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APOSTILA

PREPARATÓRIA

HISTÓRIA DE
PERNAMBUCO
PMPE E CBMPE
2023

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BOMBEIROS E POLÍCIA MILITAR
DE PERNAMBUCO

SOLDADO PM E BOMBEIROS DE PERNAMBUCO


NÍVEL MÉDIO

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História

História
Autor:
Júlio Raizer

Curriculum:
Júlio Cézar Raizer Naschke, 40 anos. Escritor,
autor de 8 livros (sendo um deles o Método
Focus de Aprovação) e membro fundador da
Academia Cascavelense de Letras. Graduado
em História pela Universidade Paranaense -
UNIPAR, Campus Cascavel, Especialista em
Neuropsicopedagogia. Tem experiência na
área de História, com ênfase em Historia
Geral, Movimentos Sociais da América
Latina, História do Brasil, e História
Regional. Atuando principalmente nos
seguintes temas: representações de poder,
política, história política, memória e história,
lugares de memória, imprensa, discurso e
manipulação. Professor de História e
Atualidades FOCUS CONCURSOS com
experiência em níveis de Ensino Médio, Pré-
vestibular, ENEM e Concursos Públicos.
Professor desde 2002. Já ministrou aulas de
História, Filosofia, Sociologia, Ciências
Humanas. Em 2013 passou a atuar também
na Educação Digital e com Concursos
Públicos..

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SUMÁRIO
1. COLONIZAÇÃO E OCUPAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO .............................................................................................................. 135
Terras Pré-cabralinas ......................................................................................................................................................................................... 135
Características Socioculturais das populações indígenas............................................................................................................ 135
A Ocupação e a Exploração de Pernambuco........................................................................................................................................... 136
A divisão das Capitânias-Hereditárias ..................................................................................................................................................... 136
A Lavoura Açucareira e Mão de Obra Escrava ...................................................................................................................................... 137
As Invasões Holandesas, 1630, e a Insurreição Pernambucana, 1648................................................................................... 137
Guerra dos Bárbaros ............................................................................................................................................................................................ 138
Guerra dos Mascates em Pernambuco: a Disputa entre Olinda e Recife ............................................................................... 139
As Instituições Eclesiásticas e a Sociedade Colonial ....................................................................................................................... 139
2. BRASIL IMPÉRIO: A PROVÍNCIA DE PERNAMBUCO .................................................................................................................................. 141
Antecedentes da Independência, 1817 ................................................................................................................................................... 141
Pernambuco e a Independência do Brasil .............................................................................................................................................. 142
A Confederação do Equador, 1824 .............................................................................................................................................................. 143
A Revolução Praieira: os ideais socialistas de 1848 ......................................................................................................................... 143
O Tráfico de Escravos ........................................................................................................................................................................................... 143
Herança Afro-Descente em Pernambuco ............................................................................................................................................... 145
3. O ESTADO DE PERNAMBUCO E A REPÚBLICA .............................................................................................................................................. 146
A República Velha, 1889 - 1930 .................................................................................................................................................................... 146
O Voto de Cabresto e Política dos Governadores, 1902................................................................................................................... 146
A Política do Café em Pernambuco .............................................................................................................................................................. 146
O Estado de Pernambuco sob Agamenon Magalhães ....................................................................................................................... 147
A República Populista e o Agamenonismo .............................................................................................................................................. 148
Movimentos Sociais e Repressão Durante a Ditadura Militar, 1964 – 1985........................................................................ 148
Resistência e Abertura Política .................................................................................................................................................................... 148
Processo Político em Pernambuco (2001-2015) ................................................................................................................................ 149
História

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1. COLONIZAÇÃO E OCUPAÇÃO DO índios seriam massacrados por ordens do governador.

Capítulo 01 - Colonização e Ocupação do Estado de Pernambuco


Alguns pesquisadores definem que uma verdadeira
ESTADO DE PERNAMBUCO “Guerra Santa” foi realizada nos próximos 5 anos contra
os indígenas. Grande parte dos caetés encontrados em
Na atual região onde se concentra o Estado de Alagoas e Pernambuco era mais amistosa com france-
Pernambuco estão presentes inúmeros sítios arqueoló- ses que circulavam pela região, ocasionando a fúria das
gicos que datam aproximadamente de 40 a 10 mil anos expedições portuguesas na expulsão de estrangeiros
antes da Era Cristã. Nas cidades de Bom Jardim e Brejo do Brasil. O famoso cacique caeté foi Curupebe.
da Madre de Deus foram encontrados vestígios que Parte das ações do Bispo em território brasileiro
comprovam a ocupação humana. Na cidade de Madre de visou controlar ações de colonos portugueses contra
Deus é realizada anualmente a peça teatral da “Paixão indígenas, impedindo relações sexuais e o hábito de fu-
de Cristo de Nova Jerusalém” durante a Semana Santa. mar. Como não conseguiu forças contra os colonizado-
A peça datada de 1956 e de autoria de Plínio Pacheco já res e o Governador-Geral, acabou voltando a Portugal
foi vista por mais de 2,5 milhões de pessoas. Localizada sob o comando da nau Nossa Senhora da Ajuda.
a mais ou menos 200 Km da Capital de Pernambuco, A tribo de Tabajaras, também encontrada em
Recife, a cidade é considerada berço do maior teatro ao Pernambuco, teria origens em Sergipe e Alagoas
livre do mundo. Na cidade de Brejo da Madre está uma quando a região era disputada por tribos Potiguaras
antiga necrópole, uma espécie de cemitério antigo de (oriundos do gentílico do atual Rio Grande do Norte).
125 m² que abrigavam 85 esqueletos humanos. Essa disputa levou Tabajaras a aliarem-se aos portu-
Dentre as diversas etnias que provavelmente gueses. Seu mais famoso cacique foi Piragibe.
habitaram essas regiões estava a de Itaparica, que con-
feccionava artefatos feitos de pedra lascada em um pe- Características Socioculturais das populações
ríodo de mais de 6 mil anos. Ainda na região do Agreste
Pernambucano, são encontradas diversas pinturas indígenas
rupestres que datam de 2 mil anos aproximadamente.
Quando da chegada dos colonizadores portugueses, as Em termos culturais e linguísticos pode-se dizer
etnias de Caetés e Tabajaras já estavam localizadas na que as tribos indígenas apresentavam uma caracterís-
região do atual Estado de Pernambuco. tica bastante homogênea. No entanto, apesar de uma
relativa identidade, as rivalidades eram intensas e per-
Terras Pré-cabralinas mitiram aos portugueses tirar bom proveito para o pro-
cesso de colonização. Para distinguirmos as principais
Quando Cabral aqui chegou e ocupou a baía de tribos indígenas é comum dividi-las em duas catego- 135
Todos os Santos em 21 de abri de 1500, aqui já estavam rias: tupis-guaranis e tapuias.
indícios de que outros colonizadores pudessem ter tido Entre tupis-guaranis pode-se atribuir a presença
contato com as civilizações ameríndias. É provável que de grande parte dos grupos que tiveram contato maior

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em 25 de Janeiro de 1500, entre região do Cabo de Santo com os portugueses. São Tupiniquins, Tupinambás,
Agostinho, sul do litoral do Estado, tenha chego o espa- Tamoios, Caetés, Tabajaras, Potiguaras. Essas tribos ti-
nhol Vicente Pinzón. veram uma incidência maior em regiões litorâneas.
O local, no entanto, é alvo de debates acerca da De outro lado, a categoria dos tapuias era chamada por
localização exata que teria alcançado as embarcações àqueles que não falavam o tupi e estavam localizados
espanholas. Para portugueses teria sido uma região em regiões do sul da Bahia, norte do Espírito Santo,
da Guiana Francesa; para espanhóis o Cabo de Santo
além do Ceará e do Maranhão. Goitacazes, Aimorés e
Agostinho teria sido o ponto de desembarque, suposta-
mente 86 dias antes da Frota de Pedro Álvares Cabral. Tremembés constituíam as tribos de tapuias.
Entre algumas disputas judiciais, o filho de Colombo, Dentro das categorias culturais, os aimorés sem-
Diego, teria perpetrado uma ação contra a Coroa em pre foram descritos de maneira muito distinta pelos
Castela, para que pudesse obter direitos sobre a região. próprios colonizadores. Geralmente atribuía-se uma
Entre 1512 e 1515, vários navegadores foram ouvidos grande eficiência militar e uma rebeldia que os carac-
no intuito de determinar a exata localização da frota. terizava de maneira desfavorável à colonização e a
Algumas supostas hipóteses também levantaram sus- submissão. Nessas categorias, portanto, atribui-se o
peitas sobre ocupações em São Roque, no Rio Grande do fato de que tupis e tupinambás viviam em pequenas
Norte, e Ponte do Seixas, localizada no atual estado da comunidades rodeadas de casas, enquanto que os ai-
Paraíba. morés vivam como animais na floresta. Os aimorés,
Dos dois grandes grupos que aqui se encontravam nesse sentido, apreciavam a carne humana, enquanto
na região de Pernambuco pode-se destacar o famosos que parte dos tupis preservavam rituais de antropofa-
caso do Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, o primeiro gia contra inimigos.
bispo do Brasil que viveu entre 1495 e 1556. Quando da Por esses e outros motivos, quando a coroa
criação da Diocese da Bahia em 1551, o bispo exerceu Portuguesa proibia em 1750 a escravização de indíge-
forte influência na região. Quando obrigado a retornar nas, os aimorés e parte das tribos consideradas ‘rebel-
a Portugal sob ordens de D. João III, a nau em que se en- des’ podiam ser escravizadas. Era o princípio da ‘guerra
contrava o bispo naufragou em algum lugar próximo justa’, que permitia a escravização em caso de resistên-
do Rio São Francisco. Os sobreviventes do naufrágio, cia aos objetivos da colonização.
no entanto, foram feitos prisioneiros por índios cae- Em termos de números, acredita-se que a quanti-
tés. Segundo relatos de Frei Vicente, 90 sobreviventes dade de indígenas que aqui se encontravam na época da
e mais o Bispo foram mortos e devorados em rituais de colonização aproximava-se de 2 a 5 milhões. Em gran-
antropofagia. Apenas 1 português e 2 índios foram pou- de parte das tribos tupis, praticava-se a caça, a pesca,
pados. Alguns anos depois, no governo de Mem de Sá, os a coleta de frutas e uma agricultura de subsistência.

