Exemplo 3.2 – Um potenciômetro (Figura 3.2a) é um resistor variável muito utilizado em circuitos
eletrônicos como divisor de tensão, controle de sinal (por exemplo, o controle analógico de volume em
um aparelho de som). Conforme mostra a Figura 3.2b, consiste basicamente de uma película de carbono,
ou em um fio que percorrido por um cursor móvel, onde, através de um sistema rotativo ou deslizante, se
altera o valor da resistência entre os seus terminais (CAPUANO e MARINO, 2007).
Eixo
Cursor
móvel
Película
resistiva
ou fio de
Carbono
A
Terminal do resistor B C
(a) (b)
Figura 3.2 – (a) Aspecto de um Potenciômetro. (b) Partes constituintes.
Um potenciômetro, como visto na Figura 3.2, constitui um dispositivo de resistência variável para
uso em circuitos eletrônicos, através da posição do seu cursor de ajuste. A Figura 3.4 mostra o aspecto da
movimentação do cursor de um potenciômetro (terminal C), para um resistor de fio circular (Figura 3.4a)
e de carvão circular (Figura 3.4b). Para níveis de maior potência são utilizados os reostatos, com aspecto
construtivo similar aos potenciômetros – ver a Figura 3.5.
A mudança no terminal de ajuste (cursor) é linear, permitindo variar a resistência do dispositivo.
Entre os terminais B e C dos potenciômetros e reostatos apresentados, obtém-se uma resistência entre 0
(zero) e Rnom, resistência nominal, valor máximo entre os terminais A e C. Em resumo: entre os terminais
A e C: resistência fixa; entre os terminais B e C: resistência variável, adotando-se o terminal B como
referência.
Circuitos Elétricos em CC 53
(a) (b)
Figura 3.4 – (a) Potenciômetro de fio circular. (b) Potenciômetro de carvão circular (AFONSO e FILONI, 2011).
(a) (b)
Figura 3.5 – (a) Reostato de fio. (b) Reostato de carvão (AFONSO e FILONI, 2011).
Foi verificado que a Lei de Ohm pode ser usada para a determinação de valores totais num circuito
série, bem como para partes separadas do circuito. De forma análoga, a fórmula para a potência elétrica
pode ser aplicada para valores totais, por (3.6):
PT = I VT (3.6)
onde:
PT = potência total [W];
I = corrente [A] e
VT = tensão total [V] (tensão aplicada aos resistores).
Assim, tomando como base o circuito genérico da Figura 3.1, a potência total PT produzida pela
fonte num circuito série também pode ser expressa como a soma das potências individuais usadas em
cada parte do circuito.
PT = P1 + P2 + … + Pn (3.8)
Um circuito paralelo é aquele onde dois ou mais componentes estão ligados à mesma fonte de
tensão, conforme se vê na Figura 3.6. Neste circuito três resistores estão ligados em paralelo entre si e
com a bateria V. Um componente no circuito tratado isoladamente forma um ramo. Os resistores R 1, R2 e
54 CEFET-MG - Ensino Técnico
R3 formam ramos no circuito da Figura 3.6, bem como a fonte de tensão V. Um percurso fechado é
denominado de malha. Por exemplo, a fonte V e o resistor R1 formam um percurso fechado (malha 1).
A corrente total da fonte, IT, é a soma das correntes nos ramos 1, 2 e 3, como em (3.9). Aplicando-
se a Lei de Ohm aos dois lados desta equação obtém-se (3.10), onde RT é a resistência total ou
equivalente do circuito da Figura 3.4.
Simplificando-se (3.10), encontra-se (3.11), a qual permite encontrar o valor de RT ou resistência
equivalente do circuito.
I T = I1 + I 2 + I 3 (3.9)
V V V V
= + + (3.10)
RT R1 R 2 R 3
1 1 1 1
= + + (3.11)
R T R1 R 2 R 3
Para n resistores conectados em paralelo, tem-se a equação (3.12), pela qual encontra-se a
resistência total ou equivalente de um circuito com n resistores ligados em paralelo. O fator 1/RT é a
condutância do circuito.
1 1 1 1
= + + ... + (3.12)
R T R1 R 2 Rn
O resistor equivalente da associação paralelo de dois resistores é encontrado por (3.12) e resulta em
uma expressão simples: o produto dividido pela soma.
1 1 1 1 R + R1 R1 R2
= + → = 2 → Req =
Req R1 R2 Req R1 R2 R1 + R2
A potência dissipada em cada ramo em um circuito paralelo de n ramos – ver a Figura 3.7 – se
origina da mesma fonte de tensão. Logo, a potência total é igual à soma dos valores individuais das
potências de cada ramo. As potências dissipadas no circuito da Figura 3.7 são:
Circuitos Elétricos em CC 55
P1 = V.I1 (3.13)
P2 = V.I2 (3.14)
Pn = V.In (3.15)
Figura 3.7 – Um circuito paralelo de n ramos.
PT = V.IT (3.16)
6.2 – No esquema da Figura 3.8, tem-se uma chave S em paralelo com o resistor R2.
Figura 3.8.
6.3 – Encontrar, para o circuito da Figura 3.9:
a) a corrente no circuito;
b) o valor das tensões Va e V1;
c) a corrente de curto-circuito no resistor de 20 .
25 10
6.5 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – O potenciômetro Rx na Figura 3.11 foi projetado para o ajuste da
corrente ix na faixa de 1 a 10 A. Quais são os valores de R e Rx para que isso ocorra?
6.6 – Determinar o valor da resistência desconhecida para as condições do circuito da Figura 3.12.
Respostas
A B
R1 R3
+ R2
Vcc R4 R5
Para se obter os valores de corrente, de tensão e de resistência neste tipo de circuito, seguem-se as
regras que se aplicam a um circuito série para a parte em série e as regras para a parte em paralelo. A
solução de circuitos mistos fica simples se todos os grupos paralelo e série forem reduzidos primeiro a
resistências equivalentes únicas e se os circuitos forem redesenhados na sua forma simplificada ou
equivalente (GUSSOW, 2004).
Inicia-se esta redução pelos resistores localizados do lado oposto à fonte contínua. Em outras
palavras, esta redução se faz em direção à fonte CC. No caso da Figura 3.15, inicia-se a redução da rede
pelos resistores R4 e R5.
R2 R345 1 k × 1,5 k
Req = R1 + =1k+ = 1,6 k
R2 + R345 1 k + 1,5 k
Vcc 12
IT = = = 7,5 mA
R eq 1,6 k
As leis de Kirchhoff, enunciadas em 1847 pelo físico alemão Gustav Robert Kirchhoff (1824-
1887), constituem a base do estudo de circuitos elétricos, juntamente com a Lei de Ohm. Elas se dividem
em Leis de Kirchhoff de Tensão (LKT) e de Corrente (LKC) e se referem à relação entre correntes e
tensões em uma rede elétrica.
58 Circuitos Elétricos em CC
A Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT), ou Lei das Malhas, é definida como: “a tensão aplicada
a um circuito fechado é igual à soma das quedas de tensão naquele circuito”, isto é:
Tensão aplicada ou elevações de tensão = soma das quedas de tensão
Pela Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) “a soma das correntes que entram em um nó deve
ser igual à soma das correntes que saem deste mesmo nó”.
O enunciado da LKC é:
I=0 (3.19)
Exemplo 3.6 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Determinar, utilizando a LKC, o valor da corrente
io e da tensão vo no circuito da Figura 3.17.
Solução:
Aplicando a LKC no nó a, obtém-se
0,5 io + 3 = io → io = 6 A.
Com o valor de io, encontra-se vo pela Lei
de Ohm no resistor de 4 ohms.
Assim, vo = 4 io = 4 6 = 24 V.
Figura 3.17 – LKC: ilustração da fórmula I = 0.
a) a corrente I;
b) a tensão no resistor R2;
c) a potência dissipada nos resistores desta associação.
Figura 3.18 (BOYLESTAD, 2003).
CEFET-MG - Ensino Técnico 59
7.2 – Use as leis de Kirchhoff para determinar o valor da corrente no resistor R1 do circuito da Figura
3.19 (NILSSON e RIEDEL, 1999).
7.3 – Escrever a equação para a corrente I1 para o circuito da Figura 3.20 e calcular a mesma, sendo
dados: VR2 = 10 V, R2 = 1k e I3 = 2 mA.
7.4 – Um circuito é formado por uma fonte de tensão de 12 V e cinco resistores de 10 k, conectados em
paralelo. Calcule a corrente total fornecida pela fonte e a corrente em cada resistor.
Respostas
7.1 – (a) I = 2,14; (b) VR2 = 10,7 V; (c) PR1 = 45,8 W; PR2 = 22,9 W; PR3 = 91,6 W. 7.2 – IR1 = 3,0 A.
7.3 – I1 = 1,2 mA. 7.4 – ITotal = 6 mA. Corrente de cada resistor: 12 mA. 7.5 – (a) VR = 3 V. (b) PR =
0,36 W e Preceptor = 1,08 W.
A Figura 3.22 mostra de modo genérico como medir a tensão e a corrente em um circuito elétrico.
O voltímetro, utilizado na medida da tensão elétrica, deve ser conectado em paralelo com o dispositivo.
O amperímetro, usado para a medição da corrente elétrica, deve ser conectado em série – para isso,
é preciso abrir o ramo onde está conectado o dispositivo, como se verifica na Figura 3.21, nas medições
das correntes IS e I2.
vR2 rA A I3
_ _
+ +
VT V
rV R4
R3
_ R1 + _ R2 +
x1 x2
Figura 3.23 – Medidas de tensão e corrente em um circuito CC.
Da mesma forma que o voltímetro, o amperímetro também possui uma resistência interna (r A,
indicada na Figura 3.23, medida de I3). Idealmente, rA tende para zero. Por isto este instrumento é inserido
em série com o dispositivo onde se quer realizar a medida, a qual não será afetada. Na prática, r A é da
ordem de m.
DESAFIOS
1) Seja um circuito série, com uma fonte de tensão contínua de 48 V e dois resistores iguais, R1 e R2,
de 1 k.
a) Desenhar o esquema do circuito.
b) Calcular a tensão em cada um dos resistores.
c) Se for utilizado um voltímetro de 10 k para medir a tensão em R1, qual será o erro na
medida, em relação ao valor calculado?
IT
+ _
+
VT A R3
rA
_ R1 + _ R2 +
Seja o circuito série genérico da Figura 3.25, com n resistores. A equação de malha do circuito é
dada por (3.20). Para se obter o valor da tensão no resistor Rx, qual seria o procedimento?
IT Vx _
+
R1 R2 Rx
+
VT _ Rn
A corrente do circuito é dada por IT = VT/RT, onde RT é a resistência equivalente do circuito. Para
se encontrar a tensão Vx , aplica-se Vx = Rx .IT, resultando na Equação (3.21):
RX
VX = VT (3.21)
RT
onde:
Rx = qualquer resistor da associação série onde se quer obter o valor de sua tensão;
Vx = tensão no resistor Rx;
VT = tensão da fonte aplicada à associação série de resistores.
A regra do divisor de tensão pode então ser enunciada da seguinte forma: num circuito série,
cada resistência Rx produz uma queda de tensão Vx igual à sua parte proporcional da tensão aplicada
(GUSSOW, 2004).
IT I1 I2
+
VT R1 R2
_
A tensão da fonte (VT) é igual a RT.IT, onde RT representa a resistência equivalente de R1 e R2.
Tem-se, em (3.22):
R1 × R 2
VT = R T × IT = IT × (3.22)
R1 + R 2
62 Circuitos Elétricos em CC
VT R × R2 1
I1 = → I1 = I T × 1
R1 R 1 + R 2 R 1
R2
I1 = IT × (3.23)
R1 +R 2
VT R × R2 1
I2 = → I2 = IT × 1
R2 R1 + R 2 R2
R1
I 2 = IT × (3.24)
R1 +R 2
As Equações (3.23) e (3.24) são enunciadas matematicamente pela regra do Divisor de Corrente,
da seguinte forma:
Regra do Divisor de Corrente: Para dois resistores em paralelo, a corrente em cada resistor é a
corrente total multiplicada pela razão entre o resistor oposto e a soma dos dois resistores.
8.1 – Seja o circuito série da Figura 3.27, cujos parâmetros estão indicados à sua direita.
A
L1 VT = 12 V
+ RL1 = 3 ohms
VT L2
RL2 = 7 ohms
rA = 0 (ideal).
Figura 3.27.
B
330
330
Máx.
16 V 470 C
vo
Mín.
A
Figura 3.28 ( (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
CEFET-MG - Ensino Técnico 63
8.3 – No circuito série da Figura 3.29, a tensão é VCA é de 4 volts. Qual é o valor da resistência R?
I = 42 mA
2 k 6 k
C
I1
+
Vi 20 V R1 R2 R3
R? 4V
_ RT 6 24 48
A
Figura 3.29. Figura 3.30 (BOYLESTAD, 2003).
8.4 – Um circuito com dois resistores em paralelo apresenta R2 = 3 R1. Usando a regra do divisor de
corrente, encontre a razão I1 / I2.
Respostas
8.1 – (a) VL1 = 3,6 V; VL2 = 8,4 V. (b) IT = 1,2 A; PL1 = 4,32 W e PL2 = 10,08 W.
8.2 – (a) VCA varia entre 0 (zero) e 9,4 V.
(b) Discussão, com base no esquema do circuito e possibilidades de conexão do potenciômetro. (c) O potenciômetro
estará ajustado em 400 ohms, para vo = 8 V.
8.3 – R = 2 k.
8.4 – I1/I2 = 3.
8.5 – I1 = 30,55 mA.
Muitas vezes é possível utilizar transformações de fonte para obter o circuito equivalente de
Thévenin ou de Norton2. A técnica de transformação de fontes é mais recomendada para circuitos que
contenham apenas fontes independentes, já que a presença de fontes dependentes significa que deve-se
preservar a identidade das tensões e/ou correntes de controle, o que quase sempre impede a redução do
circuito.
A Figura 3.31 mostra a reciprocidade ou a dualidade entre uma fonte de tensão e uma fonte de
corrente. A demonstração desta dualidade é bastante simples. Para uma carga RL conectada aos nós A e B
da fonte de tensão da Figura 3.31, tem-se o circuito da Figura 3.32, cuja corrente é dada por (3.25).
A A
R
+
V I R
B B
Figura 3.31 – Dualidade entre uma fonte de tensão e uma fonte de corrente.
2
Os circuitos citados vem dos Teoremas de mesmo nome, que serão estudados posteriormente. Tais teoremas
permitem a simplificação de redes complexas, reduzindo-as a um circuito de uma só malha.
64 Circuitos Elétricos em CC
V A A
IL = (3.25) R IL
R + RL +
V RL I R RL
Supondo o mesmo resistor RL conectado IL
aos nós A e B do circuito da fonte de corrente da B B
Figura 3.31, resulta o circuito da Figura 3.33. Figura 3.32. Figura 3.33.
Pela regra do divisor de corrente encontra-se a corrente na carga RL, através de (3.26).
I R
IL = (3.26)
R + RL
Para que os circuitos de fonte de tensão e de fonte de corrente sejam equivalentes ou duais, a
corrente IL deverá ser a mesma para ambos, i.e.,
V I R (3.27)
IL = =
R + RL R + RL
Casos especiais
O resistor Rp não tem efeito sobre a carga conectada em A e B, uma vez que os circuitos à esquerda
são equivalentes no que diz respeito a estes terminais, que recebem a mesma tensão. Logo, R p pode ser
desprezado no esquema da Figura 3.34a.
A
IL
+
V Rp RL
B
(a)
A
RS IL
I R RL
B
(b)
Figura 3.34 – Em (a) o resistor Rp não tem efeito na tensão vAB do circuito.
(b) Nesta fonte de corrente, RS é desprezível para o cálculo da corrente de carga, I L.
De maneira similar ao que ocorre com a fonte de tensão da Figura 3.34a, pode-se desprezar o
resistor RS no circuito da Figura 3.34b, pois este não tem efeito sobre a corrente da carga, IL.
CEFET-MG - Ensino Técnico 65
As redes da Figura 3.35 são denominadas, em razão de suas formas e conexões: (1) redes em Y ou
em T, e (2) redes em delta ( ou triângulo) ou em pi. Ao se analisar as redes de circuitos elétricos é muito
útil converter o tipo Y em e vice-versa, para simplificar a solução.
a b a
a b a b
Ra Rb R1
Ra Rb
Rc R2 R3 R2
Rc
c c c c
c c c
R1
a b
Ra Rb
R2 R3
Rc
c
Figura 3.36 (BOYLESTAD, 2003).
