Você está na página 1de 10

A revelação da traição.

No palácio do Olimpo, ergue-se uma sala imponente, onde a eternidade se entrelaça com o
destino. É ali que se encontram Zeus e Hades, em uma partida de xadrez que transcende
os limites do divino. Suas feições se entrelaçam em um duelo de emoções, num confronto
que abarca muito mais do que o simples movimento das peças.

Zeus, o senhor dos céus e das tempestades, desafia Hades, o senhor das profundezas e
das sombras, em uma disputa que definirá a próxima dinastia a reger a criação. O tabuleiro
reluz com suas peças esculpidas em ouro e ébano, enquanto os olhares dos deuses se
encontram em uma dança silenciosa e intensa.

Cada jogada é um poema em si, uma estratégia meticulosamente traçada. Rainhas dançam
como serafins celestiais, bispos evocam a força dos antigos oráculos, cavalos correm como
raios pelo tabuleiro, e torres erguem-se orgulhosas como pilares de poder. Os movimentos
são calculados, mas também carregados de paixão e fervor.

No âmago desse embate, a rivalidade ancestral entre Zeus e Hades se manifesta, mas
também transparece uma estranha ligação. Ambos são deuses imortais, entrelaçados por
laços indissolúveis. Suas jogadas ressoam com um sentido mais profundo, como se
estivessem disputando não apenas uma dinastia, mas também a própria essência da
existência.

Enquanto as peças dançam pelo tabuleiro, memórias ancestrais ressurgem, lembranças de


um tempo em que Zeus e Hades compartilhavam a mesma morada celeste. Eles se
enfrentam em uma luta épica, mas também se reconhecem como dois lados de uma
mesma moeda, polaridades que se completam.

A sala do Olimpo ecoa com a grandiosidade dos movimentos, como um coro celestial que
acompanha a disputa. O brilho dos deuses reflete-se nas peças, e o destino observa
atentamente, balançando-se entre a luz e a escuridão, esperando pela decisão que moldará
a criação.

Enquanto as jogadas prosseguem, um turbilhão de emoções transborda. Raiva e


compaixão, orgulho e humildade, poder e fragilidade entrelaçam-se nas entrelinhas do jogo.
Os olhos de Zeus e Hades encontram-se repetidas vezes, transmitindo mensagens
codificadas, segredos antigos que apenas eles podem decifrar.

Eis que, impetuoso, irrompe Ares, filho de Zeus, pela porta da sala. Seus passos ressoam
com fúria e determinação enquanto ele clama pela atenção de seu pai. Seu rosto marcado
pela agonia, seus olhos flamejantes revelando a urgência que o consome. Ele proclama
com voz trêmula: "Pai, preciso falar urgentemente com o senhor!"

Hades, o Senhor do Submundo, vira sua cabeça lentamente, fitando Ares com um olhar de
reprovação. Seu tom de voz é gélido, uma mistura de desapontamento e indignação. "Como
ousa interromper-me nesta difícil partida de xadrez contra seu pai? Você perdeu a arte do
respeito, meu sobrinho?", questiona, ecoando nas profundezas da sala.
Ares, tomado pela consciência de sua falta de educação, baixa a cabeça em um gesto de
humildade. Seu olhar busca o perdão de Hades, e com voz trêmula, ele responde: "Tio,
perdoe-me por esta falta de etiqueta, mas o momento é crítico para mim. Preciso
desabafar!"

Zeus, o pai supremo, observa a cena com serenidade e paciência infinitas. Ele compreende
a tormenta que habita o coração de Ares e, em sua terna voz, traz conforto: "Não se
preocupe, meu filho. Eu já previa a sua chegada e estou aqui para ouvi-lo."

As palavras de Zeus acalmam Ares, amenizando o turbilhão que o consome. O filho de


Zeus sente-se acolhido e compreendido, como se todas as suas aflições encontrassem eco
no coração sábio de seu pai. A sala do Olimpo, antes tensa e silenciosa, agora se enche de
uma atmosfera de aceitação e calor.

No ápice da conversa, Ares, com a voz embargada pela dor, começa a explicar o que lhe
aflige. Suas palavras ecoam pelo salão divino, carregadas de desolação e vergonha. "Tio,
fui traído por um de nossos servos, o Arcanjo Negro. Estou dilacerado por dentro, pois ele
se deitou com Calíope, uma de minhas amadas esposas."