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Eram, por excelência, nômades e esgotavam comple- 15 donatários.
Capítulo 01 - Colonização e Ocupação do Estado de Pernambuco

tamente os recursos naturais antes de migrarem para A Capitania de Pernambuco estaria sob o domí-
novas regiões. Para tanto, praticavam e praticaram a
nio de seu Primeiro Capitão-Donatário, Duarte Coelho, e
derrubada de árvores para objetivos de subsistência
e para atender interesses dos portugueses. Já pratica- parte da Capitania de Itamaracá, sob o domínio de Pero
vam as queimadas, além da plantação de feijão, milho, Lopes de Sousa, compreendendo o território entre o Rio
abóbora, mandioca. Pouca ou quase nenhum impor- Igaraçu e o Rio São Francisco.
tância se dava ao comércio, se comparado a Europa. Inicialmente, 1535, a Capitânia de Duarte Coelho
Apesar disso, ouvia-se sobre trocas de mulheres, bens seria denominada de “Nova Lusitânia” e, logo em se-
de luxo. Muitas dessas trocas acabaram por resultar guida, de Pernambuco, nome provavelmente de origem
em diferentes alianças entre tribos. As guerras permi- tupi que significa “furo de mar”. Poderia ainda ser expli-
tiam rituais de antropofagia que eram cultuados atra- cado pelo nome de origem indígena “paranãbuku”, de-
vés da celebração ou simplesmente da vingança, o que signação de “Mar comprido, alto”. Os povoados de Olinda
era mais comum entre tapuias. Por isso geralmente os e Igarassu foram elevados à Vila logo em 1537 com a
rituais de canibalismo eram recheados de simbolismos
e significados. chegada do Donatário Duarte Coelho. Olinda teria sido
Quando da chegada dos portugueses, as conse- elevada a Capital Administrativa e, no entanto, o porto
quências foram catastróficas para as tribos indígenas. de pescadores locais fundaria a futura cidade de Recife.
O europeu ao mesmo tempo em que respeitado, passou As Vilas de Igarassu e Olinda estão presentes
a ser temido e odiado pela destruição gradativa da cul- entre os primeiros núcleos urbanos e de ocupação do
tura do indígena. Ou o índio se submeteu, portanto, ou Brasil. De lá sairiam as primeiras expedições que des-
foi submetido à força pelo poder do colonizador, devas- bravariam o sertão Nordestino e alcançando o Rio São
tando culturas inteiras. Isso quer dizer que parte da cul- Francisco. As primeiras expedições foram lideradas
tura indígena se mesclou ao comportamento do coloni- pelo filho do então Donatário da Capitania, Jorge de
zado, resultando numa mistura de culturas que marcou
Albuquerque. A primeira atividade produtiva da colônia
tipicamente nosso país.
também surgiria em meio a ocupação e ao desenvol-
vimento da região, buscando o plantio do algodão e do
A Ocupação e a Exploração de Pernambuco açúcar, levando a instalação dos primeiros Engenhos.
Por esse motivo, Pernambuco foi considerada uma
Comumente associamos a colonização do Brasil das poucas Capitanias, ao lado de São Vicente, que de
em 3 fases distintas: a fase do ‘Descobrimento’ em fato trouxeram resultados, ‘deram certo’. Considerada
1500 ao Reconhecimento e Instalação das Capitanias a mais próspera e mais influente das Capitanias,
Hereditárias até 1549; a fase que vai da instalação do Pernambuco foi capaz de tornar-se o polo irradiador do
Governo-Geral em 1549 até a eclosão de movimentos açúcar, motivo que, posteriormente, a colocará no alvo
como a Inconfidência Mineira em 1789-90; e a crise do
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de Ingleses e Holandeses no Brasil.


Sistema Colonial que irá compreender a chegada da Os grandes latifundiários, donos de Engenho, se-
Família Real em 1808 e a Independência do Brasil em rão os responsáveis por elevar a condição econômica
1822. da região e de todo o Nordeste. O clima do Nordeste e o
Pertencentes à América Portuguesa, os terri- solo de Massapê foram às combinações perfeitas para o
tórios de Pernambuco estavam divididos e traçados
açúcar. Devido à localização geográfica também se per-
a partir do Tratado de Tordesilhas assinado em 1494. mitia uma ampla estrutura de escoamento da produção
Gaspar de Lemos, comandante de uma das frotas de até a Europa.
Cabral, foi responsável foi responsável por demarcar A primeira literatura de cunho Brasileiro tam-
incialmente os territórios e nele instalar feitorias ao bém se desenvolveu em Pernambuco, em homena-
longo da costa, empreendimento esse que já havia dado
gem ao grande feito dos Albuquerque, governador da
resultados na Costa da África e servia de entreposto co- Capitania. Escrito em final do século XVI, a obra cha-
mercial, para o embarque de produtos para a Europa, e mada de “Prosopopeia” foi de autoria de Bento Teixeira
cumpria ao mesmo tempo a função de segurança contra e escrita em estilo épico. Pernambuco até o século XVII
possíveis invasores. Na atual região de Igarassu, a feito- será a maior e mais rica região de produção de açúcar do
ria do Estado de Pernambuco seria conferida ao nobre mundo, daí sua grande importância para a historiogra-
navegador português Cristóvão Jacques, 1480 a 1530. A fia e para a História do Brasil.
Feitoria de Itamaracá, fundada em 1521, seria a primei-
ra instalação de território do atual Estado, cumprindo A divisão das Capitânias-Hereditárias
o processo de gradativa exploração da região. O nobre
navegador foi responsável pelo primeiro combate naval Temendo o risco de perder a efetiva posse das
em território brasileiro, tendo angariado poderosas es- terras, a coroa portuguesa irá testar a primeira tentati-
quadrilhas francesas no Recôncavo Baiano e nomeado va real de colonização do Brasil com a divisão de 15 lotes
Governador das Partes do Brasil. Ao oficial também é de terras, distribuídos entre Capitães donatários. Estes
conferida a descoberta do Rio Paraguaçu. receberiam a posse da terra, mas não a sua propriedade.
No entanto, a ocupação de fato da então Capitânia Os 12 donatários teriam funções de instalar vilas com
de Pernambuco se daria em 1534, com a separação intuito de ocupá-las e protegê-la. Os donatários teriam
das terras pelo Rei D. João III. Pelo aumento do tráfi- suas funções determinadas pela Carta de Foral e de
co de madeira, pela constante presença de corsários e Doação. Asseguravam-se assim deveres desde a arre-
estrangeiros no Brasil e pela crise nas expedições de cação de impostos e tributos, criação de vilas e aplica-
Cristóvão Jacques, as Capitanias seriam divididas entre ção da Justiça. No entanto, não podiam vender, arrendar

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ou alugar as terras. Podiam distribuir sesmarias, que na No aspecto do indígena a escravização colocou

Capítulo 01 - Colonização e Ocupação do Estado de Pernambuco


prática ‘doava’ porções de terras com intuito de produ- uma série de empecilhos ao sistema de exploração
zi-las num prazo máximo de 5 anos. colonial. O indígena apresentava uma cultura de sub-
Apesar de amplas tentativas de efetivar a coloni- sistência que não se enquadrava nos objetivos agroex-
zação as capitanias enfrentaram problemas desde a sua portadores da colônia. O índio apenas produzia o neces-
instalação em 1535, vindo a ser reestatizada pela coroa sário para sua sobrevivência e não encarnava o ideal
Portuguesa e substituída pelo Governo-Geral em 1549. de produção em larga escala. Num segundo aspecto, a
Coincidindo com a descoberta de Prata pela Espanha escravização do índio também esbarrava no interesse
em Potosí, na atual Bolívia, e com o declínio do comér- cristianizador da Igreja. Os Jesuítas, principalmente,
cio com as Índias, o governo-geral seria a solução para emplacaram constantes medidas para catequizar o ín-
a substituição do modelo de capitanias. Esse modelo de dio, transformando-os em bons cristãos e cercados por
substituição iria aproximar os laços entre Metrópole e “Missões” ou Reduções, pequenas aldeias controladas
Colônia, aumentando a capacidade de organização e de pela Igreja. Cristianizar o índio, portanto, significava
rendimentos dos territórios. elevá-lo aos usos e costumes do Europeu, produzindo
o equivalente a aldeia ou a vila, mesmo que isso signi-
A Lavoura Açucareira e Mão de Obra Escrava ficasse a destruição da cultura indígena. Protegendo os
índios da escravidão de colonos, os Jesuítas se coloca-
As dificuldades enfrentadas pela administração ram como altivos defensores do modo de vida cristão.
portuguesa foram sentidas em vários aspectos. Desde Em último aspecto, é perceptível também que o índio
o ataque de índios repercutindo em falta de mão-de-o- também tenha resistido muito mais a forma de traba-
bra, escassos investimentos, falta de metais preciosos lho escravo, pela guerra, pela resistência, pela fuga ou
em território brasileiro. Essa ausência de bons rendi- até pela morte. Nesse sentido, a partir de 1750 coincidiu
mentos gera como consequência a aproximação entre com a chegada de africanos ao Brasil, e a escravização
Metrópole e Colônia. do índio foi aos poucos sendo substituída. Em tese, aos
O Governo-Geral nesse sentido começa por esta- poucos a mão-de-obra indígena fora sendo posta de
belecer os primeiros núcleos de produção agrícola para lado e meios foram permitindo apenas a escravização
abastecer de especiarias o mercado europeu. A produ- do índio em caso de guerra justa.
ção estabelecida em latifúndios irá acompanhar o sis-
tema de Plantation: uma monocultura, agroexportado- As Invasões Holandesas, 1630, e a Insurreição
ra e baseada no uso do trabalho escravo. Pernambucana, 1648
É, portanto, na produção açucareira que irá se dar
a transição da mão-de-obra escrava indígena pela es- A sociedade açucareira foi o grande motor da
crava negra. Inicialmente, os índios proibidos de escra- economia da colônia nos primeiros tempos. A Coroa até
vização pelos jesuítas irão marcar uma alternativa para relegava a propulsão da produção a parceiros econômi-
a força de trabalho que, por inúmeros motivos, impos-