R1 R2
Ra = (3.28)
R1 + R2 + R3
R1 R3
Rb = (3.29)
R1 + R2 + R3
R2 R3
Rc = (3.30)
R1 + R2 + R3
66 Circuitos Elétricos em CC
Regra:
Cada resistor na rede Y é o produto dos resistores nos dois ramos adjacentes , dividido pela soma
dos três resistores (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
Ra Rb + Rb Rc + Rc Ra
R1 = (3.31)
Rc
Ra Rb + Rb Rc + Rc Ra
R2 = (3.32)
Rb
Ra Rb + Rb Rc + Rc Ra
R3 = (3.33)
Ra
Regra: cada resistor na rede é a soma de todos os produtos possíveis de Y resistores extraídos
dois a dois, dividido pelo resistor Y oposto (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
Exemplo 3.7 – Utilizando transformações de redes Y- e/ou -Y, determine a resistência equivalente
Rab do circuito da Figura 3.37a e também a corrente da fonte (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
Solução:
Neste circuito, podemos verificar duas redes Y e três redes . A simplificação do circuito passa
pela transformação de uma delas. Se fizermos a conversão da rede Y formada pelos resistores de 5, 10 e
20 ohms, podemos escrever:
Aplicando-se as equações apropriadas, obtêm-se a rede indicada na Figura 3.37b, cujos valores
são 17,5, 35 e 70 ohms.
a
Rca
R1
Rab
c
R3
R2
Rcb
b
(a) (b)
Figura 3.37 (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
Cálculos:
R1R2 + R2 R3 + R3 R1 350
Rca = = = 17,5
R2 20
R1R2 + R2 R3 + R3 R1 350
Rab = = = 70
R3 5
O cálculos destes resistores em paralelo está indicado abaixo. O circuito resultante é mostrado na
Figura 3.38, através do qual se encontra facilmente o valor de Rab.
Cálculo de Rab:
= 17,792 // 21
= (17,792 21)/( 17,792 + 21) = 9,632 ohms.
i = 120/Rab
= 120/9,632 = 12,458 A.
3.1 – Uma bateria obedece à equação V = 20 – 0,5i. Quando aos seus terminais A e B é conectada uma
carga resistiva, é medida no circuito série uma corrente de 8,0 A. Pede-se:
3.3 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Calcular a resistência equivalente do circuito da Figura 3.40.
3.4 – Sejam as redes resistivas em paralelo, das Figuras 3.41a e 3.41b (BOYLESTAD, 2003).
a) Calcular o valor dos resistores desconhecidos R1, R2 e R3 do circuito da Figura 3.41a, se a sua
resistência total (RT) é de 20 ohms e se os três resistores são iguais.
b) Qual é o valor do resistor R1 no circuito da Figura 3.41b? Considerar R2 = 5R1 e R3 = R1/2.
(a) (b)
Figura 3.41 – Redes resistivas – questão 3.4 (BOYLESTAD, 2003).
3.5 – Encontre a resistência equivalente entre os pontos 1 e 2 da estrutura da Figura 3.42, onde todos os
resistores são iguais a R. Nota: Por simetria, os pontos 3 e 6 são equipotenciais (possuem o mesmo
potencial elétrico), assim como os pontos 4 e 5. O resultado encontrado é:
Figura 3.42.
CEFET-MG - Ensino Técnico 69
3.6 – Um circuito apresenta a expressão Req = R1 + R2 // (R3 + R4 // R5) para a sua resistência
equivalente, onde o símbolo // significa ligação em paralelo. Este circuito é alimentado por uma tensão Vi
de 120 V.
a) Desenhar o esquema do circuito e calcular a corrente da fonte. Todos os resistores são de 200 ohms.
b) Qual é a potência dissipada no resistor R3?
3.8 – Uma parcela de uma instalação elétrica residencial é descrita na Figura 3.44 (BOYLESTAD, 2003).
Considere a tensão de 120 V como eficaz.
Qual é a máxima tensão na fonte CC (E volts) para que a lâmpada opere segundo os seus
parâmetros nominais? Considere r = 0 (resistência interna da fonte).
Figura 3.46.
3.11 – Encontrar, utilizando a LKC, o valor das correntes desconhecidas nos circuitos das Figuras 3.47a a
3.47d (BOYLESTAD, 2003).
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.47 – Circuitos onde se aplica a LKC (BOYLESTAD, 2003).
Figura 3.48.
3.13 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Um voltímetro é usado para medir a tensão Vo no circuito da
Figura 3.49. O modelo do voltímetro consiste em um voltímetro ideal em paralelo com um resistor de 100
k. Para Vs = 40 V, RS = 10 k e R1 = 20 k, calcular o valor de Vo com e sem o voltímetro para as
seguintes situações:
(a) R2 = 1 k.
(b) R2 = 10 k.
(c) R2 = 100 k.
Figura 3.49 – Voltímetro ideal em paralelo com um resistor de 100 k (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
3.14 – Com base nas medidas indicadas no circuito da Figura 3.50, verifique se o mesmo está
funcionando corretamente. Se não estiver, justifique.
Figura 3.50.
a a a
2,5 10 k 1 k
10I1 12 V 6V
b b b
(a) (b) (c)
Figura 3.51.
72 Circuitos Elétricos em CC
3.18 – Sejam os circuitos das Figuras 3.54 e 3.55, fontes duais de corrente e de tensão, respectivamente.
a) Qual é o valor corrente I no circuito da Figura 3.55?
b) Qual é a tensão na carga (RL)?
c) Qual é a corrente de curto-circuito em RL?
3.19 – Utilize as transformações Y- e vice-versa para calcular a tensão Vab, no circuito da Figura 3.56.
Qual é a potência entregue ao circuito pela fonte de tensão?
Na rede em triângulo (Figura 3.58a) a tensão Vac é de 100 V, estando o ponto c aterrado.
(a)
(b)
Figura 3.58 − Rede resistiva em (a) triângulo e (b) sua transformação em estrela (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
3.22 (BOYLESTAD, 2003) – Utilizar as transformações Y- ou -Y para encontrar a corrente I nos
circuitos das Figuras 3.59 e 3.60.
(b)
Figura 3.60 (BOYLESTAD, 2003).
Respostas – LEP 3
3.1 – (a) E = 20 V e r = 0,5 ohm. (b) VAB = 16 V. (c) P útil = 128 W. (d) = 80 %.
3.2 – R = 16 .
3.3 – Req = 73 .
3.4 – (a) R1 = 64,52 ; R2 = 322,6 e R3 = 32,26 . (b) R1 = 120 .
3.5 – Req = 583,13 (7R/12) para R = 1 k, conectando os pontos 1 e 2 a uma fonte de 100 V
(simulação).
3.6 – (a) IT = 375 mA. (b) PR3 = 4,5 W.
3.7 – (a) P1 varia de 4,54 a 13,63 ohms. (b) P1 = 29,97 ohms.
3.8 – (a) IL = 5 A; IM = 3,33 A e ITV = 3 A. (b) IT = 11,33 A. (c) RT = 10,59 . (d) PT = 1360 W.
3.9 – (a) IT = 7,64 A; Vab = 24 V. (c) IT = 86,21 . (d) I2 = 8,32 A.
3.10 – E = 250,9 V.
3.11 – (a) I1 = 25 A, I2 = 23 A e I3 = 20 A. (b) I1 = 11 A, I2 = 6, I3 = 14 A e I4 = 10 A.
(c) I1 = 3 mA, I2 = 1 mA e I3 = 1,5 mA. (d) I1 = 6 A, I2 = 4 A, I3 = 1,5 A e I4 = 5,5 A.
3.12 – (a) Req = 16,98 . (b) Itotal = 706,71 mA; Iab = 192,74 mA e I12 = 282,68 mA.
(c) Vab = 1,54 V; Vcd = 3,39 V. (d) Icurto = 0,99 A.
3.13 – (a) 1,278 V (com) e 1,29 V (sem). (b) 9,30 V (com) e 10 V (sem). (c) 25 V (com) e 30,77 V (sem).
3.14 – Análise do circuito com relação às medidas. Somente a medida da tensão está correta. Algum
resistor deve estar com valor diferente do nominal, para a alteração na corrente da fonte.
3.15 – 1ª FC (fonte de corrente) : FCDC igual a 4I1, com sentido para cima, em paralelo com o resistor de
2,5 ohms. 2ª FC: FC igual a 1,2 mA, com sentido para cima, em paralelo com o resistor de 10 k. 3ª FC:
FC igual a 6 mA, com sentido para baixo, em paralelo com o resistor de 1 k.
3.16 – (a) IL = 3 A. (b) PRL = 126 W. (c) Icurto = 10 A.
3.17 – FC de 5 A, com sentido para cima, em paralelo com o resistor de 2 .
3.18 – (a) IL = 3 mA. (b) VRL = -18 V. (c) Icurto = 9 mA.
3.19 – Vab = 0 V. PE = E . I = 80 W.
3.20 – RT = 3,26 .
3.21 – (a) R1 = 5 . (b) Ptotal = PRa + PRb + PRc = 93,75 W + 1000 W + 156,25 W = 1250 W.
3.22 – Fig. 3.59a: I = 7,35 A. Fig. 3.59b: I = - 1,76 mA.
CEFET-MG - Ensino Técnico 75
MÉTODOS DE ANÁLISE DE
Capítulo
4 CIRCUITOS ELÉTRICOS EM CC
Capítulo 4 – Métodos de Análise de Circuitos Elétricos em CC
4.1 – Introdução
A Engenharia elétrica, em sua maior parte, possui como base de estudo duas matérias: a teoria dos
circuitos e a teoria do campo (também denominada teoria eletromagnética). Esta última explica o
comportamento de transistores, indutores e outros dispositivos e faz a análise da propagação de energia
no espaço, fornecendo modelos matemáticos para o comportamento interno dos elementos dispositivos de
circuitos. A teoria de circuitos trata dos efeitos de interligação de componentes cujas características já são
conhecidas e não com as razões ou causas que motivam os comportamentos dos componentes individuais
(CLOSE, 1988).
O esquema da Figura 4.1 representa um sistema (um conjunto de componentes interligados), que
recebe um sinal de uma entrada (estímulo ou excitação) e que produz uma saída (resposta).
Em geral, a entrada x(t) e a saída y(t) serão ambas funções do tempo t, podendo ser sinais, por
exemplo (um sinal constitui uma forma qualquer de grandeza), de tensão elétrica, força mecânica, ondas
sonoras, temperatura, radiação etc.
A Figura 4.2 ilustra um sistema básico de TV via satélite, onde os sinais de alta frequência (na
faixa de Giga-hertz) são convertidos em sinais de transmissão que chegam aos aparelhos de TV.
76 Circuitos Elétricos em CC
Sinais do
satélite
Aparelho
Antena de TV
parabólica
Receptor
do satélite
Áudio + video
Qualquer um destes sistemas pode ser observado experimentalmente, sendo possível tirar
conclusões dos dados obtidos. É importante, entretanto, que existam métodos analíticos disponíveis para
examinar as suas relações de entrada-saída. Tais métodos podem ser utilizados para prever as
possibilidades de sucesso e fornecer uma valiosa compreensão da operação do sistema. Através destes
métodos podem-se encontrar também meios de eliminar possíveis deficiências.
CEFET-MG - Ensino Técnico 77
A análise de um dado sistema consiste em se determinar a sua saída, se são conhecidos a própria
constituição do sistema e os seus dados de entrada (CLOSE, 1988). Ao contrário, a tarefa em um
problema de síntese é projetar um sistema dadas a entrada e a saída desejadas.
• Linearidade
Se em um elemento de um sistema qualquer existe uma relação linear entre causa e efeito, está
presente aí a propriedade da linearidade. Esta propriedade combina as propriedades de homogeneidade
(aplicação de um fator de escala) e de aditividade (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
Um sistema é dito linear se ele obedece às seguintes regras:
(1) se a entrada do mesmo é aumentada por um fator multiplicativo k, a saída é também multiplicada por
k, ou seja:
(2) se duas entradas forem aplicadas simultaneamente (tanto no tempo ou em diferentes pontos do
sistema, ver a Figura 4.4), a resposta total será a soma das respostas individuais a cada uma das entradas
separadamente, isto é:
x1(t) y1(t)
. .
. Sistema .
. .
xn(t) yn(t)
Em resumo, se y1(t) e y2(t) denotarem as respostas a duas entradas independentes x1(t) e x2(t), então
um sistema será linear se, e somente se, a resposta a x(t) = k1.x1(t) + k2.x2(t), for dada por (4.1).
Na prática, quase todos os sistemas são algo não-lineares, mas, em muitos casos, a não-linearidade
tem um efeito tão pequeno que pode ser desprezada.
De modo geral, no caso de circuitos elétricos, pode-se afirmar: um circuito é linear se ele for tanto
aditivo como homogêneo, pois consiste apenas em elementos lineares, fontes lineares dependentes e
independentes. Um circuito linear é um circuito cuja saída está linearmente relacionada (ou
é diretamente proporcional) à sua entrada (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
Exemplo 4.1
1) Um diferenciador é um dispositivo caracterizado pela relação y = dx/dt. Será tal dispositivo linear?
Solução: sejam em (4.2) e (4.3), y1(t) e y2(t), respectivamente, as respostas às entradas x1(t) e x2(t), de tal
maneira que
dx 1 ( t ) (4.2)
y1 ( t ) =
dt
dx 2 ( t )
y 2 (t ) = (4.3)
dt
d
k 1 x 1 (t ) + k 2 x 2 (t ) = k 1 dx 1 (t ) + k 2 dx 2 (t ) = k 1 y1 (t ) + k 2 y 2 (t ) (4.4)
dt dt dt
o que concorda com o princípio geral visto anteriormente. Logo, o sistema em questão (diferenciador) é
linear.
= [k1x1 (t)]2 + 2. k1x1 (t).k2x2 (t) + [k2x2 (t)]2 = y1 (t) + 2. k1x1 (t).k2x2 (t) + y2 (t).
Este sistema é não-linear, já que a 2ª parcela (em negrito) não permite satisfazer o princípio geral
de linearidade.
Nota:
Esta situação ocorre, por exemplo, em um resistor R, no cálculo de sua potência elétrica. Quando
uma corrente i1 flui por R, a potência elétrica é encontrada por p1 = R.i12. Para uma corrente i2, a potência
no mesmo é p2 = R.i22.
Se a corrente (i1 + i2) flui por este resistor, a potência absorvida é
p3 = R.(i1 + i2)2
= R.i12 + 2.R.i1.i2 + R.i22
Os circuitos estudados neste texto serão somente lineares. Serão, além disso, invariantes no tempo
e concentrados. Um sistema é dito invariante no tempo (ou fixo) se sua relação entrada-saída independe
do tempo. Se a entrada de um sistema invariante no tempo for retardada de t o segundos, a saída será
retardada do mesmo tempo, mas sua forma e amplitude não serão afetados.
Por outro lado em um sistema variante no tempo as características são alteradas com o tempo.
Como a massa de um foguete diminui à medida que seu combustível vai sendo gasto, esta grandeza é um
componente variante no tempo. Ou ainda, as propriedades de um circuito podem alterar-se se a
temperatura em torno dele se alterar significativamente.
Nesse caso, tensões v(t) e correntes i(t) estão definidas por todo o circuito univocamente para todo
t, independentemente das coordenadas de posição (KIENITZ, 2010). Um sistema concentrado tem,
portanto, um número finito de pontos nos quais podem ser feitas medidas diferentes de saída (CLOSE,
1988).
De posse dos conceitos sobre parâmetros concentrados e distribuídos, surge uma questão: “quão
reduzido deve ser um sistema para ser considerado de parâmetros concentrados”?
Uma regra adotada e mais confiável é a regra dos 10 por cento: se as dimensões do sistema são
menores do que 10 por cento do comprimento de onda, podemos representá-lo por um modelo de
parâmetros concentrados (NILSSON e RIEDEL, 1999).
Em RESUMO,
os sinais elétricos se propagam com velocidade da luz (c = 3 108 m/s). Se o sistema for suficientemente
pequeno em termos físicos (d < /10), estes sinais o percorrem com tanta rapidez que todos os seus
pontos podem ser considerados simultaneamente (sistema de parâmetros concentrados, como se fossem
um único ponto). Nesta situação se aplica a teoria de Circuitos Elétricos.
80 Circuitos Elétricos em CC
Seja uma placa de circuito impresso, onde d = 10 cm é a maior de suas maiores dimensões de
comprimento. Este sistema é de parâmetros concentrados ou distribuídos, para um sinal de tensão de 1
kHz?
Solução:
= (3 108 m/s)/(1 kHz) = 300 km.
Fator /10: é igual a 300 km/10 = 30 km → Logo, d << /10.
Em um circuito de áudio (Figura 4.5), com d = 0,11 m, a máxima frequência é da ordem de 25 kHz.
O comprimento de onda é:
= (3 108 m/s)/ (25 103 Hz) = 12 km. O fator /10 é igual a 12 km/10 = 1,2 km.
Com d = 0,11 m, tem-se d < /10 e esta placa constitui um sistema de parâmetros concentrados.
(a) (b)
Figura 4.5 – Vistas da placa de circuito impresso de um circuito amplificador de áudio. (a) lado dos componentes.
