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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI

COORDENAÇÃO GERAL DO PARFOR - UESPI


CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

JOSÉ PEREIRA SANTIAGO FILHO


JOANDERSON DE SOUSA TÔRRES

A INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAS


NAS ESCOLAS MUNICIPAIS LINDOLFO UCHÔA E
NAZARE BRITO EM BARRAS - PI

BARRAS-PI
2019
A INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAS
NAS ESCOLAS MUNICIPAIS LINDOLFO UCHÔA E
NAZARE BRITO EM BARRAS – PI

José Pereira Santiago Filho1


Joanderson De Sousa Tôrres2
Veruska Cronemberger Nogueira Rebêlo 3

RESUMO

O presente artigo trata-se de um estudo quanti-qualitativo com objetivo de analisar


comparativamente a inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais
(PNE´s) em duas escolas. A pesquisa foi desenvolvida em escolas municipais de
Barras – PI, tendo como critério de elegibilidade o censo escolar com levantamento
do número de alunos PNE´s. O estudo foi realizado in locu com a aplicação de
questionário misto, a amostra foi constituída por 15 sujeitos, sendo 5 da Escola
Nazaré Brito (ENB) e 10 da Escola Lindolfo Uchoa (ELU). Os resultados
demonstraram que os alunos PNE’s de ambas as escolas perceberam não ter
sofrido nenhuma situação de preconceito, a maioria considera boa a interação com
demais alunos e não se sentem diferentes, nunca se sentiram excluídos pelos
docentes com interação adequada, 90% foram recebidos atenciosamente no
primeiro dia de aula, na ELU afirmaram que professores utilizam formas de ensino
diferentes das convencionais e a maioria se sente incluído socialmente dependendo
das atividades propostas, 50% consideraram a acessibilidade na escola adequada e
30% com necessidade de melhorias, enquanto na ENB não souberam responder
quais métodos praticados na instituição, apenas 33,3% afirmaram participar de
gincanas, quanto a acessibilidade, 33,3% consideraram adequada, 33,4%
inadequada e 33,3% com necessidade de melhorias. Conclui-se que as escolas
estão desenvolvendo um processo de educação inclusiva com aspectos humanos
positivos relacionados a aceitação das diferenças, entretanto para a concretização é
necessário considerar maior investimento na estrutura física, recursos didáticos e
capacitação dos docentes para atender com qualidade à diversidade de alunos.

Palavras-chave: Alunos. Educação.Inclusiva. Processo ensino-aprendizagem.

1
Graduando do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Piauí,
E-mail josefilhovasco@gmai.com
2
Graduando do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Piauí,
E-mail joandersontorres@hotmail.com
3
Docente orientador. Doutora em Engenharia Biomédica pela UNIVAP. Graduada em Fisioterapia
pela UNIFOR. E-mail. veruskanogueirarebelo@yahoo.com.br

3
Abstract

This paper is a quantitative and qualitative study aiming to comparatively analyze the
inclusion of students with Special Educational Needs (PNEs) in two schools. The
research was carried out in municipal schools of Barras - PI, having as eligibility
criteria the school census with survey of the number of PNE´s students. The study
was conducted on-site with the application of a mixed questionnaire. The sample
consisted of 15 subjects, 5 from the Nazaré Brito School (ENB) and 10 from the
Lindolfo Uchoa School (ELU). The results showed that PNE students from both
schools realized they had not suffered any prejudice, most considered good
interaction with other students and did not feel different, never felt excluded by
teachers with adequate interaction, 90% were received thoughtfully On the first day
of school, ELU stated that teachers use different forms of teaching from the
conventional and most feel socially included depending on the proposed activities,
50% considered accessibility in school appropriate and 30% in need of improvement,
while in ENB not. They were able to answer which methods practiced in the
institution, only 33.3% said they participated in scavenger hunts, regarding
accessibility, 33.3% considered adequate, 33.4% inappropriate and 33.3% in need of
improvement. It is concluded that the schools are developing an inclusive education
process with positive human aspects related to the acceptance of differences.
However, for the materialization it is necessary to consider greater investment in the
physical structure, didactic resources and qualification of teachers to attend with
quality the diversity of students. .