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cos. A Holanda tinha, acima de tudo, a responsabilidade
sibilita a vinda de força de trabalho livre, mas encontra do investimento, do refino, do transporte e da comer-
alta rentabilidade no escravo negro. Isso porque o negro cialização do produto na Europa, devido a carência de
era visto como mercadoria, esta que gerava lucros, cir- investimentos Portugueses. Isso irá possibilitar que a
culação de mercadorias, cobrança de impostos, interes- Holanda enquanto parceira comercial da coroa portu-
sada a todas as partes envolvidas, além de uma capaci- guesa permaneça com amplos interesses até o controle
dade produtiva muito superior a do indígena. Apesar de dos territórios metropolitanos e coloniais por parte da
ter sido deixada de lado, a mão-de-obra do índio nunca
Espanha. Era o início da União Ibérica ou Hispania, pe-
deixou de ser usada, inclusive em períodos de escas-
ríodo relacionado a crise de sucessão do trono portu-
sez do negro (uma brecha de escravização pelo fato da
guês pelo desaparecimento de dois Reis D. Sebastião
guerra justa).
(que desaparece numa batalha no Marrocos sem dei-
xar herdeiros) e seu sobrinho D. Henrique (que também
Mão-de-obra Escrava: indígena ou negra? deixa o trono sem herdeiros)
O período da Hispania, de 1580 a 1640, representa
Acrescido ao desenvolvimento explorador e para o Brasil e Portugal um período bastante conturba-
agrário no Brasil veio também a força de trabalho: a do e que afeta diretamente os privilégios na produção
mão-de-obra. Nesse sentido, em terras brasileiras açucareira e gera como consequência a tomada dos ter-
houve a predominância do trabalho de tipo escra- ritórios brasileiros pela Holanda (Invasões Holandesas,
vo. Para sintetizar os fatores que levaram ao proces- 1630 - 1654) e o declínio da produção do açúcar e sua
so de escravidão vale destacar que a força de trabalho respectiva substituição pela economia aurífera.
assalariada não era uma opção viável em territórios Dentro desse contexto, os Países baixos con-
recém-descobertos. quistaram sua independência da Espanha e viram
Todavia, o que explica o fato da preferência pelo na possibilidade de adquirir o controle do açúcar pela
escravo e pelo negro? Houve, portanto, uma preferên- Capitania de Pernambuco. Tradicionais inimigos da
cia inicial pelo escravo indígena e que passou, poste- Espanha, os Holandeses buscaram na Bahia uma pri-
riormente, ao negro. Essa passagem foi concretizada de meira tentativa de invasão, essa fracassada em 1624.
fato pela economia açucareira no Nordeste da colônia. As invasões Holandesas foram o maior conflito político-
Entretanto, em todo o período de desenvolvimento açu-
-militar da Colônia.
careiro no Nordeste houve saltos e sobressaltos entre
Os holandeses desembarcaram a partir de uma
a mão-de-obra escrava indígena e negra. Nas regiões
esquadra com 66 embarcações e mais de 7 mil homens
mais periféricas como São Paulo o trabalho indígena
em direção a Pernambuco. Em 1629 os Holandeses
ainda predominou de maneira mais indireta.

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desembarcaram na praia do Pau Amarelo e fundaram Tejucupapo em que mulheres camponesas pegaram em
Capítulo 01 - Colonização e Ocupação do Estado de Pernambuco

a colônia de Nova Holanda. A resistência portuguesa foi armas contra os invasores. Esse episódio foi marcado
pequena e permitiu a instalação dos invasores na re- pela primeira participação da mulher em defesa do ter-
gião do Istmo que liga a cidade de Recife e Olinda. A par- ritório brasileiro.
tir desse contexto, as invasões foram caracterizadas No entanto, foi só em 1648 que os holandeses
em 3 períodos distintos: avançaram ao cerco dos bravos camponeses que resis-
Entre 1630 a 1637, ocorreu uma chamada de guer- tiam, eram as duas Batalhas de Guararapes, a primeira
ra de Resistência que permitiu a hegemonia holan- ocorrida em Cabo de Santo Agostinho pelo rompimen-
desa sobre as regiões do Ceará e do Rio São Francisco. to do cerco e a segunda quase um ano mais tarde, em
A figura icônica dos conflitos recaiu sobre Domingos 1649. Os holandeses serão cercados e permanecerão
Fernandes Calabar, nascido em Porto Calvo, região atu- até 1654 pressionados pela brava resistência dos luso-
al de Alagoas, que conhecia os terrenos e que apoiou a -brasileiros. As últimas defesas foram perpetradas e
causa dos invasores, traindo as forças luso-brasileiras, os invasores foram rendidos. Em 24 anos de invasões,
até que foi preso e executado. em quase 62 horas de negociações os holandeses assi-
O período de 1637 a 1644 é marcado por um rela- naram a rendição em 27 de Janeiro de 1654, entregando
tivo desenvolvimento e incentivo a produção do açúcar as chaves da cidade maurícia aos vitoriosos Insurretos
por intermédio do Conde e Príncipe Holandês Maurício Pernambucanos.
de Nassau. Suas medidas políticas resultaram em uma Pode-se considerar que a vitória dos insurretos
relação de vínculos com a política local, comprando an- tenha caracterizado um marco de desenvolvimen-
tigos engenhos abandonados e incentivando a produção to do espírito nacional do Brasil, permitindo ao Estado
do açúcar. O período de Nassau foi o de maior desenvol- de Pernambuco palco de futuras sublevações, con-
vimento e tolerância, inclusive aos católicos e judeus. O testações e movimentos de ideias e assumindo um
judaísmo foi permitido e a arquitetura de Olinda e Recife caráter de polo de resistência no Nordeste, a exemplo
fortemente marcada por influências judaicas. Das re-
das rebeliões da Revolução Pernambucana em 1817, da
formas feitas na cidade de Recife, permitiram que fosse
Confederação do Equador em 1824 e a Praieira entre
elevada a Capital da Capitania. A grande vinda recepção
de artistas, intelectuais foi uma das marcas de Nassau. 1848 e 1850.
Por conta de desentendimentos com a Companhia das “A Fronda dos Mazombos” obra do historiador
Índias Ocidentais, Nassau voltou à Europa em 1644. brasileiro Evaldo Cabral de Mello demonstra como a
No terceiro, e último, período de Invasões resistência dos insurretos foi primordial para a expul-
Holandesas a guerra de reconquista foi a marca deixada são dos holandeses. Quase 50 anos após a insurreição,
pelos luso-brasileiros. Com o fim do período de domina- descendentes dos bravos insurretos promoveram uma
nova sublevação, agora contra o governador do Estado
ção Espanhola sobre Portugal, os territórios brasileiros
do Pernambuco entre 1707 e 1710, Castro e Caldas. Os
foram aos pouco sendo reestabelecidos, com amplo
motivos estão ligados a Guerra dos Mascates, entre 1710
destaque ao processo de Reconquista em Pernambuco
História

e 1711.
entre os anos de 1645 e 1654. Dom João IV, rei de Portugal
da dinastia de Orleans e Bragança, impôs a mudança
nas relações políticas entre os países. Nesse período, a Guerra dos Bárbaros
revolta contra os holandeses teve força com as figuras
de André Vidal e João Fernandes Vieira, além do ne- O conjunto de conflitos e rebeliões que envol-
gro Henrique Dias e o índio Filipe Camarão. Algumas veram de um lado indígenas da tribo dos tapuias e os
conquistas foram feitas nas regiões costeiras até que colonizadores portugueses dá-se o nome de Guerra dos
a vitória dos portugueses começou a mudar os qua-
dros da invasão, era a Batalha de Guararapes em 1648 Bárbaros. Elas de fato ocorreram a partir do ano de 1683
e estiveram inseridas dentro do contexto das chama-
e 1649. Começava a Insurreição Pernambucana contra os das Guerras Justas. Após a expulsão dos holandeses do
Holandeses. território brasileiro, os portugueses puderam retomar
Alguns anos antes, em 1645, o Engenho de São suas atividades e a expansão colonial para além das
João reuniu 18 líderes Pernambucanos que estavam fazendas de açúcar. Muitas tribos indígenas, inclusive,
dispostos a lutar contra os invasores Holandeses, após haviam sido aliadas as tropas holandesas, oferecendo
a saída de Nassau do governo no Brasil. A partir de um maior resistência aos objetivos dos portugueses.
compromisso assinado entre os brasileiros, a resis- Várias expedições comandadas por
tência começava. A primeira vitória foi no Monte das Bandeirantes, a exemplo de Domingos Jorge Velho, fi-
Tabocas, localizado atualmente no município de Vitória zeram verdadeiros massacres contra a população na-
do Santo Antão, em que 1200 insurretos municiados de tiva. Como resposta, várias etnias do sertão Nordestino
armas de fogo, foices, e ferramentas derrotaram 1900 reuniram-se em torno de Confederações, como a que
ocorreu no Sudeste com os Tamoios, resistindo brava-
holandeses bem preparados e armados. Antônio Dias
mente ao processo de dominação. Essas alianças foram
Cardoso recebeu a alcunha de Mestre das Emboscadas. chamadas no Nordeste de Confederação dos Cariris ou
Preponderante foi a presença de índios, negros Confederação dos Bárbaros. Nesse contexto, o papel do
para derrotar os holandeses, que seguiram para a re- Bandeirante foi de primordial importância: na desin-
sistência em Casa Forte. Olinda, por fim, foi retomada tegração de Quilombos, verdadeiros focos de resistên-
pelos rebeldes e a insurreição, o levante de pernam- cia indígena que se formaram ao longo da História do
bucanos, pressionava os holandeses cada vez mais ao Brasil, com destaque para o líder Zumbi dos Palmares,
interior. Olinda fora retomada e os invasores estavam e, em segundo lugar, nos conflitos envolvendo alianças
encurralados e sem alimentos numa faixa de terra que entre grupos indígenas. A Confederação dos Bárbaros
ia de Recife a Itamaracá. Em 1646 ocorreu a Batalha de seria desintegrada em 1713 e contou com etnias de

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janduís, paiacus, caripus, icós, caratiús e cariris, todas terras acabara por se sujeitar ao poder econômico dos

Capítulo 01 - Colonização e Ocupação do Estado de Pernambuco


importantes civilizações do interior do Sertão. Mascates, contraindo pesados empréstimos a juros al-
tíssimos. Era a hegemonia dos negócios e do comércio
Guerra dos Mascates em Pernambuco: a Disputa sobre a produção agrícola da terra.
entre Olinda e Recife
As Instituições Eclesiásticas e a Sociedade
Após a expulsão dos Holandeses de Pernambuco, Colonial
as cidades de Olinda e Recife se encontravam numa si-
tuação devastadora. Os conflitos internos tenderiam a A sociedade açucareira foi baseada no modelo
surgir, portanto, à medida que os Senhores de Engenho tradicional Patriarcal, forte religiosidade, adesão aos
de Olinda creditariam a si mesmos maiores privilégios ritos católicos. As mulheres brancas eram escassas e
à coroa Portuguesa pela expulsão dos holandeses. Para a ausência de núcleos urbanos caracterizava uma so-
administrar a Capitânia, entretanto, a coroa Portuguesa ciedade permeada pelas relações de trocas de favores,
teria enviado um estrangeiro de nome Jerônimo de o clientelismo.
Mendonça Furtado. Nesse aspecto, podemos afirmar que a consoli-
Mendonça era apelidado de Xumbrega pelos na- dação da estrutura açucareira restringe a colonização
tivos pernambucanos, em alusão a um general alemão ao Nordeste do Brasil, numa faixa de terra bastante
que havia lutado na Guerra de Restauração. Momentos litorânea e essencialmente agrícola. Isso repercutia
mais tarde, o governador seria preso e deposto quando nos pesados investimentos e na realização de acordos
da chegada de uma esquadra francesa em terras brasi- comerciais e, acima de tudo, numa estrutura social
leiras que tentaria um saque a região. completamente dependente do elemento africano. A
O estopim estava armado: de um lado Senhores dinamização da sociedade, portanto, era baixa, caracte-
rizando-se por uma sociedade extremamente fechada,
de Terra, grandes latifundiários donos de Engenho que
com pouca mobilidade social, baixos índices de alfor-
se localizavam em Olinda; de outro, comerciantes vin- ria para escravos e alto índice de Status social baseado
dos de Portugal que se localizavam em Recife, chama- na propriedade da terra e do número de escravos. Essa
dos de Mascates. No contexto final das invasões holan- foi por excelência a típica forma de organização social
desas, muitos proprietários de terras, dependentes da que vigorou até o descolamento do eixo Sudeste, com a
comercialização do açúcar, se encontravam em grave descoberta do Ouro, entre a região da Capitania de São
crise financeira devido à concorrência com o açúcar Vicente (atual Estado de São Paulo), Rio de Janeiro e a
das Antilhas, de monopólio holandês. Os comerciantes elevação de Minas Gerais a Vila.
Mascates, no entanto, aproveitaram-se da situação de Sendo assim, em tese, as pessoas consideradas 9
crise dos latifundiários, contraindo dívidas e agravan- livres na Colônia foram divididas numa típica hierar-
do a tensão entre os dois grupos. Até então Recife era quia de ordens: clero, nobreza e povo, uma característi-
ca tradicional até então na Europa. Nesse sentido, hou-