Hades, o Senhor das Trevas, ergue um sorriso sutil nos lábios, compreendendo o fogo que
consome a alma de seu sobrinho. Em sua voz, repleta de sagacidade, ele oferece uma
solução direta: "Simples, mate-o. Faça-o sentir o peso da sua ira, meu sobrinho."

Zeus, o rei dos deuses, incapaz de aceitar a situação, irrompe com indignação. Seu
semblante transparece uma mistura de incredulidade e pesar. "Como minha própria filha,
Calíope, pode ter se rendido a tal desonra? Isso é uma vergonha, um verdadeiro
disparate!", exclama, sua voz carregada de tristeza e desapontamento.

O coração de Ares se debate entre a fúria e a tristeza, enquanto seus olhos refletem a
profunda mágoa que consome sua alma guerreira. Ele busca a serenidade e o perdão em
meio ao caos, dirigindo-se a Zeus com humildade. "Perdoe-me, pai, por tal acontecimento.
Agradeço sua disposição em conversar com Calíope, minha amada esposa. Que suas
palavras possam clarear a escuridão que paira sobre seu coração."

Os deuses ali presentes sentem a tensão no ar, enquanto Zeus se prepara para enfrentar
sua própria filha em uma difícil conversa. Sua expressão carrega a carga de um pai
decepcionado, mas determinado a buscar a verdade e a reconciliação.

No âmago da sala do Olimpo, Hades, percebendo a tristeza que permeia os olhos de seu
sobrinho, questiona com energia vibrante: "E onde está o Arcanjo Negro agora, meu
sobrinho? Onde ele se esconde, tramando suas artimanhas?" Ares, com voz pesarosa,
responde: "Ele foi incumbido de descer as regiões inferiores, até hoje não sei bem qual é a
função desse medíocre servo. Já ordenei uma busca implacável, mas sua astúcia o mantém
oculto, escapando às nossas investidas."

Hades, movido pela inquietude, traz à tona uma nova possibilidade. Seus olhos brilham com
uma chama obscura enquanto ele questiona: "Você já consultou o Oráculo Negro, meu
filho? Ele é guardião de segredos insondáveis, conhecedor dos mistérios ocultos. Talvez ele
possa revelar o paradeiro desse servo traidor." Ares balança a cabeça com um sinal de
confirmação e responde: "Sim, pai, busquei a sabedoria do Oráculo Negro. No entanto,
suas palavras sombrias indicaram que o Arcanjo Negro percebeu nossos intentos e está
habilmente fugindo de nossas garras."

Uma onda de frustração permeia a sala divina, enquanto os deuses se veem diante de um
desafio intransponível. O coração de Ares arde em uma mistura de determinação e
impotência, sua alma guerreira clamando por justiça e redenção. Ele se debate entre a
necessidade de proteger seu reino e a ânsia de recuperar sua honra manchada.

Os deuses ali presentes se unem em um momento de silêncio reflexivo. As paredes do


Olimpo ecoam com suspiros carregados de incertezas e anseios. É como se o próprio
universo, atento aos desdobramentos divinos, contivesse a respiração, aguardando o
desfecho dessa batalha celestial.

Enquanto isso, Ares, imbuído de sua coragem indomável, tece planos e estratégias em sua
mente inabalável. Ele sabe que não pode permitir que a traição passe impune, que sua
posição de guerreiro divino exige uma resposta à altura. Sua determinação é
inquebrantável, seus passos são firmes mesmo diante da adversidade.

No seio das divindades, surge uma tempestade de ideias e possibilidades. Zeus, o pai
supremo, levanta-se com um olhar carregado de sabedoria ancestral. Em sua voz, que
ressoa como trovão, ele declara: "Chegou o momento de unirmos nossas forças, de
erguermos a bandeira da justiça divina. O Arcanjo Negro não pode permanecer impune.
Vamos convocar os deuses de todos os reinos e traçar uma estratégia infalível para
capturá-lo."

Em meio à sala do Olimpo, Hades, tomado pela ira, irrompe com palavras carregadas de
fúria: "Capturá-lo!? Como assim capturá-lo? Esse ser desprezível não merece misericórdia!
Devemos exterminá-lo sem piedade! E, meus caros, isso está mais fácil do que possam
imaginar, pois se ele ousou adentrar as regiões inferiores, ele está sob o meu domínio
absoluto!"

