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MENSAGEIROS DA LUZ Nº102

SEGUNDO TRABALHO DE APRENDIZ MAÇOM – Goiânia, 19/12/2021

AS LUVAS BRANCAS
O uso das luvas tem intima relação com o avental e o simbolismo máximo das luvas,
vem a ser “o que fazes com as mãos” ou “o que tuas mãos fizeram”. O avental e as
luvas são igualmente símbolos da pureza dos atos de cada um. Pode se dizer que
assim como o avental refere-se ao amor puro, as luvas, as mãos limpas de seus
atos, simbolizando a “purificação” que simbolizada pela ablução compreendia a
purificação nas cerimonias das antigas iniciações dos mistérios sagrados.
As mãos são símbolos das ações humanas e a pureza destas ações, estão
condensadas na pureza da brancura das luvas. O “Lavabus” (cerimonia de lavar as
mãos) é o simbolismo externo da purificação interna. Por isso diz o Salmista:
LAVAREI MINHAS MÃOS NA INOCÊNCIA E DAREI VOLTAS EM TEU ALTAR.
[1]. Nos antigos mistérios o “lavar as mãos” era sempre precedido de qualquer
cerimonia iniciática, era o símbolo de: estar limpo e puro de todas as nódoas do
mundo profano. Na entrada do templo, na ilha de Creta estava escrito: LIMPA TEUS
PÉS, LAVA TUAS MÃOS E DEPOIS ENTRA. [2.]
Não resta dúvidas que o “Lavabus” lavar as mãos como símbolo de pureza, é
característico dos antigos rituais, nada se pode oferecer ao Senhor, sem estar com
as mãos limpas. Pilatos disse: Sou inocente do sangue desse justo, e lavou as
mãos.[2.]
As luvas na antiguidade eram também usadas para proteger as mãos do frio e do
rude trabalho. Entre 1598 e 1688 em muitos documentos escoceses se
mencionavam a entrega de luvas aos picadores de pedra e pedreiros. Estes
documentos referem-se a Maçons Operativos, mas também a respeito aos
Especulativos. Desde 1599 existem provas que cada maçom, em sua iniciação devia
entregar um par de luvas, que devia pagar do seu bolso.[5] Os maçons as usam
para perpetuar suas obras sempre limpas e puras. Símbolo da pureza, assim são
consideradas as luvas dentro da maçonaria, são elas recebidas pelos Aprendizes
quando de sua iniciação. Inúmeros são os símbolos da Liturgia Maçônica e dentre
eles destaca-se o da entrega aos neófitos das luvas brancas quando, nos últimos
momentos da sua iniciação. O venerável anuncia então, que aquelas luvas brancas
constituem o símbolo de sua admissão nas fileiras dos maçons livres e de bons
costumes. [2.]
Os homens distintos e elegantes, as damas da sociedade fina e os militares
galonados deitaram a moda das luvas brancas. Estas chegaram a fazer parte dos
ornamentos que recebiam os bispos no ato da sua sagração, com a designação de
“luvas litúrgicas”, simbolizando a castidade e a pureza. A entrega das luvas brancas
aos neófitos da maçonaria ficou justificada na mesma intenção deferida aos bispos.
Cobrindo suas mãos com elas, o maçom é levado a compreender primeiramente,
que sua mão direita nunca deverá saber o que faz a esquerda. Também o
Venerável lhe explica que são “o símbolo de sua admissão no templo da virtude,
indicando, por sua brancura, que ele nunca deverá manchá-la nas águas lodosas do
vício”[3]
As luvas brancas também evocam a lembrança dos compromissos assumidos
durante a iniciação. A posse das luvas brancas não revela nenhuma interpretação
mística, mas sim o que possa haver de mais ativo e fecundo para a orientação no
cumprimento do dever. Alcança tanto a destinação da própria personalidade do
iniciado como a de sua família. O nível de igualdade em que a maçonaria coloca o
homem e a mulher, destinando a cada um o par de luvas brancas, cimenta a certeza
dos nobres exemplos transportados aos seus obreiros cônscios das
responsabilidades assumidas perante as assembleias de maçons que o
recepcionaram. [3]
O costume de entregar dois pares de luvas ao recém iniciado, um para si mesmo e o
outro para a mulher que mais respeita, tem uma grande tradição histórica.
Possivelmente, sua origem remonta ao século X. [4]
Tais luvas são o símbolos da admissão dos recém-iniciados como caráter evidente
da pureza das intenções que deve observar sempre o maçom em suas ações.
Portanto, recebendo-as, ele deve cuidar com toda atenção para não as manchar
com o egoísmo e com a subserviência e paixões que embrutecem o homem. [3]

Valmir Correia da Silva – A∴M∴/ C∴ M∴ / M∴M∴


REFERENCIAS
[1] Bíblia sagrada, Salmo 26:6
[2.] Estudos Maçônicos – Segunda Apostila de Estudos Maçônicos – pag.38
[3] Estudos Maçônicos – Segunda Apostila de Estudos Maçônicos – pag.39
[4] León Zeldis Mandei, 33 Past Soberano Grande Comendador (Supremo Conselho
de Israel) APUD RITUAL EMULAÇÃO 1° Grau CERIMONIAL 2018 (E.V.) pag. 147

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