História
apenas uma Comarca subordinada à cidade de Olinda.
A situação se complicou quando Recife foi emancipada ve a formação de uma elite branca, pautada no poder
politicamente, contrapondo os ideais de uma burguesia econômico da terra, mas sem a formação de uma aris-
estrangeira lusitana com a população latifundiária bra- tocracia de sangue, hereditária.
sileira local. No aspecto livre abriam-se precedentes para
A situação piorou quando latifundiários endivi- a formação de várias classes distintas: roceiros, pe-
quenos lavradores, camponeses. Apenas a descoberta
dados pela crise do açúcar viram a cidade de Recife al- do Ouro foi capaz de quebrar a lógica desse sistema de
cançar a emancipação político-administrativa pelo Rei organização. A economia da sociedade aurífera teria
de Portugal. Em 1710, no entanto, os senhores de enge- se diferenciado da estrutura de organização social es-
nho liderados por Bernardo Vieira de Melo se rebelaram tabelecida no Nordeste. Fatos que reforçam esse argu-
contra os ricos comerciantes de Recife. Desamparados mento demonstram uma sociedade muito mais dinâ-
muitos deles fugiram e a situação só foi contornada mica, de composição social diferenciada e, sobretudo,
por tropas portuguesas que chegam a Pernambuco. de classe média mais larga, devido ao aumento de ati-
Os membros da aristocracia rural foram liderados pelo vidades paralelas no circuito do Ouro.
Capitão-mor Pedro Ribeiro da Silva, reforços vieram A sociedade aurífera foi de fato a grande contri-
de Afogados, São-Lourenço, Olinda, sob o comando buinte para o primeiro fluxo migratório (e imigratório)
de Leonardo Cavalcanti e seu Filho Bernardo Vieira para o Brasil, tendo aproximadamente 600 mil pessoas
Melo. A situação tornou-se caótica com a demolição do chegando a região das Minas. Mas não pensemos que
Pelourinho em Recife, a destruição da Carta de Foral e isso facilitou a exploração, justamente pela caracterís-
a libertação de presos ligados ao governador mascate tica da sociedade ter sido marcada pela restrição e cir-
Sebastião Caldas Barbosa. Houve reação por parte de culação de pessoas em Minas Gerais. A coroa portugue-
Mascates e a cidade de Olinda foi invadida, desenca- sa havia dispendido interesses no ouro e o contrabando
deando incêndios e destruição de engenhos. Ao final deveria ser evitado. Para tanto se criou a Intendência
dos atritos, houve a nomeação de um novo governador, das Minas, que administrava, fiscalizava e tributava
Félix de Mendonça, e tropas vindas da Metrópole e da a exploração do ouro. Toda descoberta deveria ser co-
Capitania da Bahia apoiaram a burguesia e puseram municada as autoridades que demarcavam os espaços
fim aos conflitos. Em 1711, Recife garantia sua autono- e lotes, que passavam a chamar lotes. Deveria se com-
mia política e tornava-se a Capital da Capitania. provar um número de escravos para poder candidatar-
O simbolismo da rebelião da Guerra dos Mascates -se ao sorteio das minas. Posteriormente as Casas de
pôde demonstrar a capacidade produtiva em crise que Fundição, instaladas por toda a Coroa, deveriam tribu-
acabou por gerar uma massa de endividados pelas re- tar e selar o ouro que seguia para a Europa. Todo ouro
lações do comércio. Parcela de grandes proprietários de natural ou em pepita era proibido de circular.

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A cobrança de impostos realizada pela Coroa de- numa espécie de Irmandade ou Confraria, permitindo
Capítulo 01 - Colonização e Ocupação do Estado de Pernambuco

veria estabelecer o Quinto (20%) de tudo que se extraia assim os indígenas também uma forma de inserção no
da Mina, além da Capitação, impostos que deveria ser mundo social e religioso. Dessa forma, os primeiros re-
cobrado em cima das cabeças de escravos que traba- ligiosos que chegaram ao Brasil foram os Franciscanos.
lhavam nas Minas. No caso de extração em faisqueiras Ordem já estabelecida em Portugal, os franciscanos es-
(ouro encontrado na margem das montanhas e dos rios, tiveram presentes nas embarcações que descobriram o
portanto mais barato) o explorador pagava imposto novo Mundo. No aspecto de colonização e evangeliza-
sobre ele mesmo e seus trabalhadores. Arrecadas im- ção do gentio aconteceu bastante tardiamente, somen-
postos e organizar a sociedade das minas foi o objeti- te em 1580. A eles também se juntariam beneditinos e
vo da Coroa Portuguesa no Brasil. Para tanto, Ordens carmelitas.
Militares foram criadas com intuito de cercear a cir- Não obstante, foram apenas com os Jesuítas que
culação de indivíduos nas Minas. Foram estabelecidas a formação da cristianização ganhou mais poder, maior
juntas e ouvidores que poderiam intervir em determi- consistência. Chegaram ao Brasil em 1549, já no gover-
nados casos e milícias armadas que poderiam enfren- no de Mem de Sá, fundando a Companhia de Jesus ao
tar casos de emergência. No entanto, isso não acabou lado de Manuel da Nóbrega, importante jesuíta portu-
com o contrabando. Caso das Ordens Religiosas, que guês. Os Jesuítas fundaram também uma Escola, com a
mesmo impedidas de entrar nas regiões das Minas, função de catequizar os indígenas. Suas primeiras mis-
conseguiam contrabandear ouro em Pó em imagens de sões se prestaram a aprender a língua tupi-guarani. Por
Santos para a Europa. volta de 1575 foi inaugurado um grande Colégio Jesuíta
Esse contexto, portanto, nos leva a pressupor que em Olinda, em que eram ministradas aulas de ler, escre-
a sociedade aurífera não tenha sido necessariamente ver e algarismos.
mais rica que outras formas de exploração. Pelo con- A Ordem Jesuíta, fundada na Europa por Inácio
trário, o ouro gerava riqueza e aumento de preços, dado de Loyola em 1534, permitiu a formação de um cotidia-
a sua amplitude e o seu aumento de produção agríco- no no Brasil destinado a filhos de índios, mestiços e até
la e de comércio de produtos. Os produtos chegavam a de um chefe. Recitavam orações, disciplinavam os fiéis
custar 50 vezes mais que em outras regiões da Colônia. através de rituais de autoflagelação às sextas-feiras, se
Poucos enriqueceram, mas permitiram uma socieda- confessavam pelo menos 1 vez por semana, além de sair
de mais flexível e que, inclusive, importará ideias da para pescar e caçar.
Europa, ideais esses que serão essenciais para os movi- A situação, no entanto, alterou-se consideravel-
mentos de emancipação e independência. mente com a anexação de Portugal à Espanha na União
Fator principal que nos leve a constituir a região Ibéria, 1580 a 1640. Os Franciscanos, por exemplo, di-
140 das Minas como uma sociedade mais dinâmica é o fa- recionaram-se ao litoral Nordestino, no Rio Grande do
tor que propulsiona um número maior de movimentos Norte e Alagoas. Próximos aos Senhores de Engenho,
de resistência e de contestação aos impostos cobrados realizavam missas, batismos e casamentos em capelas
pela coroa Portuguesa. Até o período de instituição da comunitárias. Estavam, nesse sentido, mais ao lado dos
História

sociedade açucareira, séc. XVI, a coroa Portuguesa ago- brancos do que dos indígenas.
ra administrada pela dinastia dos Orleans e Bragança Com a massiva integração do negro ao traba-
foi responsável por esgotar as formas de cobrança de lho nas fazendas de açúcar, grande parte das Ordens
impostos, levando a população a se revoltar contra o Religiosas começou a buscar refúgio cada vez mais no
autoritarismo do Rei. Em nada, portanto, esses mo- interior. Chegaram levas de capuchinhos franceses e
vimentos tiveram de ideais radicais, de movimentos oratórios italianos, que puderam pregar mais próxi-
ideológicos bem definidos. Essa série de movimentos mos da população simples, humilde. A Ordem Jesuíta foi
será chamada de Nativistas por esse principal Motivo. a quem conseguiu o importante feito em relação a es-
Em muitos aspectos estiveram relacionados a revoltas cravização do indígena, o que não impediu constantes
de Quilombos, com escravos fugidos, e revoltas como conflitos entre colonos e missionários e que levaram a
a dos Beckman no Maranhão, em 1642; a dos Mascates revoltas em Escolas Missionárias de São Paulo, Santos e
entre Olinda e Recife, em 1710-11; em 1709 a Guerra dos Rio de Janeiro. Foi nesse período que um grande número
Emboabas pelo controle das regiões das minas entre de Missões Jesuíticas foi atacado por levas de colonos e
Paulistas de um lado e Estrangeiros de outro; e, por úl- bandeirantes em regiões entre o Paraguai, o Paraná e o
timo, a Rebelião de Filipe dos Santos em 1720. Todos eles Rio Grande do Sul.
apresentam em comum o fato de terem se revoltado Diferentes de Ordens Religiosas, grande desta-
contra o abuso da cobrança de impostos e pela criação que também se deu para Irmandades ou confrarias. Elas
de Companhias de Comércio que monopolizavam a dis- apresentavam caráter de associações locais de auxílio
tribuição de produtos em certas regiões. à Igreja, promovendo grande clamor social e desem-
No aspecto religioso, os súditos da Coroa eram penhando tarefas que muitas vezes estavam longe da
católicos, oscilando entre os mais e menos fervoro- alçada do governo português. Fundaram abrigos para
sos. Haviam judeus que foram obrigados a converter- meninos pobres, recolheram meninas órfãs, criaram
-se ao catolicismo, eram os chamados cristãos-novos. Casas de Misericórdia. Auxiliavam ainda em festas que
Sempre compuseram uma camada social de merca- buscavam devoção a Santos, essa era sua finalidade
dores, artesãos, senhores de engenho, além de cargos específica. Grupos de brancos, negros e mulatos se reu-
eclesiásticos e civis. Por esse motivo, em Pernambuco niam em torno de cultos e capelas. Festas de padroeiros
a determinação era de apenas aceitar cristãos velhos eram organizadas com a finalidade de integrar grande
para determinados cargos, dada a grande incidência de parcela de leigos da população. Ruas e Igrejas eram de-
judeus oriundos das Invasões Holandesas. coradas com a finalidade de integração da comunidade.
O aspecto religioso servira, portanto, ao prin- Procissões eram bastante comuns nesses tipos de fes-
cípio de identidade que começava a se entrelaçar no tas e arranjos.
Brasil. Era uma forma de inserção no grupo social,

