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Mapeamento de Linhas Equipotenciais

Saul R. Schuster, Ariane Farias – Turma 32 –


Laboratório de Física III– Departamento de Física
Universidade Federal de Santa Maria
e-mail: saul.schuster@acad.ufsm.br, ariane.farias@acad.ufsm.br

Resumo. Este relatório é referente ao primeiro experimento da disciplina de Física Geral e


Experimental III. Ele tem como objetivo ver na prática a ação do campo elétrico, gerado por uma
carga elétrica, além de mapear as linhas equipotentes presentes dentro do mesmo. Para isso, foi
realizado um experimento onde foi medido a diferença de potencial em diferentes pontos e
configurações de um campo elétrico na água.

Palavras chave: experiência, relatório, equipotencial.

Introdução Figura 2 - Linhas equipotenciais


A presença de uma partícula carregada
eletricamente cria um campo elétrico no espaço ao
seu redor. Esse campo elétrico é um campo vetorial,
responsável por gerar uma força elétrica sob outros
corpos eletricamente carregados.
Para representar um campo elétrico e poder
"visualizá-lo", usa-se as linhas de campo elétrico,
que convencionalmente se afastam de cargas
positivas e se aproximam de cargas negativas, como
na figura abaixo:
Figura 1 - Campo elétrico Fonte: Halliday, 2016

No experimento realizado, mediu-se o potencial


elétrico de vários pontos ao redor de condutores, a
fim de mapear algumas linhas equipotenciais.

Procedimento Experimental
Os materiais necessários e utilizados neste
experimento foram:
● Fonte de tensão contínua;
● Voltímetro;
● 2 fios com pino banana;
Fonte: Halliday, 2016
● Bacia de acrílico;
As linhas de campo elétrico são extremamente ● Água da torneira (quantidade suficiente
úteis para o estudo do campo elétrico, pois além de para preencher a bacia de acrílico);
ajudarem a visualizar a direção do campo elétrico ● Papel milimetrado;
em cada ponto do espaço, ajudam também a ● 2 cilindros de latão;
visualizar a sua intensidade. ● 2 placas de alumínio.
Outro tópico importante que será abordado no
experimento é o potencial elétrico. O potencial Antes de começar o experimento, foi necessário
elétrico de um ponto em relação a um ponto de alocar a instrumentação na bancada e preparar os
referência, é definido pelo trabalho da força elétrica materiais necessários para iniciar.
sobre uma carga eletrizada no deslocamento entre Preencheu-se a bacia de acrílico com água da
esses dois pontos. Este é uma grandeza escalar, torneira, de forma que não transbordou, porém a
medido em Volts (V). preencheu totalmente. Posicionou-se o papel
Portanto, uma linha equipotencial seria uma milimetrado embaixo da bacia de acrílico, de modo
linha em que todos os pontos têm o mesmo que os números do papel ficassem visíveis.
potencial elétrico, como na figura 2: As entradas dos 2 fios foram conectadas à fonte
de tensão ainda desligada, um pino no negativo e
outro no positivo, ressaltando que a fonte estava Figura 4 - Gráfico da configuração 2
configurada no valor de 10V. Após isso, a saída
negativa do fio foi conectada ao voltímetro como
ponto de referência (ponto 0) e a outra ponta de
saída positiva foi conectada no condutor, que pode
ser o cilindro ou a placa de alumínio.
Após posicionado todos os materiais, iniciou-se
o experimento ligando a fonte de tensão com a
primeira configuração: dois cilindros condutores
com um maior potencial. Essa configuração
caracterizou-se com 2 cilindros, um de carga
negativa (menor potencial) e outro de carga positiva
(maior potencial). No primeiro momento, achou-se
através do voltímetro um valor de maior potencial Figura 5 - Gráfico da configuração 3
na bacia com a ajuda do papel milimetrado,
definindo-se 10 pontos de “x” e “y” que retornem a
este mesmo valor. O cilindro negativo e positivo
foram posicionados em x = -10 e x = +10,
respectivamente. O potencial encontrado nesta
configuração foi U = 7,33V.
Com os valores coletados da configuração 1,
deu-se início a configuração 2, a qual consistiu no
mesmo procedimento porém em um valor de menor
potencial U = 2,29V, posicionado os cilindros no x
= -11 e x = +11.
Na configuração 3, pegou-se os 2 condutores de
placa de alumínio e posicionou-se a placa negativa Figura 6 - Gráfico da configuração 4
no x = -11 e a placa positiva no x = +11. Através do
voltímetro, também foram encontrados 10 pontos
de “x” e “y’ que retornaram ao valor U = 6,60V.
Já na configuração 4, usou-se a placa condutora
no negativo x = -11 e o condutor cilíndrico no
positivo x = +11, resultando em 10 pontos de “x” e
“y” coletados com o U = 7,6V.
A última configuração 5 utilizou-se o condutor
cilíndrico no ponto negativo x = -11 e a placa
condutora no ponto positivo x = +11,
encontrando-se 10 pontos de “x” e “y” com U =
8,63V.
Figura 7 - Gráfico da configuração 5
Resultados e Discussão
A partir dos valores obtidos experimentalmente,
plotou-se os valores de “x” e “y” que apresentavam
a mesma diferença de potencial, obtendo-se os
seguintes gráficos:
Figura 3 - Gráfico da configuração 1