Keywords: Students.Education.Inclusive.Peach-learning process


4

1 INTRODUÇÃO

As adaptações curriculares (AC) são consideradas estratégias e critérios de


atuação docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa
escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando que o
processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de
necessidades dos alunos na escola (ROMANOWSKI et al., 2009).
O conceito de (AC), consideradas como: estratégias e critérios de atuação
docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar às
maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de
ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos
alunos na escola (BRASIL, 1998). No qual todas as pessoas com necessidade
especiais sejam inclusas com direito ao acesso a educação como citado na
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, a Lei nº 7.853 de 24 de outubro
(dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência).
O Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004, regulamenta a Lei 10.098
bem como a Lei 10.048 de 08 de novembro de 2000, que confere prioridade à
pessoa com deficiência nos órgãos de Administração pública direta, indireta,
empresas prestadoras de serviços públicos e as instituições financeiras.
O Decreto nº 3.076 de 01 de junho de 1999 criou o âmbito do Ministério da
Justiça o Conselho Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência – CONADE e a Lei
nº 10.216 de 04 de junho de 2001, que se refere aos direitos e proteção das pessoas
acometidas de transtorno metal, Conselho Nacional de Combate à Discriminação,
CNCD, pelo DECRETO nº 3.952 de 04 de outubro de 2001 e a Lei nº 10.845, de 5
de março de 2004 que instituiu o Programa de Complementação ao Atendimento
Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência).
No contexto escolar, o currículo deve considerara diversidade do indivíduo, é
necessário ser flexível e passível de adaptações, sem perda de conteúdo. Deve ser
desenhado tendo como objetivo geral a “redução de barreiras atitudinais e
conceituais”, e se pautar em uma “ressignificação do processo de aprendizagem na
sua relação com o desenvolvimento humano” (OLIVEIRA; MACHADO; GLAT, 2007,
p. 16 e 17).
Segundo Mendes (2002), para atender os alunos com necessidades
educacionais com qualidade, a escola deve modificar-se no aspecto político
(construção de uma rede de suportes capaz de forma pessoal e promover serviços
na escola, na comunidade e região); no aspecto educacional (capacidade de
planejar, programar e avaliar programas para diferentes alunos em ambientes da
escola regular) e no aspecto pedagógico (o uso de estratégias de ensino que
favoreçam a inclusão e descentralize o Gráfico do professor, o incentivo às tutorias
por colegas, a prática flexível, a efetivação de currículos adaptados).
De acordo com a Constituição Federal Brasileira de 1988, o artigo 205 define
a educação como um direito de todos, que garante o pleno desenvolvimento da
pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Estabelece a
igualdade de condições de acesso e permanência na escola como um princípio. Por
fim, garante que é dever do estado oferecer o Atendimento Educacional
Especializado (AEE), preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1988).
A portaria do Ministério da educação (MEC) nº 1.793, recomenda a inclusão
de conteúdos relativos aos aspectos éticos, políticos e educacionais da
normalização e integração da pessoa portadora de PNE´s nos currículos de
5

formação de docentes (BRASIL, 1998; VITALIANO, 2003). Bem como a Lei de


Diretrizes e Bases da Educação (LDB) Nacional define educação especial, assegura
o atendimento aos educados com necessidades especiais e estabelece critérios de
caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com
atuação exclusiva em educação especial para fins de apoio técnico e financeiro pelo
poder público.
Neste contexto, o objetivo desta pesquisa analisar comparativamente a
inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais em duas escolas de
rede pública.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.1 Caracterização da pesquisa

