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Rio de Janeiro
2020
RONALDO ANDRADE DECCAX
Rio de Janeiro
2020
Ronaldo Andrade Deccax
Aprovada por:
f
(COPPEAD/UFRJ)
_____________________________________
Profa. Paula Castro Pires de Souza Chimenti, D.Sc.
(COPPEAD/UFRJ)
_____________________________________
Prof. Ricardo Pereira Câmara Leal, D.Sc.
(COPPEAD/UFRJ)
_____________________________________
Prof. Eduardo Henrique Diniz, Ph.D.
(Fundação Getúlio Vargas - SP)
_____________________________________
Prof. Marcelo Cabus Klötzle, Ph.D.
(Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)
Rio de Janeiro
2020
DEDICATÓRIA
Dedico esta Tese de Doutorado aos meus pais Ângela e Eduardo, à minha esposa
Vaneska e aos meus filhos Vinícius e Júlia, que sempre me agraciaram com a coisa
mais essencial, poderosa e sublime deste mundo: amor sincero e incondicional.
AGRADECIMENTOS
Com origem na crise das hipotecas subprime que atingiu os EUA em 2007, a crise
mundial de 2008 suscitou um movimento internacional e com reflexos no Brasil de
ampliar e aprimorar a regulamentação e fiscalização nos mercados financeiros em
geral. Isto inclui a verificação de “suitability”, que consiste na verificação da
adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do investidor individual
(pessoa física). Além do cumprimento da regulamentação vigente, a verificação de
“suitability” para fins comerciais (captação e atendimento de clientes) também é
relevante para as instituições financeiras. Para os órgãos reguladores o interesse
maior é aprimorar a regulamentação e a fiscalização do mercado financeiro através
de uma compreensão mais profunda sobre os perfis e comportamentos de diferentes
segmentos de investidores, promovendo desta forma políticas públicas mais eficazes
voltadas à proteção dos direitos dos investidores. E para os próprios investidores tal
autoconhecimento é um balizador vital para a seleção de investimentos que
proporcionem níveis de risco, retorno, liquidez e outras características em sintonia
com os seus perfis e necessidades. Em 24/10/2017 o Presidente da CVM (Comissão
de Valores Mobiliários) e o Diretor do COPPEAD/UFRJ assinaram um acordo de
cooperação acadêmica e técnico-científica motivado pelo desenvolvimento desta
pesquisa, evidenciando a relevância do tema para a CVM. Esta Tese de Doutorado
apresenta os três artigos sequencialmente produzidos no âmbito desta parceria e
que resultaram, ao final, na proposição de uma nova API (Análise de Perfil do
Investidor) para verificação de “suitability” por exigência regulatória e para fins
comerciais e que emprega variáveis psicográficas e demográficas numa abordagem
híbrida cuja maior inovação é o uso da variável “racionalidade”. Esta nova API
poderá subsidiar uma futura revisão da Instrução CVM nº 539 e de outras normas
nacionais e internacionais correlatas, além de contribuir para a evolução das
técnicas de segmentação de investidores para fins comerciais utilizadas pelos
intermediários financeiros.
Originating in the subprime mortgage crisis that hit the USA in 2007, the global crisis
in 2008 sparked an international movement with repercussions in Brazil to expand
and improve regulation and supervision in financial markets in general. This includes
the verification of “suitability”, which consists of verifying the suitability of products,
services and operations to the profile of the individual investor. In addition to
complying with current regulations, the verification of “suitability” for commercial
purposes (attracting and serving customers) is also relevant for financial institutions.
For regulatory bodies, the greatest interest is to improve regulation and inspection of
the financial market through a deeper understanding of the profiles and behaviors of
different segments of investors, thus promoting more effective public policies aimed
at protecting investor rights. And for investors themselves, this self-knowledge is a
vital driver for selecting investments that provide levels of risk, return, liquidity and
other characteristics in line with their profiles and needs. On 10/24/2017 the
President of CVM (Brazil’s Securities Exchange Commission) and the Dean of
COPPEAD/UFRJ signed an academic and technical-scientific cooperation agreement
motivated by the development of this research, highlighting the relevance of the
theme for CVM. This Doctoral Thesis presents the three articles sequentially
produced within the scope of this partnership and which resulted, in the end, in the
proposal of a new customer's investment profile analysis to verify suitability due to
regulatory requirements and for commercial purposes and that employs
psychographic and demographic variables in a hybrid approach whose greatest
innovation is the use of the “rationality” variable. This new profile analysis may
support a future revision of CVM Instruction nº 539 and other related national and
international standards, in addition to contributing to the evolution of investor
segmentation techniques for commercial purposes used by financial intermediaries.