(b) Lado do cobre. Fonte: http://ameletronica.blogspot.com.br/2011/05/circuito-de-amplificador-de-audio-com_26.html
Usina
hidroelétrica Carga
Comprimento (d): 2000 km (consumidores)
Figura 4.7 – Sinal de tensão se propagando ao longo de uma L.T. (Exemplo 4.3).
R1 R3
c d e
+ _ + _
V1 V3
+ + _
+
VA _ R2 V2 VB
I2 _
I1 _ +
Malha 1 Malha 2
b a f
Figura 4.8 – Um circuito com duas malhas.
Com as equações (4.5) e (4.6) calcula-se o valor das correntes I1 e I2 e, também, todas as quedas de
tensão através dos resistores utilizando a Lei de Ohm. Pode-se verificar em (4.7) a solução das correntes
das malhas percorrendo a malha abcdefa (malha mais externa que engloba as malhas 1 e 2):
As equações (4.5) e (4.6), reescritas, são colocadas no formato matricial Ax = B em (4.10), onde:
I1 . (R1 + R2) – I2 . R2 = VA
I1 . R2 – I2 . (R2 + R3) = VB
A X = B
( R1 + R2 ) − R2 I1 VA
= (4.10)
(4.8)
R2 − ( R2 + R3 ) I 2 VB
– Regra de Cramer
10 I1 – 2 I2 – 4 I3 = 32 10 −2 −4 I1 32
– 2 I1 + 12 I2 – 9 I3 = – 43 Forma Matricial → −2 12 −9 I = −43
2
– 4 I1 – 9 I2 + 15 I3 = 13 −4 −9 15 I 3 13
Como calcular as incógnitas I1, I2 e I3?
CEFET-MG - Ensino Técnico 83
Pela Regra de Cramer (ver o Anexo I), encontra-se a variável In com o uso de (4.11):
Dn
In = (4.11)
D
onde:
Coeficientes de B
32 −2 −4
−43 12 −9
D 13 −9 15
I1 = 1 =
D 10 −2 −4
−2 12 −9
−4 −9 15
Neste método são utilizadas como variáveis as tensões de nó, daí o nome análise nodal. Portanto,
são utilizadas as quedas de tensão para a determinação das correntes num dado nó. Uma vantagem deste
método é a redução do número de equações do circuito.
Os passos necessários para a determinação das equações de nó são:
1) Escrever as equações dos nós do circuito, através da LKC (Lei de Kirchhoff das Correntes),
associando-se a cada nó, uma letra ou um número. Na Figura 4.8, A, B, G e N são nós, onde N e G são
nós principais ou junções.
R1 R3
A N B
+ _ _ +
+ I1 + I2 +
VA _ R2 VB
_
_ I3
G
Figura 4.9 – Os nós de um circuito de duas malhas.
84 Circuitos Elétricos em CC
2) Escolher o sentido das correntes, como mostrado na Figura 4.9 e indicar os nós (A, B, N e G).
Identificar a polaridade da tensão em cada resistor.
I = 0 → I1 + I2 + I3 (4.12)
Pela Lei de Ohm, as correntes I1, I2 e I3 são facilmente encontradas por (4.13) a (4.15).
I3 = VN/R2 (4.15)
VN VA −VN VB −VN
I = 0 → I3 = I1 + I2
R2
=
R1
+
R3
(4.16)
9.1 – Seja o circuito da Figura 4.10. Escrever as equações de malha e calcular a corrente e a tensão no
resistor de 7 ohms.
9.2 – Escreva as equações de correntes do circuito da Figura 4.11 e encontrar o valor das mesmas
utilizando a regra de Cramer.
9.3 – Calcular as correntes de malha i1 e i2 no circuito da Figura 4.12 (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
(a) (b)
Figura 4.14 (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
20 40
+ +
150 V v1 80 v2 11,25 A 4
_ _
Respostas – EF Série 9
4.2 – Calcular as correntes de malha i1 e i2 para o circuito da Figura 4.17a. Resp.: i1 = 1,22 A; i2 = 0,17 A.
(a)
(b)
Figura 4.17 (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
4.3 (O'MALLEY, 1993) – Encontre as correntes de malha no circuito mostrado na Figura 4.17b.
Resp.: I1 = 3 A; I2 = - 8 A e I3 = 7 A.
4.4 (O'MALLEY, 1993) – Utilize a regra de Cramer para encontrar as incógnitas em:
Resp.: V1 = −11 V; V2 = 21 V e V3 = − 39 V.
4.5 – Com o método das correntes nas malhas, encontrar Io no circuito da Figura 4.18. Resp.: Io = 1,5 A.
4.6 – Use o método das tensões de nó para determinar a tensão vo no circuito da Figura 4.19.
Resp.: vo = 50 V.
CEFET-MG - Ensino Técnico 87
4.7 – Encontre, através da análise nodal, a potência dissipada no resistor de 12 ohms no circuito da Figura
4.20a (BOYLESTAD, 2003). Nota: identificar a tensão em R2 por V1.
(a)
(b)
Figura 4.20 (BOYLESTAD, 2003).
4.8 – Construir, para o circuito da Figura 4.20b, as equações dos nós de V1 e V2, colocando-as no formato
matricial, Ax = B. Determinar, finalmente, as correntes I2 e I3 (BOYLESTAD, 2003).
Resp.: V1 = 6 V e V2 = - 6 V. Logo, I2 = - 1 A e I3 = -1 A.
88 Circuitos Elétricos em CC
4.9 (BOYLESTAD, 2003) – Qual é a tensão no resistor de 3 ohms, no circuito da Figura 4.21?
Resp.: V3 = 1,1 V.
a) Através da análise nodal, mostre que a tensão de saída vo é igual ao valor médio das tensões das
fontes v1 a vn.
b) Determine vo para 3 fontes somente no circuito, com v1 = 120 V, v2 = 60 V e v3 = -30 V.
TEOREMAS APLICADOS NA
Capítulo
5 ANÁLISE DE CIRCUITOS EM CC
Capítulo 5 – Teoremas Aplicados na Análise de Circuitos em CC
5.1 – Introdução
A A
RL RL
B B
(a) (b)
Figura 5.1 – Resistor RL como carga nos terminais A e B em: (a) rede resistiva.
(b) um circuito equivalente de Thévenin (BOYLESTAD, 2003).
90 Circuitos Elétricos em CC
Definições:
RTh: é a resistência vista por trás dos terminais da carga quando todas as fontes independentes
são desativadas. As fontes de tensão devem ser substituídas por um curto-circuito e as fontes de
correntes dever ser abertas.
VTh: é a tensão que aparece nos terminais da carga (A e B) quando se desconecta o resistor RL. É
chamada também de tensão de circuito aberto.
O circuito Norton equivalente pode ser obtido pela transformação de fonte do circuito
Thévenin em uma fonte de corrente, como mostrado na Figura 5.2 (O'MALLEY, 1993).
A A
RTh
VTh IN RN
B B
A A
RTh
VTh IN RN
B B
Figura 5.2 – Obtenção do circuito de Norton a partir do equivalente de Thévenin.
Os parâmetros do circuito equivalente Norton são dados por dados por (5.1) e (5.2).
Como o leitor pode perceber, a corrente IN é a corrente de curto-circuito que circula do terminal
A para o B no circuito equivalente de Thévenin.
RN = RTh (5.2)
Existem situações práticas em que se demanda entregar uma máxima potência para a carga,
como na área de telecomunicações, por exemplo. Através do teorema da máxima transferência
de potência se determinam os parâmetros de um sistema para que ocorra a máxima transferência
de potência entre partes do mesmo. Em um amplificador de áudio, deve ser projetada a
impedância do conjunto de alto-falantes para que o amplificador possa entregar a máxima
potência em sua saída.
Seja o circuito da Figura 5.3, onde RL constitui uma carga variável. O teorema da máxima
transferência de potência pode ser enunciado a partir deste circuito equivalente de Thévenin,
como:
CEFET-MG - Ensino Técnico 91
“Uma fonte de tensão VTh com resistência interna RTh fornecerá máxima potência a uma
carga conectada aos seus terminais A e B, se o valor do resistor de carga RL for igual a RTh .”
O circuito equivalente de Thévenin, cujos parâmetros VTh e RTh são fixos, é útil para
encontrar a máxima potência que um circuito linear pode entregar a uma carga variável.
Com a variação da resistência de carga RL, a potência liberada à mesma varia conforme
como mostra a Figura 5.4. Nesta figura se verifica que a potência na carga é pequena para
valores pequenos ou grandes de RL e que existe um ponto de máxima potência, pmax.
p
pmax
RTh RL
Figura 5.4 – Curva de máxima transferência de potência (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
2
VTh
p = i RL =
2
RL (5.3)
RTh + RL
dp
dp
=0 → Solução: = R Th - R L →
dR L dR L
R Th - R L = 0 → R L = R Th
2
2 VTh VTh2
pmax = i × RL = × R Th = (5.4)
R Th + R Th 4R Th
92 Circuitos Elétricos em CC
Nesta situação, quando RL = RTh, afirma-se que a fonte e a carga estão “casadas” e a carga
recebe a máxima potência da fonte.
Exemplo 5.1 – Encontre o valor da fonte VS no circuito da Figura 5.5a, de acordo com as
informações do gráfico da Figura 5.5b.
RS
VS + RL
(a)
25
Figura 5.5 – (a) Circuito de Thévenin com RL variável. (b) Curva pRL x RL.
Fonte: https://www.electronics-tutorials.ws/dccircuits/dcp_9.html
Solução:
VS2 VS2
pmax = → 100 = → VS = 100 V .
4RS 4 25
Exemplo 5.2 – Qual é o valor de R no circuito da Figura 5.6, para que a potência no mesmo
seja máxima, entregue pela fonte de tensão de 12 V?
Figura 5.6.
Assim,
R = RTh = 8 + 3//6 = 10 ohms.
Seja o circuito da Figura 5.7, que possui duas fontes de tensão V1 e V2. Aplicando-se o
teorema da superposição a este circuito, a corrente IL poderá ser encontrada através de (5.5).
a
R1 R2
V1 RL IL V2
b
Figura 5.7.
onde
IL,V1 é a corrente devido ao efeito somente da tensão V1;
IL,V2 é a corrente devido ao efeito somente da tensão V2 .
O circuito da Figura 5.8 mostra a atuação de somente uma fonte de energia, a fonte V1. A
corrente IL,V1 é encontrada conhecendo-se a resistência equivalente, Req(V1), vista a partir de V1.
R1 R2 R1
V1 RL V1 RL-2
IL,V1
Req(V1) Req(V1)
Figura 5.8 – Redução do circuito da Figura 5.7 para o cálculo de I L,V1.
94 Circuitos Elétricos em CC
A resistência Req(V1) é calculada por (5.6), onde RL-2 = RL//R2 e a corrente IT,V1 por (5.7).
IT,V1 R 2
IL,V1 = (5.8)
RL + R2
IR1,V2 IT,V2
R1 R2
RL IL,V2 V2
Req(V2)
Figura 5.9 – Redução do circuito da Figura 5.7 para o cálculo de I L,V2.
IT,V2 R1
IL,V2 = (5.10)
R L + R1
2) repetir a etapa (1) para cada uma das demais fontes independentes;
V4 = V4, 6V + V4, 3A
Figura 5.10.
onde:
V4, 6V é a parcela devida à contribuição da fonte de 6 V e
V4, 3A é a parcela devida à contribuição da fonte de corrente de 3A.
O circuito para o cálculo de V4, 6V é apresentado na Figura 5.11. Com a fonte de corrente de 3 A
desativada, resulta uma malha (Figura 5.12) onde circula a corrente i1.
V4, 6V V4, 6V
V4, 3A 4 8
i3 = 3 =2A
8+4
Figura 5.13.
A tensão V4, 3A é dada por V4, 3A = 4.i3 = 8 V.
V4 = V4, 6V + V4, 3A → V4 = 2 V + 8 V = 10 V.
10.1 – Seja uma fonte de tensão CC, cujos parâmetros são: Vi = 10 V e Ri = 5 . Uma carga
variável (RL) é conectada aos seus terminais.
5 5
10
PL
IL
0
Figura 5.14.
10.2 – Uma bateria automotiva possui uma tensão de circuito aberto de 15,5 V. Esta tensão cai
para 10,8 V quando em seus terminais é conectada uma carga que absorve uma corrente de 8 A.
Figura 5.15.
CEFET-MG - Ensino Técnico 97
10.4 – Qual é a tensão no resistor de 18 ohms no circuito da Figura 5.16, pelo teorema da
Superposição?
Figura 5.16.
10.5 – Como pode ser obtido o circuito equivalente Norton de uma rede resistiva com fontes
independentes?
10.6 – Sobre o teorema da superposição, responda: (a) Este teorema se aplica a fontes
dependentes? Justifique. (b) Onde ele pode ser utilizado?
Figura 5.17.
A
S1 Rx R1
+
Ve B G S2
C
R3
R2
D
Figura 5.18 – Circuito de uma ponte de Wheatstone.
98 Circuitos Elétricos em CC
Este circuito pode constituir um instrumento de medida de resistências de extrema precisão. Se for
utilizado um transdutor adequado a ponte de Wheatstone pode ser aplicada na medição de outras
grandezas, como temperatura, pressão etc.
O equilíbrio ou balanceamento da ponte é indicado pelo valor zero lido no galvanômetro G (ver a
Figura 5.19) ligado no ramo BC quando a chave S2 estiver fechada.
Galvanômetro
Um galvanômetro consiste de uma bobina móvel, suspensa entre os polos de um ímã, que pode
girar em torno de um eixo. Quando ligado a um circuito, uma corrente elétrica na bobina produz um
campo magnético. A interação desse campo com o campo magnético do ímã produz um torque que faz a
bobina girar. Um ponteiro, fixo na bobina, indica em uma escala o valor da corrente elétrica. Se a direção
da corrente for invertida, a bobina e o ponteiro giram no sentido oposto. As peças polares do ímã são
projetadas para que o campo magnético entre elas seja uniforme, de forma que a deflexão angular do
ponteiro seja proporcional à corrente elétrica na bobina.
Fonte: http://demonstracoes.fisica.ufmg.br/demo/273/5H50.10-Galvanometro-de-D-Arsonval
Fonte: http://www.brax.net.br/galvanometro-didatico/
(a) (b)
Figura 5.19 – Galvanômetro: (a) aspecto construtivo. (b) Aspecto real.
Fonte: http://demonstracoes.fisica.ufmg.br/demo/273/5H50.10-Galvanometro-de-D-Arsonval
A Figura 5.20 mostra o circuito da ponte com as chaves S1 e S2 fechadas. Para a ponte
equilibrada, os pontos B e C têm o mesmo potencial. Logo,
A
S1 Rx R1
+ S2
Ve B G C
IG = 0
Ix R3
R2 I1
D
Figura 5.20 – Ponte de Wheatstone com S1 e S2 fechadas.
CEFET-MG - Ensino Técnico 99
Rx R R
= 1 → R x = 1 × R3
R3 R2 R2
Rx R1 R
= → R x = 1 × R3 (5.13)
R3 R2 R2
Figura 5.21.
5.2 – Encontrar o valor da corrente Io no circuito da Figura 5.22. Utilize o Teorema de Thévenin.
Resp.: Io = - 10 A.
5.3 – Calcular, para o circuito da Figura 5.23: (a) Os parâmetros VTh e RTh. (b) A corrente de
curto-circuito nos terminais A e B. Resp.: (a) VTh = 2,51 V e RTh = 1,67 k. (b) IN = 1,5 mA.
5.4 – Seja o circuito da Figura 5.24a. Encontrar a corrente de Norton, do terminal a para o b
(ALEXANDER e SADIKU, 2013). Resp.: IN = 7 A.
100 Circuitos Elétricos em CC
(a) (b)
Figura 5.24 (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
5.5 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Qual é o circuito equivalente de Norton para o circuito
da Figura 5.24b, com relação aos terminais a e b?
Resp.: IN = 1 A; RN = 4 .
5.6 (DORF e SVOBODA, 2003) – Encontre o circuito equivalente de Norton para a rede da
Figura 5.25, relativo aos terminais a e b.
Figura 5.25.
Figura 5.26.
CEFET-MG - Ensino Técnico 101
Figura 5.27.
5.8 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Determine o valor de RL que irá drenar a potência máxima do
restante do circuito na Figura 5.27. Qual é o valor desta potência máxima?
Resp.: 4,22 ; 2,90 W.
5.9 – A ponte de Wheatstone da Figura 5.28 está em equilíbrio, com os valores de resistência
indicados? Justifique. Obs.: R3 é um potenciômetro, ajustado em 10 ohms, como mostra a figura.
5.10 – O circuito na Figura 5.29 representa uma ponte de Wheatstone desequilibrada, onde o
galvanômetro possui uma resistência de 40 . Determine a corrente que passa pelo galvanômetro,
utilizando o teorema de Thévenin.
Resp.: com VTh = - 77V e RTh = 990 ohms, a corrente IG = - 74,76 mA.
