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MAPEAMENTO E TRAÇADO DE LINHAS EQUIPOTENCIAIS E

DETERMINAÇÃO DE CAMPO ELÉTRICO

Laboratório 4 – Grupo 4

Lorena Cezar - RA 161320813

Natália Santos Fernandes - RA 161323065

Julianne Bellíssimo - RA 161323375

Thiago Fernandes Fachin - RA 161323774

Turma 222

Maurício Antônio Algatti

Laboratório de Física Experimental II

Guaratinguetá – SP

08/05/2017
Resumo

Este trabalho objetivou efetuar o mapeamento e o traçado das curvas


equipotenciais, as linhas de força, ortogonais às ultimas, e determinar a
intensidade do campo elétrico em alguns pontos no interior de uma cuba
eletrolítica com solução de CuSO4, a partir do traçado das curvas
equipotenciais em duas folhas de papel milimetrado, cujas escalas foram
igualmente confeccionadas para transposição de informação das coordenadas
entre ambas. Com a montagem do circuito e auxílio de um voltímetro e
microamperímetro, foi possível determinar as curvas equipotenciais.
Introdução

Chama-se Campo Elétrico o campo estabelecido em todos os pontos do


espaço sob a influência de uma carga geradora de intensidade Q, de forma que
qualquer carga de prova de intensidade q fica sujeita a uma força de interação
(atração ou repulsão) exercida por Q.
Uma forma de representar o campo elétrico produzido por uma carga Q
consiste no esboço das linhas de campo (ou linhas de força). A tangente
destas linhas fornece, em qualquer ponto, a direção do campo.
A interpretação do campo elétrico, através de linhas foi introduzida
inicialmente por Michael Faraday, sendo empregada experimentalmente, até os
dias de hoje, num procedimento para a visualização de campos elétricos.
O sentido do campo elétrico é o mesmo das linhas de força, ou seja,
divergentes em relação às cargas positivas e convergentes em relação às
cargas negativas, uma vez que as cargas positivas exercem forças repulsivas
sobre a carga de teste utilizada para provar a existência das cargas. Por
convenção o sinal da carga de teste é positivo, logo as cargas positivas
repelem a carga de teste e as negativas atraem. O sentido destas forças define
o sentido das linhas de força e conseqüentemente o sentido do campo elétrico.
As curvas ou linhas equipotenciais são perpendiculares às linhas de
força (também denominadas linhas de campo). Uma carga elétrica, de teste,
pode ser deslocada ao longo destas curvas sem que haja realização de
trabalho, uma vez que, como afirmado acima, o campo elétrico é perpendicular
à linha equipotencial. Estes conceitos podem ser explorados facilmente
utilizando-se uma cuba eletrolítica.
Uma cuba eletrolítica é normalmente composta por uma solução
condutora, como por exemplo, a de sulfato de cobre (CuSO 4). Em solução, o
sal se dissocia dando origem a uma solução iônica composta pelos íons Cu2+
e SO4 -. Quando são colocados dois eletrodos polarizados nesta solução,
observa-se a passagem de uma corrente elétrica entre os mesmos a qual é
produzida por uma força:
F = qE

atuando sobre os íons e os elétrons da solução. Para baixos valores do


potencial aplicado na cuba (V<1 volt) ocorre a redução do íon Cu 2+ no cátodo e
a oxidação no ânodo. Nestas condições, temos deposição de cobre de alta
pureza (99,98%) no cátodo.
Para valores mais elevados de tensão ocorrem várias reações
envolvendo a decomposição da água, do íon sulfato, dando origem a formação
de vários íons os quais se recombinam nas superfícies dos eletrodos formando
vários óxidos. A deposição de óxidos na superfície dos eletrodos deve ser
evitada, motivo pelo qual se recomenda a execução do experimento nas
condições de baixos valores de tensão aplicada nos eletrodos.
De uma forma aproximada o campo elétrico pode ser determinado por:
∆V
|E|=
∆S

onde ∆V é a diferença de potencial entre duas curvas equipotenciais e ∆S é a


distância entre os pontos tomados sobre as equipotenciais sendo a mesma
medida ao longo da curva perpendicular às duas equipotenciais. Para que a
equação acima seja válida é necessário considerar duas curvas equipotenciais
bastante próximas uma vez que a relação acima é rigorosamente válida para:

Desta forma, efetuando-se o traçado das curvas equipotenciais, pode-


se, facilmente, obter o traçado das linhas de campo uma vez que estas são
perpendiculares às equipotenciais em cada ponto.
Arranjo Experimental

Inicialmente, montou-se o circuito apresentado no esquema da figura 1.