Keywords: Behavioral Sciences, Investor Suitability, Customer Acquisition, Market
Segmentation, Consumer Behavior.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 16
1º ARTIGO – INVESTOR SEGMENTATION: HOW TO IMPROVE CURRENT
TECHNIQUES BY INCORPORATING BEHAVIOURAL FINANCE CONCEPTS? ... 19
1.1 Introduction ............................................................................................................................................ 21
Appendix A .................................................................................................................................................. 41
Appendix B .................................................................................................................................................. 42
Apêndice A .................................................................................................................................................. 68
Apêndice B .................................................................................................................................................. 70
Apêndice C .................................................................................................................................................. 71
Apêndice D .................................................................................................................................................. 73
3º ARTIGO – PRÁTICAS DE VERIFICAÇÃO DE SUITABILITY EM
INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS NO BRASIL E PROPOSIÇÃO DE UMA
NOVA API (ANÁLISE DE PERFIL DO INVESTIDOR) ................................................... 74
3.1 Introdução .............................................................................................................................................. 76
INTRODUÇÃO
A pesquisa que resultou nesta Tese de Doutorado foi norteada, desde as suas
etapas mais incipientes, pela busca por relevância e originalidade. Para tanto foi
essencial a aplicação, nos seus meios e nos seus fins, do conceito de "engaged
scholarship" preconizado por Van de Ven (2007) e que se materializou no intenso
envolvimento da CVM desde a concepção desta pesquisa e também durante todas
as suas etapas. O objetivo maior foi produzir conhecimento relevante e inédito tanto
para a Ciência quanto para os “praticantes” (neste caso, que atuam em órgãos
reguladores, em intermediários financeiros e no mercado financeiro como
investidores).
ABSTRACT
1.1 Introduction
Despite its great importance and complexity and status as the object of study
of various areas – such as Finance (including Behavioural Finance), Psychology,
General Administration (including Judgment and Decision Making), Economics and
Marketing - , the articles on this specific theme published in respected journals are
relatively scarce and exhibit highly disparate approaches. This reveals that the theme
is probably still far from achieving maturity and, thus, harbours opportunities for
significant contributions.
Foscht et al. (2010) point out that the “…growing number of approaches to
market segmentation shows that it has become increasingly important for banks to
adopt more sophisticated forms of segmentation to get closer to their customers in
order to retain their customer base.”.
The overwhelming majority of the most recent studies – Keller & Siegrist
23
(2006), Fünfgeld & Wang (2009) and Makgosa et al. (2016), to cite just a few –
combine psychographic and demographic characteristics in their hybrid approaches
to financial services customer segmentation. This combination is becoming
increasingly predominant in studies of the theme, which adopt a substantial variety of
terminologies, classifications and criteria.
Studies of hybrid segmentation that focus on investors are rare, with the one
developed by Keller & Siegrist (2006) constituting an exception. The present study
attempts to fill this gap by considering the results of studies of segmentation of
customers of other financial services and using applicable Behavioural Finance
concepts.
The main basis of this study was a broad bibliographical review that focused
on respected journals, particularly from the Finance, Behavioural Finance and
Judgment and Decision-Making areas. Various important studies in the Psychology,
Marketing, Economics and General Administration areas were also analyzed.
made of articles from other reputable journals that are not listed in Appendix B.
However, over time, it became clear that multiple factors had to be used in
financial services customer segmentation to achieve more effective results. Harrison
(1994) and Machauer & Morgner (2001) constitute examples of articles that criticize
unrealistic simplification, questionable generalization of results and the limited
practical importance of segmentation using single factors. Hybrid segmentation
became a growing trend due to its promising results in the mitigation of the limitations
inherent to segmentation according to single factors. It uses an integrative and
multidimensional approach that is able to exploit the advantages provided by each
factor by using them together.
that the different segmentation approaches have strong and weak points and that
there is no ideal approach. However, two trends emerge quite clearly: the use in
nearly all studies of demographic factors and the predominance of demographic and
psychographic factor combinations.
Like practically any method, demographic segmentation also has its limitations.
Within the ambit of financial services customer segmentation studies, one should
highlight the limitations exhibited by two of them in particular:
Singh Minhas & Jacobs (1996): citing three previous studies, affirm that
demographic measures (except “education”, or in the case of specific
products targeted to specific socio-demographic groups) are limited
predictors of consumer behaviour;
Machauer & Morgner (2001): argue that the use of demographic criteria
constitutes a quest for their indirect relations with attitude patterns and that
this is less effective than the development of a specific questionnaire that
measures attitudes directly. These arguments were corroborated in their
study using a survey followed by cluster analyses to generate banking
service customer segments, in which they obtained superior results (in
terms of homogeneity and profile) when using psychographic variables,
compared to those obtained with demographic variables.
