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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – SER EDUCACIONAL

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA

RITA RODRIGUES DIAS

WORKSHOP DE TEORIA DO TEXTO E DO DISCURSO

Manaus - AM
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – SER EDUCACIONAL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA

RITA RODRIGUES DIAS

WORKSHOP DE TEORIA DO TEXTO E DO DISCURSO

Trabalho apresentado como requisito parcial para


aprovação na disciplina: Teoria do texto e do
discurso do Curso de Pós-graduação em
Linguística, ministrada pela professora Monique
Queiroz.

Manaus - AM
2021
AUTOR E A OBRA

Renato Russo, foi cantor, compositor, produtor e multi


instrumentista brasileiro, célebre por ter sido líder, vocalista e fundador
da banda de rock Legião Urbana.
Antes de fundar a banda, Renato integrou o grupo musical Aborto Elétrico.
Adotou o sobrenome artístico Russo em homenagem ao inglês Bertrand Russell,
ao suíço Jean-Jacques Rousseau e ao francês Henri Rousseau.
Renato morreu devido as complicações causadas pelo HIV em 11 de
outubro de 1996, na época com 36 anos, faltando apenas 1 dia para o aniversário
da banda.
Como integrante da Legião Urbana, Renato lançou oito álbuns de estúdio,
cinco álbuns ao vivo, alguns lançados postumamente e diversos contos.
A música "Geração coca-cola" foi escrita por Renato Russo e interpretada
por ele com sua banda "Legião Urbana". A canção possui um forte tom de protesto
contra o imperialismo estadunidense e lamenta o imobilismo de uma geração que
nasceu sob o regime ditatorial brasileiro.
OBJETO DE ANÁLISE

Quando nascemos fomos programados


A receber o que vocês nos empurraram
Com os enlatados dos U.S.A., de nove as seis

Desde pequenos nós comemos lixo


Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês

Somos os filhos da revolução


Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola

Depois de vinte anos na escola


Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser

Vamos fazer nosso dever de casa


E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis

Somos os filhos da revolução


Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola

Depois de vinte anos na escola


Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser

Vamos fazer nosso dever de casa


E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
1. ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO
1.1 Título: Identidade de uma geração criada a partir da Ditadura Militar.

1.2 Universo de Referência: Pop brasileiro dos anos 80.

1.3 Unidade Semântica: letra de música.

1.4 A progressão do tema: a luta contra a ditadura militar.

1.5 O propósito comunicativo: identificar caráter de crítica à ditadura militar.

1.6 Esquema de composição: estilo musical rock brasileiro dos anos 80.

1.7 Relevância informativa: apresentar uma proposta de análise para a música


Geração Coca-Cola (1985) identificando elementos que representem traços de
uma geração que lutava contra a Ditadura Militar.

1.8 Relação com outros textos: A letra da música Geração Coca-Cola mostra
uma geração que buscava voz em meio a toda repressão da ditadura militar,
porém considerar a música exclusivamente como um discurso de oposição à
ditadura pode ser colocada em questão.
Pêcheux (1981) diz que há um grande risco ao se analisar um discurso como
político, sob o risco de colocar sua opinião: “Fazer análise do discurso não
seria, de fato, pressupor uma falta (uma deficiência, carência ou paralisia) que
afeta a prática “natural” da leitura e da escrita políticas, a qual uma prótese
teórico-técnica, mais ou menos sofisticada, pretenderia preencher? ”
(PÊCHEUX, 1981/2009, p 22).
2. ESTUDOS DA TEORIA

Levando em consideração o momento histórico que se vivia, a produção


discursiva contida na letra da música se estabeleceu a partir desse movimento
repressão.
Orlandi (1990), afirma que: os discursos estabelecem uma história. A
história, em nossa perspectiva discursiva, não se define pela cronologia, nem por
seus acidentes, nem tampouco pela evolução, mas pela produção de sentido. Ela
é algo da ordem do discurso. Não há história sem discurso. É aliás pelo discurso
que a história não é evolução, mas sentido, ou melhor, é pelo discurso que não se
está só na evolução, mas na história (p. 15).
Toda sociedade busca criar sua identidade e objetivos, identificam e
estabelecem seus inimigos, organizam seu passado, presente e futuro por meio
do imaginário social que se expressa por suas ideologias e utopias.
Diante do exposto, nota-se que o Estado – o regime militar – tentava
consolidar uma identidade nacional pela coerção e pela violência, além da forte
propaganda nacionalista, materializada, por exemplo, em slogans como “Brasil,
ame-o ou deixe-o”.
REFERÊNCIAS

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Terra à vista. São Paulo: Cortez, 1990

PÊCHEUX, Michel. (1969) As ciências humanas e o “momento atual”. Trad.: Bethania


Mariani. In: Análise de Discurso – Michel Pêcheux. Textos selecionados por Eni Orlandi.
Campinas: Pontes, p.175-202, 2011.
_____. (1981) O Estranho espelho da análise do discurso. (prefácio) In: COURTINE, J-J.
Análise do discurso político – o discurso comunista endereçado aos cristãos. São Carlos,
Edufscar, 2009.

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