Figura 1: Esquema do arranjo experimental para determinação das curvas equipotenciais e as


linhas de campo (linhas de força). (fonte: roteiro)

Colocou-se a cuba eletrolítica sobre uma folha de papel milimetrado na


qual foi demarcada a posição dos eletrodos com formado de anel e a posição
da ponta fixa. Uma folha idêntica ficou próxima a montagem experimental para
ser utilizada na coleta dos dados. A marcação no papel foi feita de acordo com
o esquematizado na figura 2.

Figura 2: Marcação dos pontos de referência para o traçado das equipotenciais. (fonte:
roteiro)

Após fixar os eletrodos na cuba, colocou-se a solução de sulfato de


cobre até atingir uma altura de no máximo 1 cm, evitando colocar as mãos em
contato direto com a solução.

Figura 2: Foto da montagem do experimento.


Mediu-se a resistência entre os eletrodos através da solução e ajustou-
se o reostato para que a diferença de potencial fosse de no máximo de 1V,
quando a diferença de potencial aplicada pela fonte fosse de 5V, sem deixar a
corrente ultrapassar cerca de 9 mA.
Mantendo uma das pontas de prova do galvanômetro (micro-
amperímetro de zero central) fixa em p0, deslocou-se a outra na solução de
sulfato de cobre, demarcando pelo menos quatro pontos acima e abaixo do
ponto p0, de tal forma que a leitura de corrente no micro-amperímetro fosse
nula. Marcou-se a posição dos pontos na folha de papel milimetrado colocada
ao lado da cuba eletrolítica (folha de coleta de dados).
Colocou-se a ponta fixa do galvanômetro, inicialmente em p0, em p1 e
repetiu-se o procedimento efetuado, assim como para os pontos p2, p3, p4,
p’1, p’2, p’3 e p’4, marcando a posição dos pontos das correspondentes
equipotenciais na folha de coleta de dados.
Traçou-se as curvas equipotenciais para os pontos acima mencionados.
A partir das equipotenciais obtidas para os pontos p0, p1, p2, p3, p4, p’1, p’2,
p’3 e p’4, traçou-se as linhas de força. Estas eram perpendiculares às curvas
equipotenciais em todos os pontos.
Trocando o galvanômetro por um milivoltímetro, determinou-se o valor
do potencial V nos pontos p1, p2, p3, p4, p’1, p’2, p’3 e p’4 tomando como
V0=0 no ponto p0.
Calculou-se o valor do módulo do campo elétrico, a partir da equação

∆V
|E|=
∆S

ao longo da linha que une os pontos p3 a p’3.


Determinou-se o vetor campo elétrico em pelo menos quatro pontos de
uma equipotencial distante da equipotencial passando por p0. Neste caso,
levantou-se uma segunda curva equipotencial, bem próxima, para que a
condição S 0 fosse satisfeita.
Resultados e Discussões
Questionário
1. Quais os cuidados importantes com o procedimento
experimental para que as condições iniciais de corrente e tensão se
mantenham no transcorrer da tomada de dados?
É importante que as placas condutoras estejam livres de camadas
superficiais para que a condução seja completa, ou seja, é preciso lixá-las e
limpá-las. Além disso, é importante, também, ajustar as tensões e correntes
adequadas para que o óxido não se deposite facilmente nas placas de cobre.
Caso isso, ocorra é necessário lixar as regiões oxidadas.

2. Porque é importante se manter a diferença de potencial entre


os eletrodos abaixo ou próximo de 1 V? Explique o funcionamento de
uma cuba eletrolítica.
É importante para que não ocorra a formação de óxidos na superfície
dos eletrodos.
Uma cuba eletrolítica é normalmente composta por uma solução
condutora, como por exemplo, a de sulfato de cobre (CuSO 4). Em solução, o
sal se dissocia dando origem a uma solução iônica composta pelos íons Cu 2+ e
SO4-. Quando são colocados dois eletrodos polarizados nesta solução,
observa-se a passagem de uma corrente elétrica entre os mesmos a qual é
produzida por uma força F = q.E, atuando sobre os íons e os elétrons da
solução. Para baixos valores do potencial aplicado na cuba (V<1 volt) ocorre a
redução do íon Cu2+ no cátodo e a oxidação no ânodo. Nestas condições temos
deposição de cobre de alta pureza (99,98%) no cátodo:
Cu2+ + 2e- → Cu (no cátodo) e
Cu → Cu2+ + 2e- (no ânodo)
Para valores mais elevados de tensão ocorrem várias reações
envolvendo a decomposição da água, do íon sulfato, dando origem a formação
de vários íons os quais se recombinam nas superfícies dos eletrodos formando
vários óxidos. A deposição de óxidos na superfície dos eletrodos deve ser
evitada, motivo pelo qual se recomenda a execução do experimento nas
condições de baixos valores de tensão aplicada nos eletrodos.

