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ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

COMUNICAÇÃO E PROPAGANDA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

JONATHAN DAVI DE ABREU MEIRELES DOS SANTOS

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS: A ANATOMIA DA MANIPULAÇÃO DE


INFORMAÇÃO E NARRATIVA EM TEMPO DE GUERRA – UMA ANÁLISE
ESTATÍSTICA DA INFORMAÇÃO NO ESPAÇO COGNITIVO

Porto Alegre

2023
ABSTRACT

Resumo do trabalho.

RESUMO

Resumo em português

Palavras-chaves: Tema. Trabalho de conclusão de curso.

1.0 INTRODUÇÃO

Guerra sempre envolveu persuasão. Sun Tzu, Machiavel e Clausewitz, todos


escreveram sobre o papel da influência em alcançar objetivos militares. Quem domina
o campo de influência prevê conflitos físicos, desmoraliza tropas e pessoas, e
consolida apoio de aliados e de populações civis enquanto minimiza a destruição de
território. Esses também são os papeis de narrativas, que conectam eventos usando
comunicação escrita ou falada.
Em tempos modernos, conflitos estão cada vez mais sendo conduzidos logo
abaixo do limite da guerra total. Esses são chamados conflitos de narrativa. Esses
conflitos cibernéticos só podem acontecer onde existe uma massa de audiência, e o
objetivo de engajar nesse novo campo de operações é consistentemente influenciar
pessoas nesses pontos de alta densidade (NAGANUMA, 2021). Antes de continuar,
é útil que tenhamos alguns termos bem definidos.
Guerra é um fenômeno multifacetado que envolve um conflito prolongado
entre duas ou mais entidades políticas, que podem ser nações, grupos étnicos,
organizações militares, ou mesmo coalizões de estados. Ela se caracteriza por um
uso sistemático e organizado da força (SMIHULA, 2013), não restrito a armas de fogo,
bombas, mísseis e outras tecnologias militares, com a intenção de alcançar objetivos
políticos, territoriais, econômicos ou ideológicos.
As guerras podem ser divididas em diferentes categorias, a saber: guerras
interestatais (entre nações), guerras civis (ocorrendo dentro de um país), guerras de
guerrilha (envolvendo táticas de insurgência), guerras de proxy (em que potências
estrangeiras apoiam grupos locais), e muitas outras formas. Além disso, as guerras
podem variar em escala, desde conflitos regionais limitados até conflitos globais em
larga escala, como as duas Guerras Mundiais do século XX.
Na pesquisa acadêmica e na análise de conflitos, também são examinados
fatores como causas subjacentes, estratégias militares, impactos humanitários,
questões éticas e legais, bem como as dimensões psicológicas e psicossociais das
guerras, incluindo a propaganda, operações psicológicas e o trauma experimentado
por civis e combatentes. Nesse trabalho, o objeto de estudo são as dimensões
psicológicas e cognitivas da guerra moderna.
Influência no contexto de guerra refere-se à capacidade de uma parte
envolvida afetar, manipular ou moldar a percepção, decisões e comportamento de
outros atores, sejam eles estados, grupos militantes, civis ou indivíduos, a fim de
alcançar objetivos estratégicos e/ou táticos (MAAN, 2018). Estas ações ocorrem por
meio de operações, que serão chamadas de Operações Psicológicas (PsyOps).
PsyOps buscam influenciar as mentes e emoções de adversários, civis e até
aliados. O uso de desinformação e gatilhos cognitivos inerentes a essas ações a
tornam uma ferramenta poderosa e frequentemente controversa. A aplicação de
PsyOps por agentes não estatais é muito comum, especialmente pela vantagem de
negação plausível, e é geralmente planejada e executada por forças especializadas
(FM 3-0 OPERATIONS, 2022).
No contexto de PsyOps, o termo “espaço cognitivo” refere-se a uma área
mental onde as percepções, crenças, atitudes e emoções de indivíduos e grupos são
moldadas, influenciadas ou manipuladas para atingir objetivos específicos (MAAN,
2018). Esse espaço cognitivo é onde operações e propaganda buscam exercer sua
influência, visando afetar a forma como as pessoas pensam, sentem e, em última
análise, agem em relação a uma causa em particular (DANIELE, 2022).
Alguns aspectos chave de operações no espaço cognitivo são a construção
de identidade coletiva (MAAN, 2018), reforçando uma identidade nacional, étnica ou
ideológica, que pode ser usado para fortalecimento moral de tropas aliadas,
mobilização e apoio da população civil, ou deslegitimação de um inimigo definido.