Zeus, o senhor dos céus, ergue uma sobrancelha em sinal de reprovação diante da
explosão de Hades. Com uma voz serena, porém firme, ele adverte seu irmão: "Você está
equivocado, meu caro Hades, em sua sanha por vingança. O Arcanjo Negro não existe sem
motivo, e certamente não é um mero servo de Ares. Tudo isso está acontecendo por
alguma razão maior, algo que ainda nos escapa. Tenha paciência quando encontrá-lo, pois
a verdade pode se revelar mais complexa do que imaginamos."

Ares, filho de Hades, escuta atentamente as palavras de Zeus e uma chama de dúvida se
acende em seu olhar. Sua mente guerreira, inquieta e sedenta por justiça, anseia pelo
confronto com o traidor. No entanto, a voz do pai supremo ressoa em sua alma,
convidando-o a questionar os caminhos que levaram a essa trama de traição.

O Olimpo, diante desse impasse, mergulha em um silêncio eloquente. A tensão se dissipa


lentamente, abrindo espaço para a reflexão e o discernimento. As divindades compreendem
a sabedoria nas palavras de Zeus e a importância de explorar todas as facetas dessa intriga
celestial.
Enquanto o vento divino sussurra melodias misteriosas, Zeus toma uma decisão. Sua voz
ecoa pela sala, carregada de sabedoria ancestral: "Seria mais prudente consultarmos o
Oráculo Branco, aquele que possui visão além do alcance mortal. Ele poderá nos guiar e
revelar a verdadeira função do Arcanjo Negro. Somente então poderemos traçar nosso
destino com discernimento e justiça."

Ares, ainda ansiando pela batalha, fica na dúvida entre ouvir Zeus e exterminar o Arcanjo
Negro. Ele percebe que o caminho para a redenção e a restauração de sua honra requer
paciência e sabedoria mas mesmo diante dessa compreensão razoável o desejo de se
vingar consome sua mente. O fogo da vingança arde em seu interior, mas a voz do pai
supremo traz medo e dúvidas.

Envolvidos pelo eco das palavras de Zeus, os deuses se unem em um pacto de


compreensão. O Oráculo Branco, fonte de conhecimento divino, será consultado, e seu
veredicto lançará luz sobre as intricadas tramas que envolvem o Arcanjo Negro. Os deuses
se preparam para a jornada rumo à verdade, em busca da justiça que os guiará ao destino
que os aguarda.

Ares se encontra com o Oráculo Branco


No dia 2 da partida celestial de xadrez entre os poderosos Zeus e Hades, um turbilhão de
questionamentos envolve a mente de Ares, filho de Hades. Inspirado pelo conselho de seu
tio Zeus, o guerreiro decide embarcar em uma jornada rumo ao reino do Oráculo Branco.
Ele anseia desvendar os segredos que envolvem o Arcanjo Negro, buscando compreender
se sua presença é meramente descartável ou se há um propósito maior em sua existência.

Ares, movido por uma determinação inabalável, adentra os domínios do Oráculo Branco. As
paredes do reino se erguem majestosas, envoltas em mistério e sabedoria ancestral. O ar
parece denso, carregado de respostas ocultas e revelações divinas. O filho de Hades
caminha com a postura de um guerreiro, seu coração batendo em compasso acelerado.

O reino do Oráculo Branco se estende em uma paisagem etérea, envolta por uma neblina
de mistério e sabedoria. Os limites do reino transcendem a compreensão mortal, onde o
tempo parece desvanecer-se em uma eternidade onírica. Suas paisagens são formadas por
imponentes colunas de mármore branco, que se erguem majestosas em meio às nuvens
cintilantes.

À medida que adentramos o reino, somos recebidos por criaturas divinas que habitam esse
plano sagrado. Seres alados, conhecidos como os Ventus, pairam no ar, suas asas
iridescentes batendo suavemente, emanando uma brisa suave que carrega a essência da
inspiração. Suas vozes são melodiosas, ecoando em harmonia com a atmosfera divina do
lugar.

