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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS – PUC GOIÁS

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
ESCOLA DE DIREITO, NEGÓCIOS E COMUNICAÇÕES
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

AED – PALESTRA
Controvérsias do Desenvolvimento: Uma abordagem estruturalista do estilo de
desenvolvimento do Centro-Oeste.

GOIÂNIA
2023
1 INTRODUÇÃO
O Palestrante Murilo José de Sousa Pires trouxe a temática: Controvérsias
do desenvolvimento: Uma abordagem estruturalista do estilo de desenvolvimento do
Centro-Oeste, cujo o objetivo foi delinear as mudanças no estilo de desenvolvimento do
Centro-Oeste desde 1929 a 2023, expondo conceitos para compreensão do tema, e
evidencias teóricas.
A palestra foi dívida em tópicos para facilitar a compreensão do público,
entre eles estão: Apresentação das etapas de Desenvolvimento Capitalista; Aspectos das
Transformações nas Estruturas Produtivas; Sistema Econômico Centro-Periférico;
Delineamento do Estilo de Desenvolvimento Centro-Oeste; Crise no final dos anos
1970 e Plano de Estabilização Econômico; Transição do Motores de Desenvolvimento;
Pontos Centrais da Transição.
O Murilo apresentou dados em gráficos para demonstrar a evolução da
economia do Centro-Oeste até os dias atuais. O palestrante fez uma análise detalhada da
economia da região do Centro-Oeste do Brasil, explorando seu potencial econômico,
desafios logísticos, transformações na estrutura industrial e sua relação crucial com a
China e o comércio de commodities.
De acordo com o Murilo, a região do Centro-Oeste emergiu como uma
força econômica significativa no Brasil, impulsionada principalmente pelo setor
agrícola, com ênfase no desenvolvimento tecnológico e na participação do capital
privado. No entanto, desafios logísticos, como os altos custos de transporte, têm
impactado a competitividade da região. Além disso, transformações na estrutura
industrial e a importância da China como parceiro comercial destacam a necessidade de
estratégias de diversificação econômica e industrialização.