Esse último ponto pode ter como alvo a população civil do próprio adversário.
É importante ressaltar que operações do espaço cognitivo não são limitados à
guerra, sendo aplicáveis a uma variedade de contextos de conflito, incluindo guerras
híbridas e guerras de informação (LEWIS, 1997). À medida que novas tecnologias e
plataformas de comunicação influenciam a maneira que as pessoas experienciam a
vida, operações psicológicas evoluem para continuar exercendo influência.
Narrativa para Maan (2018, p. 261) é “a maneira que nós criamos,
transmitimos e, em alguns casos, negociamos significado” e adiciona quatro
elementos principais que devem existir em uma narrativa: Significado, conteúdo,
identidade e estrutura.
Um aspecto crítico de narrativas é quão única ela consegue ser para atingir
identidades e audiências específicas. Maan continua descrevendo que “toda pessoa
ou grupo de pessoas com identidades similares tem uma narrativa única que
expressa quem eles são e suas histórias, e essa é a lente com a qual enxergam o
mundo.” Dessa forma, narrativas como uma ferramenta de comunicação apresentam
a oportunidade de influenciar qualquer grupo identificável (tribos, nações, estados).
Quanto mais fatores unicamente compartilhados entre os indivíduos do grupo, mais
forte é a influência da narrativa.
Julie Beck ainda adiciona; “na esfera da psicologia narrativa, a história de vida
de uma pessoa não é a seção de biografia da Wikipedia, mas sim a maneira que a
pessoa integra esses fatos e ventos internamente – desmonta e reconstrói eles para
estabelecer significado. Isso se torna uma forma de identidade, onde as coisas que
um indivíduo escolhe incluir na sua história, e a maneira que o indivíduo conta essa
história, refletem e moldam quem ele é. Essa história não conta só o que aconteceu,
ela conta por que foi importante, o que significa para o indivíduo, quem ele vai se
tornar e o que acontece depois.” (MAAN, 2018, p.261, tradução própria)
McAdams também conclui que “histórias de vida não só refletem
personalidade, elas são partes importantes de personalidade” (MAAN, 2018. P.261,
tradução própria). Dessa forma, podemos estabelecer que narrativas estratégicas no
espaço cognitivo são construídas de certa forma para certo propósito. O propósito é
influenciar comportamento, e essa influência é atingida através de gatilhos de
identidade.
O estudo do panorama virtual na guerra é novo, e com a vasta globalização e
conectividade do mundo, se torna um campo de alta relevância. Para o futuro da
guerra, importância será colocada em campos como o cyberespaço e o espectro
eletromagnético, que conectam o domínio virtual e físico. Além disso, será vital tomar
medidas adequadas no que diz respeito a abordagens que liguem os domínios
virtuais e cognitivos; isso é, guerra no espaço cognitivo.
Armado com essas definições, o presente trabalho procura responder o
seguinte problema de pesquisa: Como as estruturas narrativas provenientes das
mídias sociais utilizadas na Guerra da Ucrânia que abordam os ucranianos como
vítimas do conflito influenciam a percepção e o apoio da população Ocidental jovem
(Millenials e Gen Z) que não vivenciaram épocas de conflitos armados
convencionais?
O objetivo geral dessa pesquisa inclui o reconhecimento das estruturas
narrativas ocidentais presentes na mídia ocidental em períodos de conflitos
internacionais, e como objetivos específicos entender quais estruturas e métodos são
os mais eficazes em atingir o objetivo de convencer e influenciar pessoas, identificar
as estruturas narrativas no ocidente e explicar como estas estruturas influenciam o
psicológico da população.
O estudo da manipulação e construção de narrativa do ponto de vista militar-
operacional é de alto interesse para instituições de ensino que buscam entender
melhor o comportamento humano ou que buscam introduzir esse assunto ao currículo
de seus programas de ensino. O potencial do assunto para o campo político é
também gigante, com a possibilidade de entender com precisão a construção de uma
campanha de comunicação para assuntos de interesse nacional, sejam eles de
defesa ou sociais.
A reflexão acerca da efetividade destas operações dá poder às pessoas
interessadas no assunto para não serem manipuladas tão facilmente, ou no mínimo
deixá-las conscientes da existência dessas operações. Botar luz no assunto e tratá-
lo com a seriedade devida entrega precisamente esse poder.