Trata-se de um estudo quanti-qualitativo de campo e baseado em


levantamento bibliográfico em livros e trabalhos científicos publicados em revistas
especializadas, que abordassem sobre o objeto de estudo: inclusão de PNE’s. De
acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica caracteriza-se como aquela que seu
desenvolvimento terá como base material já elaborada, a pesquisa se caracteriza
como qualidade e com levantamento quantitativo tratando-se com embasamentos
verídicos.
2.2 Locais e voluntários das pesquisas

A pesquisa foi desenvolvida em duas Escolas Municipais de Barras – PI,


escolhidas de forma criteriosa, tendo como critério de elegibilidade o censo escolar
com levantamento das escolas de rede pública de ensino fundamental com maior e
menor número de PNE´s.
As escolas selecionadas apresentam a seguinte caracterização. A Escola
Municipal Monsenhor Lindolfo Uchoa (ELU) está localizada na Rua Gervásio Costa,
320, Boa Vista, Barras-Piauí. Esta possui 540 alunos, de acordo com o Censo
Escolar de 2018, em Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino de
jovens e adultos (EJA).Já a Escola Municipal Professora Nazaré Brito (ENB) situa-se
na Rua Duque De Caxias, SN, Xique-Xique, no mesmo município. Cabe informar
que a escola possui 294 alunos em Educação Infantil, segundo dados do Censo
Escolar de 2018.
Foram considerados como sujeitos da pesquisa os alunos PNE´s das
instituições acima caracterizadas. A amostra foi constituída por 15 alunos PNE´s,
sendo 10alunos pertencentes a ELU e 5 alunos a ENB.

2.3 Aspectos éticos legais

A coleta de dados foi iniciada somente após a assinatura do Termo de


Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelo responsável ou representante legal
(APÊNDICE A).

2. Coleta e análise de dados.


6

Foi realizada uma pesquisa de in locu com a aplicação de um questionário


com perguntas abertas e fechadas, no período de 21 a 22 de fevereiro de 2019 em
ambas as escolas.
Para uma coleta de dados satisfatória perante a relevância do tema abordado,
aplicou-se um questionário com alunos PNE´s, contendo 11 perguntas, das quais 7
eram fechadas e 4 abertas (APÊNDICE B).
Os dados foram analisados de acordo com as respostas dos questionários e
os resultados foram apresentados em forma de gráficos. Segundo Beuren (2008, p.
136) “analisar dados significa trabalhar com todo material obtido durante o processo
de investigação”.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na interpretação de Mantoan (2004), a inclusão de alunos com necessidades


educacionais especiais é um movimento que tem sido muito polemizado por
diferentes segmentos, mas essa inserção nada mais é do que garantir o direito
constitucional que todos independentes de suas necessidades, têm a uma educação
de qualidade, e que a inclusão vai depender da capacidade de lidarmos com a
diversidade e as diferenças.
Nesta pesquisa, a primeira pergunta realizada aos alunos PNE´s de ambas as
escolas abordou percepção sobre o preconceito, questionando se já sofreram
alguma situação percebida como preconceito por parte de professores ou outros
alunos na escola, tendo 100% dos entrevistados respondido não terem sofrido
nenhum tipo de preconceito (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Percepção dos alunos PNE´s em relação ao preconceito

Percepção dos alunos entrevistados nas escolas em


relação ao preconceito 100%
Nazaré Brito Lindolfo Uchoa
100%

0%

0%

sim não

Fonte: própria do autor, 2019.

Os resultados mostram que em ambas as escolas, os alunos PNE’s entrevistados


responderam não ter sofrido nenhum tipo de preconceito por partesde professores e
outros alunos.
7

Horkheimer e Adorno 1986 (apud Crochík, 2001, p. 81) explicam que


a relevância de estudar as características psicológicas individuais
dos sujeitos reprodutores de preconceito e discriminação se dá pelo
fato de o preconceito ser mediado por necessidades psíquicas e
sociais. O contato do preconceituoso com o objeto, real ou potencial,
de seu preconceito, não pode ser plenamente satisfatório, ainda que
sejam seguidas as condições favoráveis a ele, conforme apresenta a
literatura da área. As necessidades psíquicas das pessoas
envolvidas, assim como fatores associados mais diretamente à
contradição social, podem impedir que a diminuição do preconceito
ocorra.

