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CRIMES ELEITORAIS

Conceito

 Material
o violação ou exposição a perigo da fé pública eleitoral, da Administração
Eleitoral, da propaganda eleitoral, das agremiações partidárias, e do
sufrágio
 Formal
o resultado da ação ou omissão reprovável prevista e descrita na legislação
eleitoral

Natureza Jurídica – são considerados crimes comuns de acordo com o entendimento do


STF (RTJ 123/122), embora entejam codificadas em legislação específica cuja
competência para processar e julgar seja da Justiça Eleitoral

Ação Penal – a ação penal para apuração de infração à legislação eleitoral é de natureza
pública incondicionada, cabendo privativamente ao Ministério Público Eleitoral. Art.
357, CE – prazo de 10 dias.

 OBS – excepcionalmente é cabível a ação privada subsidiária da pública diante


inércia do Ministério Público Eleitoral

Competência – art. 35, CE – compete aos Juízes Eleitorais processar e julgar os crimes
eleitorais e os conexos, ressalvada a competência originária do TSE e TREs

 OBS – aos crimes de menor potencial ofensivo é permitida a adoção de


transação penal e a suspenção condicional do processo pelo Juízo Eleitoral
competente (Resolução TSE nº 21.294/2002)

Crimes Eleitorais em Espécie

 Inscrição Eleitoral Fraudulenta (art. 289, CE) – alistamento ou a transferência


fraudulenta de domicílio eleitoral, visando à proteção do procedimento de
alistamento eleitoral, que pressupõe a qualificação e inscrição do eleitor
 Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta (art. 290, CE) – consiste em
induzir alguém à inscrição eleitoral indevida. É consumado independentemente
da efetiva inscrição eleitoral
 Fraude no alistamento (art. 291, CE) – criem contra os serviços da Justiça
eleitoral. Crime próprio praticado pelo magistrado que permite que o eleitor
realize sua inscrição de forma fraudulenta, enganando, inserindo dados falsos,
inexistentes ou inverídicos no cadastro dos eleitores
 Omissão judicial (art. 292, CE) – tipo penal cometido pelo juiz que negar ou
retardar, sem fundamento legal, a inscrição de eleitor
 Impedimento ao alistamento (art. 293, CE) – ação ou omissão que vise
perturbar qualquer etapa do processo de alistamento eleitoral, tendo como fim a
proteção da normalidade da inscrição eleitoral
 Retenção de título eleitoral (art. 295, CE) – crime contra o sigilo e o exercício
do voto, tendo em vista o livre exercício do voto, e para que isso ocorra é
necessário o porte do documento
 Desordem nos trabalhos eleitorais (art. 296, CE) – promover desordem que
prejudique os trabalhos eleitorais, a lei se preocupa em garantir a tranquilidade,
ordem e a segurança dos serviços eleitorais
 Impedimento ao sufrágio (art. 297, CE) – impedir o livre exercício do voto,
devendo ser cometido no dia da eleição e mais precisamente durante o horário
da eleição para que o delito seja configurado
 Abuso de autoridade (art. 298, CE) – prender ou deter eleitor, membro de mesa
eleitoral receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato, com violação do
art. 236. CE (autoridade não pode prender eleitor desde 5 dias antes até 48 horas
depois da eleição, salvo por flagrante delito ou condenação por crime
inafiançável; candidatos 15 dias antes)
 Corrupção Eleitoral (art. 299, CE) – dar, oferecer, prometer, solicitar ou
receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem,
para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a
oferta não seja aceita. Modalidade ativa e passiva, não se exigindo aceitação da
promessa de vantagem
 Coação eleitoral por servidor (art. 300, CE) – coação por parte do servidor
público no sentido de induzir alguém a votar ou deixar de votar
 Coação com violência (art. 301, CE) – usar de violência ou grave ameaça para
coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido,
ainda que os fins visados não sejam conseguidos. Pode ser física ou moral
 Impedimento, embaraço ou fraude ao exercício do voto (art. 302, CE) –
promover, no dia da eleição, com fim de impedir, embaraçar ou fraudar o
exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma
 Majoração de preços (art. 303, CE) – majorar os preços de utilidades e serviços
necessários à realização de eleições, tais como transporte e alimentação de
eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria eleitoral
 Ocultação de alimentos e transportes (art. 304, CE) – ocultar, sonegar,
açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos,
de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusivamente
dos mesmos a determinado partido ou candidato
 Intervenção no funcionamento das mesas receptoras (art. 305, CE) – intervir
autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto
 Não observância da ordem de preferência do eleitor (art. 306, CE) – não
observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar. Crime
próprio para mesários ou secretários
 Fornecimento de cédula marcada (art. 307, CE) – oferecer ao eleitor cédula
oficial já assinada ou de qualquer forma marcada. Só admite a forma dolosa
 Entrega intempestiva de cédula (art. 308, CE) – rubricar e fornecer cédula
oficial em outra oportunidade que não a de entrega da mesma ao eleitor
 Falsa identidade na votação (art. 309, CE) – votar ou tentar votar mais de uma
vez, ou em lugar de outrem. Tentativa é punida como se crime fosse
 Anulação da votação (art. 310, CE) – praticar ou permitir membro da mesa
receptora que seja praticada, qualquer irregularidade que determine a anulação
de votação

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