2.0 GUERRA, CLAUSEWITZ E AS AÇÕES RECÍPROCAS

De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, guerra é um conflito


armado intenso entre estados, governos, sociedades ou grupos paramilitares,
geralmente caracterizado por violência, destruição e mortalidade extrema. Para este
trabalho, esta definição basta. Os pormenores da guerra por outro lado são de alto
valor para as análises necessárias.
Clausewitz, no livro “Vom Kriege” (1832) utiliza de construtos teóricos para
definir diferentes atos durante conflito que caracterizariam “tipos” de guerra. Com
estes construtos o autor transformou o ato em uma ciência, possibilitando a previsão
precisa de recursos necessários para ações ofensivas e defensivas. Para nós, o ato
que Clausewitz chama de guerra absoluta (não confundido com guerra total, um
termo inteiramente diferente) é de interesse particular.
Guerra absoluta é caracterizada por altos níveis de energia e competência
profissional com o intuito de atingir decisões políticas por meios bélicos. Esse método
é em contraste com o que Clausewitz chamou de “guerra de objetivo limitado”, onde
o uso de força é cuidadosamente mensurado e aplicado.
Em termos práticos, na vida real é esperado que guerra seja conduzida em um
espectro limitado em um lado por “objetivos limitados”, onde se procura degradar a
vontade do oponente de continuar a luta militar, e a “guerra absoluta” mais ambiciosa
onde se procura tornar o oponente militarmente indefeso.
Clausewitz não terminou formalmente a definição de ambos os termos, e o
conflito entre eles presente ao longo do livro foge do escopo da pesquisa.
Dentro do termo de guerra absoluta, Clausewitz define que existem três Ações
Recíprocas que escalam a intensidade de um conflito: o uso da força, o objetivo da
guerra e a escalação de recursos direcionados à guerra. (CLAUSEWITZ, 1832,
BOOK 8, Ch.3)
O máximo uso de força, o objetivo é desarmar o inimigo e o máximo esforço
das potências.

2.1 RECÍPROCA 1: O MÁXIMO USO DE FORÇA

Essa recíproca é definida por Clausewitz com a seguinte frase: “Guerra é um


ato de violência sem limites lógicos. Se não há limite lógico para a violência, logo,
cada evento na participação obriga os envolvidos a responderem com no mínimo a
intensidade recebida + 1. Assim a ação recíproca inicia, e em teoria, deve levar a
extremos. Essa é a primeira interação e o primeiro extremo encontrado.”
(CLAUSEWITZ, 1832, p. 77)
Força é simplesmente definida como o meio utilizado por um participante para
capitular seu oponente. É importante ressaltar que este ponto se trata de métodos de
aplicação de força, não recursos, ou seja, o argumento orbita em volta de ações
tomadas ao invés de unidades ou equipamentos envolvidos.
"Portanto, repetimos nossa proposição de que a Guerra é um ato de violência
levado aos seus limites máximos; à medida que um lado dita a lei ao outro, surge
uma espécie de ação recíproca, que logicamente deve levar a um extremo."
O maior uso da força seria a destruição total da capacidade do inimigo de
exercer a guerra, como atacar civis, destruir infraestrutura ou não dar trégua a
soldados que se rendem. Não há garantia de que escrúpulos morais e éticos limitem
isso de alguma forma. A primeira ação recíproca, então, é que um estado usará
alguma quantidade de força para impor sua vontade sobre seu oponente, que, por
sua vez, responderá com um uso maior de força ou sofrerá derrota.