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açúcar produzido no Brasil desde o século XVI.
Questões c) após a conquista de Pernambuco, os holandeses
Gabaritadas conquistaram a Bahia em 1654.
d) os holandeses abandonaram o comércio do açú-

Capítulo 02 - Brasil Império - A Província de Pernambuco


1. Sobre o início da colonização do Brasil e a monta- car após a malograda invasão do Brasil.
gem da indústria açucareira, podemos destacar e) Olinda tornou-se a sede do governo holandês no
a) a criação do Governo-Geral em 1500. Brasil.
b) a implantação da mão-de-obra africana
escravizada. 6. Sobre a atuação dos Holandeses em Pernambuco
c) o destaque das capitanias do Rio de Janeiro e São destaca-se:
Vicente na produção do açúcar. a) a conquista do sertão pernambucano pelas tro-
d) a escolha de Olinda como sede do Governo-Geral. pas holandesas.
e) o sucesso do regime de Capitanias Hereditárias. b) a escolha de Igarassu como capital do Brasil
Holandês.
2. Durante o século XVI, destacaram-se como gran- c) as ações urbanísticas do governador Maurício de
des polos de produção açucareira no Brasil as regi- Nassau.
ões de d) a perseguição aos judeus da capitania,
e) o massacre dos índios tupi que habitavam o litoral.
a) Pernambuco, Bahia e São Vicente.
b) São Vicente e Rio de Janeiro
c) Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia. 7. Sobre o episódio que marcou a expulsão dos
d) Itamaracá e São Vicente Holandeses do Brasil em 1654, deve-se a:
a) Guerra dos Bárbaros
b) Guerra dos Mascates
3. As Câmaras Municipais eram as instituições do
poder local na América Portuguesa. Os vereado- c) Insurreição Pernambucana
d) Praieira
res eram os chamados “homens bons”, potentados
locais. No caso da Capitania de Pernambuco, esses e) Revolução Pernambuana.
líderes eram os:
a) comerciantes 8. A Guerra dos Mascates foi um conflito político
b) senhores de engenho que marcou Pernambuco dos primórdios do século
c) mestres do açúcar XVIII. A causa desse conflito foi:
a) colapso da indústria açucareira em Pernambuco.
d) investidores holandeses
e) criadores de gado b) expulsão dos investidores holandeses da região.
c) União Ibérica capitaneada pelo Monarca Filipe II
4. Maurício de Nassau chegou a Pernambuco em da Espanha.
1637, pretendendo pacificar a região e governar com d) escolha de Olinda como capital da Capitania.

História
a colaboração dos luso-brasileiros. Sobre o governo e) fundação da câmara Municipal do Recife.
de Nassau, analise as proposições abaixo.
I. Fundou, no interior da capitania, o Arraial do Bom GABARITO
Jesus para concentrar a resistência holandesa e,
usando a tática de guerrilha, minar a resistência 1 2 3 4 5
dos pernambucanos. B A B B B
II. A Companhia das Índias Ocidentais concedeu
créditos aos senhores de engenho para o reapare- 6 7 8
lhamento das propriedades, a recuperação dos ca- C C E
naviais e a compra de escravos.
III. Nassau estimulou a vida cultural e investiu em
obras urbanas, nos domínios holandeses. A cidade
do Recife foi beneficiada com a construção de casas, 2. BRASIL IMPÉRIO: A PROVÍNCIA DE
pontes e obras sanitárias. PERNAMBUCO
IV. Embora o objetivo dos holandeses fosse o de ex-
pandir sua fé religiosa, o luteranismo, outras religi-
ões foram toleradas, exceto o judaísmo. Antecedentes da Independência, 1817
Está CORRETO o que se afirma em
A) I e II, apenas. No contexto do Império, a Província de
B) II e III, apenas. Pernambuco foi protagonista antes e depois do proces-
D) II, III e IV, apenas. so de Independência, ou seja, em Pernambuco houve
C) I, II e III, apenas. um movimento liderado por protagonistas interessa-
E) I, II, III e IV. dos na emancipação da região antes mesmo do corte
das relações com a Metrópole, era o início da Revolução
5. A invasão Holandesa a Pernambuco em 1630 es-
tava diretamente ligada à questão da indústria açu- Pernambucana em 1817 e, mesmo após o Brasil eman-
careira. Sobre essa realidade, assinale a alternativa cipado, ares revolucionários envolveram a então
CORRETA: Província de Pernambuco na Confederação do Equador
a) os holandeses decidiram se lançar, pela primeira em 1824, que buscaram juntamente com as Províncias
vez, à produção do açúcar, produto com amplo espa- de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte
ço no mercado europeu. a Proclamação de uma República separa do resto do
b) os holandeses já participavam do comércio do Brasil.

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Os antecedentes destes amplos movimentos po- protagonista da Confederação do Equador de 1824. Isso
dem estar relacionados ao passado mais próxima da demonstra o caráter relativamente heterogêneo dos
Província, inserido dentro do jogo de disputas e reações conflitos, permeados tanto por setores de alta classe
que foram ocasionadas desde as Invasões Holandesas, quanto a defesa de um princípio de igualdade almejado
Capítulo 02 - Brasil Império - A Província de Pernambuco

passando pela Guerra dos Bárbaros e permitindo a re- por classes mais baixas e também escravos. No entan-
gião um amplo movimento de inspiração liberal, pre- to, a revolta pode se traduzir num sentimento bastante
cursor em todo o Brasil. comum: o antilusitanismo. Tratava-se de acabar com
A cidade de Olinda por volta de final do século os mandos e desmandos da Centralização Política, pelo
XVIII já apresentava sinais de influências liberais e re- menos para a elite latifundiária. Exceção de Domingos
volucionárias. Inspirados no Iluminismo, essas ideias Martins era a representação do Abolicionismo, porém
alcançaram repercussão com Manuel Arruda Câmara não se constituía como regra do movimento. Até uma
que fundou em 1796 a primeira Loja Maçônica do Brasil, lei orgânica fora implantada nos 3 Estados, discutindo a
localizada no município de Itambé. Foi o início do mo- igualdade de direitos e a tolerância, no entanto, a escra-
vimento da Conspiração dos Suaçunas. A Maçonaria foi vidão permanecia mais como mera exceção. Um apoio
uma instituição que ganhou amplo destaque na con- externo que deveria vir por intermédio dos Estados
testação dos regimes Absolutistas na Europa, e quando Unidos, com armas e munições até chegou a ser cogi-
chegou ao Brasil foi importante no conjunto de ideias tado, porém, a ajuda chegara tarde demais e os revolto-
que buscaram a contestação da condição do Brasil en- sos já se encontravam sitiados pelas tropas reais. Dois
quanto Colônia de Portugal. Foram essas ideias atre- meses e meio de conflitos foram capazes, entretanto, de
ladas a determinados grupos no Brasil que fizeram deixar profundas marcar (novamente) no Nordeste.
eclodir movimentos revolucionários, chamados de
Movimentos Separatistas, sobretudo àqueles que bus- Pernambuco e a Independência do Brasil
caram questionar a autoridade do Rei de Portugal sobre
o Brasil. Até meados do século XVIII, a região de
Por esse motivo, grande parte dos protagonistas Pernambuco permitiu o amplo desenvolvimento eco-
das futuras rebeliões do Estado de Pernambuco es- nômico da Colônia, bem como um importante mo-
teve ligada ao movimento dos Suassunas, como os ir- vimento intelectual, pertinente aos movimentos
mãos Cavalcanti, donos do Engenho Suassuna que deu Emancipacionistas. Nesse contexto, é destaque a im-
origem a Conspiração. Em 1801, houve um processo de portância de precursora de inúmeros movimentos em
delação dos envolvidos que acabou por levar ao fecha- outras Províncias, como o Ceará, o Sergipe, Alagoas,
mento da Loja Maçônica. Paraíba, Rio Grande do Norte. Pernambuco só estava
142 Seria um erro, no entanto, supor que as ideais atrás da Capital do Império, o Rio de Janeiro. Nos ideais
teriam terminado com a Conspiração revolucionária Abolicionistas, seu principal líder Joaquim Nabuco, di-
dos irmãos Cavalcanti, principalmente por conta das fundiu suas manifestações por Pernambuco, símbolo
repercussões da Revolução em 1817. Também conheci- de orgulho e libertação na história do país.
História

da como Revolução dos Padres, o movimento serviu de A crise do açúcar e dos Engenhos recai quase ime-
contestação aos poderes instituídos pela presença da diatamente ao desenvolvimento da região Nordeste,
Coroa Portuguesa no Brasil, era o contexto do Período permitindo uma maior resistência aos movimentos em
Joanino, de Dom João VI, pai de Dom Pedro I. Permeada pro da Independência, resistindo bravamente e contes-
pelos ideais Iluministas e liberais, a Revolução de 1817 tando os valores políticos da sede do governo. No con-
buscava contestar o absolutismo Português e criar texto da Independência, os conflitos tiveram início em
uma território nordestino separado do resto do país. Foi 1821 e duraram até meados de 1823. Iniciada, portanto,
o primeiro movimento conspiratório do período colonial antes do dia do Fico, a luta pela independência do Brasil
que alcançou resultados mais concretos. Uma assem- permitiu a criação de figuras e mártires que fizeram do
bleia constituinte foi convocada e declarada a partir de movimento a resistência de um governo Provisório em
um governo provisório que proclamou a República no todo o Nordeste e que permitiu a criação de figuras e
Nordeste, envolvendo 3 grandes Estados: Pernambuco, mártires na história do Brasil.
Paraíba e Ceará. Na Província da Bahia, entretanto, do lado dos
Fora, portanto, no período da presença da Corte portugueses, fora nomeado governador das Armas da
no Rio de Janeiro que ventos de independência chega- Província o comandante Madeira de Melo. Veterano nas
ram primeiramente a Pernambuco. Os pesados impos- lutas contra Napoleão na Europa e bom conhecedor do
tos a qual estavam submetidos serviram de estopim Brasil, Madeira chegou a negar propina para baixar as
para os objetivos da Confederação. Vários desconten- armas e permitir a independência, mesmo sob ordens
tamentos serviram para que o sentimento da popula- de D. Pedro I. Quando exigida foi à rendição dos bra-
ção do Nordeste, distantes do poder central no Rio de sileiros, a resistência encontrou voz em um dos mais
Janeiro, servissem de pretexto para as contestações. conhecidos líderes que o Brasil viria conhecer: o cirur-
Abrangeu, acima de tudo, várias camadas sociais, desde gião Francisco Sabino, precursor de outra revolta de
militares e proprietários de terra até um grande núme- caráter Regencial em 1837, a Sabinada, que contou com
ro de sacerdotes. Um grande número de comerciantes apoio de escravos para também formar um República
também mantinha parte dos atritos com estrangeiros Baianense.
vindos de Portugal, sinônimo de que as divergências Mártires tão importantes para a História do
desde a época dos Mascates ainda se mantinha entre Brasil, a guerra de resistência brasileira produziu em 7
Olinda e Recife. Apesar da escravidão mantida no pro- de janeiro de 1823 a batalha decisiva para as tropas lu-
cesso revolucionário, importantes líderes fizeram par- sas, totalizando 500 mortes no lado português. Dessa
grande batalha em Janeiro, iria imortalizar e oficializar
te da Revolução de 1817, entre eles Domingos Martins,
a independência dos conflitos que se deram em torno
Antônio Andrada e Silva e Frei Caneca, importante
da independência, fato esses que levaram a constituir