102 Circuitos Elétricos em CC
Capítulo
6 CAPACITORES: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES
Capítulo 6 – Capacitores: fundamentos e aplicações
Um capacitor consiste de dois condutores ou placas separados (as) por um isolante (dielétrico). A
principal característica de um capacitor é a de armazenar cargas nesses dois condutores. Acompanhando
essa carga está a energia que o capacitor pode fornecer, sob forma de tensão (O'MALLEY, 1993). A
Figura 6.1 mostra o aspecto de um capacitor e as linhas de campo elétrico (𝐸⃗ ) entre suas placas.
A Figura 6.2 mostra um capacitor sendo alimentado por uma fonte de tensão contínua de E volts. O
dielétrico (isolante) entre as placas do capacitor influencia na capacitância que será obtida.
R
E E
V=E
Figura 6.1 – Aspecto de um capacitor Figura 6.2 – Circuito RC série alimentado por uma
(BOYLESTAD, 2003). fonte de tensão CC (BOYLESTAD, 2003).
Os principais tipos de capacitores são apresentados na Figura 6.3. As funções e aplicações de cada
um serão estudadas posteriormente neste capítulo.
6.1.1 – Capacitância
Q
C= [Coulombs/Volts] [F] (6.1)
V
O nome Farad é uma homenagem ao cientista Michael Faraday, químico e físico inglês do século
XIX (1791-1867) – ver a Figura 6.4. Para aplicações práticas o F é uma unidade muito grande. São
utilizados, comumente, o F e o mF.
Michael Faraday é considerado um dos maiores e mais influentes cientistas de todos os tempos. Suas
contribuições ocorreram nas áreas de eletricidade, eletroquímica e magnetismo. Era um experimentalista
nato, sendo considerado o melhor da história da ciência. Não conhecia a matemática avançada, como o
cálculo infinitesimal. A mais importante das contribuições de Faraday foi a descoberta da indução
eletromagnética, em 1831.
Os capacitores variáveis são de dois tipos. Os de ajuste fino são denominados trimmers,
geralmente de pequena capacidade, de até dezenas de pF. A Erro! Fonte de referência não
encontrada. mostra o aspecto de um capacitor trimmer, que possui pequenas dimensões. Os
capacitores variáveis que não possuem ajuste fino são do tipo apresentado na Figura 6.7. O ajuste
da capacitância é efetuado através da alteração de posição das placas, através de um cursor. Este
tipo de capacitor é usado, por exemplo, em circuitos de sintonia de rádio.
Terminal
Condutor
(placa ou
armadura)
d
Dielétrico
(isolante) Símbolo
(a)
+
E _
+ _
+ _
+ _
+ _
+ _
+ _
(b)
Figura 6.8 – (a) Elementos construtivos e simbologia de um capacitor de placas paralelas.
(b) Linhas de campo elétrico entre as placas, distribuídas uniformemente.
Se, entre as suas placas do capacitor da Figura 6.8a, separadas uma da outra por uma distância de d
metros, for aplicada uma d.d.p. de V volts, resulta um campo elétrico (Figura 6.8b), cuja intensidade é
dada por (6.2). Nesta figura nota-se uma uniformidade na distribuição das linhas de campo elétrico –
logo, a sua intensidade é a mesma em qualquer ponto na região entre as placas do capacitor.
V
E= [V / m] (6.2)
d
A Figura 6.9 apresenta uma distribuição de linhas de campo com o efeito de borda, quando estas
apresentam uma deformação para fora das placas. Este efeito altera a capacitância, mas pode ser ignorado
na maioria das aplicações práticas (BOYLESTAD, 2003).
Efeito de borda
Figura 6.9 – Linhas de campo com deformação no dielétrico de um capacitor.
A permissividade elétrica () representa a medida da facilidade com que o dielétrico permite o
estabelecimento de linhas de campo elétrico em seu interior. Uma maior permissividade permite uma
maior quantidade de cargas acumuladas nas placas positiva e negativa do capacitor. Logo, quanto maior a
permissividade, maior a capacitância. No vácuo, a permissividade é dada por (6.3).
106 Circuitos Elétricos em CC
ε
εr = [farads/metro, F/m] (6.4)
εo
A Figura 6.10a apresenta um material dielétrico entre duas placas paralelas, às quais foi imposta
uma d.d.p. de V volts. No material isolante não é possível aos elétrons deixar os seus átomos e migrar em
direção à placa positiva. Ocorre assim a formação de dipolos, com o rearranjo de componentes positivos
(prótons) e negativos (elétrons) de cada átomo.
E
(dielétrico = ar)
Edielétrico
Eresultante
Dielétrico
(a) (b)
Figura 6.10 – A orientação do campo elétrico no capacitor. (a) os dipolos que se formam
no dielétrico. (b) O campo elétrico resultante, E R (BOYLESTAD, 2003).
CEFET-MG - Ensino Técnico 107
Com o alinhamento dos dipolos o material isolante está polarizado (Figura 6.10a). Os dipolos
adjacentes se cancelam, como se observa na região com linha tracejada. Restam então as cargas que não
se cancelam: as cargas positivas na superfície mais próxima da placa negativa do capacitor e as negativas
adjacentes à placa positiva. Desta disposição resulta um campo elétrico no interior do material isolante,
Edielétrico, como se vê na Figura 6.10b. Considerando-se o campo elétrico na região externa ao dielétrico,
devido ao ar (Ear), existe entre as placas do capacitor um campo elétrico resultante, dado por (6.5),
orientado para a direita.
Assim, o dielétrico cria um campo elétrico cujo sentido é oposto ao do campo elétrico criado pelas
cargas das placas positiva e negativa. O nome dielétrico é formado pelos radicais di, para oposição e
elétrico, para campo elétrico (BOYLESTAD, 2003).
A permissividade elétrica, em F/m, como apresentado anteriormente, é uma constante física que
descreve como um campo elétrico afeta e é afetado por um meio. Ela pode ser representada também por
(6.6), a razão entre a densidade de fluxo de linhas de campo elétrico e a intensidade de campo elétrico no
dielétrico:
= D/E (6.6)
Em (6.6), D representa a intensidade do campo elétrico em uma região – ver (6.7). A densidade de
fluxo pode ser melhor entendida pela Figura 6.11, onde uma carga elétrica positiva emite linhas de campo
elétrico. De modo convencional, as linhas de campo elétrico saem das cargas positivas e entram nas
cargas negativas.
b
Linhas de campo:
saem das cargas
positivas e entram
a nas cargas negativas
Carga positiva
Linhas
de campo
Figura 6.11 – Distribuição de linhas de campo elétrico em torno de uma carga elétrica positiva isolada. (BOYLESTAD, 2003).
Na região a, cuja área é menor, verifica-se que a intensidade do campo elétrico é maior do que na
região b. A quantidade de linhas de campo elétrico por unidade de área que entram e saem desta carga
positiva é diretamente proporcional à sua carga elétrica Q em Coulombs. Isto independentemente do meio
em que está esta carga. Assim, as duas grandezas podem ser igualadas (BOYLESTAD, 2003), como
apresentado em (6.8).
= Q (coulombs, C) (6.8)
108 Circuitos Elétricos em CC
D A d Q d
= = → = =
E Vd A V A V
A
C=ε× [F] (6.9)
d
A A
C = εoε r × = 8,85 10−12 ε r × [F] (6.10)
d d
onde: A (área das placas) [m2]; d é a distância entre as placas [m] e é a permissividade do dielétrico
[F/m].
Como ocorre o processo de carga do capacitor? Vamos considerar inicialmente a Figura 6.12a,
onde um capacitor está descarregado, com suas placas eletricamente neutras (igual número de cargas
positivas e negativas em cada uma).
A B A B A B
+Q -Q
+ + +
+ +
+ +
+ + +
+ +
+
+ + +
S S
VF VF
(a) (b) (c)
Figura 6.12 – Carga de um capacitor (GUSSOW, 2004).
Com o capacitor conectado a uma bateria (Figura 6.12b), ao se fechar a chave S, as cargas
negativas na placa A são atraídas pelo terminal positivo da fonte, como se verifica na Figura 6.12c.
Simultaneamente, as cargas positivas na placa B são atraídas pelo terminal negativo da fonte. O
movimento de cargas prossegue até que a d.d.p. entre as placas A e B se iguale à tensão da bateria. Neste
ponto o capacitor se encontra carregado, ou seja, a fonte deposita uma carga positiva + Q sobre uma placa
e uma carga negativa – Q na outra placa.
Como existe um material isolante entre as placas A e B (dielétrico), nenhuma carga pode cruzar
esta região, mesmo com a retirada da bateria. Somente com a conexão de um fio condutor entre os
CEFET-MG - Ensino Técnico 109
terminais do capacitor (um curto-circuito sobre o mesmo) é que os elétrons encontram um caminho para
retornar à placa A e ocorre a neutralização das cargas em cada placa. O capacitor nesta situação se
encontra descarregado (GUSSOW, 2004).
Serão estudados no próximo capítulo os processos de carga e descarga do capacitor (transitórios
RC), de acordo com a constante de tempo do circuito, dada por = RC (em segundos). O resistor R no
circuito tem a função de limitar a corrente de carga/descarga do capacitor.
A corrente elétrica é definida por I = q/t. Para variações infinitesimais, encontra-se a corrente
instantânea, durante a carga (ou descarga) do capacitor, como em (6.11).
dq(t)
i(t) = (6.11)
dt
Tendo que Q = C.V, e sendo C constante, uma pequena variação de carga no capacitor, dq(t),
resulta em uma variação de tensão, dada por dvc (t). Pode-se escrever dq(t) = d(C.vc(t)), o que resulta em
(6.12):
Sendo Q e V variáveis no tempo, obtém-se (6.13), da qual decorre (6.14), a corrente instantânea
em um capacitor, onde vc (t) é a tensão nos seus terminais.
dq(t) dv (t)
=C c (6.13)
dt dt
dv C (t)
i C (t) = C (6.14)
dt
Solução:
𝑉 450 𝑉
b) 𝐸 = 𝑑 = 1,5 × 10−3𝑚 = 300 × 103 𝑉/𝑚
𝑄
c) 𝐶 = 𝑉 → 𝑄 = 𝐶𝑉 = (59,0 × 10−12 𝐹)(450 𝑉) = 26,55 × 10−9 = 26,55 𝑛𝐶
110 Circuitos Elétricos em CC
Exemplo 6.2 − Uma das aplicações tecnológicas modernas da eletrostática foi a invenção da impressora
a jato de tinta, que utiliza pequenas gotas de tinta, as quais podem ser eletricamente neutras ou eletrizadas
positiva ou negativamente. Essas gotas são jogadas entre as placas defletoras da impressora, região onde
existe um campo elétrico uniforme E atingindo o papel para formar as letras.
A Figura 6.13 apresenta três gotas de tinta lançadas para baixo, a partir do emissor. Após atravessar
a região entre as placas, essas gotas vão impregnar o papel. O campo elétrico uniforme na Figura 6.13
está representado por apenas uma linha de força.
Fonte: http://fisimatica1.lwsite.com.br/eletrostatica-aula-08-campo-eletrico-uniforme
Emissor
de gotas
E
Placa Placa
Papel
1 2 3
Exemplo 6.3
Computers make use of capacitors in many ways. For example, one type of computer
keyboard has capacitors at the base of its keys, as shown in Figure 6.15. Each key is connected
to a movable plate, which represents one side of the capacitor.
The fixed plate on the bottom of the keyboard represents the other side of the capacitor.
When a key is pressed, the capacitor spacing decreases, causing an increase in capacitance.
External electronic circuits recognize that a key has been pressed when its capacitance changes
(SERWAY e FAUGHN, 2006).
Key
Movable
metal plate
Dielectric Fixed
material metal plate
Figure 6.15 – A parallel-plate capacitor is often used in keyboards (SERWAY e FAUGHN, 2006).
11.3 – Pesquisar a respeito dos seguintes códigos de identificação de capacitores: valor nominal;
tolerância e tensão nominal. Escrever dois exemplos de especificação de capacitores com estes
parâmetros.
11.4 – Demonstrar que a carga armazenada em coulombs nas placas de um capacitor de placas paralelas é
encontrada através da expressão (6.15).
Q = r.o.E.A (6.15)
Exemplo 6.5 – Como se formam os raios. A Figura 6.18 apresenta de modo bastante
simplificado a formação de um raio.
Antes de entender como os raios se formam, é importante estar a par da nomenclatura que
envolve este fenômeno eletromagnético (VISACRO, 2005).
A descarga atmosférica consiste em uma intensa descarga elétrica que ocorre na atmosfera.
Trata-se de um fenômeno complexo, que se expressa através do fluxo de uma corrente impulsiva
de alta intensidade e curta duração, cujo percurso de alguns quilômetros parte da nuvem, e em
alguns casos, atinge a superfície da Terra (VISACRO, 2005).
Experiências realizadas com naves e balões mostram que as nuvens de tempestades
(responsáveis pelos raios) apresentam, geralmente, cargas elétricas positivas na parte superior
e negativas, na inferior, como ilustrado na Figura 6.19.
+ + + +
Figura 6.19 – Formação de um raio. Imagem: SEE-PE (autor desconhecido).
A descarga elétrica (raio) tem início quando o campo elétrico atinge a rigidez dielétrica
do ar (em torno de 3 MV/m). Podem ocorrer variações, de 5 a 10 MV/m, para que ocorra o
raio. Ela ocorre a uma velocidade próxima de 2000 km/s (dados do INPE, de 2007) com uma
intensidade de corrente que chega a atingir 100 kA e d.d.p. de vários milhões de volts. A
duração média de uma descarga atmosférica é da ordem de s.
Disco de cerâmica
Capacitor de Partida de motores
0,25 F a 1200 F.
10 pF a 0,047 F.
Tensão de operação: 240 V a 660 V.
Tensão de operação: 100 V a 6 kV.
Tolerância: ± 10%.
Tolerância: 5 %, 10 %
Aplicações: na partida de motores,
Aplicações: não polarizado, a sua
nas fontes de alimentação de
capacitância varia muito pouco com
lâmpadas de alta intensidade e em
a temperatura. Uso em osciladores,
filtros de baixa frequência. Não
filtros de ruído, acoplamento de
possui polaridade.
circuitos e em circuitos ressonantes.
Plano ou SMT
Variável de sintonia
(Surface Mount Type)
10 pF a 10 F. Valores típicos: 10 pF a 600 pF.
Tensão de operação: 6,3 V a 16 V. Tensão de operação: 5 V a 100 V.
Tolerância: 10 %. Tolerância: 10 %.
Seja um circuito eletrônico como o da Figura 6.20, uma fonte de tensão contínua ajustável.
O valor calculado para um ou mais de seus capacitores nem sempre coincide com o valor
nominal disponível pelos fabricantes. Para estas situações, nem sempre é possível o uso de um
capacitor variável. A solução consiste na associação de capacitores, que permite obter um valor
próximo do calculado. Este valor é denominado de capacitor equivalente. Assim como os
CEFET-MG - Ensino Técnico 115
resistores, os capacitores podem ser associados em série ou em paralelo. Obtém-se, muitas vezes,
uma associação mista.
Nesta seção serão desenvolvidos os cálculos do capacitor equivalente para os tipos de
associação citados acima, com vários exemplos e exercícios ilustrativos.
(a) (b)
Figura 6.20 – (a) Fonte ajustável de 1.2 até 33V por 3A com CI LM350. (b) Diagrama descritivo (placa de circuito impresso).
Fonte: https://www.te1.com.br/2008/12/fonte-ajustavel-de-1-2-ate-33v-por-3-amperes-de-corrente-com-ci-lm350/
QT = Q1 = Q2 = Q3 = Q
E = V1 + V2 + V3 (6.17)
Q Q Q Q Q
= + + + ... + (6.18)
CT C1 C2 C3 Cn
1 1 1 1 1
= + + + ... + (6.19)
C T C1 C 2 C 3 Cn
• Exemplo 6.6 – Seja o circuito da Figura 6.22. Determinar a carga elétrica e a tensão em cada
capacitor.
1 1 1 1 1 1 1
= + + = −6
+ −6
+ −6
= 1, 25 105 → Ceq = 8 F.
Ceq C1 C2 C3 200 10 50 10 10 10
Q1 480 10−6
V1 = = = 2,4 V
C1 200 10−6
Q2 480 10−6
V2 = = = 9,6 V
C2 50 10−6
Q3 480 10−6
V3 = = = 48,0 V
C3 10 10−6
12.1 – Mostrar que, para o caso particular de dois capacitores conectados em série, a
capacitância equivalente é dada por CT = (C1 × C2)/(C1 + C2).
12.2 – Dois capacitores iguais são associados em série, em uma fonte de 48 V, resultando em um
capacitor equivalente de 2,2 mF. Encontrar o valor da tensão elétrica e a capacitância de cada capacitor.
12.3 – Para a associação série da Figura 6.23, onde C1 = 1000 F e C2 = C3 = 22 F, pede-se:
C1 C2 C3
Ceq
A Figura 6.24 mostra a associação de três capacitores em paralelo, o que faz a tensão E da fonte de
C.C. ser a mesma em todos eles. A carga total do circuito (QT), dada por (6.20), se divide entre os
capacitores C1 , C2 e C3. Aplicando-se a relação Q = CV nesta equação, encontra-se (6.21).