However, many important studies found that the use of demographic variables,
in most cases in combination with other demographic variables or psychographic
26
(2000) and Foscht et al. (2010). By contrast, its impact, according to the
results obtained by Makgosa et al. (2016), was insignificant.
Big Five personality structure developed by Costa & McCrae (1992) and,
according to Bucciol & Zarri (2017) – who applied it in the study of financial
31
The roots of Behavioural Finance are imprecise and defined in different ways
according to the criteria adopted by each researcher. Nevertheless, one can affirm
that, in a certain way, they date back to the beginnings of the studies of Economic
Science in its modern sense as a separate discipline in the 18th century:
"During the classical period, economics had a close link with psychology.
For example, Adam Smith wrote an important text describing psychological
principles of individual behaviour and Jeremy Bentham wrote extensively
on the psychological underpinnings of utility.” (Singh, 2010).
foundations. This opposition between the two currents of thought was deepened by
Prospect Theory (Kahneman & Tversky, 1979), which was a milestone in the
development of the Behavioural Finance discipline, with its successful explanation of
a series of documented anomalies in economic decision making by applying cognitive
psychology techniques. And, subsequently, owing to the fact that Shiller (1981)
characterized the Efficient Market Hypothesis (one of the pillars of Neoclassical
Economics) as an economic model with little relation to reality - which was confirmed
by several researches, such as Boujelbène-Abbes et al. (2013) and Tripathy (2013) -,
and the critique of the concept of homo economicus by confronting the “Econs” and
“Humans” archetypes of economic theory agents (Thaler & Sunstein, 2008), in
addition to many other Behavioural Finance studies and theories.
The importance of this area has been increasingly recognized and nothing
probably reveals this better than the fact that four Behavioural Finance academics
have been awarded the Nobel Prize in Economic Sciences: Herbert A. Simon (in
1978, for his pioneering research into the decision-making process within economic
organizations), Daniel Kahneman (in 2002, for having integrated insights from
psychological research into economic science, especially concerning human
judgment and decision-making under uncertainty), Robert J. Shiller (in 2013, for his
empirical analysis of asset prices) and Richard H. Thaler (in 2017, for his
contributions to Behavioural Economics).
The known universe of heuristics and biases is vast and still expanding due to
the enormous quantity of studies already undertaken and ongoing in various areas
(especially Psychology and Behavioural Finance). There are now dozens of heuristics
34
and biases and their influence on financial decision making has been demonstrated
by studies published in respected journals. Three of these biases are particularly
prominent in the bibliographical review performed by this study, as shown by the
number of articles that analyze them:
Risk Aversion: Kahneman & Tversky (1979), Keller & Siegrist (2006),
Singh (2010), Merkle & Weber (2014), Aren & Zengin (2016), Bucciol &
Zarri (2017) and Sokolowska & Makowiec (2017);
All the heuristics and biases originate in brain mechanisms involved in the
decision process, which were represented in a synthetic fashion by the revolutionary
mutually complementary concepts of “System 1” (automatic, rapid, intuitive, largely
unconscious and extremely vulnerable to biases) and “System 2” (voluntary, relatively
slow, rational, conscious, analytical and responsible for self-control and complex
calculations), introduced by Stanovich & West (2000). This theoretical contribution,
also derived from Psychology – from studies such as Epstein (1994) and its cognitive-
experiential self-theory (CEST) which created the ideas of “experiential system” and
“rational system” –, represents one of the pillars of Behavioural Finance, recognized
and also used by renowned studies in the area such as, for example, Thaler &
Sunstein (2008) and, especially, Kahneman (2011).
Kahneman (2011) cites studies which reveal that some individuals (called
“lazy”) who are more inclined to accept decisions taken exclusively by their System 1
– and, consequently, more likely to commit errors – and others (called “engaged”),
whose System 2 assumes a more leading role – who are naturally less prone to
decision making errors.
important core ideas in terms of the aims of this study are the following:
Based on the broad bibliographical review undertaken in the ambit of this study
and the results of the various studies analyzed, one can conclude that using a hybrid
approach which combines psychographic and demographic characteristics is the
most promising one for investor segmentation, including in Brazil. That is, maintaining
Keller & Siegrist’s (2006) strategy for investors, Fünfgeld & Wang’s (2009) approach
for banking and financial product customers and Makgosa et al.’s (2016) for savers.
In this hybrid approach demographic segmentation could use all the variables
that were shown to be more important in previous studies and already referred to in
this article: “marital status”, “gender”, “consumption record”, “age”, “income level”,
“education” and “occupation”.
