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A trilha que leva de São José do Barreiro, em São Paulo, a Mambucaba, no litoral sul do Rio
de Janeiro, é uma travessia das mais espetaculares do Brasil. Dura três dias. Seu início
está localizado na vertente Vale do Paraíba da Serra do Mar; daí avança por belos trechos
de mata de araucárias, entremeados por desabridos campos de altitude para, no último dia
de caminhada, descer vertiginosamente por uma estrada colonial quase intacta, em meio a
exuberante Mata Atlântica. Tudo isso decorado por rios de águas cristalinas, cachoeiras
majestosas e vistas de recuperar o fôlego.
Conhecida popularmente por Caminho do Ouro, essa antiga picada em meados do século
passado era oficialmente chamada de Estrada Cesarea. Sua existência, entretanto, é muito
mais antiga. Gurgel e Amaral, em seu estudo Paraty – Caminho do Ouro, sugerem que: “Em
1740, já existia vereda partindo da foz do rio Mambucaba e que tinha parte do seu leito
empedrado. Construída pelos mineiros, passou ela a ser conhecida por Caminho dos
Mineiros, isto é, daqueles que viviam nas Minas ou amiúde para lá iam. Depois mais acima
ela ligava-se com o caminho principal que saia para Paraty”.
Assim, pode-se contextualizar a Estrada dos Mineiros no ciclo aurífero das Minas Gerais. A
ocupação do litoral sul-fluminense é, entretanto, bem anterior. Muito antes da chegada dos
europeus, a região já era habitada pelos índios Guaianá, que se comunicavam com o
interior do continente por meio de esparsas trilhas que, aproveitando as gargantas abertas
pelos vales dos rios, venciam as íngremes escarpas da Serra do Mar. Por uma dessas
picadas o Governador do Rio Martim de Sá subiu em 1597, liderando uma expedição contra
os índios Tamoios.
Quando os paulistas descobriram ouro em Minas no final do século XVII e fez-se necessário
escoá-lo até o litoral, para ser embarcado em direção à Europa, impôs-se o problema da
falta de caminhos regulares e seguros. Tal fato beneficiou sobremaneira as vilas de Parati,
Mambucaba e Angra dos Reis, pois as antigas trilhas guaianá que dali subiam Brasil
adentro eram as únicas picadas transitáveis a ligar a costa ao distrito do ouro.
Ana Miranda, em O Retrato do Rei, publicado pela Cia das Letras, ao construir uma história
em torno da Guerra dos Emboabas, gasta algumas páginas para descrever uma viagem
pela trilha do ouro no início século XVIII. É leitura prazerosa. Já para os que preferem
relatos menos romanescos, e se interessam pelas condições de pouso e descanso no
caminho, vale consultar o capítulo “Formas Provisórias de Existência: A Vida Cotidiana nos
Caminhos, nas Fronteiras e nas Fortificações”, do livro História da Vida Privada no Brasil,
também publicado pela Cia das Letras e organizado por Laura Mello e Souza.
O ouro extraído nas Gerais, quando se acumulava em quantidade razoável, era metido em
valises de couro, colocadas a pender de ambos os lados de uma besta de carga,
normalmente uma mula, devido à sua força e firmeza de passo. Feito isso, vinha a tropa
serra abaixo, sempre escoltada por uma patrulha de Dragões. Vale lembrar que Tiradentes
era oficial de um desses regimentos de Dragões, uma espécie de polícia da época. Daí o
fato de o mártir da Independência ser também patrono das Polícias Militares.
Retornando à Estrada Cesarea, seu trajeto, segundo Gurgel e Amaral, teria sido percorrido
no início do século XVIII, por uma expedição destinada a combater os corsários franceses
que àquela altura haviam invadido o Rio de Janeiro: “De Mambucaba, pela antiga Trilha do
Ouro, partiu Francisco Amaral Gurgel com cerca de 600 homens para defender a Cidade do
Rio de Janeiro da invasão de Duguay Troin em setembro de 1711”.
Para azar da Guanabara, o caminho era então como ainda é hoje, longo e tortuoso. Amaral
Gurgel não chegou a tempo. O Rio foi ocupado e saqueado pelos invasores franceses.
O ciclo do ouro foi responsável pela transferência do centro comercial da região Nordeste,
por causa do ciclo da cana de açúcar, para a região sul e região Sudeste, por causa da
exploração de minérios.
O ouro foi descoberto pelos bandeirantes paulistas que viajavam por Minas Gerais em
1695. O Ciclo do Ouro atraiu milhares de pessoas para Minas Gerais, interessadas em
enriquecer por meio da mineração. Durante essa fase, o Sudeste se tornou a região
economicamente hegemônica do país
O ciclo do ouro é a época em que a extração e exportação do ouro figurava como principal
atividade econômica no período colonial. Teve seu inicio no final do século XVII, momento
em que as exportações do açúcar nordestino caíam pela concorrência exercida pela
produção açucareira de ingleses e holandeses no Caribe.
O Ciclo do Ouro foi um período do Brasil Colônia que ocorreu durante o século XVIII e
representou a exploração da economia mineradora. O ouro foi descoberto pelos
bandeirantes paulistas, o que gerou a interiorização do território nacional e levou a
colonização às atuais regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Para o Brasil representou a mudança do eixo econômico do litoral nordestino para o interior
e a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro. Com o enriquecimento da elite,
mais jovens puderam estudar na Europa, no momento em que o Iluminismo se espalhava
pelo continente.
O Ciclo do Ouro foi o ciclo econômico no qual a mineração foi a principal atividade
econômica do Brasil. Aconteceu durante o século XVIII e se concentrou em Minas Gerais.
Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, uma das cidades que surgiram foi Vila Rica
(atual Ouro Preto).
O ciclo do ouro se iniciou no Brasil nos últimos anos do século XVII, quando os
bandeirantes paulistas descobriram ouro em Minas Gerais. Estendeu-se por todo o século
XVIII, cujo fim representou uma queda drástica na produção do minério.
Os principais estados brasileiros onde o ouro pode ser encontrado são os estados do;Pará,
Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, havendo também na Bahia, Amapá e Maranhão.