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a memória dos bravos soldados que resistiram até o dia novembro de 1825. A sedição teve consequências pe-
2 de julho de 1823. O exército vitorioso era composto de sadas sobre seus principais líderes, condenado a morte
homens descalços, quase nus, mostrando na miséria de Frei Caneca, João Ratcliff e ainda Agostinho Cavalcantti.
sua população a grandeza de seus sacrifícios. Quando Como punição pela sedição dos revoltosos, o Imperador

Capítulo 02 - Brasil Império - A Província de Pernambuco


chegaram a Salvador foram recebidos com festas e com D. Pedro I efetuou o desligamento da Comarca de São
festas são lembrados todos os anos no dia 2 de julho. A Francisco, e passou seu controle a Minas Gerais e depois
maior parte das batalhas pela Independência veio esta- à Bahia. As marcas do confronto ainda se estenderiam
belecer uma marca da resistência brasileira e nordes- no último conflito de grande repercussão na Província:
tina pelo apoio a emancipação política do país. Nome do a Praieira em 1848.
antigo aeroporto de Salvador, 2 de julho, imortalizou a
memória dos que, em nome da liberdade, se sacrifica-
ram pela liberdade de muitos. A Revolução Praieira: os ideais socialistas de
As ideias revolucionárias de Pernambuco foram 1848
capazes de inflamar um amplo movimento de manifes-
tações na primeira metade do século XIX. A A Revolução silenciosa que foi ocorrendo em
contribuição das sobreviventes Lojas Maçônicas e do meio às ruas de Recife foi impulsionada por ideias re-
Seminário de Olinda foi primordial para alcançar tal fei- volucionários vindos da Europa me 1848, mesmo ano
to. Desde a Revolução dos Padres e de seu governo de 75 do crescimento de movimentos marxistas e socialis-
dias, portanto, Pernambuco foi capaz de se emancipar tas. A praieira, portanto, foi considerada uma insurrei-
de seu governador e das tropas portuguesas, abrindo ção, já que estava localizada na Rua da Praia em Recife.
precedentes para a Independência em Pernambuco. No Naquele ano de 1848, Olinda e Recife voltariam a respi-
ano de 2007 foi declarada a Data Magna do Estado de rar o “maligno vapor pernambucano”. A preponderân-
Pernambuco, dia 6 de março, em referência a Revolução cia da Imprensa foi importante nesse sentido. Antônio
de 1817. Pedro de Figueiredo, crítico social que foi apelidado de
Fusco, que por ser mulato representava uma boa parte
A Confederação do Equador, 1824 das ideias trazidas da Europa. Nas suas críticas apontou
que a estrutura agrária era o grande mal do país, com a
No contexto das rebeliões de influência revo- concentração de poder na mão de poucos e o comércio
lucionária e iluminista, a Confederação também ele- monopolizado por estrangeiros.
vou os olhares a então Província de Pernambuco. Em Essas ideias acabavam por demonstrar o caráter
oposição à política centralizadora de D. Pedro I e à ou- socialista e ultrarrevolucionário da Praieira, pois permi-
torga da Constituição de 1824, a do Poder Moderador, tia e englobava setores de classe média baixa, sobretu-
o movimento foi deflagrado em mais 5 Províncias. As do negra e mulata, que inspirava ideias mais próximas
altas taxas de impostos cobradas associadas a seca e de um socialismo utópico do que um marxismo pro-
a fome impulsionaram o movimento de contestação.

História
priamente dito.
Permeadas agora por ideais Republicanos, antiportu- No entanto, não podemos atribuir o caráter ex-
gueses e Federativos, a Confederação foi tomando forma clusivamente socialista aos manifestos. Grande parte
e adquirindo cada vez mais poderes descentralizados, das reinvindicações se dava pela perda do controle da
objetivo das Províncias do Nordeste. província por setores mais conservadores, englobando
Cipriano Barata e Frei Caneca foram importantes assim também senhores de Engenho ligados ao partido
protagonistas da sublevação contra o poder de D. Pedro Liberal. Aproximadamente 2500 homens atacaram a
I. Os Irmãos Andradas também passaram a criticar ve- cidade de Recife e foram derrotados. As lutas sob a égi-
ementes as medidas adotadas pelo Imperador através de de guerrilhas acabariam por terminara apenas em
do destaque que se deu época para a participação da 1850, dois anos depois.
Imprensa nesse processo. Das figuras republicanas aparecia Borges da
Algum tempo depois de promulgada a Fonseca, que destaca entre os praieiros o interes-
Constituição, Cipriano foi preso e enviado ao Rio de se de um modelo federalista, contrário à manutenção
Janeiro, onde ficaria detido até 1830. Frei Caneca, de do Poder Moderador e à expulsão dos portugueses.
origem humilde, proveniente das ruas do Recife, mas Propostas mais radicais, defendida por parte de comer-
ciantes, demonstravam um liberalismo mais radical
educado nos moldes liberais através do Seminário de
que as simples reformas ou mudanças. O que a Praieira
Olinda, se tornaria implacável intelectual em defesa da
buscava era uma nacionalização do comércio a varejo,
revolução.
que então era monopolizado por portugueses. De resto,
O estopim para a Proclamação da Confederação
as novidades também se concentravam em defesa do
foi a nomeação de um governador pelo Imperador. Em
2 de julho de 1824 surgia a Confederação inspirada nos sufrágio universal, e ainda sem caráter etário ou censi-
ideais da Constituição da Colômbia. Seu chefe fora tário, ou seja, sem depender de uma determinada renda
Manuel de Carvalho. Além de Pernambuco agregava como determinava a Constituição de 1824.
sob a forma federativa as Províncias da Paraíba, Rio
Grande do Norte, Ceará, além do Pará e Piauí. O movi- O Tráfico de Escravos
mento de 1824, no entanto, foi de caráter mais popular, o
que repercute seu caráter mais urbano e libertário que Recentes pesquisas sobre o tráfico de escra-
em 1817. Até mesmo alguns estrangeiros engrossaram vos para o Brasil demonstraram que o Estado de
as filas do movimento. Pernambuco e, especificamente, a região de Olinda
No entanto, sem muitas possibilidades de re- e Recife concentraram o 5º maior centro mundial de
sistência, foi derrotada quase que por completo em tráfico negreiro. O que se pode afirmar com certeza é

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que pelo menos quase 1500 viagens foram efetivadas conseguiu evidente constituir uma ideia sobre o im-
até o porto de Recife em quase 3 séculos de comércio. pacto negativo da escravidão: dizia que atrapalhava
Muito dos recursos provenientes do comércio teriam a economia, impedia o progresso, impedia o caráter e
sido angariados pelas fazendas de açúcar, o que expli- desmoralizava instituições, rebaixava a política e im-
Capítulo 02 - Brasil Império - A Província de Pernambuco

ca a alta incidência do número de escravos para a re- pedia imigrações, desonrava o trabalho, impedia o apa-
gião. Entre os anos de 1801 e 1851 pode-se inferir que recimento da indústria, desviava capital pra outros se-
houve o maior contingente de escravos que chegaram tores e afastava as máquinas, além de propagar o ódio
até Pernambuco na sua fase de maior intensidade. entre as classes sociais.
Acredita-se que aproximadamente 850 mil, dos 4 mi- No aspecto político, a luta de Nabuco contribuiu
lhões de escravos do Brasil, tenham desembarcado em no sentido de enriquecer as discussões sobre o pa-
Pernambuco, algo em torno de 5 mil por ano. Essa alta pel das instituições, já que contribuiu decisivamente
incidência confirma fortes suposições de pudesse ha- para o desenvolvimento do Federalismo. Imaginava
ver um circuito triangular da África para o Brasil e, em ele que o poder deveria se descentralizar, permitindo
seguida para a Europa, ou seja, um mesmo navio que às Províncias relativa independência, mesmo que para
transportasse manufaturas, traria em contrapartida isso defendesse uma Monarquia Federalista. A ideia de
também escravos que eram ‘descarregados’ em portos centralização, segundo ele, pesava sobre as diversas
brasileiros. regiões e contribuía para aumentar dissidências entre
O que, no entanto, fez com que o tráfico de escra- Conservadores e Liberais, a exemplo da Confederação
vos fosse contestado incialmente em Pernambuco? do Equador, da Farroupilha, da Praieira. Devido ao enor-
Para começar, é evidente que as concep- me alargamento das regiões no país, um regime federa-
ções Monarquistas não foram empecilho para que o lista só viria a contribuir para o desenvolvimento.
Pernambucano Joaquim Nabuco, grande defensor do Nesse sentido, pode-se afirmar que a convicção
Abolicionismo, pudesse colocar em prática suas refe- de Nabuco era de fato Monarquista, mas antes de qual-
ridas teorias e, mesmo assim, educado em uma famí- quer dúvida, um liberal convicto que contribuiu deci-
lia de escravocratas tenha respirado ares em prol da sivamente para o enriquecimento de discussões que
libertação. tornaram e aceleraram o processo de Proclamação da
Entendia ele que grande parte dos problemas en- República.
frentados pelo Brasil decorria da utilização do traba- Portanto, pode-se afirmar que a tradicional dis-
lho escravo. No entanto, sua manutenção deveria ser cussão sobre a questão abolicionista por Nabuco con-
feita de maneira gradativa, baseada em uma espécie tribuiu decisivamente para permitir discussões sobre
de consciência nacional dos benefícios que isso traria o cotidiano, o meio e as próprias consequências para
para a sociedade brasileira. Negava ele também toda e o escravo na forma de trabalho compulsório, forçado.
qualquer forma de interferência externa no processo Utilizada por mais de três séculos, a forma de trabalho
abolicionista, cabendo apenas ao Parlamento a função escravo, com primordial ênfase para o negro, preservou
de direcionar a abolição da escravatura. Foi também uma ampla rede de preconceito e discriminação que
História