Nota-se que através da plotagem dos


pontos, mapeou-se as linhas equipotenciais. Dessa
forma, é possível “visualizar” o efeito do campo
elétrico.
Ao analisar os gráficos das configurações
1 e 2, percebe-se que eles formam quase que um
meio círculo ao redor do cilindro condutor de carga
positiva. Este resultado é exatamente o que se
esperava, já que a teoria nos diz que um condutor
esférico gera linhas equipotenciais circulares e
centralizadas no condutor.
Ao analisar o gráfico da configuração 3,
percebe-se que ele também está de acordo com a
teoria, visto que entre duas placas condutoras,
espera-se linhas equipotenciais paralelas às placas.
Por fim, os gráficos obtidos da
configuração 4 e 5 também estão de acordo com a
teoria. Neles, esperava-se algo parecido com um
semicírculo quando próximo ao condutor esférico
de carga positiva (configuração 4), e com uma reta
quando próximo à placa condutora de carga positiva
(configuração 5). Em ambos os casos, esperava-se
que o formato não fosse exatamente um semicírculo
ou uma reta, já que como condutor negativo estava
com um forma diferente do positivo, o resultado
seria um pouco distorcido, devido à distribuição das
linhas de campo elétrico.
Vale a pena ressaltar que todos os valores
obtidos estavam suscetíveis a erro humano ao ver as
distâncias no papel milimetrado e ao alinhar e
centralizar os condutores.

Conclusão
O experimento abordou o mapeamento de linhas
equipotenciais através de uma simulação de campo
eletrostático com 5 configurações diferentes,
combinando os condutores e cargas disponíveis.
Notou-se claramente que, dependendo do condutor
utilizado, as linhas equipotenciais tomavam
configurações diferentes, ou seja, se o condutor era
cilíndrico, a linha tende a ser cilíndrica também.
Se combinado um condutor cilíndrico com uma
placa condutora, as linhas tendiam a se distorcer
devido à distribuição das mesmas geradas por cada
condutor no campo elétrico, já que cada um gera
em um formato diferente.
Conclui-se que o formato do condutor implica
diretamente nas linhas equipotencias geradas no
campo elétrico.

Referências

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER,


Jearl. Fundamentos de Física - Vol. 3 -
Eletromagnetismo, 10ª edição. Grupo GEN, 2016.

GOUVEIA, Rosimar. Potencial Elétrico. Toda


Matéria. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/potencial-eletrico/.
Acesso em: 03 de outubro de 2022

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