Nas margens de rios cristalinos, as Nereidas, donzelas aquáticas, dançam graciosamente,


suas caudas resplandecendo em tons de azul e prata. Seus cabelos fluem como correntes
d'água, e seus cantos embalam a alma dos visitantes, transmitindo uma serenidade que
emana da própria essência do reino.
Percorrendo as alamedas dos jardins exuberantes, encontramos os Faunos, criaturas meio
humanas e meio animais, cuja energia selvagem e misteriosa é acalmada pela aura do
Oráculo Branco. Eles saltam entre as árvores, suas risadas contagiantes reverberando pela
atmosfera.

No coração do reino, encontramos o próprio Oráculo Branco, um ser transcendental cuja


forma assume aspectos fluidos e mutáveis. Seu corpo é composto de luzes prateadas e
brilhantes, e sua presença é cercada por um halo radiante que ilumina a vastidão do reino.
Os olhos do Oráculo Branco brilham com a profundidade dos tempos, carregando consigo a
visão além do alcance mortal.

Ao redor do Oráculo Branco, os Sábios Celestiais, seres de sabedoria e conhecimento


incomparáveis, contemplam as estrelas e os movimentos cósmicos. Seus mantos de
estrelas cintilantes envolvem seus corpos, conferindo-lhes uma aparência etérea e celestial.
Suas vozes, ressoando como cânticos antigos, sussurram segredos universais e previsões
que moldam o destino dos deuses.

No reino do Oráculo Branco, todas as criaturas divinas coexistem em harmonia, cada uma
contribuindo com sua essência única para a atmosfera sagrada do lugar. É um santuário de
sabedoria, onde a verdade se revela e os destinos são entrelaçados em uma dança
cósmica. Quem se aventura por suas terras sagradas é agraciado com a visão do infinito e
a compreensão dos mistérios que transcendem o tempo e o espaço.

Ares, finalmente diante do majestoso Oráculo Branco, inclina-se reverentemente perante os


sete anciãos que compõem sua corte sagrada. Seus gestos de respeito são seguidos por
um beijo na mão do Oráculo, e então ele se ajoelha, pronto para expressar sua busca e
angústia. No entanto, antes que possa dizer uma palavra, uma voz sábia e enigmática
ressoa pelo recinto sagrado.

"Eu sei o motivo pelo qual estás aqui", declara o Oráculo Branco, suas palavras envoltas em
um eco místico que atravessa o tempo e o espaço. À medida que suas palavras preenchem
a sala, os sete anciãos começam a reagir, cada um expressando uma verdade única e
desconcertante.

Um dos anciãos, envolto em risadas cínicas, afirma: "Ele foi traído", sua voz se perdendo
em gargalhadas maliciosas que ecoam pelas paredes do reino do Oráculo Branco. Ao
mesmo tempo, outro ancião, tomado por uma ira intensa, exclama: "Deves exterminar o
Arcanjo Negro!", suas palavras repletas de violência e desejo de vingança.

No entanto, um terceiro ancião, de semblante sereno e grave, adverte Ares: "Seja prudente,
jovem rapaz. O Arcanjo Negro possui uma importância vital para os reinos superiores", suas
palavras carregadas de seriedade e ponderação. Confuso e inquieto, Ares observa os
anciãos em busca de uma resposta clara e coerente.

As vozes divergentes dos anciãos ecoam no coração de Ares, envolvendo-o em uma teia
de incertezas. Ele se debate entre o desejo de vingança e a necessidade de compreender
as motivações e a importância do Arcanjo Negro para os reinos celestiais.
Ares, incapaz de decifrar a verdade oculta por trás das palavras do Oráculo Branco e dos
anciãos, sente uma crescente ansiedade tomar conta de seu ser. Ele deseja ardentemente
uma resposta clara e uma direção a seguir, mas a complexidade da situação desorienta sua
mente guerreira.

Numa explosão de autoridade, o Oráculo Branco interrompe as vozes divergentes dos


anciãos com um clamor que ecoa pelo recinto sagrado. "Silêncio! Assim só confundireis
ainda mais o jovem rapaz. Nós devemos auxiliá-lo, não lançá-lo à loucura", suas palavras
soam como um trovão suave, pacificando as tensões.