3. Quais os valores obtidos para o campo elétrico ao longo da


equipotencial escolhida. Quais as características do módulo do campo
elétrico quando nos afastamos do eixo de simetria do arranjo
experimental?
Os valores obtidos para o campo elétrico em cada equipotencial se
encontram na resposta do exercício 6. É esperado que o valor do campo
elétrico diminua à medida que se afasta do eixo de simetria, pois, de acordo
∆V
com a equação | E | = , conforme os ΔS aumentam, o campo deve diminuir.
∆S
É conhecido que o ΔS aumenta, pois a curvatura da equipotencial mais externa
é maior que a da externa considerada.
4. Quais as dificuldades inerentes ao arranjo experimental
utilizado na determinação das curvas equipotenciais? Quais modificações
que poderiam ser implementadas, sem um grande ônus financeiro, no
sentido de melhorar a qualidade dos resultados experimentais?
Alguns problemas encontrados foram o mal contato dos fios condutores
e a rápida oxidação dos eletrodos. Quanto aos fios, a troca seria uma boa
solução. Já no caso das oxidações, uma vez que a corrente e tensão estavam
corretas, uma solução seria o frequente lixamento das superfícies em
pequenos intervalos de tempo ou, até mesmo, o uso de corrente alternada com
a mesma solução, ou ainda, se a montagem permitir, diminuir ainda mais a
tensão.

5. O que deveria ocorrer se em vez de utilizarmos uma fonte de


tensão contínua, utilizássemos uma fonte de tensão alternada e água pura
em vez da solução iônica?
O problema dessa aplicação é que pela alternância que ocorre na
corrente alternada, o gás hidrogênio se forma em um polo, quando alterna a
corrente forma-se nesse mesmo polo o gás oxigênio, ambos elementos
derivados da água. Assim, em cada eletrodo forma-se uma mistura de gás
hidrogênio e oxigênio, que normalmente não é o que se deseja.

6. Calcule o módulo do vetor campo elétrico para quatro pontos


ao longo de uma curva equipotencial distante da equipotencial passando
pelo eixo intermediário entre os eletrodos.
E = (Vf – Vi) / ( S2 – S1)
Vf – Vi = 0.06 V

E1 = 0,06 / 5.10-4 = 120 V/m


E2 = 0,06 / 7.10-4 = 85,71 V/m
E3 = 0,06 / 7.10-4 = 85,71 V/m
E4 = 0,06 / 9.10-4 = 66,66 V/m
E5 = 0,06 / 10-3 = 60 V/m

7. Faça um esboço das superfícies equipotenciais entre duas


placas quadradas de mesmas dimensões, metálicas, paralelas, para as
seguintes situações: a) A separação entre as placas é muito menor que o
comprimento da aresta. b) A separação é muito maior que o referido
comprimento. Quais as diferenças entre as superfícies equipotenciais em
ambos os casos?
Conclusões
Analisando os resultados obtidos Para os conjuntos de eletrodos, os
contornos equipotenciais encontrados são plausíveis, tendo em vista que
nenhum absurdo ocorre como: contornos equipotenciais se cruzando ou
tangenciando-se. Outro fato importante é que os contornos são curvos nas
proximidades do eletrodo cilíndrico, porém se tornam mais suaves e,
posteriormente, retas, ao se aproximarem do eletrodo retangular.
No entanto, houve variações com relação à medida do campo conforme
se afastava do eixo de simetria, consequentes da imprecisão de alguns
instrumentos, como é o caso dos fios condutores, que se apresentavam com
mal contato e variações derivadas da rápida oxidação dos eletrodos, que
ocorria mesmo sendo usada a tensão correta. Lixar os eletrodos com
frequência seria uma boa maneira de compensar esse erro. Já para os fios
condutores, a única solução é trocá-los para os próximos experimentos, tendo
em vista que não são de custo elevado.
Referências Bibliográficas
[1] ALGATTI, Maurício A.. Mapeamento e Traçado de Linhas Equipotenciais e
Determinação de Campo Elétrico. Guaratinguetá, 2017. Roteiro elaborado pelo
professor Mauricio Antonio Algatti em 15/03/2005 e revisado pelo mesmo em
03/04/2017 para disciplina Física Experimental II, programa de Graduação em
Engenharia, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho".

[2] Bruce H. Mahan. Química: Um Curso Universitário. 2ª Edição, Editora


Edgard Blücher, Ltda, São Paulo, 1972.

[3] David Halliday, Robert Resnick e Kenneth S. Krane. Física 3, 5ª edição,


Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, RJ, 2004.

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