Pacini & Epstein (1999), whose results revealed that “rationality” is the
determining factor when relevant decisions are taken. According to Norris
& Epstein (2011), the two thinking styles measured by REI accounted for
substantial variance beyond that accounted for by other personality
measures, including the Big Five personality traits, the Constructive
Thinking Inventory and the Basic Beliefs Inventory.
1.4 Conclusions
The next stage of the study proposed here would be to apply the questionnaire
resulting from the proposals for improvements laid out in this article in a statistically
representative sample and analyze the data gathered using quantitative techniques
such as Factorial Analysis, Cluster Analysis and Discriminant Analysis. As a final
result, the main purpose is to help the Brazilian market by making important
discoveries that lead to improvements in financial institutions’ customer acquisition
methods and the services they provide, in investors’ selection of their investments
and in the regulations that govern the financial sector – especially CVM Instruction nº
539 of November 13th, 2013, which regulates prior suitability verification in Brazil.
Thus, it will be possible to better understand, classify and satisfy investors - these
40
Acknowledgements
The authors would like to acknowledge the financial support from the
Brasilprev Research Chair in Social Security and from the Brazilian National School
of Insurance and the technical support of Brazil’s Securities Exchange Commission
(Comissão de Valores Mobiliários - CVM) that provided them with significant and
helpful comments.
41
Appendix A
Appendix B
Cadernos EBAPE-FGV.
Decision Sciences.
Econometrica.
Mathematical Finance.
RESUMO
2.1 Introdução
O outro fator de distinção entre este estudo e o de Deccax & Campani (2019)
– a metodologia empregada – é detalhado ao longo deste artigo e consistiu numa
survey junto ao universo de instituições financeiras sujeitas à Instrução CVM nº 539.
2.2.1 Literatura
2.2.2 Regulamentação
A SEC é a agência federal dos Estados Unidos que aplica as leis de títulos
federais e efetua a regulação do setor de valores mobiliários no país. Foi fundada em
1934 durante a Grande Depressão decorrente do crash da Bolsa de Valores de Nova
York em 1929. Como a SEC regula e fiscaliza o maior e mais desenvolvido mercado
mobiliário do mundo, representa uma referência para muitos dos seus congêneres
em outros países.
Em 5 de junho de 2019 a SEC aprovou uma nova norma que aborda este
tema e com vigência a partir de 10 de setembro de 2019, a “Regulation Best
Interest”. O principal avanço obtido na proteção dos investidores é que os corretores
também passam a ser obrigados (não obstante alguns condicionantes), assim como
os consultores financeiros já eram, a agir no “melhor interesse” de um cliente de
varejo – de acordo com o chamado “padrão fiduciário”, acima do anteriormente
vigente “padrão de suitability” – ao fazer uma recomendação de qualquer transação
ou estratégia de investimento envolvendo valores mobiliários. No antigo “padrão de
suitability” aplicável aos corretores, era suficiente que a recomendação fosse
“apropriada”, não sendo necessário ser do “melhor interesse” do investidor. Por outro
lado, a nova norma não elimina, mas continua apenas a mitigar os conflitos de
interesse segundo O´Brien (2019).
Sarreta alegou que não foi devidamente informado a respeito dos riscos aos quais
estava sujeito numa operação efetivada sob sua demanda e que, em consequência,
a mesma não era compatível com seu perfil. A CVM identificou que não houve
preenchimento de análise do perfil deste investidor e reverteu a decisão da BSM,
empresa integrante do grupo B3 responsável pela supervisão dos mercados
administrados pela mesma, que havia decidido pelo não ressarcimento e pela
instauração de processo administrativo contra a XP (CVM..., 2019).
distintos;
2.3 Metodologia
zelar pelo cumprimento da referida norma. Este ofício, além de conter o link para o
questionário eletrônico a ser respondido, contextualizava a survey no âmbito de uma
linha de pesquisa cujo objetivo final é desenvolver um modelo aprimorado de
segmentação de investidores individuais. Além disso, o ofício enfatizava que os
dados obtidos seriam tratados de forma agregada (assegurando a confidencialidade
dos respondentes) e garantindo que os mesmos não seriam utilizados para nenhuma
medida posterior de fiscalização ou de penalização por parte da CVM nos
respondentes.
Após o envio do convite foram realizadas duas rodadas de contato por e-mail
e 59 contatos individuais por telefone junto às entidades intermediárias que não
preencheram com celeridade o questionário eletrônico da survey. Nestes contatos
foram contornados diversos obstáculos que dificultavam ou desestimulavam a
participação das empresas, em especial a desatualização do cadastro supracitado
da CVM e dúvidas e receios dos seus executivos quanto aos objetivos e
desdobramentos da pesquisa.
