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Estudos feministas e
discursos coloniais
MOHANTY,
CHANDRA
CHANDRA TALPADE MOHANTY nasceu em Mumbai, Índia.
¹MOHANTY, C. T. Sob olhos ocidentais. Sob olhos ocidentais: estudos feministas e discursos coloniais. Tradução de Ana Bernstein. Copenhague / Rio de Janeiro: Zazie edições, 2020. .
9 (-1) livros da série da Zed Press, Women in the
Third World
Da esquerda para a direita, Jeffery, 1979; Latin American and Caribbean Women’s Collective, 1980; Omvedt, 1980; Minces, 1980;
Siu, 1981; Bendt e Downing, 1982; Cutrufelli, 1983; Mies, 1982; e Davis, 1983.
I pressuposição analítica:
“Esses argumentos não são tanto contra a generalização, mas antes a favor
de generalizações cuidadosas e historicamente específicas, que respondam a
realidades complexas” (MOHANTY, 2020, p. 49).
Fran Hosken – mutilação genital feminina no Oriente e na África. Define as mulheres como vítimas do
controle masculino – “oprimidas sexualmente” (P. 23).
“definir mulheres como vítimas arquetípicas as congela em “objetos que se defendem”, os homens em
“sujeitos que cometem violência” (p. 24).
Mulheres = impotentes
Homens = poderosos
“A violência masculina precisa ser teorizada e interpretada no interior de sociedades específicas (...) A
sororidade não pode ser assumida com base no gênero, deve ser forjada em práticas e análises históricas e
políticas concretas” (P. 24).
2. Mulheres como dependentes universais
Maria Rosa Cutrufelli – descrita em seu livro Women of Africa: Roots of Oppression como escritora,
socióloga, marxista e feminista italiana.
“Minha análise começará por afirmar que todas as mulheres africanas são política e economicamente
dependentes (...) Não obstante, aberta ou secretamente, a prostituição ainda é a principal, se não a única,
fonte de trabalho para mulheres africanas” (CUTRUFELLI, 1983, p. 13-33 apud MOHANTY, 2020, p. 25)
Argumento universalista.
“O ponto crucial esquecido é que as mulheres são produzidas por meio dessas mesmas relações [“de
parentesco, colonialismo, organização de trabalho, e daí por diante”], assim como estão implicadas na
formação dessas relações (MOHANTY, 2020, p. 27)
3. Mulheres casadas como vítimas do processo colonial
Cutrufelli, em Mulher da África, determina o status sexual-político das mulheres do povo Bemba, na Zâmbia,
a partir da comparação entre a estrutura do contrato de casamento tradicional e o contrato pós-colonial
estabelecido.
O texto da autora analisado não leva em conta as implicações políticas nas relações sociais inerentes a esse
grupo e as respectivas diferenças simbólicas que marcam as mulheres que constituem o povo Bemba.
(MOHANTY, 2020)
4. Mulheres e sistemas familiares
“Quando Juliette Minces (1980) cita a família patriarcal como base de “uma visão de mulher quase
idêntica” às das sociedades árabes e islâmicas, ela cai na mesma armadilha".
“...falar da estrutura patriarcal da família ou da estrutura tribal de parentesco como origem do status
socioeconômico das mulheres é novamente assumir que elas são sujeitos sexuais-políticos antes de sua
entrada na família (...) Sua família patriarcal se mantém desde o tempo do profeta Maomé. Elas
existem, por assim dizer, fora da história.
As religiões analisadas a partir da oposição entre países “desenvolvidos” e “em desenvolvimento” mais
uma vez estabelecem a priori uma distinção qualitativa entre “mulheres do primeiro mundo” e
“mulheres do terceiro mundo”, fazendo uma comparação transcultural.
“De uma maneira estranha, o discurso feminista sobre mulheres do Oriente Médio e do Norte da África
espelha o discurso da própria interpretação dos teólogos sobre as mulheres no islã” (LAZREG, 1988, p.
87 apud MOHANTY, 2020, p. 34)
“O efeito geral desse paradigma é privar as mulheres da autopresença, do ser. “Mulheres subsumidas”
na religião, deslocadas do tempo histórico (LAZREG, 1988, p. 87 apud MOHANTY, 2020, p. 34).
6. Mulheres e o processo de desenvolvimento
A jornalista e ativista pelo direito das mulheres, Perdita Huston, afirma que as “necessidades” e
“problemas” de mulheres no Egito, Quênia, Sudão, Tunísia, Sri Lanka e México tem a ver com
educação, saúde, trabalho, direitos legais e participação política, sendo assim necessária a
implementação de políticas de desenvolvimento para a mulher (MOHANTY, 2020).
“Mulheres são constituídas como mulheres por meio da interação complexa entre classe, cultura,
religião e outras instituições e estruturas ideológicas (MOHANTY, 2020, p. 36).
“É revelador que, para Perdita Huston, as mulheres em países do Terceiro Mundo sobre as quais ela
escreve tenham “necessidades” e “problemas”, mas poucas, ou quase nenhuma, tenham “escolhas”
ou liberdade de ação” (MOHANTY, 2020, p. 37).
“É apenas por meio da compreensão das contradições inerentes à posição das mulheres no interior de
várias estruturas que é possível conceber ações e desafios políticos efetivos” (MOHANTY, 2020, p. 42).
II pressuposição analítica:
Universalismos metodológicos ou
A opressão das mulheres é um fenômeno global: [três métodos de estudos feministas
ocidentais sobre mulheres no terceiro mundo].
A. Método aritmético. quanto maior o número das mulheres que usam véu, mais universal é a
segregação sexual e o controle sobre as mulheres (DEARDON, 1975, p. 4-5 apud MOHANTY, 2020, p. 42).
Divisão sexual do trabalho = “valor diferencial atribuído ao “trabalho masculino” versus “trabalho feminino””
(MOHANTY, 2020, p. 45)
“...ignorando as relações complexas e dinâmicas entre sua materialidade histórica no nível das opressões específicas
e escolhas políticas, por um lado, e de suas representações discursivas gerais, por outro” (MOHANTY, 2020, p. 49).
III pressuposição analítica:
Os sujeitos do poder
Colonialismo
Homogeinização
Binarismo
“É hora de ir além do que Marx achou possível dizer: eles não podem se representar;
eles devem ser representados” (MOHANTY, 2020, p. 61).
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