Esta atividade analisa as normas jurídicas e práticas relacionadas ao gênero na UFSC. A Resolução Normativa no 181 e a consulta pública da Política Institucional de Equidade de Gênero estabelecem ações afirmativas para pessoas trans e não binárias. As práticas incluem a proibição da amamentação na sala de aula, a justificativa de assédio como "brincadeira", e a dificuldade de mulheres ascenderem a cargos de liderança.
Descrição original:
Atividade universitária sobre ética profissional e relações de gênero.
Esta atividade analisa as normas jurídicas e práticas relacionadas ao gênero na UFSC. A Resolução Normativa no 181 e a consulta pública da Política Institucional de Equidade de Gênero estabelecem ações afirmativas para pessoas trans e não binárias. As práticas incluem a proibição da amamentação na sala de aula, a justificativa de assédio como "brincadeira", e a dificuldade de mulheres ascenderem a cargos de liderança.
Esta atividade analisa as normas jurídicas e práticas relacionadas ao gênero na UFSC. A Resolução Normativa no 181 e a consulta pública da Política Institucional de Equidade de Gênero estabelecem ações afirmativas para pessoas trans e não binárias. As práticas incluem a proibição da amamentação na sala de aula, a justificativa de assédio como "brincadeira", e a dificuldade de mulheres ascenderem a cargos de liderança.
a) Escolher uma categoria a ser analisada (gênero, raça, diversidade funcional,
regionalidade, etc.) (1,0) Categoria: Gênero
b) Observar e indicar quais as normas jurídicas relacionadas à categoria escolhida
(sugiro duas normativas, resoluções internas da UFSC ou lei geral) (3,0) A Universidade Federal de Santa Catarina publicou, em agosto de 2023, a Resolução Normativa nº 181, que “dispõe sobre a Política Institucional de Ações Afirmativas de acesso, concursos, permanência qualificada para pessoas que se autodeclaram transexuais, travestis, transmasculinas, transgêneras e/ou não binárias e sobre o enfrentamento da transfobia no âmbito da Universidade Federal de Santa Catarina”, propondo-se a ser “instrumento de promoção da equidade, sem discriminações, abrangendo a identidade e/ou expressão de gênero no que diz respeito aos princípios de dignidade da pessoa humana e de inviolabilidade da intimidade e da vida privada, bem como no combate dos preconceitos, da discriminação e das violências por razão de identidade de gênero, mediante uma política de ampliação do acesso e de estímulo à permanência das pessoas trans”. Ainda, a UFSC disponibilizou, em outubro de 2023, consulta pública da Minuta de Resolução Normativa que estabelece a Política Institucional de Equidade de Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina. Já em sua (atual) primeira versão, estabelece como objetivo “promover a equidade de gênero em todas as instâncias institucionais, fomentando ações educacionais e a construção de um ambiente inclusivo e igualitário pautado na cultura de respeito às mulheres e pessoas gênero-dissidentes”.
c) Descreverem práticas relacionadas aos domínios de poder estrutural (1,5), disciplinar
(1,5), cultural (1,5) e interpessoal (1,5). Em relação ao domínio disciplinar do poder, uma prática que acontece nas Universidades é a proibição imposta às alunas mães em relação a amamentação de seus filhos na sala de aula, muitas vezes sendo destratada pela nudez ao prover a necessária alimentação do bebê. Deve, então, ser mantido e ampliado o Serviço de Apoio a Amamentação (SAAM/PROAFE), para que essas mães possam amamentar livremente seus filhos em qualquer lugar. Uma prática de domínio cultural de poder que infelizmente se tornou corriqueira tanto nas Universidades, como ao redor do mundo todo, é a tentativa infundada de tentar justificar o assédio, tentando lhe atribuir um caráter jocoso para mascarar a situação real e de constrangimento que esses comentários constantes e gestos obscenos são, alegando que era “apenas uma brincadeira”, ou que ela “interpretou errado”, buscando assim diminuir a voz da mulher na hora de sua defesa. Tratando-se do domínio estrutural do poder, uma prática relacionada ao tema gênero pode ser verificada na análise das diferentes perspectivas de ascensão profissional dentro do mesmo meio. Segundo o relatório Women in the Workplace, da consultoria McKinsey em parceria com a ONG LeanIn.Org, mulheres brancas ocupam 21% dos cargos C-Level, contra 61% dos homens brancos. Nesse contexto, torna-se mais claro por que uma professora ou aluna em nossa universidade geralmente acaba tendo mais dificuldade de se destacar no meio acadêmico: há um mecanismo de controle sobre o fator de gênero na constituição estrutural das instituições de poder em nossa sociedade. Esse preconceito se origina de uma visão cultural que atribui à mulher um papel de personagem secundário, enquanto ao homem um papel de protagonista. Ou seja, enquanto uma mulher com alto desempenho é vista como “esforçada”, um homem na mesma posição se passa por “gênio”, insinuando diferentes perspectivas de crescimento Justamente nesse contexto que surge o chamado teto de vidro, e justamente por causa desse fenômeno que uma professora ou aluna em nossa universidade acaba tendo mais dificuldade de se destacar no meio acadêmico. Assim, há um domínio informal na perspectiva de gênero quanto ao acesso a determinados cargos ou posições, uma espécie de monopolização do “respeito”. Esse fenômeno é bem visível em nossa universidade, especialmente no CCJ, porquanto, flagrantemente, a maioria dos professores são homens brancos. Ademais, essa diferença aumenta mais ainda quando olhamos para os professores que ocupam altos cargos da administração pública, nesse contexto praticamente todos são homens. Realidade que é fielmente replicada pelo TJSC, onde dos 94 desembargadores apenas 14 são mulheres. Por fim, quanto ao domínio interpessoal do poder em nosso meio, verifica-se um desdobramento do conceito anteriormente descrito. Acontece que as diferenças de “respeito” atribuídos a pessoas com diferentes funções os imbui de um nível diferente de “credibilidade”. Por causa disso homens e mulheres na mesma posição acabam experienciando o meio de formas diferentes. Entre sujeitos de diferentes posições sociais, contudo, essa diferença fica maior ainda. Por exemplo, é notório que atualmente acontece inclusive uma campanha contra assédio de professores se desenrolando pela UFSC. Cartazes estão postados por toda universidade com dizeres como “se falar pra alguém vai perder a bolsa”. Em suma, a própria forma como a campanha é feita demonstra que há uma diferença na maneira de se experienciar credibilidade entre os gêneros. É claro, entre acreditar em um professor respeitado ou em uma vítima de assédio geralmente somos pelo meio a acreditar no professor e ver a vítima como “buscadora de atenção”. Na verdade, o próprio fator da “credibilidade” acaba intimidando as vítimas a denunciarem abusadores ou agressores.