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Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
2011
Daniela Lopes Macêdo
Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
2011
RESUMO
Functional capacity is defined as the ability to maintain physical and mental skills
necessary for an independent and autonomous life. It represents the independence
of the individual to perform basic and instrumental activities of daily living, being a
factor in the diagnosis of mental and physical health of the elderly population. The
loss of functional capacity is associated with the prediction of fragility, dependency,
institutionalization, increased risk of falls, hospitalization and death. In this sense the
concern with the functional capacity has emerged as a highlight in the field of
geriatrics and gerontology. Thus, this study aimed to identify and discuss the levels
of functional capacity of Brazilian elderly institutionalized. To this end we carried out
a critical review of literature. Studies were analyzed in the period 2001 to 2011, the
BIREME databases, MEDLINE and the Cochrane Library. After determination of the
inclusion criteria, five articles were selected that assessed the functional ability of
institutionalized elderly. Four studies found a prevalence of an elderly independent
and found a high rate of elderly dependents. The study highlights the need for more
studies with institutionalized elderly, to address the functional capacity and the
factors determinants that may be associated.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6
2 METODOLOGIA ................................................................................................. 10
3 RESULTADOS ................................................................................................... 11
4 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 18
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 26
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 27
6
1 INTRODUÇÃO
condições de saúde do idoso durante esses anos adicionais de vida (PARAHYBA &
SIMÕES, 2006).
funcional dos idosos deve ser destacada como um processo dinâmico e complexo,
influenciado por múltiplos fatores, cuja evolução pode ser modificada se houver
assistência adequada. (CANONICI et al., 2008; CALDAS, 2003).
2 METODOLOGIA
Adotou-se, como critério de inclusão, artigos científicos dos últimos dez anos que
abordaram como tema a capacidade funcional de idosos residentes em instituições
de longa permanência (ILPI). Os critérios de exclusão foram: a amostra não ser
exclusivamente de idosos institucionalizados, estudos que apresentavam programas
de intervenções para a melhoria da funcionalidade, estudos que avaliavam a eficácia
de instrumentos de avaliação, estudos que analisavam a influência da dor na
capacidade funcional e estudos conduzidos com idosos esquizofrênicos ou com
demência.
A escolha dos artigos foi realizada, primeiramente, através da leitura dos seus
resumos. Após a leitura, os artigos selecionados foram lidos e julgados para serem
incluídos ou não no estudo. De acordo com os critérios de inclusão cinco estudos
foram escolhidos para este trabalho.
11
3 RESULTADOS
QUADRO 1
Artigos selecionados para a revisão
correlação de Spearman
(rho), com nível de
significância de 5%.
Identificar os níveis 72 idosos com Trata-se de um estudo Instrumento previamente Em uma análise geral das
de capacidade idade entre 71 e transversal descritivo, de elaborado, constando de atividades, verificou-se
Pelegrini et funcional de idosos 90 anos; abordagem quantitativa, dados sócio-demográficos predomínio de idosos
al. numa instituição de 52,8% do sexo Foram adotados como econômicos, da presença independentes, sendo que
(2008) longa permanência masculino, 47,2 critérios de inclusão: de doenças. 58,3% eram independentes
de Ribeirão Preto – % do sexo todos os idosos de 60 Escala de Katz para tomar banho, 41,6%
SP, Avaliar o nível de feminino; anos ou mais, que residiam eram dependentes parciais
dependência para 45,8% solteiros, na instituição selecionada ou totais; 61,1%eram
realização das AVDs; 25% viúvos, no momento do estudo e independentes para vesti-se
identificar o perfil 15,3% que consentiram, por meio e 26,51% eram
sócio demográfico e divorciados, da assinatura do termo dependentes; 44,4% eram
a presença de 13,9% casados; livre e esclarecido, em independentes para
doenças crônicas 59,8% participar do estudo. Os deambular e 63,8% eram
naclientela alfabetizados, responsáveis pela independentes para realizar
investigada; conhecer 23,6% instituição responderam às higiene pessoal e usar o
os profissionais que analfabetos e perguntas do questionário banheiro. Identificou-se
prestam cuidados %16,6% sem quando idosos também que 61,1% dos
aos idosos, bem informação de apresentavam-se idosos apresentavam
como o perfil da escolaridade impossibilitados de fazê-lo. controle esfincteriano
instituição. Os dados foram coletados completo. A atividade com
no período de Maio a Julho maior número de idosos
de 2007. independentes foi
Os dados obtidos sobre a alimentação (84,7%).
caracterização do cliente e Observou-se, durante as
da ILPI foram abordados entrevistas, que 34,7% dos
de forma descritiva. Os idosos apresentam
dados foram computados e alterações na capacidade
analisados no programa cognitiva. A hipertensão
Microsoft Office Excel arterial foi a doença mais
2003. frequente entre os idosos,
acometendo 47,2% deles,
seguida de diabetes (18%).