Quanto a exclusão 100% dos alunos PNE’ sem ambas as escolas nunca se
sentiram excluídos no ambiente escolar pelos professores (Gráfico 2).
[...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os
professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar
de pessoas deficientes torna-se uma conseqüência natural de todo um
esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino
básico. (MANTOAN,1997, p.120)

GRÁFICO 2- Percepção dos alunos PNE’s sobre exclusão por algum


professor?

Percepção dos alunos PNE’s em relação a exclusão


Nazaré Brito Lindolfo Uchoa
100%

100%

0%

0%

sim não

Fonte: própria do autor

Nesta pesquisa, a terceira pergunta está relacionada atuação do professor da


área de educação física, se o mesmo inclui os alunos PNE´s em suas aulas práticas,
entretanto os resultados não foram considerados nesse estudo devido a ausência de
aulas práticas de educação física nessas unidades escolares por falta de espaço
físico para a prática desportiva.
É comum a sociedade associar a pessoa com deficiência a falta de
produtividade, ou seja, o fracasso é facilmente apontado e o sucesso é
8

pouco percebido e quando percebido é atribuído com mérito, não sendo


valorizado o esforço depositado para tal proeza. O esporte adaptado
ocupa/desempenha um papel importante na sociedade porque ele combate
este tipo de preconceito e estereótipo em torno das pessoas com
deficiência. (HEIL, 2008).

Os Gráficos 3 e 4estão relacionados a interação dos alunos PNE’s com


docentes e demais alunos nas escolas. De acordo como gráfico 3, os alunos PNE’s
entrevistados na escola ELU responderam que a interação entre os alunos é boa
(100%), na escola ENB houve variação de conceito 33,3% consideraram boa, 33,3%
muito boa, os demais não responderam ou não quiseram opinar com percentual de
33,4%. Provavelmente a variação desses conceitos na ENB esteja relacionada a
dificuldade de avaliação dos alunos devido a média baixa de idade dos alunos
entrevistados.

GRÁFICO 3- Interação dos alunos PNE’s com demais alunos nas escolas.

Interação entre alunos na sala de aula


Nazaré Brito Lindolfo Uchoa
100%

33.30% 33.40% 0% 33.30% 0%

boa muito boa não responderam

Fonte: própria do autor, 2019.

No gráfico 4, apresenta-se a interação, especificamente o tratamento


empregado pelos docentes aos alunos PNE´s em ambas as escolas. Nas escolas a
interação foi considerada adequada, não houve distinção de tratamento em relação
aos demais discentes.
9

GRÁFICO 4- Interação dos alunos PNE’s com docentes nas escolas.

Interação entre alunos PNE´s e professores na sala de aula

Nazaré Brito Lindolfo Uchoa


100%

100%

0% 0% 0%

0% 0% 0%

Diferenciada Adequada Indiferente outra forma

Fonte: própria do autor, 2019.

Os dados desta pesquisa destacam não ao preconceito e exclusão, o que


gerou nos alunos um ambiente escola amigável, concordando com a literatura pois:
[...] é o meio mais efetivo de combater as atitudes discriminatórias, criando
comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e
alcançando a educação para todos, além disso proporciona uma educação
eficaz para a maioria das crianças, melhora a eficácia e, por fim, a relação
custo-efetividade de todo o sistema educativo” (UNESCO,1994).

Neste contexto, foi realizado outro questionamento quanto ao tratamento


dispensado aos alunos PNE’s no primeiro dia de aula pelos docentes e demais
alunos, observou-se que em ambas as escolas 90% dos entrevistados foram
recebidos atenciosamente e apenas 10% dos alunos PNE’s referiram tratamento
com indiferença (Gráfico 5).