Apesar dos efetivos respondentes em nome de cada empresa não terem sido
formalmente identificados com o intuito de manter o sigilo e assim não desestimular
a sua participação, durante os contatos por e-mail e por telefone ficou evidente que
as empresas estavam designando executivos (gerentes, superintendentes e
diretores, sobretudo os dois últimos) das suas áreas de compliance e de outras
correlatas para participar da survey.
2.4 Resultados
É lícito supor que o fato do convite para participar da survey aqui realizada ter
sido enviado pela CVM aos intermediários financeiros, não obstante contendo
claramente a informação de que a participação era voluntária, contribuiu para este
comportamento defensivo dos respondentes. Isto já era esperado e foi corroborado
também pelo fato da survey ter sido respondida por 60 dos 72 intermediários
financeiros convidados, indicando que os respondentes provavelmente temeram
desagradar o órgão regulador e fiscalizador do mercado. Para mitigar e evidenciar
este viés, foi inserida na survey a pergunta 31 supracitada e também levadas em
62
Nos itens “Na avaliação dos perfis dos seus clientes o intermediário
sempre considera a sua idade” e “Na avaliação dos perfis dos seus
clientes o intermediário sempre considera o seu perfil tributário”, os
desvios-padrão ainda mais elevados, as médias ainda mais baixas e as
medianas inferiores são reflexo dos 18 e dos 26, respectivamente,
intermediários que admitiram a sua não plena aderência a estas práticas.
A análise dos dados obtidos por meio das quatro perguntas da parte do
questionário sobre as práticas em segmentação de investidores para fins de
captação e atendimento de clientes revelam que:
2.5 Conclusões
Agradecimentos
Apêndice A
Cadernos EBAPE-FGV.
Decision Sciences.
Econometrica.
Apêndice B
Faz parte de um
Empregados Faturamento Anual no Origem do Capital
# Intermediário conglomerado
no Brasil Brasil Social
financeiro?
1 Advalor Distribudora de Titulos e Valores Mobiliarios Ltda 5 R$ 322.959,69 Nacional Não
2 Ágora CTVM 122 R$ 59.453.000,00 Nacional Sim
3 ALFA CORRETORA DE CÂMBIO E VALORES MOBILIÁRIOS S.A. 7 R$ 30.256.000,00 Nacional Sim
4 AMARIL FRANKLIN CTV LTDA 25 R$ 5.944.910,27 Nacional Não
5 Ativa Investimentos SA CTCV Nacional Não
6 Banco Mercantil do Brasil S.A. 2750 R$ 2.531.797.000,00 Nacional Sim
7 Banco Votorantim S.A. R$ 512.171.000,00 Nacional Sim
8 Banrisul S.A. Corretora de valores Mobiliarios e Cambio R$ 18.279.664,98 Nacional Sim
9 BGC LIQUIDEZ DISTRIBUIDORA DE TITULOS E VALORES MOBILIARIOS LTDA 122 R$ 88.505.672,13 Estrangeira Sim
10 Bradesco CTVM 201 R$ 492.851.000,00 Nacional Sim
11 BRASIL PLURAL CCTVM S.A. 62 R$ 46.067.480,41 Nacional Sim
12 BTG PACTUAL CORRETORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS S/A Nacional Sim
13 CITIGROUP GLOBAL MARKETS BRASIL CCTVM S.A. 78 R$ 147.100.000,00 Estrangeira Sim
14 CM Capital Markets Corretora de Câmbio e Títulos e Valores Mobiliários Ltda 127 R$ 53.985.256,58 Estrangeira Sim
15 Codepe Corretora de Valores e Câmbio S.A. 20 R$ 35.288.727,00 Nacional Não
16 COINVALORES CORRETORA DE CAMBIO E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA 100 R$ 24.659.407,00
17 Concórdia S.A. Corretora de Valores Mobiliários, Câmbio e Commodities 108 R$ 51.064.724,01 Nacional Não
18 CORRETORA GERAL DE VALORES E CAMBIO LTDA 26 R$ 11.667.065,14 Nacional Não
19 CREDIT SUISSE (BRASIL) S.A. CORRETORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 81 R$ 277.070.000,00 Nacional Sim
20 DIBRAN DTVM LTDA 8 R$ 3.544.804,99 Nacional Não
21 DILLON S/A DTVM 7 R$ 16.400.000,00 Nacional Não
22 EASYNVEST - TÍTULO CORRETORA DE VALORES SA 230 R$ 90.000.000,00 Estrangeira Não
23 elite corretora de cambio e valores mobiliários 82 R$ 14.934.963,82 Nacional Não
