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All content following this page was uploaded by Maria Rita Loureiro on 06 November 2014.
Destaque inicial deve ser dado à tos do trabalho (valor, dinheiro, capi-
concepção de Rubin a respeito do tal etc. ) como características naturais
peso da teoria do fet ichismo da mer- das coisas. Isto é, não as percebem
cador ia no conjunto da análise mar- como e xpressões das relações de pro-
xista. Ele a vê não apenas como um dução entre pessoas, mas como ca·
apêndice da teoria do valor, nem racterísticas das coisas_ Ou ainda ,
tampouco como uma "interessante consideram as formas assumidas so-
digressão Iiterári o-cu Itural ", mas cialmente pelas coisas como eternas,
como "a base de todo o sistema eco- naturais, e não indagam, por exem-
nômico de Marx, particularmente de plo, por que os meios de subsistência
sua t eoria do valor" (p.19). Isto por- para o operário assumem a forma de
que , na economia mercantil , não só salário, os meios de produção, a for-
as relações humanas são encobertas ma de capital, a produtividade au-
por relações entre coisas, mas tam- mentada d o trabalho, a forma de
bém as relações sociais de produção mais-valia aumentada, etc.
assumem inevitavelmente a forma de
Na discussão sobre o valor e preço
coisas e não podem se exp ri mir senão
de produção, Rubi n responde às
98 através de coisas. Em outras palavras ,
críticas que indi cam incoerên cias ló-
a base objetiva do fetichismo da mer-
gicas ent re estas duas te orias, mos-
cadoria está no fato de que , na socie-
trando q ue a teoria do valor-trabalho
dade mercanti I capitalista, as pessoas
é um fundamento necessário para a
se re lacionam entre si não como pes-
teoria do preço de produção, sen do
soas, mas como propri et ári os de coi-
esta última constituída por el os inter-
sas, produtos do trabal ho. Nesse se n-
mediários mais complexos do que a
tido, afi rma Rubin, a teori a marxista
primei ra. Porq ue, enq uanto na eco-
é uma teoria sociológica das re lações
oom ia mercantil si m ples há um a rela-
econô mi cas, po r tratar as categorias
ção causal d ireta entre produtividade
materiai s co mo refle xo das relações
do traba lho, expressa no valor-traba-
de produção entre pessoas.
1h o dos produtos , e a distri bui ção do
Outro aspecto fundamenta l desta , trabalho, na sociedade capitalista a
obra é sua interpretação da t eoria d o distribuição do trabalho se dá através
valor. Distinguem-se aí dois aspectos da distribui ção do capital. Em ter mos
básicos: a} a t eoria da form a do valor , esquemáti cos, Rubin ind ica estas di-
como expressão materi al do tra bal ho fere nças da seguinte forma:
abstrato que pressupõe, po r sua vez,
Na produção simples de mercado-
re lações soc iais de produção entre
ria, tem-se : produtividade do traba-
produtores mercantis independentes;
lho - trabalho abstrato - valor -
b) a teoria da distribuição do traba-
distribuição do trabalho social. Na
lho social , em que surge o problema
produção capitali sta, tem-se: produti-
da magnitude do valor, determinado
vidade do trabalho -trabalho abstra-
pela quantidade de trabalho abstrato
to - preço de produção - distribui -
e pelo nível da produtividade do tra-
ção do capital - distri buição do tra-
balho. Por isso, a teoria marx ista do
balho social.
valor explica não só como é distribu í-
do o trabalho na sociedade mercantil Por fim, po de -se indagar sobre a
capitalista, mas igualmente a forma atualidade deste trabalho, ou melhor,
social do valor. Para entender. o fenô- sobre as contribuições que ele pode
meno complexo do valor, diz Rubin, oferecer ao entendimento da socie-
deve--se entendê-lo em três aspectos dade capitalista hoje. Parece-me que