QT = Q1 + Q2 + Q3 (6.20)
CT = C1 + C2 + C3 + Cn (6.22)
118 Circuitos Elétricos em CC
Solução:
a) A capacitância equivalente desta associação é encontrada por Ceq = C1 // (C2 + C3), ou seja, é
devida à associação em série do capacitor C1 com a capacitância C23, equivalente da associação
em paralelo de C2 e C3.
A Figura 6.26 mostra a redução do circuito da Figura 6.25 a um circuito de uma só malha.
= 3 10−6 6 10−6
3 10−6 6 10−6
= −6 −6
= 2 10−6 = 2 F.
3 10 + 6 10
Para encontrar a tensão V3 é preciso encontrar a tensão V1, pois, pela LKT, V3 = E – V1. A
tensão V1 é encontrada de Q1 = C1 × V1, onde a carga Q1 é igual à carga total da associação, QT.
6.1 − A Figura 6.27 mostra a estrutura básica e o símbolo de um capacitor. Complete as lacunas.
Existem diversos tipos de ________________: cilíndricos, esféricos ou planos. Todos são representados
por duas placas _____________, condutoras e idênticas, bem próximas uma da outra e com
um isolante chamado _____________ entre elas. Essas placas são denominadas _______________ do
capacitor e o _____________ (isolante) entre elas pode ser o vácuo, ar, papel, mica, óleo, etc.
Figura 6.27.
6.2 − Em um capacitor de placas paralelas, como o da Figura 6.27, a carga acumulada em cada placa é de
132,75 nC. Estas placas, de área 0,01 m2, estão afastadas uma da outra de 1,5 mm. A tensão entre as
placas é de 450 V e o material isolante é de mica.
6.3 − Explique o significado de ruptura dielétrica. A este respeito, por exemplo, quando tem início o
fenômeno de uma descarga elétrica (raio)?
6.4 − Seja a associação da Figura 6.28, onde C1 = 3 F, C2 = 2C1, C3 = 4C1, C4 = 8C1 e Vab = 18 V.
a) Determinar a capacitância equivalente desta associação.
b) Qual é a carga elétrica armazenada no capacitor C2?
c) Qual capacitor armazena a maior energia em J?
C1
C2
a b
C3
C4
6.5 (SERWAY e JR., 2009) − Uma associação de três capacitores diferentes, inicialmente
descarregados, é conectada a uma bateria. Para esta situação, qual das alternativas a seguir é
verdadeira?
C1 C2
2 mF 1/3 mF
Ceq C3
C6 1/3 mF
1 mF
C5 C4
2 mF 1/3 mF
Figura 6.29.
C2
C1 C2
C3
a b
C1 C2
C2
Figura 6.30.
Resp.: (a) Cab, = 6,05 F. (b) VC3 = 41,92 V. (c) QC3 = 83,84 C.
6.8 − Um capacitor a ar de 1000 pF, consiste de duas placas paralelas bastante próximas (Figura
6.31). A carga elétrica (Q) armazenada em cada placa é de 1 mC, ou seja, considere Q = 1 mC.
CEFET-MG - Ensino Técnico 121
C = 1000 pF
A B A B A B
+Q -Q
+ + +
+ +
+ +
+ + +
+ +
+
+ + +
S S
VF VF
Figura 6.31.
Ceq
Figura 6.32.
Figura 6.33.
122 Circuitos Elétricos em CC
7.1 – Introdução
t=0
(a)
t=0
(b) vc vcresce
c cresce lentamente
lentamente
vc cresce
vc cresce
rapidamente
rapidamente
e
Figura 7.1 – Resposta de um elemento resistivo (a) e capacitivo (b) a um degrau de tensão.
A Figura 7.1b mostra um capacitor eletrolítico conectado em série com a fonte de tensão
E e o resistor R, utilizados no circuito da Figura 7.1a. Consideremos o capacitor inicialmente
descarregado, vC(0) = 0. No instante t = 0 s, a chave S é fechada e ocorre um degrau de tensão
sobre o capacitor e o resistor R, variando de 0 a E volts. A tensão no capacitor cresce
exponencialmente até atingir o valor E da fonte CC – veja o gráfico vC × t na Figura 7.1b. Como
CEFET-MG - Ensino Técnico 123
se observa, a tensão vC(t) não apresenta descontinuidade, ou seja, ela atinge o valor da tensão E
imposta pela fonte CC em função de uma constante de tempo, dada por = RC. Esta constante
será demonstrada graficamente mais à frente.
A resposta do capacitor frente a um degrau de tensão, como visto na curva vC × t é
descrita como “inércia de tensão” por alguns autores, ou seja, a tensão vC(t) não pode variar
instantaneamente. Pode se afirmar então que a tensão em um capacitor submetido a um degrau
de tensão (Figura 7.1b) será a mesma imediatamente antes, em t = 0- e imediatamente depois da
comutação da chave S, em t = 0+, considerando-se a comutação em t = 0 s, como mostra a Figura
7.2a. Na Figura 7.2b é apresentada a ampliação desta região em torno do instante t = 0 s, com os
instantes t = 0- s e t = 0+ s.
vC(t)
Valor final (Vf)
Valor
inicial
Vi = vC(0)
vC(t) Estado
(0+)
vC estacionário
Resposta
Transiente
vC(0-)
0 t
(a)
Valor inicial
Es
Vi = vC(0) vC(0+) est
Resposta
vC(0-)
Transiente
(b)
0
Figura 7.2 – (a) Etapas associadas a um transiente de carga de um capacitor (BOYLESTAD, 2007).
(b) Zoom sobre a região de transição de capacitor descarregado para capacitor em carga.
vC(t)
0 t = t1 t= t
Figura 7.4 – Curva vC(t) × t: etapas do processo de carga do capacitor.
Com a chave S fechada, uma corrente de carga iC (t) eleva a tensão sobre o capacitor. No
instante t = t1, a tensão vC(t) = VC1 – ver as Figuras 7.3b e 7.4, curva vC × t. Esta tensão continua
crescendo no capacitor até que a tensão sobre o mesmo se iguale ao valor E da fonte de tensão
CC – circuito da Figura 7.3c e instante t = na Figura 7.4. Aplicando a LKT ao circuito RC da
Figura 7.3, resulta (7.1).
E
i c (0) = I o = (7.2)
R
Após um tempo suficientemente grande, t() > t(5), onde = RC, considera-se o
capacitor plenamente carregado, ou seja, obtém-se vc (5) = vc () = E.
E = v R ( ) + v C ( ) = i c ( ) R + E (7.3)
E−E
E = i c ( ) R + E → i c ( ) = =0
R
CEFET-MG - Ensino Técnico 125
Para encontrar a tensão vC(t), tensão instantânea sobre o capacitor durante o transitório de
degrau de carga entre os instantes t = 0 s e t = , procura-se a solução para a equação geral do
circuito no domínio do tempo, em (7.4).
E = vR (t) + vC (t)
E −t
i C (t) = .e (7.6)
R
A tensão instantânea no resistor é obtida em (7.7) pela lei de Ohm: vR(t) = R.iC(t).
t
O fator e−τ em (7.5), (7.6) e (7.7) consiste em uma função exponencial no formato e−x,
sendo x = t/RC. = RC é a constante de tempo do capacitor. O número e é um número irracional,
originado de um limite, para valores muito grandes de n, da sucessão (7.8). Ele tende para
2,7182818284590452353...
e = lim (1 + 1 n )
n
(7.8)
n →
0,5 0,606531
1
1 0,367879
1,5 0,22313 0,8
2 0,135335
0,6
2,5 0,082085
3 0,049787 0,4
3,5 0,030197
4 0,018316 0,2
4,5 0,011109
0
5 0,006738 0 1 2 3 4 5 6
Solução:
vC (t) = E (1 − e− t ) = 40 (1 – e−t/32ms)
40 − t /32ms
i C (t) =
E −t
.e = .e = 5 mA.e − t /32ms
R 8k
Esta corrente ocorre quando a tensão sobre o capacitor é nula, isto é, com o mesmo
descarregado. Verificando o circuito da Figura 7.7 e lembrando que vC = 0 V em t = 0 s,
tem-se dois modos de encontrar a corrente iCmax:
E −t 40 0t
i C (0) = e = e = 5 mA
R 8k
2) Uso da LKT:
E + vR(t) + vC(t) = 0
E + R.iC(0) + vC(0) = 0
iC(0) = iC max = E/R = 40/8k = 5 mA.
Exemplo 7.2 – Seja o circuito RC série da Figura 7.8, cujas formas de onda da corrente e das
tensões no resistor e capacitor estão plotadas na Figura 7.9. Seus parâmetros são: E = 90 V, R =
50 k e C = 40 F.
100V
100V
vC (t) 100V
50V
50V
50V
0V
0V V(C1:1)
0V
100V V(C1:1)
vR (t) 100V V(C1:1)
100V
50V
50V
50V
SEL>>
SEL>>
0V
SEL>>
0V V(R1:1,R1:2)
0V V(R1:1,R1:2)
iC (t) 2.0mA
2.0mA V(R1:1,R1:2)
2.0mA
1.0mA
1.0mA
1.0mA
0A Time
0A 0s 5s 10s 15s
0A 0s
I(C1)
0s I(C1) Figura 7.9 – Formas5s
5sde onda do circuito RC série 10s
(exemplo
10s 7.2). 15s
15s
Time
I(C1) Time
Time
a) Calcular a tensão no capacitor 1 s após a chave S ter sido fechada. Obs.: considere vC(0) = 0
V.
Exemplo 7.3 – Sejam as formas de onda da Figura 7.10, a tensão de entrada vi(t), onda
quadrada e a tensão de saída vC(t), em um circuito RC série com o da Figura 7.8.
vi(t)
5.0V
vC(t)
2.5V
0V
0s 100us 200us 300us 400us 500us
V(C1:1) V(vi:+)
Time
Figura 7.10 – Formas de onda de um circuito RC série (tensão de entrada, v i e tensão de saída , vC).
CEFET-MG - Ensino Técnico 129
Com tc = 5RC = 200 s, obtém-se R = 200 s/(5C) = (200 × 10-6)/(5 × 2,2 × 10-9) = 18,18 k.
Seja a Figura 7.11a, que mostra a exponencial decrescente de corrente num circuito RC
no processo de carga de um capacitor.
iC(t)
Instantes de tempo em função de = RC:
E/R
E −t d ax
Tendo i C (t) = .e e que a derivada de eax é e = a.eax , encontra-se (7.9).
R dx
t
di c ( t ) 1 E − RC
=− e (7.9)
dt RC R
di c (0) 1 E −0 E
=− e = − 2 (7.10)
dt RC R R C
di c (t) 0 − E R ER
tg = = =− (7.11)
dt −0
E
tg = −
R 2C
E/R
=− → = RC
130 Circuitos Elétricos em CC
Constante de tempo,
Para t = 5RC
vc (5RC) = E (1 − e −5RC RC )
(7.12)
= E.(1 − e −5 ) = 0,9933.E
Q A.s
= RC = = RC = RC [s]
A A
Com base nos valores inicial e final de tensão ou corrente durante o transitório de carga
(Figura 7.7) ou descarga de um capacitor, é possível escrever uma expressão geral:
t
−
vC (t) = vC () + [vC (0+ ) − v C ()].e (7.13)
Valor inicial,
v (0+)
C Estado
estacionário
Resposta transiente
vC (0-)
0 t
Figura 7.12 – Curva para o cálculo da expressão geral de vC(t) (BOYLESTAD, 2007).
A expressão geral (7.13) pode ser reescrita como (7.14), sendo x uma variável de tensão ou
corrente no circuito RC.
t
−
x(t) = x() + [x(0 + ) − x()].e
(7.14)
CEFET-MG - Ensino Técnico 131
A maioria dos circuitos RC não está na forma de um circuito RC série simples (fonte de
tensão contínua E + chave + resistor + capacitor). A redução de circuitos complexos a um
circuito de uma só malha é realizada com relativa facilidade com o uso do teorema de Thévenin,
onde se determinam os parâmetros VTh e RTh, como mostra o circuito equivalente da Figura 7.13.
RTh
_ a _ a
+ +
iC iC
vRTh
Rede VTh
vC vC
Linear
b b
Figura 7.13 – Circuito equivalente de Thévenin de uma rede RC.
Exemplo 7.4 – Encontrar o circuito equivalente de Thévenin para a rede RC da Figura 7.14,
para a carga do capacitor (chave S posicionada em 1).
S
a
C = 0,2 F
b
Figura 7.14 – Circuito RC – carga do capacitor para a chave S na posição 1 (BOYLESTAD, 2007).
O valor de RTh é obtido através da rede da Figura 7.15, onde, pelo teorema de Thévenin, a
tensão E é desativada e substituída por um curto-circuito.
Rth:
Rth
RTh = R1 R2 + R3
60 k 30 k
= + 10 k
90 k
RTh = 30 k
132 Circuitos Elétricos em CC
Este parâmetro é a tensão de circuito aberto, nos terminais a e b, como mostra Figura 7.16.
Vth:
a
Vth
- Cálculo:
30 k 21 V 1
VTh = Vab = = 21 V = 7 V
60 k + 30 k 3
− Tensão vC(t):
− Corrente iC(t):
iC() = 0 e iC(0+) = VTh/RTh = 7/30 k = 0,23 mA.
t t
− −
iC (t) = iC () + [iC (0+ ) − i C ()].e
→ i C (t) = 0 + [0,23 mA − 0].e = 0,23 mA e−t 6ms
S S
(a) (b)
Figura 7.18 – (a) Chave na posição 1: carga do capacitor. (b) Chave na posição 2: descarga (BOYLESTAD, 2007).
Neste circuito as constantes de tempo de carga e descarga são iguais: = RC. No período
de descarga, a tensão sobre o capacitor estabelece uma corrente que flui no sentido anti-horário.
O capacitor se comporta como uma bateria cuja tensão diminui com o tempo, de forma
exponencial.
A equação para o segundo circuito da Figura 7.18 é encontrada pela LKT, dada por (7.15).
0 = vR + vC = R.iC + vC (7.15)
dvC
0 = RC + vC (7.16)
dt
A solução desta equação diferencial de primeira ordem para vC(t) está em (7.17), onde Vo é
a tensão inicial (início do transitório de descarga).
vC = Vo e− t (7.17)
A corrente de descarga, em (7.18), é obtida através de (7.15), onde o sinal (−) indica o
sentido oposto da corrente no capacitor em relação à corrente de carga.
vC V
iC = − → iC = − o e− t (7.18)
R R
vR = −Vo e− t (7.19)
134 Circuitos Elétricos em CC
Quando um capacitor está sendo eletricamente carregado, uma carga elétrica positiva se transfere
do condutor com carga negativa para o condutor com carga positiva. O capacitor ideal armazena energia
elétrica durante a sua carga na forma de campo elétrico entre as placas, ou seja, ele não dissipa esta
energia.
A expressão para o cálculo da energia elétrica armazenada na carga de um capacitor toma como
base a curva de potência instantânea apresentada na Figura 7.20, pois p × t = trabalho. Utilizando-se o
cálculo integral encontra-se a área sob a curva p × t, expressa por (7.20), que fornece a energia elétrica em
Joules. Esta energia pode ser encontrada também por (7.21).
1
W = C vc2 [Joules] (7.20)
2
Q2
W= [Joules] (7.21)
2C
13.2 – Considerando ainda o circuito da Figura 7.21, encontrar as expressões de vC(t) e de iC(t), válidas a
partir do instante t = 1, quando a chave S é mudada para a posição 2 (transitório de descarga do
capacitor). Qual é a corrente no capacitor no instante t = 2 ?
13.4 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – A carga armazenada em um capacitor eletrolítico é de 0,12 mC.
Se a sua capacitância é de 4,5 F, pede-se calcular:
13.5 (BOYLESTAD, 2007) – Para a rede capacitiva da Figura 7.22, pede-se calcular:
Resp.: (a) V1 = 10 V; Q1 = 60 C; V2 = 6,67 V; Q2 = 40 C; V3 = 3,33 V; Q3 = 40 C. (b) W2 = 133,6 J;
W3 = 63,53 J.
13.6 – Através do circuito da Figura 7.23, obtém-se a carga e a descarga de um capacitor eletrolítico C1.
As formas de onda da Figura 7.24 mostram o capacitor plenamente carregado, com tc = 5R1C1 = 94 s.
15V
10V
5V
SEL>>
0V
V(C1:1)
40mA
20mA
0A
0s 25s 50s 75s 100s
I(C1)
Time
Figura 7.24 – Formas de onda de vC1 e iC1 para o circuito da Figura 7.23.
7.4 − Determinar o valor do resistor e a expressão matemática de vC(t), para um circuito RC série cuja
curva vC(t) é apresentada na Figura 7.27. Dado: C = 68 F.
7.5 − Determinar os parâmetros R e C de um circuito RC, cujos gráficos são mostrados na Figura 7.28.