Em resposta ao chamado do Oráculo Branco, os anciãos, em sinal de respeito e


obediência, retiram-se do recinto um a um, seus passos ecoando com reverência. Agora,
Ares e o Oráculo Branco permanecem, unidos pela busca da verdade que inquieta a alma
do jovem guerreiro.

O Oráculo Branco, com seu olhar profundo e penetrante, dirige-se a Ares. Suas palavras,
carregadas de mistério e sabedoria, ressoam pelo coração do guerreiro divino. "Meu jovem,
desejas saber se o Arcanjo Negro é um ser descartável ou se sua existência possui
importância significativa. Esta é a razão de tua vinda. Se eu disser que o Arcanjo Negro é
descartável, tu o oferecerás a teu avô Cronos, mas se eu disser que ele é importante,
deverás respeitar sua vida, mesmo que o ódio arda em teu peito."

Ares, tomado por uma avalanche de emoções conflitantes, observa o Oráculo Branco com
olhos atentos e ansiosos. Sua mente guerreira se debate entre a vingança que clama em
seu íntimo e a compreensão de que a vida do Arcanjo Negro pode ter um propósito maior,
mesmo que isso desafie sua ira.

O jovem guerreiro sente o peso de sua escolha pendendo sobre seus ombros, como a
espada de Damocles prestes a cair. Ele compreende que, diante dessa encruzilhada, a
resposta que receberá do Oráculo Branco definirá o destino do Arcanjo Negro, assim como
o próprio destino de Ares.

Numa atmosfera carregada de expectativa, Ares encara o Oráculo Branco com coragem e
humildade. Ele sabe que está prestes a enfrentar uma escolha que transcende o âmbito da
batalha divina, uma escolha que definirá sua própria natureza como guerreiro.

O Oráculo Branco, em seu manto luminoso, irradia uma sabedoria transcendental. Seus
olhos brilham como estrelas distantes, refletindo as respostas ocultas dos cosmos. Ares
confia nessa entidade divina para conduzi-lo à verdade que o libertará das correntes da
dúvida.

Ares respira fundo, preparando-se para receber a resposta que moldará seu destino e o
destino do Arcanjo Negro. Ele está pronto para aceitar as palavras do Oráculo Branco,
independentemente das consequências que elas acarretem. Pois a verdade, mesmo
dolorosa, é o farol que guia o guerreiro na escuridão da incerteza.

O Oráculo Branco, em meio ao silêncio que envolve o recinto sagrado, prepara-se para
pronunciar a resposta que definirá o futuro daqueles envolvidos nessa trama celestial. As
palavras estão suspensas no ar, como fagulhas prestes a acender uma fogueira. Ares, com
a alma inquieta, espera pelo veredicto do Oráculo Branco, pronto para enfrentar as
consequências e as verdades que se desvelarão diante de seus olhos.

Diante da expectativa que permeia o recinto sagrado, o Oráculo Branco emana uma aura de
serenidade e sabedoria. Sua voz ressoa, ecoando como um suspiro sussurrado pelo vento
divino. "Ares, tu deverás aprender a viver com a dor da traição e respeitar a vida do Arcanjo
Negro. Pois Cronos, teu avô, já o tem entre seus dentes, e não há nada que possais fazer.
O Arcanjo Negro é protegido por teu avô, um vínculo que transcende a lógica e as barreiras
do sono profundo mantido por teu pai."

Inconformado com a resposta, Ares sente-se tomado por um turbilhão de emoções. Seus
olhos, chamejantes de ira e incredulidade, fixam-se no Oráculo Branco. Com a voz trêmula,
ele ousa questionar a verdade que lhe foi revelada. "Isso é um disparate! Como um servo
meu pode ser protegido por meu avô, se meu avô está em sono profundo, mantido por meu
pai? O que dizeis não faz qualquer sentido."

O Oráculo Branco, imperturbável em sua postura transcendental, fita Ares com um olhar de
compreensão e compaixão. Sua voz soa novamente, carregada de uma calma que
contrasta com a fúria que envenena o coração do guerreiro. "Ares, filho de Hades, as teias
do destino são complexas e imprevisíveis. Os laços que se estabelecem entre as
divindades transcendem o tempo e as lógicas mortais. Embora possa parecer incoerente
aos teus olhos, o Arcanjo Negro carrega uma proteção divina que o envolve, oriunda do
próprio Cronos, mesmo durante seu sono profundo."