um crítico mordaz da Instituição Igreja e do seu papel na permeia a vida das classes menos favorecidas.
manutenção do sistema. As formas de sobrevivência e permanência des-
Nesse sentido, para o Pernambucano Nabuco o ses elementos em sociedade só foi possível graças ao
processo de abolição além de constituir um ambiente grandioso esforço de resistência e manutenção de prá-
jurídico para tal, deveria constituir inclusive um pro- ticas e costumes que sobreviveram a esses três séculos
grama de inclusão a partir de reformas sociais que per- de exploração. Atualmente, características do cotidia-
mitissem a verdadeira construção na nação brasileira. no da sociedade brasileira são possíveis de serem per-
Pode-se dizer que juridicamente seu respaldo cebidas por esse constante esforço de grupos que não
aconteceu, porém, sem que houvesse uma construção se calaram, ou ao menos, buscar formas de não se calar
de fato de reformas sociais a partir da identificação e in- perante a opressão do branco.
clusão de setores desprovidos. Nabuco após formar-se Exemplos recorrentes da resistência dos negros
bacharel em Direito pela Faculdade do Recife se volta são as formas de arte, música, dança, em especial a
aos negócios no escritório do pai no Rio de Janeiro. Ao questão da capoeira que fora proibida pela República
passo que adentra ao trabalho jornalístico passa tam- do Café e que voltou a legalidade apenas no governo
bém a defender abertamente a Monarquia. Ao passo Vargas. As comunidades Quilombolas também são
que vai amadurecendo, suas ideias também vão to- exemplo de resistência e preservação de costumes.
mando forma o processo que irá se desenvolver em Tamanha foi a organização de Palmares, localizado no
Pernambuco. Quando eleito deputado geral pela sua então Estado do Alagoas, que assustou grande parte da
província natal, permite incluir as discussões sobre os elite. Palmares é o maior símbolo de rebelião contra a
rumos da escravidão no país. Perdendo prestígio e der- escravidão na América Portuguesa. Mesmo após a des-
rotado nas eleições próximas parte para a Europa e es- truição de Palmares, a memória daqueles vencidos foi
creve sua principal obra: o Abolicionismo. imortalizada no dia da Consciência Negra, dia 20 de no-
No retorno ao Brasil é quando eleito novamente vembro, morte de Zumbi, grande líder quilombola. Para
deputado influencia diretamente a elaboração dos dois a elite da Capitania de Pernambuco, Palmares repre-
últimos dispositivos em proteção aos escravos: a lei dos sentou o medo de que outra sublevação de escravos po-
Sexagenários, também chamada de Saraiva-Cotegipe dia ameaçar toda a ordem pré-estabelecida, buscando
em 1885, e a lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em formas de combater a fuga de escravos. Exemplo disso,
1888, 13 de maio. Antes mesmo desse processo gradual é que a resistência fora tão presente que o Quilombo de
da abolição defendido por Nabuco, a abolição já era rea- Catucá surgiu como forma de resistência nas primeiras
lidade no Ceará, primeiro estado a abolir a escravidão, décadas do século XIX.
e Manaus. O Quilombo vale destacar que foi inspirado na for-
Através de inúmeros argumentos, Nabuco ma de preservação da cultura africana pelos terreiros

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de Umbanda e inspirado na figura do líder João Batista. república.
Nesse contexto, quando as terras de Olinda estavam a) o movimento se inspirou na luta pela implantação
já em crise de produção agrícola, o movimento dos ne- de ideais democráticos no Estado Polonês, a qual se
gros de Catucá, localizado no atual município de Abreu solidificou com a carta constitucional Polonesa, que

Capítulo 02 - Brasil Império - A Província de Pernambuco


e Lima, criou entre 1814 e 1837 perpetraram uma série ficou conhecida como a “Polaca”.
de ameaças ao poder constituído. Chegaram a desen- b) os rebeldes, que tomara o poder em Pernambuco,
volver técnicas de guerrilha e resistir contra a opressão construíram um governo provisório, que decidiu
dos brancos. Essas técnicas de guerrilha consistiam em extinguir alguns impostos e elaborar uma cons-
estrepes, um tipo de lança afiada e escondida em bura- tituição, decretando a liberdade religiosa e de im-
cos na mata. prensa e a igualdade para todos, exceto para os
Na época, a região chamada de Maricota, foi o escravos.
palco do assassinato do líder João Batista e uma em- c) apesar de ter fracassado, a Revolução
bocada em 18 de setembro de 1835. A figura do líder do Pernambucana foi o movimento mais importante
Quilombo teria inspirado uma figura malévola de nome de todos os outros precursores da independência,
Malunguinho, usada até hoje como uma entidade negra porque ultrapassou a fase da conspiração, e os re-
que só pratica o mal. Ainda hoje, a entidade é conhecida voltosos chegaram ao poder.
como Rei das Matas e Guerreiro de Pernambuco. d) tropas reais, enviadas por mar e terra, ocupara a
capital de Pernambuco, desencadeando intensa re-
Herança Afro-Descente em Pernambuco pressão. Os principais líderes foram presos e suma-
riamente executados.
Quando se fala em Movimento Negro no Estado
antes dos anos de 1970 rememora-se a participação de 1. Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão em todo o
território nacional. Foi um dos últimos países a li-
dois importantes ativistas, Vicente Lima e Paulo Viana. bertar os escravos. Sobre a libertação dos escravos,
Vicente Lima, no entanto, foi o ativo participante da
analise as seguintes proposições:
Frente Negra Pernambucana que levou, mais tarde, à I – A Abolição de quase 800 mil escravos foi funda-
fundação do Centro de Cultura Afro-brasileiro. Sua prin- mental para a modernização da economia brasilei-
cipal preocupação era que a elite branca pudesse reco- ra, embora a modernização tenha demandado al-
nhecer os negros como iguais. gum tempo para começar.
Juntamente com Solano Trindade nos anos 30, o II – Os escravos tiveram grandes dificuldades
movimento negro no Estado foi de primordial impor- para se incorporarem ao mercado de trabalho li-
tância, inclusive no período do Estado Novo. Grande vre. Muitos dele continuaram com seus antigos
referência para líderes e militantes, Solano Trindade é senhores.
o grande ícone do movimento negro em Pernambucano III – Do ponto de vista jurídico, os escravos libertos
desde os anos 30. Depois da fundação da Frente Negra passaram a ser considerados cidadãos com todos os

História
mudou-se para Belo Horizonte e posteriormente para o direitos concedidos pela constituição.
Rio de Janeiro. IV – A escravidão institucionalizada foi rompida,
Paulo Viana, por outro lado, foi o grande ativis- porém muitas das relações da época do escravismo
ta do movimento negro entre os anos de 1970 e 1980. se mantiveram. O preconceito contra o trabalho, so-
Importante jornalista do Diário da Noite e do Jornal do bretudo o manual, foi um dos vestígios mais mar-
Commercio, Viana estabeleceu uma relação de resis- cantes do tempo da escravidão.
tência do movimento através de aspectos culturais e Está correto o que se afirma em:
folclóricos. Para ele, a cultura era um importante cam- a) I, II e III apenas.
po de batalha na divulgação da problemática racial, o b) I e IV apenas.
que levou a construção do evento a Noite dos Tambores c) I, III e IV apenas.
Silenciosos, uma espécie de manifesto cultural dos ne- d) II, III e IV apenas.
gros que prestam homenagens a ancestrais africanos. e) I, II, III e IV.
Para outra linha de pensamento, a base do movi-
mento negro do Estado de Pernambuco só foi possível 2. Importante Monarquista, defensor da Abolição
com a criação do Centro de Cultura e Emancipação da gradual e sem interferência de potências estran-
Raça Negra, o CECERNE, criado em final da década de 70. geiras no Brasil, se dispôs a integração do escravo
Fundado em 1979, a questão do movimento negro na sociedade e a demonstrar o impacto negativo da
seguiu a linha de grandes centros como São Paulo e Rio escravidão na economia nacional. Esse importante
de Janeiro, num momento de ascensão da questão racial ativista, mesmo nascido em família escravocrata,
do país. Desse movimento outros surgiram com o intui- Pernambucano foi:
to de fazer prevalecer a questão racial no Estado, como a) Frei Caneca.
é o caso do Movimento Negro do Recife e o Movimento b) Gaspar de Lemos.
Negro Unificado. c) Cipriano Barata
d) Joaquim Nabuco
Questões e) João Batista, o Malunguinho.
Gabaritadas 3. Em oposição à política centralizadora de D. Pedro
I e à outorga da Constituição de 1824, um movi-
Sobre a Revolução Pernambucana de 1817, é incor- mento político-militar foi deflagrado em mais
de 5 Províncias. As altas taxas de impostos co-
bradas associadas a seca e a fome impulsiona-
ram o movimento de contestação, permeadas por

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Republicanos, antiportugueses e Federativos. encarregariam de normalizar e garantir o funciona-
Estamos nos referindo a qual importante mobiliza- mento do país. De outro lado, a parcela civil se apres-
ção no Estado de Pernambuco: saria para promulgar a nova Constituição, a primeira
a) Conspiração dos Suassunas. republicana, de 1891.
b) Revolta dos Padres.
c) Revolta Praieira.
O Voto de Cabresto e Política dos Governadores,
Capítulo 03 - O Estado de Pernambuco e a República

d) Guerra dos Bárbaros


e) Confederação do Equador. 1902

5. Grande representante e líder do Movimento Negro A partir da pacificação e de acordos a República


no Estado de Pernambuco nas décadas de 70 e 80. dos Coronéis e pautada na produção do café estava
Defendeu, enquanto jornalista, a cultura como um pronta para coexistir. A nova constituição permitia a
importante campo de batalha na divulgação da pro- autonomia dos Estados. A população em sua grande
blemática racial. Seu grande representante foi: maioria concentrava-se no espaço rural, em alguns
a) Paulo Viana. pontos quase 80%. No outro extremo, donos de terra,
b) Frei Caneca. comerciantes e exportadores se apoiavam em grandes
figuras políticas.
c) Vicente Lima
d) Agamenon Magalhães Estava organizada a base do Coronelismo, o sis-
tema de arranjo político que estabelecia a figura do
e) Miguel Arraes.
Coronel, grande proprietário de terras, como inter-
mediário na captação e “compra” de votos para firmar
GABARITO alianças com o governo federal. Essa política, estabele-
cida no governo Campos Sales, 1902, é a característica
1 2 3 4 5 mais marcante da República Oligárquica. No tocante
B E D E A ao voto, a Constituição permitira o seu melhor meca-
nismo: o voto a descoberto. Essa prerrogativa de voto
permitia ao Coronel coibir e cooptar votos através de
3. O ESTADO DE PERNAMBUCO E A um complexo sistema de troca de favores, o chamado
Clientelismo. Através dele se colocava em prática o voto
REPÚBLICA de cabresto, o voto fantasma, o curral eleitora, enfim a
manipulação do sistema eleitoral em favor de uma oli-
A República Velha, 1889 - 1930 garquia, um poder concentrado em poucos. Essa supos-
ta democracia prevalecia sobre os interesses coletivos,
A República Velha é o período designado pelo mo- e através do voto aberto permitia um maior controle
delo republicano adotado no Brasil após o fim do Império sobre a população amedrontada e dependente das es-
cassas políticas públicas. Ainda deve-se levar em con-
História