2.2 RECÍPROCA 2: O OBJETIVO DA GUERRA

O objetivo de toda guerra é desarmar o oponente. Clausewitz define essa


recíproca como inevitável, sendo atingida independente dos objetivos formalmente
definidos. “Se o inimigo deve ser coagido (à rendição), ele deve ser colocado em uma
posição ainda mais desconfortável do que o sacrifício pedido a ele. [...] Quaisquer
mudanças que podem vir a surgir com a continuação do conflito devem, em teoria,
trazer ao oponente desvantagens ainda maiores. A pior de todas as condições que
um beligerante pode se encontrar é estar completamente indefeso.
Consequentemente, para forçar o oponente a fazer o seu pedido, você deve fazê-lo
literalmente indefeso, ou o colocar em uma posição que torna essa condição
provável. Logo, desarmar ou subjugar o oponente – chame como preferir – deve
sempre ser o objetivo da guerra.” (CLAUSEWITZ, 1832, p. 77)
Este ponto ser caracterizado como uma recíproca provém do fato que tudo
que é formulado se aplica aos dois lados envolvidos. Guerra é interação. Enquanto
não houver subjugação de um lado sobre o outro, qualquer um pode ser subjugado.
O controle do conflito e das variáveis não é de um lado. O oponente dita tanto
quanto é ditado a ele. Logo, como a primeira recíproca, a interação destes objetivos
leva a extremos.

2.3 RECÍPROCA 3: O MÁXIMO ESFORÇO DAS POTÊNCIAS

Para o sucesso do objetivo da guerra, é necessário que o seu esforço bata ou


exceda o esforço de resistência do seu oponente. A condição de resistência pode ser
expressa como um produto dos recursos totais à disposição e a força da sua
determinação.
A extensão dos meios à disposição do oponente é uma questão de números e
deve ser mensurável. A determinação não é um ponto tão facilmente medido,
podendo ser medida apenas de forma aproximada pela força do motivo que anima
essa determinação.
Assumindo que sua estimativa de resistência seja razoavelmente acurada, é
possível ajustar seus próprios esforços de acordo; isso é, aumentá-los até que
ultrapassem os do seu inimigo, ou, se o aumento for além dos seus recursos, pode
fazer com que seus esforços sejam os mais altos possíveis.
O oponente fará o mesmo, e a interação destes atos, em teoria, leva a
extremos.

3.0 NARRATIVA

Narrativa para Maan (2018, p. 261) é “a maneira que nós criamos,


transmitimos e, em alguns casos, negociamos significado” e adiciona quatro
elementos principais que devem existir em uma narrativa: Significado, conteúdo,
identidade e estrutura.
Um aspecto crítico de narrativas é quão única ela consegue ser para atingir
identidades e audiências específicas. Maan continua descrevendo que “toda pessoa
ou grupo de pessoas com identidades similares tem uma narrativa única que
expressa quem eles são e suas histórias, e essa é a lente com a qual enxergam o
mundo.” Dessa forma, narrativas como uma ferramenta de comunicação apresentam
a oportunidade de influenciar qualquer grupo identificável (tribos, nações, estados).
Quanto mais fatores unicamente compartilhados entre os indivíduos do grupo, mais
forte é a influência da narrativa. [continuar]

4.0 IDENTIDADE

Identidade engloba vários aspectos, como identidade ocupacional, religiosa,


nacional, étnica ou racial, de gênero, educacional, geracional e política, entre outros.
(HERMAN, 2011)
A identidade é moldada por fatores sociais e culturais, assim como pela forma
como os outros percebem e reconhecem as características de alguém (SCHMEK et
al, 2013). A identidade abrange vários aspectos, como identidades ocupacionais,
religiosas, nacionais, étnicas ou raciais, de gênero, educacionais, geracionais e
políticas, entre outras.
Esse construto desempenha diversas funções, atuando como uma "estrutura
autorreguladora" que fornece significado, direção e um senso de autocontrole. Ela
fomenta a harmonia interna e serve como uma bússola comportamental, permitindo
que os indivíduos se orientem em direção ao futuro e estabeleçam metas de longo
prazo (SCHWARTZ et al, 2006). Como um processo ativo, ela influencia
profundamente a capacidade de um indivíduo se adaptar aos eventos da vida e
alcançar um estado de bem-estar (LALIBERTE-RUDMAN, 2002). No entanto, é
importante observar que a identidade tem origem em traços ou atributos sobre os
quais os indivíduos podem ter pouco ou nenhum controle, como a origem familiar ou
a etnia.
Na sociologia, os sociólogos enfatizam a identidade coletiva, na qual a
identidade de um indivíduo está fortemente associada ao comportamento de papel
ou à coleção de pertencimentos a grupos que os definem.
Na psicologia, o termo "identidade" é mais comumente usado para descrever
a identidade pessoal, ou as qualidades ou traços distintivos que tornam um indivíduo
único (CHEEK, 1989) As identidades estão fortemente associadas ao autoconceito,
à autoimagem (o modelo mental de si mesmo), à autoestima e à individualidade
(WEINREICH, 1986). As identidades dos indivíduos são situadas, mas também
contextuais, adaptativas à situação e mutáveis. Apesar de seu caráter fluido, as
identidades frequentemente parecem ser categorias estáveis e ubíquas que definem
um indivíduo, devido à sua base no sentido de identidade pessoal (o sentimento de
ser um eu contínuo e persistente).
Neste trabalho, aplicaremos os conceitos da psicologia e da sociologia à
analise de identidade, usando os estudos de Narrativa de Ajit Maan.

