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Estudos Culturais com foco em: Estudos de Gênero e

sexualidade / Crítica Feminista

Os estudos sobre mulher e literatura no Brasil: uma primeira abordagem


Heloísa Buarque de Hollanda
ESTUDOS FEMINISTAS

FEMINISMO PÓS-MODERNO SOB INFLUÊNCIA DO PÓS-ESTRUTURALISMO FRANCÊS


 Adota uma: desconfiança,
 Contra: discurso totalizante
 Dando voz à: marginalidade, alteridade e diferença
 Em busca de uma: luta pelo poder interpretativo.
 Criticando o: sistema de poder que legitima certas representações em detrimento de outras.
“Tendências que tomam como ponto de partida
para suas análises o direito que os grupos
marginalizados têm de falar e representar-se
nos domínios políticos e intelectuais.” (p. 2)
“Tensões e contradições” (p. 6)

1. Enquanto o momento pós-moderno prega a pluralidade de


identidades e o fim da história, do social, do político;
2. O feminismo vai justamente procurar refletir sobre a
articulação destes elementos na relação de poder.

Sobre esse conflito, Lage e Nascimento (2014, p. 10), citam que Nancy Fraser e Linda Nicholson:

“[...] não negam a crítica pós-moderna, mas


retiram dela o que pode ser importante para o
feminismo: a crítica ao essencialismo e a
necessidade do pluralismo e da diversidade.”
O FEMINISMO ANGLO-AMERICANO FEMINISMO FRANCÊS

“[...] pôr em cheque o cânone literário “mais vinculado à psicanálise, vai trabalhar
masculino.” (p. 4) no sentido da identificação de uma possível
‘subjetividade feminina’ (p. 5)

“A divisão entre estas duas tendências,


parcialmente contraditórias, está se
tornando cada vez menos clara [...].”
(HOLLANDA, 1990, p. 5)

Identidade feminina
Interpretações feministas de escrita feminina/linguagem feminina indicaria a busca por:

“espaços alternativos ou possíveis de expressão”; que criam

“sensibilidades experimentais”; produzindo um

“contradiscurso de potencial subversivo”.

(P. 6)
Tendências contemporâneas

“estariam agora os estudos sobre a mulher nas sociedades


periféricas, capazes de trazer para o centro da cena feminista
dominante temas como o racismo, o anti-semitismo, o
imperialismo, o colonialismo, a ênfase nas diferenças de classe,
e, principalmente, a possibilidade de interpelação dos atuais
modelos teóricos feministas” (HOLLANDA, 1991, p. 2)

uma crítica à colonialidade do saber


 ESTUDOS FEMINISTAS E OS ESTUDOS DE GÊNERO

A ideia de legitimar uma identidade


“O estudo das relações de gênero, substituindo agora feminina relaciona-se diretamente à
deslegitimação de outra, noção própria do
a noção de identidade, passa a privilegiar o exame patriarcado de exclusão.
dos processos de construção destas relações e das
formas como o poder as articula em momentos
datados social e historicamente.” (SCOTT, 1990, p. 2)

“Tensões e contradições” (p. 6)

“o ‘gênero’ inclui as mulheres sem as nomear, e parece


Sujeito do feminismo – é construído. assim não se constituir em uma ameaça crítica”, assim
como também era apenas um substituto menos politizado
que o termo “mulher”. (SCOTT, 1990, p. 6)
1. Identidade feminina – essencial e universal.
2. Gênero como aspecto relacional, essência e descritivo, sem poder de crítica.
3. Gênero entendido como uma tecnologia sócio-histórico, cultural e discursivo – nos termos de Foucault.

• Teresa de Lauretis (1987), “Tecnologias de Gênero”;

• Joan Scott (1990), “Gênero: uma categoria útil para análise histórica”

Gênero deixa de ser uma categoria descritiva,


passando a ser entendido como uma de análise,
relacionado agora com outras categorias que
tangenciam as experiências de vida: classe e raça.
Talvez a maior importância dos estudos de gênero resida no fato de
entender as diferenças entre as pessoas como parte da complexa
construção cultural de uma sociedade. E essa construção cultural como
um movimento em que a questão do outro, a alteridade, é central. Pois
as próprias concepções de dominação cultural residem no não
reconhecimento, senão do outro, do direito do outro às diferenças, a ser
“o outro”. (MEIRA, 2014, p. 2015)

Estudos de gênero, influenciados pela teoria feminista pós-moderna.


 Adota uma: desconfiança,
 Contra: discurso totalizante
 Dando voz à: marginalidade, alteridade e diferença
 Em busca de uma: luta pelo poder interpretativo.
 Criticando o: sistema de poder que legitima certas representações em
detrimento de outras.
OS ESTUDOS DE GÊNERO E SEXUALIDADE

• Sexo; Heterossexualidade compulsória

• Gênero
• Desejo; Heteronormativa

• Que resultam numa: Identidade;

Identidade se constrói a partir da performatividade de gênero.

Judith Butler – performatividade em “Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade”

Michel Foucault – “História da Sexualidade”


REFERÊNCIAS
• LAGE, Fernanda de C.; NASCIMENTO, G. A. F. O Feminismo pós-moderno, a equidade de gênero e a condição de agente da mulher. In: NERI,
Eveline Lucena; MARCHIONI (Org.). Direito, gênero e movimentos sociais I. 1ed.Florianópolis: CONPEDI, 2014, v. 1, p. 254-273.
• MEIRA, J. C. (2015). Estudos de gênero e historicidade: Sobre a construção cultural das diferenças. Caderno Espaço Feminino, 27(2),
Uberlândia-MG, 2014.
• QUIJANO, Aníbal.. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.) A colonialidade do saber:
eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma deBuenos Aires, Argentina.
setembro 2005. P. 107 - 130.
• HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Balanços e problemas. S/A.
• ______. O estranho horizonte da crítica feminista no Brasil. 1991.

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