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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Física

Departamento de Física Geral

FIS 123 – Física Geral e Experimental III-E / Laboratório

Turma Teórica/Prática: T11/P21

Linhas Equipotenciais

Isabelly Ribeiro

Jonathas Lima

2018
Introdução

A noção de Potencial Elétrico provém do conceito de Trabalho e pode ser definido como
o trabalho realizado para transportar uma carga de um ponto a outro. O potencial elétrico pode
ser representado por linhas equipotenciais ou, no caso de 3 dimensões, superfície equipotencial.

Quando há uma diferença de potencial entre dois pontos de uma superfície condutora,
há o movimento de uma corrente elétrica de um potencial mais alto para um potencial mais
baixo. Os caminhos seguidos pelas cargas elétricas são denominados Linhas de Corrente e elas
são sempre perpendiculares às superfícies equipotenciais. Todas as linhas de corrente têm as
mesmas configurações das linhas de força em um campo eletrostático.

 Galvanômetro

O Galvanômetro é um detector de corrente de alta sensibilidade. Seu funcionamento é


quase idêntico ao do amperímetro, voltímetro. A diferença se dá à escala graduada e à
sensibilidade.

Esse experimento tem como objetivo fazer um mapeamento das linhas equipotenciais
e da força de um campo elétrico.

Procedimento Experimental

 Material Utilizado:
 Cuba de madeira e vidro com papel milimetrado na superfície inferior
 Fonte de tensão
 Eletrodos
 Haste e/ou placa de metal
 Sonda móvel
 Sonda fixa com resistência de proteção para o galvanômetro
 Líquido condutor, CuSO4
 Galvanômetro de zero central
 Placa de ligação
 Chave liga-desliga
 Folha de papel milimetrado
 Fios
 Procedimento

A princípio, montou-se o circuito detector de zero conforme a Figura 1.

Figura 1 Circuito montado

Depois de montado o circuito, nivelou-se a cuba, colocou-se o líquido condutor e os


eletrodos. Foi estabelecido uma DDP entre os eletrodos utilizando uma fonte de tensão de 3,1
V.

A primeira configuração se assemelha à Figura 2.

Figura 2 Primeira Configuração

Nessa configuração, utilizou-se dois eletrodos cilíndricos. Abriu-se a chave k e houve a


procura por pontos na solução cuja diferença de potencial é nula. Encontrou-se pontos
suficientes para traçar a linha equipotencial. Todos os pontos encontrados são, então,
transferidos para uma folha de papel milimetrado.
Para a segunda configuração, utilizou-se um eletrodo cilíndrico (+) e uma barra (-). A
montagem corresponde à da Figura 3.

Figura 3 Segunda Configuração

Novamente, procurou-se por pontos cuja DDP é nula, movimentando a sonda fixa.
Assim, determinou-se a família de linhas equipotenciais.

Na terceira configuração, apenas acrescentou-se uma haste à montagem da segunda


configuração, essa haste foi fixada à barra. Mapeou-se a família de linhas equipotenciais.

Ao posicionar a sonda fixa entre o eletrodo positivo e a barra (eletrodo negativo), nota-
se que próximo à sonda fixa a DDP se anula e aumenta ao se aproximar tanto do eletrodo quanto
da barra. Ao colocar a sonda móvel atrás da barra, registra-se valores altos e uma pequena
diminuição ao se afastar da barra.

Ao colocar a sonda fixa atrás da barra juntamente com a sonda móvel, nota-se que a
DDP se mantém nula em todos os pontos atrás dessa barra. Ao colocar a sonda móvel entre a
barra e o eletrodo, percebe-se que há pequenos valores para a DDP quando se está próximo à
barra e valores maiores para a DDP quando se está próximo ao eletrodo.

Invertendo a polaridade do eletrodo, agora negativo, e a barra (positivo), posicionando


a sonda fixa entre a barra e o eletrodo e, também, atrás da barra, o comportamento da DDP é o
mesmo do caso acima.

Ao posicionar a sonda fixa atrás da barra (positivo) juntamente com a sonda móvel e a
sonda móvel entre a barra e o eletrodo (negativo), nota-se que o comportamento da DDP se
mantém.

 Discussão

Ao colocar a sonda móvel na solução, busca-se encontrar pontos cuja a Diferença de


Potencial em relação à sonda fixa é nula. Para isso, colocou-se a sonda fixa em um ponto P
arbitrário e, com a ajuda da outra sonda, procurou-se pontos para os quais não há detecção de
corrente pelo Galvanômetro.

Linhas equipotenciais são, geralmente, paralelas. Se elas se interceptam, significa que


elas estão convergindo para determinado ponto. Ou seja, esse ponto possui potencial comum à
essas linhas equipotenciais. Dessa forma, essas linhas pertencem à mesma Superfície
Equipotencial.

Como a resistividade da solução é muito superior que a dos metais dos eletrodos, há
uma maior dificuldade na passagem de corrente pela solução. Existe, dessa forma, uma analogia
com o Dielétrico que também apresenta uma resistência à passagem de corrente entre
condutores.

Caso a cuba não esteja na horizontal, pode haver uma diferença de volume em
determinados pontos da cuba. Existirá nesses pontos uma maior concentração de íons,
facilitando a passagem de corrente, o que causa uma diminuição na resistividade. Em outros
pontos, haverá uma maior resistividade. Isso pode causar uma deformação nas linhas
equipotenciais.

As sondas irão registrar diferença de DDPs entre seus respectivos lugares. A linha
equipotencial é traçada quando há o mesmo potencial entre as duas. Logo, a superfície
equipotencial deve passar pela sonda fixa.

Há uma simetria nas linhas equipotenciais. Isso se deve ao meio condutor que é
homogêneo, provocando um campo uniforme e à horizontalidade da cuba. As linhas de corrente
próximas aos eletrodos são mais densas, pois, nessas regiões, o campo é mais intenso.

Conclusão

Com base no experimento, pode-se perceber como se comportam as superfícies


equipotenciais. Com a ajuda do galvanômetro, ao identificar pontos com Diferença de Potencial
nula, pode-se traçar linhas equipotenciais e perceber a simetria das mesmas que se deve à
homogeneidade da solução e da horizontalidade da cuba.

Referências

Halliday, D.; Resnick, R.; Walker,J, “Fundamentos de Física, vol 2” , LTC, 2009.

Nussenzveig, Herch Moyses, “Curso de Física Básica, vol 2”, Edgard Blucher, 2002.

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