5.0 ESTRATEGIA METODOLÓGICA E UNIDADE DE ESTUDO

O projeto de pesquisa que estamos prestes a empreender será uma


exploração detalhada e abrangente das dinâmicas psicológicas e sociológicas que
moldam a identidade, o pertencimento e o comportamento de grupo em jovens
adultos pertencentes às gerações Z e Millenials no Ocidente. Esta pesquisa será
realizada utilizando duas abordagens complementares e interdependentes: uma
abordagem qualitativa e uma abordagem quantitativa.
5.1 TIPO E VERTENTE DE PESQUISA

O foco desta pesquisa descritiva-explicativa será a compreensão das


vulnerabilidades psicológicas desses dois grupos em relação às táticas e estratégias
narrativas empregadas desde o início da guerra na Ucrânia. Ao concentrar nossos
esforços nesse recorte geracional e geográfico, esperamos lançar luz sobre as
complexas interações entre narrativas, psicologia e sociedade, contribuindo assim
para um entendimento mais amplo das influências que moldam a mente e o
comportamento desses jovens adultos em um mundo cada vez mais interconectado
e influenciado por eventos globais.
A abordagem qualitativa desta pesquisa envolverá uma análise aprofundada
da literatura existente em psicologia e sociologia, concentrando-se nos campos
relacionados à formação da identidade, sensação de pertencimento e interações de
grupo. Além disso, realizaremos uma análise minuciosa de documentos relevantes
que lançam luz sobre as complexas questões de identidade e comportamento social.
Estaremos particularmente atentos às mudanças observadas desde o início do
conflito na Ucrânia e como essas mudanças influenciaram a psicologia dos jovens
adultos nas gerações Z e Millenials no Ocidente.
Outro aspecto crucial da abordagem qualitativa será a análise de discursos
presentes em diversos canais de comunicação, tanto nos meios de comunicação
tradicionais quanto nas redes sociais. Buscaremos identificar as estruturas narrativas
mais convincentes e predominantes no espaço estudado. Isso nos permitirá
compreender como as narrativas têm sido utilizadas para influenciar as percepções,
as atitudes e o comportamento desses jovens adultos.
A pesquisa quantitativa adotada nesse estudo baseia-se em princípios que
visam a objetividade, generalização e precisão dos resultados, tornando-se
particularmente adequada para a obtenção de informações quantitativas sobre
variáveis e relações entre elas (Marconi & Lakatos, 2010). A escolha dessa
abordagem metodológica se justifica pela natureza das questões de pesquisa que
demandam a mensuração de fenômenos, a identificação de tendências e a análise
de padrões em uma amostra representativa da população-alvo.
5.2 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados quantitativos será conduzida por meio da aplicação de um


questionário elaborado com base nas estruturas narrativas identificadas na
abordagem qualitativa, empregando uma escala de Likert para medir as respostas
dos participantes em relação a várias questões-chave. Esses dados quantitativos
serão coletados e posteriormente analisados, permitindo-nos agrupar informações e,
mais importante, realizar cruzamentos significativos entre diferentes variáveis. A
interpretação estatística dos resultados fornecerá insights valiosos sobre como essas
estruturas narrativas afetam os jovens adultos das gerações Z e Millenials no
Ocidente em um contexto de conflito internacional.