GRÁFICO 5- Tratamento dispensado aos alunos PNE’s no primeiro dia de aula


pelos docentes e demais alunos

Tratamento dispensado aos alunos PNE’s no primeiro dia


de aula
Nazaré Brito Deuselina Alencar
90%
90%

10% 0%
0%
10%
0% 0%

Atenciosamente Perfeição Indiferença Rejeição


10

Fonte: própria do autor

Este percentual elevado (90%) pode servir com um indicador da boa


receptividade escolar, pois segundo Sassaki (2003, p.15) em sua obra a educação
inclusiva:
é o conjunto de princípios e procedimentos implementados pelos sistemas
de ensino para adequar a realidade das escolas à realidade do alunado que,
por sua vez, deve representar toda a diversidade humana. Nenhum tipo de
aluno poderá ser rejeitado pelas escolas.

A inclusão social pode ser considerada com a forma pela qual a sociedade se
adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com deficiência
e, simultaneamente, essas também se organizam para assumir seus papéis na
sociedade. Fica claro que a sociedade precisa de uma transformação completa,
devendo ainda perceber que ela precisa de capacitação para atender às
necessidades de seus membros (SASSAKI, 2003).
De acordo com Sigmon (1983, p. 3) “Quase todas as crianças confinadas a
cadeira de rodas, não treinadas no controle das funções fisiológicas ou consideradas
ineducáveis eram excluídas, devido aos problemas que seu ensino iria envolver”.
Na perspectiva de inclusão social, buscou-se saber a relação à participação
dos alunos entrevistados nas gincanas e outras atividades escolares (Gráfico 6).
Quanto a esta indagação percebe entre os participantes grande variação, pois na
escola ELU 60% responderam que dependendo da atividade, e outros 20%
afirmaram que sim (gincanas) e 20% que não participam. Na ENB
33,3%responderam afirmativamente que participam das gincanas, 33,3% negaram e
33,4% optaram por não responder.

GRÁFICO6- Participação dos alunos entrevistados em gincanas e outras


atividades?

Participação dos alunos PNE’s em gincanas e outras atividades


escolares 60%
Nazaré Brito Lindolfo Uchoa

33.30% 33.30% 33.40%


20% 20%

0%

0.00%

sim depende de atividade não responderam não

Fonte: própria do autor


11

As escolas selecionadas nesta pesquisa apresentam diferença quanto ao


número e idade de alunos PNE’s, possivelmente por este motivo percebeu-se uma
discrepância quanto ao método de ensino utilizados pelos professores em sala de
aula (Gráfico 7). Na escola ENB com alunos com menor média de idade e menor
número de alunos PNE’s, Não souberam responder quais métodos praticados na
instituição. Na ELU 100% dos alunos entrevistados afirmaram que os professores
utilizam outras formas de ensino diferentes das convencionais em sala de aula.
Entre os vários métodos de ensino praticados com esses alunos pode-se citar:
Soroban, braile, maquetes e globo.Portanto, percebe-se que os professores da ELU
têm mais capacitação para trabalhar com portadores de necessidades que a escola
ENB.

GRÁFICO 7- Métodos de ensino utilizados pelos professores nas escolas?

Métodos de ensino utilizados pelos professores


Nazaré Brito Lindolfo Uchoa
100%

100%

0%

0%

não responderam soroban, brayle,maionetes, globo

Fonte: própria do autor

A comparação entre as escolas neste estudo, vão de encontro as dificuldades


apresentadas por Rodrigues e Iemma (2005), o qual constatou que quando os
professores são questionados sobre as barreiras à inclusão, enunciam
predominantemente três fatores: a falta de formação dos professores para
empreender práticas inclusivas; a carência de recursos e; a ausência de mudanças
estruturais na escola que sustentem as inovações.
Cabe ainda ressaltar que:
As escolas passam a ser chamadas inclusivas no momento em que
decidem aprender com os alunos o que deve ser eliminado, modificado,
substituído ou acrescentado nas seis áreas de acessibilidade, a fim de que
cada aluno possa aprender pelo seu estilo de aprendizagem e com o uso de
todas as suas múltiplas inteligências (SASSAKI, 2003, p.15).