Ares, enredado em uma teia de emoções conflitantes, busca compreender o enigma que se
apresenta diante dele. Ele sente o peso da traição em seu peito, a dor aguda de uma ferida
que parece incurável. No entanto, a voz do Oráculo Branco incita-o a transcender a revolta
e encontrar um novo caminho diante do destino traçado.

Triste e desanimado, Ares deixa o reino do Oráculo Branco, com a determinação ardente
em seu coração de buscar respostas que possam consolar sua alma obstinada. Ele se
recusa a aceitar a realidade de que o Arcanjo Negro é protegido por seu avô Cronos, e não
consegue aceitar o fato de que sua vingança está além de seu alcance. O peso da traição
oprime seu peito, e Ares está determinado a garantir que o Arcanjo Negro não escape
impune por seus atos.

Ares caminha pelo caminho de volta ao seu lar, seu semblante marcado pela resoluta
determinação. A cada passo, o fogo da justiça arde em seu interior, alimentando a chama
da vingança que consome seu ser. Ele não pode simplesmente permitir que o Arcanjo
Negro saia ileso após ter cometido um ato tão grave contra ele.

Seus pensamentos ecoam com a força de um trovão em sua mente, enquanto Ares se
questiona incessantemente sobre como trazer a justiça que anseia. Ele sabe que o caminho
à sua frente será repleto de desafios, mas seu espírito inquebrantável está disposto a
enfrentar qualquer obstáculo para alcançar seu objetivo.
Enquanto avança, Ares relembra os momentos de traição, as feridas que lhe foram
infligidas, e sente o fogo da vingança arder cada vez mais intenso em seu peito. Sua
determinação é alimentada pela sensação de injustiça que o consome.

Em seu coração, Ares promete a si mesmo que não descansará até que o Arcanjo Negro
seja responsabilizado por suas ações. Ele não pode permitir que um ato tão grave fique
impune, mesmo que isso signifique enfrentar forças superiores e desafiar a própria ordem
divina.

Envolto pela escuridão da noite, Ares se fortalece em sua busca por justiça. Seus punhos
cerrados refletem a fúria que arde dentro dele, enquanto ele visualiza o momento em que
finalmente encontrará o Arcanjo Negro e fará com que ele pague por seus pecados.

Ares entende que seu caminho será cheio de obstáculos, que seus adversários serão
poderosos e implacáveis. Mas sua determinação inabalável é a força que o impulsiona
adiante, o fogo da vingança que queima em seu âmago.

Com cada passo, Ares se aproxima do momento em que enfrentará o Arcanjo Negro e
confrontará a traição que o dilacerou. Seu coração teimoso, apesar da tristeza que o
envolve, o mantém focado em seu objetivo final: garantir que o Arcanjo Negro pague pelas
consequências de suas ações.

Triste e desanimado, mas repleto de uma fúria justa, Ares avança corajosamente em sua
jornada, determinado a encontrar a paz em sua alma ao trazer a justiça que anseia. Seu
retorno ao lar é apenas o começo de uma batalha épica que definirá seu destino e o destino
do Arcanjo Negro.

Zeus e Calíope.
Mergulhado em profunda desapontamento diante da atitude de sua filha, Zeus sente a
necessidade de enfrentar a verdade que se esconde por trás da traição de Calíope.
Determinado a compreender os motivos que a levaram a desonrar seu esposo Ares com um
mero servo, Zeus decide visitá-la em busca de respostas. Seu coração melancólico carrega
a dor do engano e o peso da desonra que mancha sua linhagem divina.

Envergonhado, Zeus caminha pelos corredores dourados do Olimpo, perdido em


pensamentos e reflexões. As palavras ecoam em sua mente, repetindo incessantemente as
perguntas que ele precisa fazer a Calíope. Por que ela teve a audácia de trair seu esposo?
Como ela permitiu que sua lealdade fosse abalada por um ato tão reprovável?

Os raios de sol que banham o Olimpo parecem perder seu brilho diante da tristeza que
envolve o pai dos deuses. A cada passo, Zeus sente o peso de sua linhagem divina, o fardo
de ser o pai de uma filha que escolheu o caminho da desonra. Ele sabe que precisa
enfrentar a verdade, mesmo que ela seja dolorosa.