2 RESUMO
Murilo José expõe que transformar a condição de vida das pessoas requer
melhorias, e que o desenvolvimento básico exige aprimoramento das circunstâncias
para beneficiar a qualidade de vida, não basta apenas crescer; é necessário que o
crescimento esteja alinhado com a melhoria das condições de vida das pessoas.
Neste contexto, o crescimento econômico é um processo complexo que
envolve modificações na estrutura econômica. Logo o estudo do Murilo vem para
entender melhor o desenvolvimento econômico do Centro-Oeste analisando suas
estruturas.
Para entender o desenvolvimento, é necessário olhar para a história
econômica, considerando a industrialização original, a primeira onda de industrialização
(como no caso da Inglaterra), a segunda onda (como nos Estados Unidos e Alemanha), e
os países de industrialização tardia, como o Brasil. O processo de industrialização é
mais desafiador quanto mais afastado se está da industrialização original.
No sentido econômico, o desenvolvimento envolve aumentar o fluxo de
renda disponível para a coletividade, buscando melhorar a qualidade de vida das
pessoas.
Para compreender o desenvolvimento do Centro-Oeste, é essencial
considerar as transformações econômicas e a importância do conhecimento,
especialmente em termos de novas tecnologias. Além disso, as instituições, leis, culturas
e relações de poder desempenham um papel crucial no processo de desenvolvimento em
um contexto capitalista.
Murilo também destaca a importância das relações comerciais entre os
países centrais, que avançaram na industrialização, e os países periféricos, como o
Brasil. E ainda, a simetria na distribuição de informações é um fator importante nesse
contexto.
A transformação das estruturas econômicas no Centro-Oeste do Brasil teve
início em São Paulo, especificamente na cidade de São Paulo. A partir daí, esse
processo se estendeu pelo interior, com a construção de ferrovias que interligavam o
estado de São Paulo ao Centro-Oeste. Isso permitiu o escoamento da produção de São
Paulo para o interior, abrindo caminho para uma relação econômica entre essas regiões.
Com a construção da ferrovia que ligava Bauru a Corumbá, uma área
estratégica de produção, a economia do Centro-Oeste começou a se desenvolver. O
governo de Getúlio Vargas desempenhou um papel crucial nesse processo, pois
precisava lidar com conflitos fundiários em São Paulo, deslocando parte da população
para o interior, onde criou colônias agrícolas em Goiás e Mato Grosso.
A construção de Brasília e a expansão da infraestrutura rodoviária
interligando a nova capital do país a diferentes regiões aceleraram o processo de
desenvolvimento do Centro-Oeste. Os mercados se tornaram mais acessíveis e
interconectados, impulsionando o progresso econômico da região.
O segundo Plano de Metas (PND) trouxe um olhar mais direcionado para a
transformação do Centro-Oeste. O governo federal tomou a iniciativa de trazer
progresso tecnológico para a região, superando desafios como as condições
desfavoráveis do solo no cerrado brasileiro. Esse processo impulsionou o
desenvolvimento da fronteira agrícola brasileira.
Assim, o Centro-Oeste passou por uma série de transformações
econômicas, ligadas à expansão das estruturas de transporte, deslocamento populacional
e investimentos do governo, que o tornaram uma região essencial para o crescimento
econômico do Brasil.
No entanto, a evolução do Centro-Oeste também trouxe desafios, que o
palestrante chama de "elementos de tensão do tipo de desenvolvimento". Estes incluem
questões como a degradação do cerrado, deslocamento populacional e os impactos das
políticas agrícolas, que precisam ser abordados para alcançar um desenvolvimento
sustentável.
A Revolução Verde desempenhou um papel significativo na transformação
da região, com a soja sendo uma cultura de exportação importante. A pesquisa e
inovação agrícola, incluindo adaptações ao cerrado, foram essenciais para o sucesso
dessa transformação.
Começa-se a falar sobre os eixos de integração nacional, sendo o Centro-
Oeste influenciado por dois eixos, o Oeste e o Araguaia e Tocantins, uma vez que essa é
uma região de fronteira com uma forte atividade agrícola, com grande produção de
grãos. No entanto, o problema é o alto custo de transporte, o transporte rodoviário
precisa ser invertido para transporte hidroviário e ferroviário, pois essa nova matriz de
transporte pode reduzir os custos em comparação com o transporte rodoviário.
A agricultura no Centro-Oeste passou por uma grande transformação,
impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico e pela participação do capital privado
no financiamento e na inovação. O Centro-Oeste, que era apenas a quarta maior região
produtora de produtos agrícolas na década de 1990, agora é a maior região produtora do
Brasil.
A produtividade do trabalho na agricultura do Centro-Oeste aumentou
consideravelmente, tornando-se um dos principais motores do desenvolvimento na
região. O Mato Grosso, em particular, se destacou em termos de produtividade.
Em relação à estrutura industrial, a região Centro-Oeste tem uma forte
presença na indústria de alimentos, mas também enfrenta desafios no setor industrial. A
produtividade industrial em São Paulo é muito diferente da produtividade industrial no
Centro-Oeste, com Mato Grosso se destacando.
As exportações do Centro-Oeste são dominadas por produtos básicos,
como soja e milho, que têm baixa agregação de valor. No entanto, a região importa
produtos manufaturados, o que resulta em um déficit significativo. A China se tornou o
principal parceiro comercial, absorvendo a maioria das exportações do Centro-Oeste,
especialmente de produtos básicos.
A influência da China e as flutuações nos preços das commodities
desempenham um papel importante nas exportações da região. A China está se tornando
cada vez mais importante como parceiro comercial e a capacidade do Centro-Oeste de
contrabalançar as exportações de produtos básicos com importações de produtos
manufaturados da China diminuiu ao longo dos anos.
Em síntese, o Centro-Oeste do Brasil enfrenta desafios e oportunidades
significativos em sua economia, com uma forte dependência de produtos básicos e uma
crescente influência da China. A região precisa considerar estratégias de diversificação
econômica e industrialização para garantir seu desenvolvimento sustentável,
especialmente à medida que as transformações na infraestrutura global continuam a
evoluir.
3 CONCLUSÃO

Em resumo a região do Centro-Oeste do Brasil enfrenta desafios e


oportunidades único em seu cenário econômico. A ascensão econômica da região,
principalmente impulsionada pelo setor agrícola com enfoque na produção de
commodities como soja, milho e carnes, tem sido notável. O desenvolvimento
tecnológico e o envolvimento do capital privado têm impulsionado a produtividade
agrícola, colocando o Centro-Oeste como líder na produção agrícola nacional.
No entanto, desafios logísticos, em particular os altos custos de transporte,
afetam a competitividade da região no mercado internacional. A necessidade de
investimentos em infraestrutura, como transporte hidroviário e ferroviário, é evidente
para otimizar o escoamento da produção. Além disso, a dependência em commodities,
especialmente a soja, exige uma análise cuidadosa das estratégias de diversificação
econômica.
A China desempenha um papel central nas exportações da região e nas
flutuações dos preços das commodities. O projeto "Cinturão e Rota" da China e suas
implicações na infraestrutura global também apresentam oportunidades e desafios. A
cooperação estratégica e a compreensão dos movimentos globais são essenciais para
garantir que o Centro-Oeste continue a prosperar.
Portanto, a economia do Centro-Oeste é dinâmica e crucial para o Brasil,
mas a região enfrenta a necessidade de abordar desafios logísticos, diversificar sua base
econômica e adaptar-se a um cenário global em constante evolução. Essa adaptação é
fundamental para garantir o crescimento sustentável e a resiliência econômica do
Centro-Oeste no futuro.

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