16
4 DISCUSSÃO
A amostra dos estudos foi constituída por indivíduos institucionalizados com idade
mínima de 50 anos (GUEDES & SILVEIRA, 2004) e máxima de 104 anos
(CONVERSO & LAERTELLI, 2007). A média de idade referida nos estudos variou de
74,17anos (GUEDES & SILVEIRA, 2004) a 77 anos (GONÇALVES et al., 2010;
BARROS et al., 2009).
A análise individual de cada atividade de vida diária foi descrita em três estudos
revisados (GUEDES & SILVEIRA, 2004; PELEGRINI et al.; 2008; BARROS et al.,
2009). Em relação à continência, no estudo de Guedes & Silveira (2004) 48,62% dos
idosos apresentaram incontinência urinária ocasional e 16,51% eram incontinentes.
O estudo de Barros et al. (2010), estratificou em idade e encontrou
respectivamente, nesta atividade 30%; 30,5% e 49,5% de idosos incontinentes nas
faixas de idade de 60-70,71-80 e 81-90 anos. E divergindo desses dois estudos, o
estudo de Pelegrini et al., (2008) encontrou 61,1% de idosos independentes, ou seja,
que apresentavam controle esfincteriano completo. Para realizar a higiene pessoal e
usar o banheiro, no estudo de Guedes & Silveira (2004), 52,23% dos idosos eram
21
Cumpre dizer que a dependência para atividades de vida diária, como o banho,
vestuário, higiene pessoal é muitas vezes estimulada pelos próprios cuidadores, que
tendem a realizar as ações que os idosos institucionalizados poderiam
desempenhar, mesmo que mais lentamente. Assim, mesmo o idoso independente,
quando institucionalizado, pode desenvolver diferentes graus de dependência devido
à dificuldade em adaptar-se às novas condições de vida e à falta de motivação e de
encorajamento que são comuns nestes ambientes. (ARAUJO & CEOLIM, 2007).
Dois estudos compararam a relação entre estado civil e a capacidade funcional dos
idosos, mas não foram observadas diferenças estatísticas significativas (GUEDES &
SILVEIRA, 2004; CONVERSO & LAERTELLI, 2007). Na correlação entre
escolaridade e a capacidade funcional dos idosos institucionalizados os resultados
foram divergentes. O estudo de Guedes & Silveira (2004) não verificou relação
estatística entre a escolaridade e a capacidade funcional. Já o estudo de Converso
&Lartelli (2007) encontrou uma relação estatisticamente significativa, indicando que
a escolaridade pode influenciar no estado funcional e/ou mental do indivíduo. A
literatura corrobora com este último estudo, apontando uma maior prevalência de
incapacidade em indivíduos com baixa escolaridade (Maciel & Guerra, 2007; Valle et
al., 2009; Alves et al., 2010). De acordo com estes autores, a educação determina
diversas vantagens para a saúde dos idosos, pois influencia fatores psicossociais e
de comportamento, favorecendo o acesso à informação, adoção de hábitos
saudáveis e menor exposição aos fatores de risco para doenças e incapacidades.
O estudo de Gonçalves et al., (2010) foi o único artigo revisado que avaliou a prática
de atividade física entre os idosos institucionalizados e como resultado os autores
verificaram uma prevalência de 98,7% de idosos sedentários. Corroborando com
Borges et al., (2009) e Benedetti et al., (2007) que apontam os idosos
institucionalizados como pouco ativos fisicamente e com menor prática de atividade
física comparados àqueles que residem na comunidade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AIRES, M.; PAZ, A.A.; PEROSA, C.T. Situação de saúde e grau de dependência de
pessoas idosas institucionalizadas. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 30, n. 3, p.
492-9, 2009
ALVES, L.C.; et al.A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos
idosos do Município de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, v.23, n. 8, p. 1924-
930, 2007.
DAMIAN, J.; et al. Estado de salud y capacidad funcional de La población Que vive
em residencias de mayoresen Madrid. Gac Sanit, vol.18, n.4, p. 268-274, 2004.
DIRIK, A.; CAVLAK, U.; AKDAG, B. Identifying the relationship among mental status,
functional independence and mobility level in Turkish institutionalized elderly. Gender
differences. Archives of Gerontology and Geriatrics; v. 42, p. 339-350, 2006.