5.3 ETAPA BIBLIOGRÁFICA

A análise bibliográfica é uma metodologia de pesquisa que envolve a revisão


crítica e sistemática da literatura existente relacionada ao tema de estudo (FINK,
2019).
Essa é fundamental para a contextualização e embasamento teórico de nossa
pesquisa, permitindo-nos identificar as teorias, conceitos e descobertas previamente
documentadas que são relevantes para nosso campo de investigação. Esse processo
nos auxilia na compreensão das tendências, lacunas e debates existentes na
literatura, proporcionando uma base sólida para a formulação de nossas questões de
pesquisa e hipóteses.
Para conduzir a análise bibliográfica, nossas fontes principais de estudo serão
os livros “Narrative Warfare”, “Dangerous Narratives: Warfare, Strategy, Statecraft”, e
“Soft Power on Hard Problems: Strategic Influence in Irregular Warfare” de Ajit Maan,
“Active Measures: The Secret History of Disinformation and Political Warfare” de
Thomas Rid, “Narration as Argument Ch. 12 - How to Win Wars: The Role of the War
Narrative” de Tone Kvernbekk, Vom Kriege, de Carol von Clauswitz, e “Poética” de
Aristóteles.
A análise bibliográfica não se limita apenas à revisão exaustiva de estudos
anteriores, mas também envolve a síntese e a interpretação crítica das informações
coletadas. Isso nos permite construir um quadro conceitual sólido, identificar lacunas
na pesquisa existente e desenvolver uma fundamentação teórica robusta para nossa
investigação.
Além disso, a análise bibliográfica servirá como ponto de partida para a
definição de nossos métodos de pesquisa, auxiliando na escolha de instrumentos de
coleta de dados e na elaboração de nossas estratégias de análise. Também
contribuirá para a contextualização dos resultados que obteremos, permitindo-nos
relacioná-los com as teorias e evidências já estabelecidas.
Portanto, a análise bibliográfica desempenha um papel central em nossa
estratégia metodológica, fornecendo o alicerce teórico e conceitual necessário para
a condução de uma pesquisa sólida e fundamentada.

5.4 ETAPA DOCUMENTAL

A análise documental desempenha um papel essencial em nossa pesquisa,


pois nos permite explorar e interpretar informações contidas em fontes documentais
que têm relevância direta para nosso objeto de estudo. Essas fontes podem incluir
documentos históricos, registros institucionais, políticas públicas, legislação,
relatórios técnicos, artigos científicos, entre outros.
Para conduzir a análise documental, realizaremos uma coleta sistemática de
documentos específicos sobre o tema: “Gray-Zone Hybrid Threats. An Analysis of
Russia's 'New Generation Warfare' and implications for the US Army”, “Malign
Influence Operations in Narrative Warfare”, “Warfare in the Cognitive Domain
Narrative, Emotionality and Temporality”, “Security Implications of false information
online”, e “Does Russia Have a Gerasimov Doctrine?”. Esses documentos serão
organizados e categorizados de acordo com critérios relevantes. Posteriormente,
procederemos à análise crítica desses documentos, buscando identificar tendências,
padrões, contradições, lacunas e insights relevantes.
A análise documental será conduzida com rigor metodológico, considerando a
origem, autenticidade e confiabilidade dos documentos. Além disso, a abordagem
será sensível ao contexto histórico e social em que esses documentos foram
produzidos.
A complementação da análise documental por outras técnicas de pesquisa,
como entrevistas ou análises estatísticas, permitirá uma compreensão mais completa
e rica do fenômeno em estudo, enriquecendo nossa análise e contribuindo para a
construção de um quadro de referência sólido.
Portanto, a análise documental desempenhará um papel fundamental em
nossa estratégia metodológica, permitindo-nos explorar e interpretar informações
valiosas contidas em documentos relevantes para a nossa pesquisa.

6.0 Capitulo teste

4.0 BIBLIOGRAFIA

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (4ª ed.). Atlas.

Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2010). Metodologia científica (7ª ed.). Atlas.

Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (2005). The SAGE handbook of qualitative research
(3rd ed.). Sage Publications.

Creswell, J. W., & Poth, C. N. (2018). Qualitative inquiry and research design:
Choosing among five approaches (4th ed.). Sage Publications.

Fink, A. (2019). Conducting research literature reviews: From the internet to paper.
Sage Publications.

Fairclough, N. (2015). Language and power (3rd ed.). Routledge.

Fairclough, N. (2003). Analysing discourse: Textual analysis for social research.


Routledge.

Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo (Edição Revista e Ampliada). Edições 70.

https://www.icrc.org/en/doc/assets/files/other/opinion-paper-armed-conflict.pdf

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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3848950
https://karger.com/hde/article-abstract/49/1/1/157630/The-Role-of-Identity-in-
Acculturation-among?redirectedFrom=fulltext

https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14427591.2002.9686489

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