Considere como topologia para este circuito a apresentada na Figura 7.26, para os transitórios de carga
(chave na posição 1) e de descarga (chave na posição 2) do capacitor C.
vC(t)
= 32 ms
t
Chave na Posição 2 Posição 1
posição 1 Posição 2
iC(t)
S
t=0s
7.7 − Seja a rede RC da Figura 7.30, onde vC(0) = 0 V. Para o interruptor S na posição 1,
encontrar as expressões matemáticas de vC(t), vR1(t) e iC(t).
7.8 − Ainda com relação ao circuito da Figura 7.30, considerando que o capacitor ficou um
tempo suficiente para se carregar com o interruptor na posição 1, pede-se:
(a) Calcular os valores de vC(t), vR1(t) e iC(t) para o interruptor S conectado na posição 2, no
instante t = 100 ms.
(b) Encontrar as expressões matemáticas de vC(t), vR2(t) e iC(t) para a chave S na posição 3, a
partir de t = 100 ms.
(c) Calcular a tensão no capacitor 10 ms após t = 100 ms, ou seja, no instante t = 110 ms.
CEFET-MG - Ensino Técnico 139
a) Escrever as expressões matemáticas das variáveis vC(t) e iC(t), para a chave S na posição 1 a partir
de t = 0 s. Considerar vC(0) = 0 V.
b) Em t = 15 s a chave S é comutada para a posição 2, ficando na mesma por 10 s. Calcular a tensão
no capacitor e a corrente em R2 no instante t = 25 s.
Figura 7.32
7.12 − Para o circuito da Figura 7.33 foi efetuada uma simulação. Foram obtidas as curvas de vC1(t), vR3(t)
e iC1(t), apresentadas na Figura 7.34 e 7.35.
a) Com base na curva iC1(t) × t da Figura 7.35, qual é a equação da corrente no capacitor no
intervalo 0 < t < 150 s ?
b) Escrever as equações que descrevem matematicamete vC1(t) e vR3(t) no intervalo 150 < t < 200 s.
c) Qual foi a energia armazenada no capacitor C1 até o instante t = 100 s?
Figura 7.33.
140 Circuitos Elétricos em CC
50V
vC1(t)
25V
0V
V(R2:2)
50V
vR3(t)
25V
SEL>>
0V
0s 50s 100s 150s 200s
V(U3:2)
Time
Figura 7.34.
5mA
0A
-5mA
-10mA
Respostas
O esquema da Figura 7.36 é utilizado para a simulação deste circuito, com o software PSpice.
Figura 7.36.
A Figura 7.37 mostra as formas de onda de vc e ic. A partir de t = 15s, decorridos 5n (5 x 15,62 =
78,1 s), o capacitor se descarrega. Verifique no gráfico iC t da Figura 7.38, 78,1 s a partir de 15 s, ou
seja, em t = 93,1 s. Neste instante, medido com o cursor, encontra-se em t = 25,044s a corrente
instantânea no capacitor de – 0,739 mA.
100V
50V
0V
V(C1:2)- V(C1:1)
10mA
5mA
0A
SEL>>
Figura 7.37.
10mA
5mA
(25.044,-739.368u)
0A
-4mA
0s 20s 40s 60s 80s 100s
-I(C1)
Time
Figura 7.38.
48
7.12 – (a) iC (t) = 10𝑘 . e−t/22s → iC (t) = 4,8 mA. e−t/22s
Capítulo
8 MAGNETISMO,
8.1 – Introdução
(a) (b)
Figura 8.2 – Equipamentos de um computador que usam o magnetismo: (a) Disco rígido e
(b) Fonte chaveada. Fontes: (a) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Open_hard-drive.jpg.
(b) http://handsontec.com/wp/wp-content/uploads/2017/06/1200W-DC-DC-8.png
O Eletromagnetismo constitui uma seção da Física para o estudo da relação entre as forças
da eletricidade e do magnetismo como um fenômeno único. O eletromagnetismo é explicado
144 Circuitos Elétricos em CC
pelo campo magnético, a concentração de magnetismo criado em torno de uma carga magnética
num determinado espaço.
A primeira evidência experimental a respeito de uma relação entre a eletricidade e o
magnetismo se deu em 1820. O físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851, ver a
Figura 8.3) percebeu a mudança de orientação do ponteiro de uma bússola nas proximidades de
um fio percorrido por corrente elétrica (Figura 8.4). Em 1826 André-Marie Ampère formulou
através de experiências a Lei de Ampère para circuitos magnéticos, expressa como
(NUSSENZVEIG, 1999):
Lei de Ampère: “No caso de um fio retilíneo muito longo transportando corrente, as linhas
de campo magnético são círculos em planos perpendiculares ao fio, e a orientação de tais linhas
pode ser obtida por meio da regra da mão direita” (Figura 8.5).
_ i
Figura 8.5 – Lei de Ampère: uma corrente elétrica provoca um campo magnético.
CEFET-MG - Ensino Técnico 145
O campo magnético pode ser definido basicamente como a região do espaço onde um ímã
manifesta a sua ação. O campo magnético em um ponto do espaço é representado vetorialmente
⃗ ).
por um vetor designado vetor indução magnética ou ainda vetor campo magnético (𝐵
A Figura 8.6 mostra o aspecto de um ímã, no formato de um “U” (ímã de ferradura). O
campo magnético no interior deste tipo de ímã é constante (uniforme). As linhas de campo
magnético, por convenção, saem do polo norte e entram no polo sul. A Figura 8.7 mostra a
distribuição das linhas de campo em torno dos polos sul e norte de um ímã, através do uso de
limalhas de ferro.
N S
Figura 8.6 – Ímã tipo “U”. Figura 8.7 – Linhas de campo magnético –
distribuição em torno dos polos de um ímã.
Exemplo 8.1 – A Figura 8.8a mostra um condutor retilíneo cuja corrente elétrica provoca a
distribuição das linhas de campo magnético em linhas concêntricas. A direção e o sentido das
linhas de campo é determinado pela regra da mão direita (Figura 8.8b): (1) coloca-se o polegar
da mão direita ao longo do sentido convencional da corrente; (2) a posição dos outros dedos
indica o sentido das linhas de campo, que no caso, envolvem o fio percorrido pela corrente.
(a) (b)
Figura 8.8 – (a) Linhas de campo ao redor de um fio percorrido por corrente elétrica (BOYLESTAD, 2007). (b)
Regra da mão direita: sentido e direção das linhas de campo magnético em torno de um fio (SERWAY e FAUGHN,
2006).
Exemplo 8.2 – Para a situação onde um fio é dobrado formando uma espira, como mostra a
Figura 8.9a, tem-se as linhas de campo magnético com a mesma direção e sentido no centro da
espira. Nesta região o campo magnético é mais intenso (BOYLESTAD, 2007). Na Figura 8.9b
observa-se um solenoide, constituído por um enrolamento com N espiras, onde as linhas de
campo magnético estão indicadas vetorialmente por ⃗⃗⃗⃗
𝐵1 e ⃗⃗⃗⃗
𝐵2.
146 Circuitos Elétricos em CC
B2
B1
B
(a) (b)
Figura 8.10 – (a) Aspecto de um eletroímã. (b) Determinação do sentido das linhas de campo no interior do
eletroímã. (c) Corte transversal do eletroímã: sentido da corrente e direção do fluxo (BOYLESTAD, 2007).
Os campos magnéticos criados por correntes elétricas têm numerosas aplicações, presentes
em equipamentos elétricos e eletrônicos, apresentados de forma sintética na Figura 8.11, como:
motores elétricos e transformadores; alto-falantes e equipamentos de exame de ressonância
magnética etc.
CEFET-MG - Ensino Técnico 147
Chapas de aço
Seção em corte Chapas
Chapas de
açoaço de aço
deChapas
laminado
Seçãoem
Seção emcorte
corte em corte
Seção laminadolaminado
laminado
Trajetória Chapas de aço
Trajetória
do fluxo Trajetória
Trajetória Seção em corteChapas de aço laminado
laminado
dodofluxo
fluxo do fluxo Trajetória
do fluxo
Primário Secundário
Primário Primário
Primário Secundário
Secundário
Secundário
Primário Primário Secundário
Secundário
Transformador
Transformador Auto-falante
Auto-falante
Transformador
Transformador Transformador Auto-falante
Auto-falante Alto-falante
Auto-falante
Transformador
Gerador Gerador
Gerador
Gerador Gerador
Relé
Aplicações médicas:
Galvanômetro
Relé Imagens de ressonância magnética
Relé
Relé Aplicações médicas:
Relé Aplicações médicas:
Galvanômetro Aplicações médicas:
Aplicações
Imagens médicas:
de ressonância magnética
Galvanômetro Imagens
Imagensde ressonância magnética
de ressonância
Imagens de ressonânciamagnética
magnética
Galvanômetro
Galvanômetro
Os materiais magnéticos são assim denominados pela sua atração ou repulsão por um ímã.
Além disso, podem ser magnetizados por este mesmo ímã. Exemplos mais comuns: ferro e aço.
Outros materiais como o aço cobáltico são constituídos por materiais magnéticos duros –
mantêm o seu magnetismo mesmo quando o campo magnetizador é afastado (GUSSOW, 2004).
As principais aplicações dos materiais magnéticos na área de Engenharia Elétrica são:
- indutores (Figura 8.12);
- transformadores (Figura 8.13);
- motores elétricos (Figura 8.14);
- circuitos de proteção (disjuntores, Figuras 8.15a e 8.15b);
- acionamentos (relés, contatores etc.) etc.
Alta tensão
40.000 V
Voltímetro
Baixa tensão
Transformador
Bobina
(a) (b)
Figura 8.15 – (a) Quadro de disjuntores. (b) Disjuntor em corte. Fonte: http://www.abracopel.org.br
CEFET-MG - Ensino Técnico 149
Linhas de campo
Ferro doce
Vidro
Figura 8.16 – Linhas de campo em um ímã permanente, para materiais magnéticos diferentes (BOYLESTAD, 2007).
O Ferro doce (de soft iron, em inglês) é também denominado de "aço doce". Constitui
o metal Ferro com alta concentração de pureza, podendo ser obtido do minério, através
de fusão sob forte corrente de arco. Uma de suas aplicações é no isolamento magnético de
determinados equipamentos e sistemas.
Em resumo, a permeabilidade magnética pode ser conceituada como:
- grau de magnetização de um material em resposta ao campo magnético;
- facilidade de “conduzir” o fluxo magnético.
Ferro doce
Instrumento
sensível
Figura 8.17 – Efeito de uma blindagem magnética em função da distribuição de fluxo (BOYLESTAD, 2007)
150 Circuitos Elétricos em CC
μ o = 4π 10 −7
Wb (8.1)
A.m
μ
μr = (8.2)
μo
Exemplo 8.4
Indutores de NÚCLEO TOROIDAL: neste tipo de núcleo, as linhas fechadas de fluxo estão
todas confinadas no próprio núcleo, que têm a forma de uma “rosquinha”, como mostra a Figura
8.18. Cada espira de fio é enrolada através do centro do núcleo. O núcleo toroidal é geralmente
feito de ferrite ou de pó de ferro. Um indutor toroidal pode ter um valor elevado de indutância
para seu tamanho físico.
Um ímã é um objeto capaz de provocar um campo magnético ao seu redor e pode ser
natural ou artificial. O ímã natural (Figura 8.19) é obtido de minerais com substâncias
magnéticas – um exemplo conhecido é a Magnetita, obtida a partir do minério de ferro (óxido de
ferro).
O ímã artificial é construído com um material sem propriedades magnéticas, mas que pode
a característica permanente ou instantânea de um ímã natural. Este processo é denominado
imantação. A capacidade magnética dos ímãs artificiais pode ultrapassar a dos ímãs naturais.
Figura 8.19 – Aspecto de um ímã natural, que atrai os clipes de metal devido à força magnética.
Fonte: https://media1.britannica.com/eb-media/41/190641-004-E1B4A003.jpg
4) Neodímio – Ferro – Boro (Figura 8.20): são mais recentes, da década de 80 e possuem
as melhores propriedades magnéticas.
Figura 8.21a. Nesta figura os dipolos são dispostos de forma orientada. Na Figura 8.21b não há
magnetização do material, e isto é comprovado pela disposição dos dipolos – não estão
alinhados. Em resumo: todo imã é formado por dipolos magnéticos elementares, o lado para
onde eles apontam é o polo norte.
S N S N
(a) (b)
Figura 8.21 – (a) Material magnetizado. (b) Material não magnetizado.
2) Indivisibilidade
Ao se dividir um ímã em duas partes, nenhuma das duas resultantes perde o magnetismo ou se
torna um polo isolado (monopolo). Cada uma dessas partes é um novo ímã permanente e apresenta em
suas extremidades os polos norte e sul, como visto na Figura 8.22. Se a divisão for realizada
continuamente, cada um dos minúsculos pedaços será ainda um ímã, com as mesmas características do
original - sempre resultará um dipolo (dois polos magnéticos). O dipolo é, portanto, a unidade
fundamental do magnetismo (FERREIRA, 2008).
3) Atração e repulsão
As primeiras observações sobre os ímãs mostraram a sua capacidade de interagir entre si e também
de atrair pequenos pedaços de ferro (limalhas, ver a Figura 8.23). Foi comprovado também que ao
posicionar limalhas de ferro próximas ao ímã, elas se aglomeravam em sua extremidade. Estas
extremidades onde as limalhas se aglomeravam passaram a ser chamadas de polos do ímã, sendo
convencionados então os polos norte e sul.
Sejam dois ímãs suspensos pelos centros de gravidade, como mostra a Figura 8.22. Aproximando
as suas regiões polares de todas as maneiras possíveis, verifica-se o seguinte princípio, demonstrado
experimentalmente: “duas regiões polares de mesmo nome se repelem (ver as forças de repulsão, ⃗⃗⃗
𝐹𝑟 ), e de
⃗⃗⃗
nomes contrários se atraem (ver as forças de atração, 𝐹𝑎 ).”
N S Eixo de
suspensão
Fa Fa
S S
Fr Fr
S N
N N
Figura 8.24 – Forças de atração e repulsão entre ímãs.
Fonte: http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/imas/atracao_repulsao/
14.1 – (Unesp) Um ímã em forma de barra, com seus polos Norte e Sul, é colocado sob uma superfície
coberta com partículas de limalha de ferro, fazendo com que elas se alinhem segundo seu campo
magnético – Ver a Figura 8.25. Se quatro pequenas bússolas, 1, 2, 3 e 4, forem colocadas em repouso nas
posições indicadas nesta figura, no mesmo plano que contém a limalha, suas agulhas magnéticas
orientam-se segundo as linhas do campo magnético criado pelo ímã. Desconsidere o campo magnético
terrestre e considere que a agulha magnética de cada bússola seja representada por uma seta que se orienta
na mesma direção e no mesmo sentido do vetor campo magnético associado ao ponto em que ela foi
colocada. Assinale a alternativa que indica, correta e respectivamente, as configurações das agulhas das
bússolas 1, 2, 3 e 4 na situação descrita.
a. ( )
b. ( )
Sul Norte
c. ( )
d. ( )
e. ( )
Figura 8.25.
14.2 – (IFSP) Um professor de Física mostra aos seus alunos 3 barras de metal AB, CD e EF que podem
ou não estar magnetizadas. Com elas, faz três experiências que consistem em aproximá-las e observar o
efeito de atração e/ou repulsão, registrando-o na Tabela 8.2.
Tabela 8.2.
A B C D Ocorre atração
A B D C Ocorre atração
C D E F Ocorre repulsão
CEFET-MG - Ensino Técnico 155
Após o experimento e admitindo que cada letra pode corresponder a um único polo
magnético, seus alunos concluíram que:
I – As linhas de campo magnético dentro de um ímã de barra dirigem-se de sul para norte.
II – Não existe monopolo magnético.
III – Os materiais diamagnéticos são fracamente atraídos por ímãs.
IV – Ferro, cobalto e alumínio são exemplos de materiais ferromagnéticos, que são fortemente
atraídos por ímãs.
O campo magnético no espaço em torno de um ímã pode ser representado por linhas de
campo análogas às linhas de campo associadas à um campo elétrico. No entanto, as linhas de
campo magnético não começam e terminam em cargas elétricas, mas formam curvas fechadas
(BOYLESTAD, 2007) – ver a barra magnetizada da Figura 8.26. Nesta barra verifica-se que as
linhas de campo magnético se dirigem do polo norte para o polo sul no exterior da barra. No
interior, elas se dirigem do polo sul para o polo norte. Portanto, cada linha faz um percurso
fechado. No interior da barra as linhas de campo são igualmente espaçadas e, no exterior,
distribuídas de forma simétrica.
Figura 8.26 – Linhas de campo magnético para um ímã permanente (BOYLESTAD, 2007).