24 FATOR SA - CORRETORA DE VALORES 18 R$ 16.256.000,00 Nacional Sim
25 Genial Investimentos Corretora de Valores S.A. 205 R$ 58.265.493,01 Nacional Sim
26 Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores 219 R$ 77.889.292,47 Nacional Sim
27 H.COMMCOR DTVM LTDA 39 R$ 10.933.397,01 Nacional Não
28 Haitong Banco de Investimento do Brasil S/A 83 Estrangeira Sim
29 Hoya CVC LTDA 27 R$ 150.000,00 Nacional Não
30 ICAP do Brasil CTVM Ltda. 44 R$ 44.862.755,21 Estrangeira Sim
31 Inter DTVM Ltda 13 Nacional Sim
32 INTL FCSTONE DISTRIBUIDORA DE TITULOS E VALORES MOBILIARIOS LTDA 27 R$ 12.988.596,40 Nacional Sim
33 Itau Unibanco SA 99332 R$ 9.500.000.000,00 Nacional Sim
34 MAGLIANO S.A CORRETORA DE CAMBIO E VALORES MOBILIÁRIOS 40 R$ 10.000.000,00 Nacional Não
35 MÁXIMA S/A CORRETORA DE CÂMBIO, TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS R$ 524.032,84 Nacional Sim
36 Merrill Lynch S/A Corretora de Títulos e Valores Mobiliários 14 R$ 170.032.000,00 Estrangeira Sim
37 Mirae Asset Wealth Management (Brazil) CCVTM Ltda. 58 R$ 81.215.513,64 Nacional Não
38 Modal Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA 122 R$ 5.783.000,00 Nacional Sim
39 Morgan Stanley Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. 91 R$ 181.170.000,00 Estrangeira Sim
40 MUNDINVEST S/A CORRETORA DE CÂMBIO E VALORES MOBILIARIOS 14 R$ 6.368.836,95 Nacional Não
41 Nova Futura CTVM Ltda. 60 R$ 36.703.203,09 Nacional Não
42 NOVINVEST CORETORA DE VALORES MOBILIÁRIOS LTDA. 26 R$ 10.583.089,70 Nacional Não
43 ORLA DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIARIOS S.A 23 R$ 475.247,93 Nacional Não
44 Ourinvest Distribuidora de Titulos e Valores Mobiliários S/A 45 R$ 31.848.000,00 Nacional Sim
45 Planner Corretora de Valores S/A 136 R$ 50.214.430,35 Nacional Sim
46 RB Capital Investimentos DTVM Ltda R$ 1.018.000,00 Nacional Não
47 RENASCENÇA DTVM LTDA 66 R$ 51.030.253,00 Nacional Não
48 Safra Corretora de Valores e Câmbio Ltda Nacional Sim
49 SANTANDER CORRETORA DE CAMBIO E VALORES MOBILIARIOS S.A. 140 R$ 40.642.000,00 Nacional Sim
50 SITA SCCVM S/A 26 R$ 14.575.486,64 Nacional Não
51 SOCOPA - Sociedade Corretora Paulista S.A. 160 R$ 120.600.000,00 Nacional Sim
52 Solidez CCTVM Ltda R$ - Nacional Não
53 Spinelli S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio. 90 R$ 24.329.061,07 Nacional Não
54 TERRA INVESTIMENTOS DTVM LTDA 88 R$ 27.500.000,00 Nacional Não
55 Tullett Prebon Brasil CVC Ltda 117 R$ 44.042.000,00 Estrangeira Sim
56 Um Investimentos S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários 40 R$ 9.593.889,44 Nacional Não
57 UNILETRA CORRETORA DE CÂMBIO, TÍTULOS E VALORES MOBILIARIOS S.A. 14 R$ 11.730.026,61 Nacional Sim
58 VIC DTVM S.A Nacional Não
59 Walpires S/A Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários 50 R$ 11.002.691,62 Nacional Não
60 XP Investimentos CCTVM S/A 1200 R$ 2.062.000.000,00 Nacional Não
71
Apêndice C
Apêndice D
RESUMO
3.1 Introdução
3.2 Literatura
VARIÁVEIS
PSICOGRÁFICAS
Atitudes Financeiras e
Usada Usada Usada
Percepções
Benefícios Usada Usada Usada Usada
Comportamentos, Intenções e
Usada Usada Usada
Interesses
Conhecimento de Finanças Usada
Valores Pessoais Usada Usada Usada
(1) Pesquisas analisadas não alcançam consenso quanto ao reflexo nos retornos financeiros dos clientes
Mehran & orientados de forma enviesada por instituições financeiras.
Stulz (2007) (2) Via análise econômica mostram que conflitos de interesse são a regra quando os custos de contratação são
elevados e há assimetria de informação.
(1) Ponderam que a assimetria de informação entre clientes e instituições financeiras quanto à adequação
(“suitability ”) de produtos financeiros aos clientes é desfavorável a estes.
