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Conforme assinala Hans-Joachim Heintze, com a "Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10/12/1948, a Assembleia Geral da ONU
esclareceu o que esta organização e seus Estados-Membros empreendiam por direitos humanos e liberdades fundamentais." (PETERKE, 2009, p.
27).
O preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos evidencia que a sua redação ocorreu, ainda, sob o impacto das atrocidades
cometidas durante a Segunda Guerra Mundial.
A sua aprovação ocorreu por unanimidade. Embora não tenha recebido nenhum voto contra, Oito Estados se abstiveram (Bielo-rússia,
Checoslováquia, Polônia, Arábia Saudita, Ucrânia, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, África do Sul e Iugoslávia). Em 1975, no
entanto, referidos países aderiram expressamente à Declaração (PIOVESAN, 2009, p. 139).
A Declaração, logo de início, no seu artigo primeiro, resgata os princípios da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade, ao
proclamar que :"Todos os homens nascem livres e iguais, em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação
uns aos outros com espírito de fraternidade".
A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem natureza jurídica de resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, não constituindo,
tecnicamente, um tratado internacional. Desta forma, a Declaração não vincula, obriga, do ponto de vista jurídico os Estados Membros da ONU.
Como resolução, "assumindo forma de declaração (e não de tratado), bem a atestar o reconhecimento universal de direitos humanos
fundamentais, consagrando um código comum a ser seguido por todos os Estados" (PIOVESAN, 2009, p. 159).
Neste sentido:
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é uma resolução da Assembleia Geral. Porém, esses documentos não são fontes do Direito
Internacional juridicamente vinculativas, mas declarações políticas. Elas tem uma grande importância moral - especialmente quando aprovadas
por unanimidade -, mas não são exequíveis. Devido à sua abordagem política, são muitas vezes semelhantes a proclamações, que, no entanto,
necessitam de aplicação legal. HEINTZE, Hans-Joachim. in PETERKE, 2009, p. 29
Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos possua uma vinculação moral sobre os Estados-membros da ONU, não possui a mesma
vinculação do ponto de vista jurídico, conforme a doutrina majoritária.
Além de consagrar a universalidade, a Declaração Universal dos Direitos Humanos consagrou também a indivisibilidade dos direitos humanos,
ao consagrar direitos civis e políticos, e também econômicos, sociais e culturais (PIOVESAN, 2009, p. 140).
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k) liberdade de locomoção;
m) direito à nacionalidade;
Direitos Políticos: artigo 21: direito de tomar parte no governo de seu país, pessoalmente ou por representantes livremente escolhidos. Direito ao
voto secreto, periódico e universal.
d) direito à um padrão de vida que lhe assegure uma vida digna, assistência à maternidade a à infância;
e) direito à instrução;
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ATIVIDADE
A respeito da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, é possível afirmar que:
A. Tem natureza jurídica de um tratado internacional, declarando direitos considerados como universais pela ONU.
B. Tem natureza jurídica de resolução, aprovada por ampla maioria de votos pela Assembleia Geral da ONU, vinculando, do ponto de vista
jurídico, os seus membros.
C. Embora aprovada por unanimidade, possui uma forte coerção do ponto de vista moral, porém, não do ponto de vista jurídico.
D. configura uma resolução da Assembleia Geral, com declaração de direitos e previsão de sanções aos Estados que os desrespeitem.
REFERÊNCIA
COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 6ª ed., São Paulo: Saraiva, 2008.
PETERKE, Sven (Coord.). Manual Prático de Direitos Humanos Internacionais. Brasília: Escola Superior do Ministério Público da União, 2009.
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 10ª ed., São Paulo: Saraiva, 2009.
____________. Direitos Humanos e Justiça Internacional. 2ª ed., São Paulo: Saraiva, 2011.
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. 4ª ed. , São Paulo: Saraiva, 2014.
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