Ansioso, Zeus se aproxima do quarto de Calíope, seu coração repleto de perguntas que
clamam por respostas. Com a mão trêmula, ele bate suavemente na porta e escuta a voz
de sua filha, carregada de uma mistura de tristeza e aceitação: "Entre, por favor. Eu estava
à sua espera, meu pai." Surpreso com a resposta de Calíope, Zeus adentra o aposento, seu
olhar buscando os olhos da filha.

Antes que Zeus pudesse pronunciar qualquer palavra, Calíope, com uma voz doce e firme,
interrompe o silêncio tenso que os envolve: "Pai, o senhor veio aqui em busca dos motivos
que me levaram a trair Ares. Permita-me revelar-lhe esses motivos por meio de um poema
que escrevi, aguardando ansiosamente por sua indagação." A surpresa toma conta de
Zeus, que se vê diante da oportunidade de ouvir a confissão de sua filha através das
palavras poéticas que ela teceu.

Curioso e assustado com o que está por vir, Zeus decide conceder a Calíope a
oportunidade de revelar seus sentimentos e justificar seus atos por meio da beleza da
poesia. Ele senta-se em uma cadeira próxima à cama de Calíope, preparando-se para ouvir
o poema que fluirá de sua alma.

Nas sombras do meu ser, ocultei


O fogo ardente, a paixão indomável
Pelo Arcanjo Negro, meu coração o amou
Mas meu pai, cego à minha alma, me casou.

Com Ares, o deus da Guerra, me uni


Em um matrimônio marcado pelo conflito
Ele, que rouba a beleza da existência
Com batalhas eternas, fúria em resistência.

Sufocada e aprisionada em meu peito


Eu ansiava por um amor verdadeiro
E, com coragem, decidi libertar-me
Do cárcere imposto, da dor que me engoliu.

Não importa o que pensem de mim agora


Eu busco o Arcanjo Negro, meu guerreiro
Ele desapareceu, desceu às profundezas
E nas regiões inferiores busco por ele.

Por entre abismos sombrios, não o encontro


Meu coração inquieto, ansioso, sedento
Preciso dele como o ar que eu respiro
Sem ele, a vida perde seu sentido.

Oh, Arcanjo Negro, onde estás tu?


A esperança em mim ainda perdura
Em teus braços encontrei a minha luz
E na escuridão, encontrarei meu amor puro.

Seguirei minha busca incansável


Percorrendo os abismos mais profundos
Pois a vida sem ti é um vazio triste
E só em teu abraço encontro meu alívio.

Que os deuses entendam meu desejo


Que compreendam a chama que me consome
Eu serei coragem, serei a voz do meu ser
E seguirei buscando o amor que me consome.

Assim, em versos e suspiros, eu clamo


Ao Arcanjo Negro, meu amor ansiado
Que ele escute o chamado do meu coração
E venha a mim, trazendo a redenção.

Que a poesia do destino nos encontre


Unindo nossas almas, num eterno abraço
E que juntos possamos construir um novo tempo
Onde o amor e a liberdade trilhem nosso espaço.

Indignado com as palavras de Calíope, Zeus ergueu o olhar, seus olhos expressando
tristeza e perplexidade. Em um tom carregado de pesar, ele respondeu à sua filha: "Minha
amada filha, suas palavras me entristecem profundamente. Eu segui as tradições e regras
que nos foram impostas pelos nossos ancestrais. Na verdade, nada sabemos sobre o
Arcanjo Negro, sua origem é envolta em mistérios. Às vezes, penso que ele pertence à
minha dinastia, outras vezes, acredito que pertença à dinastia de meu irmão Hades. Como
poderia eu te oferecer a alguém que é uma incógnita? Tente compreender minha posição,
minha querida."

Calíope, com determinação nos olhos, respondeu ao pai: "Eu sei a qual dinastia o Arcanjo
Negro pertence, pai." Surpreso e ao mesmo tempo curioso com a afirmação de sua filha,
Zeus indagou: "Então, diga-me, minha filha, a qual dinastia ele pertence? Essa informação é
de extrema importância, pois seu esposo Ares está decidido a acabar com a vida do
Arcanjo Negro. Eu aconselhei Ares a descobrir primeiro qual é a função essencial do
Arcanjo Negro antes de tomar qualquer medida tão terrível."

Você também pode gostar