(2) Demonstraram por meio de um modelo teórico que conflitos de interesse podem enviesar orientações
Bolton et al .
fornecidas por instituição financeiras e recebidas por clientes quando estes não possuem capacidade de avaliar
(2007)
a adequação destas orientações.
(3) Alegam que os conflitos de interesse podem ser contornados em mercados com elevada competição e
consolidação.
(1) Identificaram que investidores mais ricos, mais velhos, mais experientes e do sexo feminino tendem a
Hackethal et receber, a pedido ou não, mais orientações de especialistas financeiros.
al . (2012) (2) Constataram que os investidores orientados por especialistas financeiros obtiveram, na média, resultados
inferiores em termos de rentabilidade e de relação entre risco e retorno.
(1) Identificou que clientes que acreditam possuir maior conhecimento de Finanças, sem necessariamente o
possuir, são menos inclinados a buscar orientação especializada.
Kramer
(2) Não encontrou nos clientes relação alguma entre efetivo conhecimento de Finanças e busca por orientação
(2016)
especializada, o que é preocupante pois clientes com menor conhecimento deveriam procurar por mais ajuda.
Guterman
Constatou que os robo-advisors não seguiam plenamente as diretrizes da CVM referentes à “suitability ”.
(2017)
(1) Evidenciou que investidores tendem a escolher produtos com desempenho inferior.
(2) Concluiu que assimetrias de informação não são o bastante para justificar tal propensão, levantando a
possibilidade de que a divergência entre os incentivos financeiros de corretores e de investidores (taxas
Egan (2019)
cobradas e retornos obtidos, respectivamente) deva ser considerado como uma causa adicional.
(3) Os resultados obtidos pela sua pesquisa convergem com os de muitas outras analisadas, levando à
constatação de que o conflito de interesses é algo predominante nos mercados financeiros.
Com origem na crise das hipotecas subprime que atingiu os EUA em 2007, a
crise mundial de 2008 – a segunda mais grave desde o século XX – suscitou um
movimento internacional e com reflexos no Brasil de ampliar e aprimorar a
regulamentação e fiscalização nos mercados financeiros em geral. Isto inclui a
verificação de “suitability” e o marco inicial desta tendência mundial foi o relatório
publicado em 2008 pelo BIS (Bank for International Settlements) que constatou na
ocasião uma significativa heterogeneidade de diretrizes regulatórias relativas à
verificação de “suitability” de investidores individuais – isto tanto entre em países
quanto entre setores financeiros distintos. Como desdobramento, o BIS orientou as
diversas agências regulatórias dentro de cada país a buscarem uma convergência
nas suas diretrizes para mitigar o risco de agentes do mercado tirarem proveito
destas discrepâncias encontradas (CUSTOMER..., 2019).
Deccax & Campani (2019b), por meio de uma survey que foi respondida por
60 dos 72 intermediários financeiros sujeitos à Instrução CVM nº 539, ratificam esta
necessidade de aprimoramento da qual a CVM está consciente e também descortina
possíveis ações neste sentido (não apenas na verificação de “suitability” por
exigência regulatória, mas igualmente para fins comerciais):
3.3 Metodologia
Faz parte de um
Intermediário Empregados no Faturamento Anual Origem do
Natureza conglomerado
Financeiro Brasil no Brasil Capital Social
financeiro?
1 Corretora Até 100 Até R$ 20 milhões Nacional Não
2 Banco Mais de 50 mil Mais de R$ 5 bilhões Nacional Sim
Mais de 100 Mais de R$ 20 milhões
3 Corretora Nacional Sim
até 500 até R$ 100 milhões
Mais de R$ 100
Mais de 100
4 Corretora milhões Nacional Sim
até 500
até R$ 500 milhões
3.4 Resultados
"sensíveis".
perdas;
com o mesmo;
A primeira delas se deu pela corroboração de dois dos seus resultados mais
relevantes: o conflito de interesses entre investidores e intermediários financeiros e
uma ampla diversidade nas práticas de verificação de “suitability” no Brasil. A
segunda foi por não apenas reiterar, mas, principalmente, por também esmiuçar e
complementar os seguintes resultados alcançados por Deccax & Campani (2019b):
Esta abordagem híbrida se materializa aqui pela sugestão de uma nova API
(detalhada no Apêndice B) que utiliza as variáveis relacionadas a seguir,
selecionadas a partir do modelo de Deccax & Campani (2019a) e de acordo com os
resultados obtidos por Deccax & Campani (2019b) e por esta pesquisa.