Sem o uso de limalhas de ferro como visto na Figura 8.7, o campo magnético é representado por
linhas de força – ver as Figura 8.27a e 8.27b. O sentido que se vê para as linhas de campo magnético
externas ao ímã nestas figuras mostra o trajeto das linhas de campo para um sistema de dois ímãs, onde os
polos adjacentes são opostos ou iguais (GUSSOW, 2004), (BOYLESTAD, 2007).
156 Circuitos Elétricos em CC
(a)
(b)
Figura 8.27 – Linhas de campo magnético para um sistema de dois ímãs com: (a) polos
opostos adjacentes e (b) polos iguais adjacentes (BOYLESTAD, 2007).
T ou
Wb
B=
m
2 (8.3)
A
Fluxo
A
8.5 – Relutância,
l
R = , ohms (8.4)
A
A relutância de um material magnético é dada por (8.5). Não foi definida uma unidade
oficial para a relutância magnética no SI. As unidades mais utilizadas são, em geral, o rel e o
A/Wb (BOYLESTAD, 2007).
l A
= Wb (8.5)
A
Exemplo 8.5 – Na Figura 8.29 pode-se perceber que o Ferro, de alta permeabilidade,
representa um caminho magnético de menor relutância para as linhas de campo, concentrando-
as. Já o vidro, de baixa permeabilidade, não proporciona grande concentração das linhas de
campo, o que representa um caminho magnético de alta relutância.
Ferro
Vidro
A lei Ohm e a definição de resistência para circuitos elétricos tomam como base a relação
(8.6). Para os circuitos magnéticos, o fluxo magnético () é o efeito desejado.
causa
Efeito = (8.6)
oposição
158 Circuitos Elétricos em CC
O que provoca o fluxo nos circuitos magnéticos é a força magnetomotriz F (ou fmm) a
qual representa a influência necessária para o estabelecimento de um fluxo magnético no interior
do material (núcleo). Tendo definidos o fluxo magnético e a fmm, a relutância é a propriedade
que caracteriza a oposição à criação do fluxo magnético, dada por (8.7).
fmm
= (8.7)
O valor da fmm varia diretamente com o número de espiras (N) em torno de um núcleo,
como visualizado na Figura 8.30, onde se deseja o fluxo magnético. Varia diretamente também
com a corrente elétrica no enrolamento (ou bobina), como apresentado em (8.8).
F = NI (8.8)
espiras
F
H= (Ae/m) (8.9)
l
NI
H= (Ae/m) (8.10)
l
Exemplo 8.6 − O circuito magnético da Figura 8.31 tem o seu núcleo na forma de um
toróide. Os núcleos com formatos toroidais constituem uma boa possibilidade de escolha para o
projetista de indutores e transformadores.
Para este circuito, tem-se os parâmetros:
NI = 40 Ae (ampères-espiras) e
l = 0,2 m (comprimento médio).
NI 40 Ae
H= = = 200 Ae/m
l 0,2 m
CEFET-MG - Ensino Técnico 159
N espiras
Comprimento médio
l = 0,2 m
Figura 8.31 – Exemplo de força magnetizante de um circuito magnético (BOYLESTAD, 2007).
• Curva × H
B = H (T) (8.11)
(Permeabilidade) 10-3
Aço
laminado
Aço fundido
Ferro fundido
H (Ae/m)
Figura 8.32 – Variação da permeabilidade magnética com a força magnetizante H (BOYLESTAD, 2007).
160 Circuitos Elétricos em CC
Histerese magnética
Através da Figura 8.33 se determinam a direção e o sentido do campo magnético que gera o fluxo
. Para isto basta fechar os dedos da mão direita em torno do enrolamento, no sentido da corrente que
entra no mesmo. A direção do campo magnético será determinada pelo dedo polegar, indicada pela seta
na figura, no sentido horário.
N espiras
Aço
Figura 8.33 – Circuito magnético em série empregado para se construir a curva de histerese (BOYLESTAD, 2007).
Através deste circuito magnético pode ser construída a curva de histerese do material
ferromagnético, um gráfico da densidade de fluxo B em função da força magnetizante H. Os fabricantes
de materiais ferromagnéticos utilizam curvas B × H em seus manuais para fins de especificação.
A curva de histerese tem o seu aspecto apresentado na Figura 8.34 e mostra o efeito de um campo
aplicado H e da indução magnética B em um material ferromagnético, durante os ciclos de magnetização
e desmagnetização.
B (T)
+ Bmax
H (Ae/m)
- Bmax
Construção da curva B × H
Figura 8.35 – Curva de histerese: indução magnética (B) força magnetizante (H) (BOYLESTAD, 2007).
Os pontos desta curva mostram a relação entre a densidade de campo magnético, B (em T ou
Wb/m2) e o campo magnético ou força magnetizante, H (em Ae/m), quando uma tensão alternada é
aplicada ao enrolamento que magnetiza o núcleo. B é proporcional ao fluxo magnético [Wb] e H é
proporcional à corrente que circula pelo enrolamento.
Em uma primeira análise sobre a curva da Figura 8.35 observa-se que o caminho seguido quando o
fluxo (ou B) cresce não é o mesmo seguido quando o fluxo diminui. Este comportamento é denominado
histerese.
Com o núcleo inicialmente desmagnetizado, tem-se, obviamente a corrente I = 0. Se a corrente I é
aumentada para algum valor acima de zero, a força de magnetização H aumentará para um valor
determinado por (8.12).
NI
H = (8.12)
l
terá as propriedades magnéticas determinadas pela densidade do fluxo residual, uma medida de sua
"retentividade".
Trecho d → e: a força H é aumentada até que a saturação ocorra novamente – a densidade de fluxo atinge
o seu valor máximo negativo, − Bmax.
Trechos e → f e f → b: a força magnetizante H é revertida, trazida de volta para zero (ponto f) e depois
de f até o ponto b. A curva B × H inteira representada por bcdefb é chamada de curva de histerese para o
material ferromagnético. A densidade de fluxo B ficou atrasada da força de magnetização H durante toda
a plotagem da curva. Quando H era nulo em c, B não era zero, mas apenas começou a declinar. Muito
depois de H ter passado por zero e se tornou igual a − Hd é que fez a densidade de fluxo B tornou-se igual
a zero.
A área do ciclo de histerese fornece uma informação muito importante sobre os materiais
magnéticos: ela indica se o material apresenta facilidade ou se opõe dificuldade a ser magnetizado. Para
um ciclo de histerese com uma área ampla, tanto a retentividade como a coercitividade são grandes, ou
seja, é necessário um campo reverso maior para que a densidade de fluxo remanente no material se anule.
Quando um material magnético apresenta um ciclo de histerese mais estreito, isto significa que o
mesmo oferece uma oposição menor à sua magnetização. Os materiais ferromagnéticos, sob o ponto de
vista de magnetização, são classificados conforme a Figura 8.36 e descritos como:
(1) Macios (soft) - apresentam um ciclo de histerese estreito (fácil magnetização);
(2) Duros (hard) - apresentam ciclos de histerese largos (difícil magnetização).
B (T) B (T)
Small Large
coercive coercive
force force
H (Ae/m) H (Ae/m)
15.2 – Para a curva B × H apresentada na Figura 8.37, conceituar os pontos relativos à remanescência e
coercividade.
B (T)
Remanescência: Saturação
Coercividade:
H (Ae/m)
Saturação
15.3 – Os dados da Tabela 8.3 foram obtidos para uma liga metálica durante a geração de um ciclo de
histerese ferromagnético em estado estacionário.
a) Desenhar o gráfico de dados, utilizando um software apropriado, como por exemplo, o Excel.
b) Qual é a indução remanescente (remanência)?
c) Qual é o campo coercitivo (coercitividade)?
Tabela 8.3.
H (Ae/m) B (Wb/m2)
50,00 0,95
25,00 0,94
0,00 0,92
-10,00 0,90
-15,00 0,75
-20,00 -0,55
-25,00 -0,87
-50,00 -0,95
50,00 0,95
Seja um material magnético como o da Figura 8.38, de Ferrite, utilizado em transformadores de alta
frequência, na configuração EE. Este tipo de núcleo apresenta diferentes valores de B, em função do
campo magnético H.
(a) (b)
Figura 8.38 – (a) Núcleo de Ferrite, do tipo EE, utilizado em transformadores de alta frequência, em (b).
Fontes: (a) http://www.directindustry.com/pt/prod/nanjing-hengchuang-magnetic-electronics/product-63446-467422.html
(b) http://www.zbr.co.jp/english/products/transformer/high_frequency_transformer.html
164 Circuitos Elétricos em CC
Saturação
B (T)
Aço
laminado
Aço
fundido
Ferro
fundido
H (Ae/m)
Figura 8.40 – Curvas de magnetização normal de três materiais ferromagnéticos (BOYLESTAD, 2007).
CEFET-MG - Ensino Técnico 165
Figura 8.41 – Ampliação da Figura 8.40 para baixos valores de força magnetizante (BOYLESTAD, 2007).
Uma definição inicial para circuitos magnéticos é a de que os mesmos são formados por
um ou mais circuitos fechados, contendo um fluxo magnético. Estes circuitos direcionam o fluxo
magnético para onde for necessário.
166 Circuitos Elétricos em CC
R () (A/Wb)
Oposição R = V/I = F/
Resistência elétrica Relutância
Com estas equações é possível a solução de problemas com circuitos magnéticos em duas
classes (BOYLESTAD, 2007):
(1) uma, aplicada ao projeto de motores elétricos, geradores e transformadores, onde, com
o conhecimento do fluxo magnético , pede-se a fmm NI;
(2) outra, quando NI é conhecido e se deseja obter o fluxo magnético .
Outra analogia importante, ausente na Tabela 8.4, ocorre entre a condutividade elétrica ,
em Siemens (S) e a permeabilidade magnética , em (Wb/A.m).
isto é, a soma algébrica das variações de fmm (força magnetomotriz) ao longo de um circuito
magnético fechado é igual a zero.
CEFET-MG - Ensino Técnico 167
A equação (8.13) constitui a Lei de Ampère para circuitos magnéticos. A Fmm pode ser
expressa de outra forma, por (8.14), quando aplicada a circuitos magnéticos.
F = NI (8.14)
Da Lei de Ohm, para circuitos elétricos, V = RI. Por analogia, como visto na primeira linha
da Tabela 8.4, tem-se (8.15) para os circuitos magnéticos, onde é a relutância de uma seção
reta dos mesmos e é o fluxo magnético através de uma dada seção.
F = (8.15)
F = Hl (8.16)
A equação (8.16) é mais viável em termos práticos para o cálculo da Fmm, sendo H a força
magnetizante em uma dada parte do circuito magnético e l o comprimento desta seção. Para o
circuito magnético da Figura 8.43, constituído por três materiais magnéticos diferentes, tem-se,
de acordo com a Lei de Ampère:
Ferro Aço
N espiras
Cobalto
Figura 8.43 – Materiais ferromagnéticos formando um circuito magnético em série (BOYLESTAD, 2007).
Os termos presentes nestas equações são conhecidos, exceto as forças magnetizantes para
as seções ab, bc e ac deste circuito. Estas fmm são obtidas via gráfico B × H, com base na
densidade de fluxo B.
Para o caso do circuito magnético da Figura 8.44, teremos as duas relações abaixo,
equivalentes:
Nesta seção será realizado o estudo de circuitos magnéticos em série, onde o fluxo
magnético é o mesmo. Conhecendo-se o seu valor, determina-se, por exemplo, o valor da fmm,
através do produto NI, ou a corrente elétrica que provoca este mesmo fluxo .
Solução:
O circuito magnético da Figura 8.45 é representado na Figura 8.46a. O seu circuito elétrico
análogo é visto na Figura 8.46b. A densidade de fluxo magnético B pode ser calculada por:
(a) (b)
Figura 8.46 – (a) Circuito magnético análogo ao circuito elétrico (b) - exemplo 8.8 (BOYLESTAD, 2007).
F = NI = Hl
Hl (170 Ae / m 0,16 m)
I= = = 0,068 A = 68 mA
N 400
B
=
H
0,2 T
= = 1,18 10−3 Wb / A.m
170 Ae / m
1,18 10−3
r = = = 935,83.
o 4 10−7
Solução:
Este circuito possui a mesma área de seção transversal. É necessário então determinar o
comprimento médio dos trechos de Aço laminado e Ferro fundido para calcular os respectivos
produtos Hl. O primeiro passo é a conversão das dimensões do circuito magnético para o sistema
métrico.
170 Circuitos Elétricos em CC
Nota: 1 polegada (1 pol), igual a 1 inch (1 in), constitui uma unidade de comprimento do
sistema imperial de medidas. Uma polegada é igual a 2,54 centímetros ou 25,4 milímetros.
3,5 10−4 Wb
B= = = 0,542 T
A 6,452 10−4 m2
- Forças magnetizantes:
HAço laminado (Figura 8.41) 70 Ae/m e HFerro fundido (Figura 8.40) 1600 Ae/m.
Para a mesma densidade de fluxo magnético, nota-se uma grande diferença entre os valores
de força magnetizante nos dois materiais utilizados no núcleo do eletroímã. De acordo com a Lei
de Ampère, o circuito elétrico análogo ao magnético poderia ser representado somente por uma
resistência elétrica R, podendo ser ignorada a relutância devida ao material de aço laminado. A
solução deste circuito magnético não seria afetada de forma significativa. As Figuras 8.48a e
8.48b mostram, respectivamente, o circuito magnético e o circuito elétrico análogo para o
eletroímã da Figura 8.47.
(a) (b)
Figura 8.48 – (a) Circuito magnético e (b) elétrico análogo para o circuito da Figura 8.47 (BOYLESTAD, 2007).
CEFET-MG - Ensino Técnico 171
NI = Hefab.lefab + Hefab.lefab
50 I = 224,54 Ae
I = 4,49 A.
Assim, a corrente elétrica necessária para estabelecer um fluxo magnético de 3,5 × 10-4 Wb
no núcleo magnético da estrutura da Figura 8.47 é de 4,49 A.
Do mesmo modo como foi feito para os circuitos magnéticos em série, se aplica a analogia
entre circuitos elétricos e magnéticos para a configuração série-paralelo.
(a)
(b)
Figura 8.50 – (a) Circuito magnético para a Figura 8.49. (b) Circuito elétrico análogo (BOYLESTAD, 2007).
De acordo com estes circuitos, tem-se: B2 = 2/A = 1,5 10-4 Wb / 6 10-4m2 = 0,25 T.
Hbcde = 40 Ae/m
Aplicando a lei circuital de Ampère à malha 2, vista nas Figuras 8.50a e 8.50b, obtém-se:
Malha 2
Com este valor, através da curva B × H da Figura 8.41, obtém-se B1 0,97 T, e, portanto:
1 = B1.A
= 0,97 T × 6 × 10-4 m2 = 5,82 × 10-4 Wb.
Com os resultados dos trechos bcde e be foi montada a Tabela 8.6. Esta tabela mostra que
é preciso calcular ainda os parâmetros que faltam para o trecho efab (malha 1).
CEFET-MG - Ensino Técnico 173
bcde
be
efab
Com este valor, a partir da curva B × H da Figura 8.41, obtém-se Hefab 400 Ae. Com a
aplicação da lei circuital de Ampère, resulta:
A = 2 10-3 m2
Figura 8.51.
b) Calcular o valor da corrente I para gerar um fluxo magnético = 5 x 10-4 Wb. Observação: consultar a
Figura 8.41 – curvas B x H.
16.2 − Calcule o fluxo magnético para o circuito mostrado na Figura 8.52 (BOYLESTAD, 2007).
Resp.: = 78 Wb.
Figura 8.52.
Figura 8.53.
CEFET-MG - Ensino Técnico 175
16.4 − Seja o circuito magnético da Figura 8.54, cujo comprimento médio, lm, é igual a 0,2 m
(BOYLESTAD, 2007).
Figura 8.54.
(a) Calcular o número N1 de espiras necessário para estabelecer um fluxo = 12 × 10-4 Wb.
(b) Calcular também o valor da permeabilidade relativa do material do núcleo.
16.5 - Qual é o fluxo magnético no circuito da Figura 8.55, cujo núcleo é de ferro fundido? Qual seria o
novo valor de , se o núcleo fosse de aço laminado?
Figura 8.55.
16.6 - Determinar, para o núcleo da Figura 8.56, a corrente necessária para gerar 2 = 150 Wb.
Figura 8.56.
176 Circuitos Elétricos em CC
Capítulo
9 INDUTORES E INDUTÂNCIA
CIRCUITOS RL: CARGA E DESCARGA
Capítulo 9 – Indutores e indutância. Circuitos RL: carga e descarga.
9.1 – Indutância
Núcleo de
Ferro ou Ferrite N espiras
O indutor é um elemento passivo que armazena energia na forma de campo magnético. É também
denominado de bobina ou reator. Ele pode ser utilizado em: (1) circuitos elétricos e eletrônicos como por
exemplo, como um filtro passa-baixa, rejeitando as altas frequências; (2) na construção de um
transformador de alta tensão (Figura 9.2a) e (3) na construção de um motor CA (enrolamento de estator,
Figura 9.2b).