[...] No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias


considerando que alguns alunos podem demandar ampliação de tempo
para a realização dos trabalhos e o uso da língua de sinais, de textos em
12

Braille, de informática ou de tecnologia assistiva como uma prática cotidiana


(BRASIL, 2007, p. 16).

Quanto a acessibilidade escolar na ENB 33,3% dos alunos PNE’s


consideraram adequada, 33,4% inadequada e 33,3% com necessidade de
melhorias, enquanto na ELU 50% consideraram a acessibilidade adequada,
30% com necessidade de melhorias e 20% não responderam (Gráfico 8).

GRÁFICO 8 – Acessibilidade nas escolas

Acessibilidade nas escolas


50% Nazaré Brito Lindolfo Uchoa

30%
33.40% 33.30% 20%
33.30%
0%
0.00%

da ad
a ria am
qua u l ho er
e eq e
on
d
Ad ad m
sp
e
in de re
e
ad ad nã
o
i lid sid
s ib s
es ce
ac ne

Fonte: própria do autor, 2019.

Estes dados mostram a opinião dos alunos PNE’s sobre suas necessidades
de acesso. A acessibilidade deve ser garantir aos alunos, independentemente de
sua deficiência, livre acesso a todos os ambientes da escola, tais como: salas de
aulas, laboratórios de informática, bibliotecas, sala dos professores, secretarias,
quadra de esportivas, refeitório, o pátio, bem como sanitários adequados.
A literatura reporta que a acessibilidade para alunos com deficiências nas
escolas é sempre aspecto delicado ou frágil, no qual vários estudos demonstram
que as escolas se preocuparam com à inclusão e à acessibilidade quando os alunos
com deficiências começam a ingressar neste ambiente.

Muitas vezes, a solução para os problemas arquitetônicos e estruturais não


está na construção de novos empreendimentos, mas nas adaptações
necessárias desses espaços aos deficientes físicos, para que deixem sua
condição de excluídos da sociedade e passem a manter uma relação de
autonomia e segurança em todos os âmbitos sociais, inclusive no escolar.
Nesse aspecto priorizamos a inclusão escolar, que “implica numa
reorganização estrutural da escola, de todos os elementos da prática
pedagógica, considerando o dado do múltiplo, da diversidade e não mais o
padrão, o universal” (MARQUES; MARQUES, 2003, p. 235).

Visando conhecer a auto percepção dos alunos PNE´s em relação a sua


condição e se sentem diferentes dos demais alunos, houve variação percentual
entre as escolas, na ENB 100%dos alunos PNE´s não se sentem diferentes em
13

relação aos outros alunos, enquanto na ELU 75% dos alunos entrevistados
responderam que não se sentem diferentes em relação aos demais e 25%
responderam que se sentem diferentes por causa de deficiência. Os resultados
demonstram que a maior parte dos entrevistados se sentem aceitos no ambiente
escolar (Gráfico 9).

GRÁFICO 9- Auto percepção dos alunos PNE´ sem relação a sua


condição e diferenças com demais alunos

Auto percepção dos alunos PNE´s em relação a sua


condição e diferenças com demais alunos
Nazaré Brito Lindolfo Uchoa

75%

100%

25%

0%

sim não

Fonte: própria do autor

Teixeira e Solla (2006) apontam que para a auto-aceitação da deficiência é


preciso que se trabalhe a saúde em nível físico, emocional e social. A autora ainda
coloca que estímulos referentes à cultura assim como a postura atitudinal da
sociedade em relação à deficiência e a falta de serviços ofertados e até mesmo pela
legislação dificultam este processo de aceitar a deficiência e viver uma vida por
completo e não bipartida.
De acordo com Fleming e Couto (1978), a falta de autoconfiança pode ser
mais prejudicial do que outros obstáculos que bloqueiam o caminho de
pessoas com deficiência sendo que, o primeiro passo para o desenvolvimento de
autoconfiança é a aceitação de suas características e especificidades tendo fé
no seu valor e em suas possibilidades de progredir.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação é o alicerce para o desenvolvimento de qualquer cidadão, a educação


inclusiva é um processo social voltada para a cidadania global, plena, livre de
preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças, no qual os alunos PNE’s
14

têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal.