Adicionalmente, foram selecionadas as variáveis mais relevantes para os propósitos
deste estudo, que têm se mostrado mais eficazes na segmentação de clientes de
serviços financeiros em geral e cuja mensuração já foi realizada com sucesso via
questionários utilizados por pesquisas anteriores. Também houve o zelo de não se
elaborar um questionário extenso a ponto de comprometer a acuracidade do seu
preenchimento pelos investidores.
101
Variáveis demográficas:
Variáveis psicográficas:
3.6 Conclusões
fundamentou a proposição neste estudo de uma nova API, a qual emprega variáveis
psicográficas e demográficas numa abordagem híbrida cuja maior inovação é o uso
da variável “racionalidade”.
Agradecimentos
Apêndice A
Cadernos EBAPE-FGV.
Decision Sciences.
Econometrica.
Mathematical Finance.
Apêndice B
( ) Casado(a);
( ) Desquitado(a) ou separado(a) judicialmente;
( ) Divorciado(a);
( ) Viúvo(a);
( ) Solteiro(a);
( ) União estável.
( ) Feminino;
( ) Masculino.
5. Caso você possua nível superior, mesmo que ainda cursando ou incompleto por
outra razão, qual é a sua principal área de formação?
6. Nos últimos quatro anos você possuiu em algum momento quais dos produtos
financeiros abaixo relacionados? Podem ser marcadas mais de uma alternativa.
107
( ) Previdência privada;
( ) Poupança;
( ) Fundos de investimento;
( ) Ações;
( ) CDBs e RDBs;
( ) Títulos públicos;
( ) Debêntures;
( ) Clubes de investimento;
( ) Outros;
( ) Nenhum.
( ) Não remunerado;
( ) Conta própria (trabalha explorando o seu próprio empreendimento,
sozinho ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda
de trabalho não remunerado de membro da unidade domiciliar em que
reside);
( ) Empregado sem carteira de trabalho assinada;
( ) Empregado com carteira de trabalho assinada;
( ) Militar do Exército, Marinha, Aeronáutica, Policia Militar ou Corpo de
Bombeiros;
108
Selecione para cada pergunta a seguir uma alternativa como melhor resposta dentro
do seu conhecimento.
3. Se a taxa de juros cair, o que deve acontecer com os preços dos títulos
prefixados?
( ) Subirem;
( ) Caírem;
( ) Não sofrerem alteração;
( ) Nenhuma das anteriores;
( ) Não sei responder;
( ) Prefiro não responder.
( ) Verdadeiro;
( ) Falso;
( ) Não sei responder;
( ) Prefiro não responder.
( ) Verdadeiro;
( ) Falso;
( ) Não sei responder;
( ) Prefiro não responder.
( ) Caderneta de poupança;
( ) Títulos de renda fixa;
( ) Ações;
( ) Não sei responder;
( ) Prefiro não responder.
( ) Caderneta de poupança;
( ) Títulos de renda fixa;
( ) Ações;
( ) Não sei responder;
( ) Prefiro não responder.
8. Quando um investidor distribui seu dinheiro entre ativos diferentes, o seu risco de
perder dinheiro:
( ) Sobe;
( ) Cai;
( ) Não sofre alteração;
( ) Não sei responder;
( ) Prefiro não responder.
111
Selecione para cada item a seguir a alternativa que representa de forma mais
precisa a sua opinião, percepção ou comportamento.
1 Eu sou, de forma geral, uma pessoa totalmente preparada para assumir riscos.
Concordo Concordo Não concordo Discordo Discordo
plenamente nem discordo totalmente
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 Eu busco fortes emoções na obtenção de elevados retornos financeiros em
investimentos.
Concordo Concordo Não concordo Discordo Discordo
plenamente nem discordo totalmente
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
3 Eu prefiro opções de investimentos que tenham oscilado muito (ganhos e perdas
significativos) nos últimos seis meses, pois possuem potencial de elevado retorno
financeiro.
Concordo Concordo Não concordo Discordo Discordo
plenamente nem discordo totalmente
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
4 Eu vejo o risco como uma oportunidade de ganhar dinheiro.
Concordo Concordo Não concordo Discordo Discordo
plenamente nem discordo totalmente
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
5 Eu acredito que um elevado retorno num investimento, mesmo que isto signifique
assumir um elevado risco, é o aspecto mais importante.
Concordo Concordo Não concordo Discordo Discordo
plenamente nem discordo totalmente
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
112
A seguir estão três problemas com diferentes graus de dificuldade. Tente resolvê-los
da melhor maneira possível e sem consultar nenhuma pessoa ou fonte de
informação.
1. Um taco e uma bola custam R$ 110 no total. O taco custa R$ 100 a mais que a
bola. Quanto custa a bola? R$_________.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, foi respondida a questão proposta por esta pesquisa: ”quais são os
elementos essenciais para a construção de um novo modelo de segmentação de
investidores individuais?”.
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