(a)
(b)
Figura 9.2 – (a) Aspecto de um transformador de alta tensão. (b) Motor de corrente alternada (CA) – vista em corte.
Fontes: (a) https://www.mecanicaindustrial.com.br/funcionamento-do-motor-de-corrente-alternada/
(b) http://www.ataups.com.br/nobreaks/transformador-de-energia-alta-tensao.
CEFET-MG - Ensino Técnico 177
Fonte: www.weg.net
(a) (b)
Figura 9.3 – (a) Esquema de um transformador monofásico. (b) Transformador trifásico (rede de energia elétrica).
di
vL = L (9.1)
dt
Onde:
vL = tensão induzida através da bobina, em volts (V);
L = indutância da bobina, em Henry (H);
i/t = taxa de variação de corrente, em A/s;
di/dt = derivada da corrente no indutor, quanto i e t tendem para zero.
i/ t = 1 A/s
Fonte CA
v(t) ~ vL = 1 V L =1H
Figura 9.4 – A indutância de uma bobina é de 1 H quando uma variação de 1 A/s induz 1 V na bobina.
178 Circuitos Elétricos em CC
A bobina da Figura 9.4 possui uma indutância (L) de um henry (H), quando uma indução
de um volt (V) faz a corrente elétrica variar na razão de um ampère por segundo (A/s), como
visto em (9.2).
vL
L= (9.2)
i / t
Exemplo 9.2 – A tensão vL induzida na bobina da Figura 9.4 é melhor visualizada pela Figura
9.5. Quando a corrente em um condutor ou em uma bobina varia, esse fluxo variável pode
interceptar qualquer outro condutor ou bobina localizado nas vizinhanças, induzindo assim
tensões em ambos. Uma corrente variável em L1 induz, portanto, tensão através de L1 e de L2.
Fluxo
i/t
magnético
L1 L2 vL2
Quando a tensão induzida vL2 produz corrente em L2, o seu campo magnético variável
induz tensão em L1. Logo, as duas bobinas L1 e L2 possuem indutância mútua, pois uma variação
de corrente numa bobina induz uma tensão na outra. A unidade de indutância mútua é o henry, e
o seu símbolo, LM ou M. Duas bobinas apresentam LM de 1 H quando uma variação de corrente
de 1 A/s numa bobina induz uma tensão de 1 V na outra.
a) Características físicas
N2A
L = r 1,26 10−6 (H) (9.3)
l
Solução:
b) Perdas no núcleo
Correntes parasitas
Figura 9.6 – Transformador: efeito das correntes parasitas no seu núcleo magnético.
Para reduzir as perdas por efeito de correntes parasitas o que se faz é construir o núcleo magnético
a partir de lâminas isoladas umas das outras, como se vê na Figura 9.7 – montagem de um núcleo
laminado a partir de um núcleo maciço. Esta estratégia é utilizada no projeto de transformadores e de
todos os motores e geradores, em CA.
180 Circuitos Elétricos em CC
(a) (b)
Figura 9.7 – (a) Núcleo maciço. (b) Núcleo laminado.
(a) (b)
Figura 9.8 – Origem dos dipolos magnéticos: (a) O spin do elétron produz um campo magnético. (b) Elétrons
orbitando ao redor do núcleo criam um campo magnético ao redor do átomo. Fonte: Fundamentos de Ciências dos
Materiais. Marcelo Martins, Prof. Dr. Disponível em: https://docplayer.com.br/4335982-Comportamento-magnetico-dos-
materiais.html
c) Reatância Indutiva
Num circuito formado apenas por indutância pode-se aplicar a lei de Ohm para se calcular a
corrente e a tensão, bastando para isso substituir xL por R.
CEFET-MG - Ensino Técnico 181
LT = L1 + L2 + ... + LN (9.5)
Se duas bobinas em série forem colocadas muito próximas uma da outra de tal forma que suas
linhas de campo magnético se interliguem, a sua indutância mútua produzirá um efeito no circuito. Nesse
caso, a indutância total é obtida por (9.6):
LT = L1 + L2 ± 2.LM (9.6)
onde LM é a indutância mútua entre as bobinas. O sinal (+) em (9.6) é usado se as bobinas
forem dispostas em série aditiva (indica que a corrente comum produz o mesmo sentido de
campo magnético para as duas bobinas), enquanto o sinal menos (-) é usado quando as bobinas
são dispostas em série subtrativa (os enrolamentos têm sentidos opostos, o que resulta em
campos opostos).
Ainda considerando duas bobinas L1 e L2, existem três formas de se arranjar as mesmas em
série. Na Figura 9.10, as bobinas são colocadas muito distantes uma da outra, o que impede uma
interação eletromagnética. Assim, não há indutância mútua e, portanto, LM é zero.
L2
~
Figura 9.10 – Bobinas em série, sem indutância mútua.
182 Circuitos Elétricos em CC
LT = L1 + L2 + 2 LM LT = L1 + L2 - 2 LM
(muito juntas) (muito juntas)
L1 L2 L1 L2
LM LM
L1 L2 L1 L2
LT = L1 + L2 + 2 LM LT = L1 + L2 - 2 LM
(muito juntas) (muito juntas)
L1 L2 L1 L2
LM LM
L1 L2 L1 L2
Exemplo 9.3 – Associação de bobinas em série e sentido do fluxo magnético. A Figura 9.13a
mostra uma associação de duas bobinas em série, com polaridade aditiva. O fluxo magnético em cada
bobina tem o mesmo sentido (para a direita). Assim, são induzidas as tensões e 1 e e2 em cada bobina,
com a mesma polaridade. Na Figura 9.14 as bobinas são conectadas com polaridade subtrativa. Os
fluxos 1 e 2 tem direções opostas.
CEFET-MG - Ensino Técnico 183
Figura 9.13 – (a) Associação em série aditiva (esquema). (b) Diagrama descritivo.
Para um certo número de indutores ligados em paralelo, a sua indutância total LT será:
1 1 1 1
= + + ... + (9.7)
LT L1 L2 LN
L1 L 2
LT = (9.8)
L1 + L 2
184 Circuitos Elétricos em CC
17.1 – Calcule a indutância em H de uma bobina com uma reatância de 900 ohms a uma
frequência de 50 kHz.
(1) L T = L1 + L 2 +...+ L n
(indutância equivalente de uma associação série de indutores);
(2) 1 = 1 + 1 + ... + 1
LT L1 L2 Ln
17.3 – A bobina de sintonia de um radiotransmissor tem uma indutância de 250 H. Para que
frequência ela terá uma reatância indutiva de 3500 ?
17.4 – Uma bobina de choque de 225 H de resistência desprezível serve para limitar a corrente
a 25 mA quando a seus terminais se aplicam 40 V. Qual a frequência da corrente?
17.5 – Duas bobinas estão associadas em série aditiva. A indutância mútua é de 7 H. Qual o
valor da indutância total se L1 = 10 H e L2 = 12 H?
17.7 – Uma bobina de 300 espiras é enrolada em um toróide plástico, cuja área de seção é de 1 x
10-3 m2 e um comprimento principal de 40 cm. Qual a indutância da bobina?
Observações:
17.8 – Uma bobina de resistência de 15 ohms e uma indutância de 0,6 H são conectadas em série
a uma linha de 120 V. Qual a corrente através da bobina 0,05 seg. após a bobina ter sido
conectada à linha?
CEFET-MG - Ensino Técnico 185
di ( t )
v L (t) = L (9.10)
dt
A resposta a um degrau do circuito RL série da Figura 9.16, assim como foi visto para um
circuito RC série, requer três etapas (ALEXANDER e SADIKU, 2013):
1) determinar a corrente inicial iL(0) no indutor em t = 0 s;
2) determinar a corrente final iL() no indutor em t = ;
3) determinar a constante de tempo do circuito.
E = 0 + L.(di(t)/dt) (9.11)
dt
(
di ( t )
t = 0+ =
E
L
) (9.12)
186 Circuitos Elétricos em CC
A corrente instantânea em instantes de tempo que não sejam zero ou infinito é encontrada
pela solução da equação de tensão escrita na forma diferencial, em (9.14).
di di R E
E = v R ( t ) + v L ( t ) → E = i.R + L → + i= (9.14)
dt dt L L
E −
Rt
i( t ) =
1 − e L
R (9.15)
A equação (9.15) pode ser reconhecida como uma curva crescente exponencial, onde o
valor máximo de corrente é E/R. O valor de L/R, que aparece como um inverso em (9.15) possui
a unidade segundo. Acompanhe abaixo:
L henrys V × s 1
= = = segundo
R ohm A
L
( tau) = (9.16)
R
Figura 9.17 – Curva exponencial de iL (t) durante o transitório de carga do indutor L (BOYLESTAD, 2007).
CEFET-MG - Ensino Técnico 187
A constante de tempo é a referência de tempo necessário para que a corrente atingir o seu valor
máximo, Im ou Imax, o que ocorre após 5, quando o transitório de carga do indutor se completa. Observe
que a indutância aparece apenas no termo exponencial, determinando a velocidade com a qual a curva
varia. Sendo vR = R.i(t), a tensão sobre o resistor também aumenta, de acordo com (9.17).
(
v R ( t ) = E 1 − e −Rt L ) (9.17)
v L ( t ) = E e −Rt L (9.18)
Exemplo 9.4 − Seja o circuito RL da Figura 9.18. As formas de onda de iL e de vL, obtidas
através de simulação no software PSpice são mostradas na Figura 9.19. Na figura, a chave U1 é
fechada em t = 0 s. É considerado para a análise iL(0) = iL(0+) = 0 A.
Figura 9.18.
1.0A
0.5A
SEL>>
0A
I(R1)
10V
5V
0V
0s 2ms 4ms 6ms 8ms 10ms
V(L1:1) V(V1:+)- V(V1:-)
Time
Exemplo 9.5 – O indutor visto na Figura 9.20 tem uma corrente inicial de 4 mA (constante)
no sentido indicado.
a) Determinar uma expressão matemática para a corrente na bobina após a chave S1 ter sido
fechada, no instante t = 0 s.
b) Determinar uma expressão matemática para a tensão na bobina durante o mesmo período
transitório.
c) Esboçar as formas de onda da corrente e da tensão dos valores iniciais até os finais.
S1
Solução:
t
−
+
x(t) = x() + [x(0 ) − x()].e
t
−
Aplicando a equação geral x(t) = x() + [x(0+ ) − x()].e a iL(t), e tendo iL(0+) = 4 mA,
obtém-se:
CEFET-MG - Ensino Técnico 189
b) A corrente no indutor tem um valor constante de 4 mA antes de se fechar a chave S1. Não
ocorrerá variação instantânea na corrente da bobina, devido à inércia de corrente na mesma.
A tensão na bobina será, com base no circuito equivalente desta etapa, Figura 9.21:
No instante t = 0:
iL() = 1,78 mA e a tensão vL() cai a zero, pois a corrente fica constante.
t t
− −
+
Assim, v L (t) = v L () + [v L (0 ) − v L ( )].e = 20.e
11,11s
c) Gráficos das formas de onda da corrente e da tensão dos valores iniciais até os finais.
A Figura 9.22 apresenta o gráfico iL × t, onde os valores inicial e final da corrente são
assinalados. Em seguida, é apresentado o esboço da resposta transitória entre esses valores.
Para a tensão vL(t), a sua forma de onda (Figura 9.23) começa e termina em zero, e o valor
de pico tem um sinal que depende da polaridade na Figura 9.21.
190 Circuitos Elétricos em CC
Da mesma forma que a corrente em um indutor não pode crescer instantaneamente, ela
também não decresce instantaneamente, mas de forma gradual e exponencial.
O circuito RL da Figura 9.24a proporciona a carga do indutor L, com a chave S1 conectada
na posição 1. Para a descarga do indutor, basta conectar S1 na posição 2. Esta descarga só se
completa após um tempo suficiente, maior ou igual a 5 constantes de tempo.
(a) (b)
Figura 9.24 – (a) Circuito para carga e descarga de um indutor. (b) Etapa da descarga (BOYLESTAD, 2007).
di (t )
R i (t ) + L =0 (9.19)
dt
cuja solução é:
onde
Io (corrente inicial) = Imax é a corrente que circula na bobina exatamente antes de se iniciar
o transitório. A tensão sobre o resistor R será uma curva exponencial decrescente, uma vez
que vR(t) = R.i(t), isto é:
Durante o período no qual o campo magnético está sendo estabelecido por uma bobina, a
quantidade de energia fornecida pela fonte é armazenada no campo eletromagnético.
A energia armazenada no campo magnético de uma bobina é dada por:
di
dW = p L dt = v L .i dt = L idt = L idi .
dt
As curvas de iL(t), vL(t) e pL(t) estão plotadas no gráfico da Figura 9.25. Integrando os dois
lados da equação, obtém-se:
I
I i2 LI 2
0
dW = L
0
i di = L =
20 2
.
1
WL = L I2 (9.23)
2
Figura 9.25 – Curva de potência para um indutor na fase transitória (BOYLESTAD, 2007).
192 Circuitos Elétricos em CC
a 11 a 12 a 13
a 21 a 22 a 23
a 31 a 32 a 33
a 11 a 12
a 21 a 22
O determinante D constitui, para uma matriz 2 x 2, o produto dos números da diagonal principal
menos o produto dos números da outra diagonal.
Para o cálculo de um determinante de 3ª ordem, o método mais indicado consiste em;
- repetir as duas primeiras colunas à direita da terceira coluna;
- fazer a soma dos produtos dos números das diagonais indicadas pelas setas para baixo, como
mostrado a seguir;
P4 P5 P6
P1 P2 P3
- subtrair desse resultado a soma dos produtos dos números das diagonais indicadas pelas
setas para cima.
O resultado é:
CEFET-MG - Ensino Técnico 193
D = P1 + P2 + P3 − ( P4 + P5 + P6 ) =
◆ Exemplo A.1 − Seja um circuito elétrico de três malhas, cujas equações são obtidas através
do método das correntes nas malhas. As equações para cada malha do circuito são escritas
abaixo:
a 11I1 + a 12 I 2 + a 13 I 3 = V1
a 21I1 + a 22 I 2 + a 23 I 3 = V2
a 31I1 + a 32 I 2 + a 33 I 3 = V3
A X = B
Seja o sistema:
5 I1 – 3 I2 – 3 I3 = 30 5 - 3 - 3 I1 30
-3 I1 + 10 I2 – 9 I3 = - 45 Forma Matricial → - 3 10 - 9 I = - 45
2
- 3 I1 – 7 I2 + 12 I3 = 15 − 3 − 7 12 I 3 15
Dn
In =
D
30 −3 −3
−45 10 −9
D 15 −7 12
I1 = 1 =
D 5 −3 −3
−3 10 −9
−3 −7 12
Outra solução seria o uso de um software que faz o cálculo de sistemas matriciais, como
por exemplo, o MATLAB, o MATHCAD, o MAPLE e o OCTAVE (ver a Figura A.1).
5 - 3 - 3 I1 30
- 3 10 - 9 I = - 45
2
− 3 − 7 12 I 3 15
A entrada de dados é realizada no prompt na parte inferior da tela (ver a Figura A.1).
Apêndice II
Apêndice II – Análise computacional para circuitos elétricos
Análise computacional para circuitos elétricos
4.0V V(U11:2)
2.0V
0V
5.0V
V(D5:1)
2.5V
0V
5.0V
V(U12:2)
2.5V
0V
5.0V
V(RL:2)
2.5V
SEL>>
-0.5V
0s 10us 20us 30us 40us 50us 60us 70us 80us 90us 100us
Time
Figura AII.2 – Formas de onda da porta OR de 3 entradas.
[1] PSpice – Simulação de Circuitos Analógicos e Digitais. Guia passo-a-passo. Versão Estudante, 9.1
(2003). Disponível em:
http://www.dsif.fee.unicamp.br/~fabiano/EE640/Material%20Auxiliar/PSpice_Guia_Passo_a_Passo.pdf.
[2] A Tutorial for Schematics. Fonte: http://uawc1.wayne.uakron.edu/Tutor91_2.pdf.
[3] PSpice Examples. Fonte: http://www.saadat.us/pspiceintro253.htm.
[4] Short Tutorial on PSpice. Fonte: http://www.ee.nmt.edu/~rison/ee321_fall02/Tutorial.html.
[5] EE124 Web Site - Introduction to PSPICE. Fonte: http://www.engr.sjsu.edu/ee124/p-intro.html.
198 Circuitos Elétricos em CC
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
AFONSO, A. P.; FILONI, E. Eletrônica: circuitos elétricos. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011.
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5. ed. Porto Alegre:
AMGH - McGraw-Hill & Bookman, 2013.
BARTKOWIAK, R. A. Circuitos Elétricos. São Paulo: Makron Books, 1994.
BOYLESTAD, R. L. Introductory Circuit Analysis. 10th. ed. Upper Saddle River, New Jersey : Pearson
Education, Inc., 2003.
BOYLESTAD, R. L. Introductory circuit analysis. 11th. ed. Upper Saddle River, New Jersey: Pearson
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