Os resultados encontrados mostraram que ambas as escolas existe um clima
escolar positivo no aspecto humano, com boa receptividade, interação e aceitação
das diferenças pelos possuem professores e demais alunos, entretanto as escolas
não oferecem uma estrutura física adequada para acessibilidade, materiais didáticos
adaptados, além da falta da capacitação dos docentes, portanto, destaca-se o
professor como sujeito transformador da realidade dos alunos, que apesar de toda
problemática existente, consegue adaptar materiais de baixo custo e busca
capacitação informal para incluir os alunos PNE’s no ambiente escolar.
Conclui-se que as escolas estão desenvolvendo um processo de educação
inclusiva com aspectos humanos positivos, entretanto para a concretização é
necessário considerar maior investimento na estrutura física, recursos didáticos e
capacitação dos docentes para atender com qualidade à diversidade de alunos,
especialmente os alunos PNE’s.

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necessidades especiais integrados. Inclusão. Londrina: Eduel, 2003, p. 65-77.

APÊNDICE A- TCLE

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TCLE
16

Eu,_______________________________________________________
R.G.___________________________concordo em fazer parte voluntariamente do
estudo desenvolvido pelo (a) Graduando (a) José Pereira Santiago Filho e
Joanderson de Sousa Torrês, do curso de Licenciatura Plena em Ciências
Biológicas na Universidade Estadual do Piauí-UESPI sob a orientação da
professora selecionada Veruska Cronemberger Nogueira Rebelô fornecendo as
informações necessárias para o desenvolvimento da investigação que trata de A
INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAS
NAS ESCOLAS MUNICIPAIS LINDOLFO UCHÔA E
NAZARE BRITO EM BARRAS – PI. Afirmo, portanto que tive pleno conhecimento
das informações do estudo citado. Discuti com o (a) referido (a) graduando (a) sobre
a minha decisão em participar neste estudo e ficou claro para mim, quais são os
propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, bem como as garantias
de confidencialidade. Ficou claro, também, que minha participação é isenta de
despesas.
Concordo, voluntariamente, em participar deste estudo e poderei retirar o meu
consentimento a qualquer momento, antes ou durante a sua realização. A retirada
do consentimento da participação no estudo não acarretará em penalidades ou
prejuízos pessoais.

BARRAS/PI,______de __________________de _______________.

Assinatura do Aluno:______________________________________________
Assinatura do Participante:_________________________________________

APÊNDICE B- QUESTIONÁRIO

QUESTIONÁRIO

Entrevista / Alunos
17

01. Você já sofreu algum tipo de preconceito por parte de algum professor ou alguém
da escola? Qual?
( ) Sim ( ) Não
02. Você já se sentiu excluído por algum professor?
( ) Sim ( ) Não
03. Como é a interação dos seus amigos de turma com você?

04. O professor da área da educação física lhe inclui em todas as atividades?


( ) Sim ( ) Não

05. Como você foi tratado por professores e alunos no seu primeiro dia de aula?

( ) Atenciosamente ( ) Perfeição ( ) Indiferença ( ) Rejeição

06. Em dias de gincanas e outras atividades na escola você participa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Depende da atividade

07. Quais os métodos de ensino o professor utiliza com você?

08. A sua escola possui acessibilidade adequada as todas as necessidades?


( ) Acessibilidade completa
( ) Acessibilidade inadequada
( )Necessidades de melhorias (reformas)

09.Você é tido como diferente pelos outros? Mesmo sabendo que somos todos
iguais.

( ) Sim ( ) Não

10.A forma de ensino do professor com você é?


( ) Diferenciada ( ) adequada ( ) Indiferente ( ) Outro Qual a forma?
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