As crenças religiosas devem ser analisadas sem julgamento.
O impacto dos pais e das religiões na sexualidade. Todas as religiões atuam na estruturação da vida sexual das pessoas. A religião sempre deve ser analisada dentro de um contexto social. Toda religião tem um “ícone”, que os seus fiéis se “espelham”. Todas as religiões ditam um comportamento sexual adequado ou esperado. As religiões atuam como definidoras de identidade. Há uma tendência na diminuição no percentual de católicos e aumento no percentual de evangélicos: 2032 tende a igualar. Na prática clínica todos são um pouco cristãos, devido à influência da religião católica nos sacramentos e nos costumes. Toda religião é um instrumento ideológico e político-social. Religiões que tratam a sexualidade de uma maneira mais natural: umbanda, taoísmo e budismo. Tempo taoísta toda esculpido com cenas sexuais: sexo como caminho para a iluminação. O catolicismo deriva da cultura judaica. O judaísmo estimula o sexo entre o casal e a família e valoriza o prazer feminino na prática sexual. No judaísmo não são autorizadas práticas sexuais homossexuais e fora do casamento. O ícone da igreja católica é Jesus e o fato dele nascer de uma forma sagrada, de uma virgem, já dá a ideia sobre o que se pensa do sexo. Na bíblia se fala muito pouco da sexualidade. O apóstolo Paulo fala muito sobre sexualidade. Ele era casto e recomendava a castidade. Santo Agostinho foi quem disse que o pecado original foi o da relação sexual. Santo Agostinho foi quem começou a defender que o ato sexual deveria ser para procriação. Na Igreja Católica, a castidade e a virgindade são sinônimos de superioridade. A culpa não é externa, mas sim interna. A religião atua como uma “diminuidora de culpa”. A religião deve buscar a mudança de paradigmas se não ela não sobrevive: o papa Francisco tem tentado naturalizar as práticas sexuais. Martinho Lutero lutou por uma reforma na Igreja, porém essa reforma não aconteceu. Martinho Lutero é o fundador das Igrejas Protestantes. Lutero defende maior liberdade sexual no casamento. Martinho Lutero defende que o casamento não é um sacramento da igreja. Dentro do Protestantismo existem diversas ramificações de igrejas: luterana, plesbiteriana, anglicana, neopentecostal, pentecostal, batista e metodista. A Igreja Anglicana surgiu na Inglaterra devido a um rei que quis se divorciar e que criou a sua própria igreja. Como as igrejas protestantes são autônomas, há uma enorme diversidade de denominações e fundamentos. As igrejas evangélicas permitem o sexo por prazer, mas dentro do casamento. Na religião espírita a atividade sexual deve ocorrer dentro de uma ética. O rito matrimonial na religião espírita não é definido. Na religião espírita há um certo controle da sexualidade para que ocorra a evolução espiritual. A umbanda e o candomblé são religiões de origem africana. Nas religiões afro-brasileiras não há entidade que representa o mal: todas as entidades possuem aspectos positivos e negativos. A umbanda se autointitula a “religião do amor”. Na umbanda e no candomblé existem entidades com gênero não definido. A umbanda e o candomblé valorizam as energias naturais, tais como as energias do corpo. É importante conhecer as religiões para buscar caminhos ou saídas para o problema que o cliente apresenta. Nós não podemos levar os nossos conceitos religiosos ao atendimento, ao cliente. A falta de erotização, de um desenvolvimento e aprendizagem em relação a isso, pode levar a problemas sexuais. Na sexualidade é importante nomear claramente e com naturalidade, pois se abre a oportunidade do paciente falar sobre aquilo. O vaginismo não tem relação – muitas vezes – com abuso. Muitas vezes não existe um trauma. Acolher a dor da vagínica é muito importante, pois essa pessoa sempre é muito invalidada. Orientar o cliente a aprofundar o assunto dentro de sua própria religião pode ser uma saída. Orientar o cliente a conversar com líderes religiosos dentro de sua religião pode ser uma saída. Deve-se evitar dizer ao cliente que sua crença é absurda e que o está atrapalhando. Falar que “se Deus fez assim, tá tudo bom aproveitar” não é indicado, por estarmos interferindo no dogma religioso. O papel do terapeuta não é falar o que o cliente deve fazer, mas sim direcionar à autonomia. O terapeuta não deve partir da concepção que ele tem da religião do cliente, mas sim da concepção que o cliente tem acerca da sua religião. Dar a solução na terapia sexual não é o caminho, mas sim exercitar a escuta e acolher e entender a demanda do cliente. Nos casos de dor na relação, é necessário muito acolhimento, pois nem sempre é possível eliminar totalmente a dor. Se um dos parceiros está numa relação onde um tem um tabu e o outro não, deve-se procurar entende o motivo que esse parceiro está nessa relação. Um grande papel do terapeuta é dar permissão ao paciente: você pode fazer isso.
Teologia e Feminismo na Religião Análise Crítica de Princípios e Interpretação de Textos que Tratam do Ministério da Mulher, Feminismo, Sociedade, Direitos e Política