com a Proclamação em 15 de novembro. Articulado


pelas camadas do exército e uma parcela da elite ci- sideração que a falta de uma Justiça Eleitoral, facilitava
vil interessada em manter seus privilégios na produ- o processo de validação de políticos ligados às estrutu-
ção agrícola, o golpe de Estado que colocou no exílio a ras oligárquicas.
Família Real foi fruto de uma falta de mobilização popu- Pelo menos até os anos de 1930 essa aliança
lar, que ocorreu sem muitos abalos, sem que houvesse, irá firmar um revezamento político no poder entre as
assim, rupturas com o Brasil agrário e latifundiário dos mais importantes Oligarquias do país, a de São Paulo
tempos da Colônia. e Minas Gerais. Através dela os grandes produtores de
Célebre ficou a frase do jornalista brasileiro café e gado (leite), tomariam um acordo definido como
Aristides Lobo, ao qual o país assistia ‘bestializado’ a “Política dos governadores”, onde os governos dos es-
proclamação da República, em que o exército que des- tados elegeriam presidentes, que em troca possibilita-
feriu o golpe de Estado mais parecia com um desfile mi- ria a distribuição de recursos para áreas que tivessem
litar do que qualquer outra coisa. Nesse sentido, os anos apoiado sua campanha política eleitoral. Não obstante,
que sucederam a Proclamação foram de muita instabi- o período da República Velha ter sido marcado, quase
lidade e incerteza política, marcado pelos ares da antiga todo ele, por presidentes de origem civil, sem ligações
monarquia e pelo retorno da Família Real. com os meios militares, exceto em 1910 com a elei-
Nos setores civis do golpe se concentravam algu- ção de Hermes da Fonseca, sobrinho do ex-presidente
mas figuras emblemáticas da República como Benjamin Deodoro.
Constant, ao qual criticava o governo Imperial com acu- Em vários aspectos, portanto, essa política favo-
sações de ações imorais aliadas à corrupção. No entan- rável ao protecionismo do setor cafeeiro foi responsá-
to, o papel secundário de militares foi decisivo para a vel por privilegiar empréstimos que tornavam o Estado
Proclamação em 15 de novembro. Deodoro da Fonseca, o grande articulador e gestor da exportação e regula-
1º presidente eleito pelo voto indireto, apesar de tudo era ção de preços do produto no mercado internacional.
um Monarquista convicto. Pressionado por todos os la- O Estado agia como um intermediário na aquisição do
dos aderiu ao movimento golpista, sem ter dado um tiro produto frente aos cafeicultores. Essa política, em vá-
e nem desencadeado nenhum conflito. rios, momentos responsabilizava o Estado por gerar dí-
Nas duas fases que sucederam a República Velha, vidas com o café enquanto que o resto do Brasil depen-
a da Espada e a Oligárquica, houveram, portanto, arti- dia de sua própria produção e exportação.
culações e acordos a serem feitos para garantir o de-
senvolvimento do novo regime político. Os Militares A Política do Café em Pernambuco
agora, eleitos indiretamente para a Presidência da
República, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, se O processo de modernização do Estado de

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Pernambuco esteve relacionado, entre outros, de um de interesse coletivo, reunidas pelo então Dr. Pimenta.
amplo processo socioeconômico da Zona da Mata, do Como consequência, a intervenção do Juiz Sérgio
Agreste, do Sertão da velha estrutura de produção para Loreto permitirá um amplo desenvolvimento urbano e
a influência das cidades dominada pela política dos co- de investimentos para Pernambuco, abrindo avenidas,
ronéis, dos usineiros, dos altos comerciantes. Estava reformando Portos, criando Departamentos públicos
em pleno vapor a indústria sucroalcooleira. e, no entanto, reprimindo manifestações sindicais e

Capítulo 03 - O Estado de Pernambuco e a República


Recife, nesse exato instante, se apresentava operárias.
como um centro de desenvolvimento para os que bus- As iniciativas, no entanto, de preparação da
cavam o desenvolvimento intelectual que o poder eco- Revolução de 30 irão representar um momento de rup-
nômico podia comprar, se especializar nos estudos. tura com as antigas instituições tradicionais do Estado,
O centro comercial e financeiro de Recife funcionava ligadas ao Juiz Loreto e às disputas de governador Borba.
como escoadouro da produção de açúcar, algodão, café, A figura de Carlos de Lima e Cavalcanti, usineiro, pro-
mamona. As indústrias ainda na incipiente República prietário do Jornal Diário da Manhã foi a de governador
Velha eram escassas e permeadas por formas artesa- interposto pela iniciativa de Getúlio Vargas. Esse no-
nais de produção, com poucas fábricas de tecido, cigar-
meado 1º interventor federal do Estado de Pernambuco.
ros e, claro, as usinas de produção alcooleira.
A intervenção de Cavalcanti irá se estender até
O setor de serviços era comportado por linhas
1937, ano do golpe do Estado Novo. A administração do
portuárias e ferroviárias, além de funcionários públi-
interventor será percebida como uma espécie de ino-
cos e profissionais liberais. O grande comércio era, no
vação política e de repressão a movimentos sociais.
entanto, monopolizado por grandes grupos estrangei-
As polarizações políticas e ideológicas serão polariza-
ros. Os padrões de infraestrutura semelhantes ao Rio
das entre o peleguismo dos Sindicatos, a Federação de
de Janeiro, inspirados em ideais higienistas da Europa,
Classes Trabalhadoras, aliados do governo, e pela opo-
deixando para trás os bondes a burro, a iluminação a
sição, a União Proletária, que fará ataques ao governo.
gás, a carência de saneamento básico só foram con-
Perseguições ao PCB seriam constantes e cassações
cretizados pela Reforma Urbana de Otávio de Freitas e eleitorais recorrentes.
Saturnino Braga e a reestruturação do Porto de Recife. No contexto do Estado Novo em Pernambuco,
Politicamente falando, era a disputa estadual do general destaque será a figura de Agamenon Magalhães, aliado
Dantas Barreto que viria a ocorrer em 1911. fiel de Getúlio Vargas, e nomeado Interventor Federal
A derrota da antiga oligarquia Rosa e Silva não do Estado em contraposição a Cavalcanti. De orientação
acabaria definitivamente em 1911. Dantas Barreto e o da doutrina social-católica, defendia uma vertente an-
candidato a governador Manuel Borba entrariam em tiliberal de Estado, que apoiasse e vigiasse a classe tra-
conflitos novamente pelo poder político do Estado, balhadora através do reforço à família, à propriedade,
saindo Borba vencedor nas eleições. Na década de 10, à ética ao trabalho e a hierarquia, dando ênfase a tra-
no entanto, o despertar da consciência operária será a dição peculiar de formação das instituições do Estado.

História
marca perceptível do Estado e representa a fase de opo- Foi uma corrente semelhante a que se desenvolveu na
sição entre os patriarcados ainda rurais e a ascensão de ideologia nazista alemã.
uma espécie de aristocracia urbana, ligado ao núcleo Dessa forma, buscou uma espécie de política so-
agroexportador de Recife. Constantemente a massa de cial e centralização, marcado pela busca da unidade
trabalhadores urbanos de Pernambuco será convocada social, apoiada na personalidade pública de um líder
a fazer parte de uma estratégia de mobilização das ruas, carismático, um antecessor do ideal de Populismo de
impedindo a exploração de grandes capitais estrangei- governo.
ros no país. No campo social, incialmente, apresentou-se
Como nas revoluções passadas do Estado de como extremo tradicionalista e autoritário. Envolveu-
Pernambuco, essa mobilização será capaz de permitir se em todos os setores sociais através da censura do
a ascensão da participação popular na política, muitas DIP, o Departamento de Imprensa e Propaganda, e da
vezes incorporando interesses de grandes empresários manipulação da imagem pelo Diário da Manhã, jornal
classistas, como o Corporativismo Varguista. de propriedade dos Cavalcanti. Foi implacável na bus-
ca pelo falso “consenso” de sociedade, perseguindo fe-
O Estado de Pernambuco sob Agamenon rozmente a oposição de adversários, críticos, comunis-
tas, prostitutas, vadios, homossexuais. Isso permitia
Magalhães demonstrar uma relativa paz e harmonia social. Para
tanto, a função da imprensa era no sentido de afastar
É possível inferir que grande parte das agitações operários da doutrina da luta de classes defendida por
políticas que fizeram parte da República Velha nos anos
Marx.
20 foi fruto de intensas mobilizações de classe presen-
Pode-se compreender a política emplacada por
tes no Estado de Pernambuco. A forma de mobilização,
Agamenon a partir da noção constitutiva de governo
contestação e efervescência de ideias passou, necessa-
autoritário e defensor da modernidade, uma mescla de
riamente, pelo Estado e permitiu acelerar as contradi-
coronelismo revestido de interesses particulares que
ções da República Velha. Nesse sentido, o Tenentismo, o
pudessem calar a sociedade para todo e qualquer tipo
PCB, movimentos regionalistas e reformas do governa-
de oposição política. Em meio a crise do sistema liberal,
dor Sérgio Loreto foram o marco desse processo.
esse modelo encarnava a necessidade da manutenção
Na década de 20, uma mobilização importante das elites brasileiras, tornando uma massa de trabalho
na história do Estado esteve diretamente relaciona- mansa e cativa.
da à tentativa de intervenção pelo então Presidente da
República Epitácio Pessoa. Naquele episódio a popu- Para tanto, a política do ‘Agamenonismo’ consis-
lação foi conclamada às ruas para lutar por questões tia num caráter de ressocialização, na campanha con-
tra os Mocambos Pernambucanos e nas medidas de

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habitação, saúde, trabalho, cidadania. Muitas críticas do Presidente Jânio Quadros após 7 meses de governo
contra esse discurso ressocializador de soterramen- e a restrição sofrida pelo vice João Goulart, devido ao
to dos Mocambos partiram de Gilberto Freyre, Manuel sistema Parlamentarista instaurado em 1961, sinaliza-
Bandeira, Mario Sette etc. rão os problemas políticos do país e a suposta ameaça
Quando o Agamenon deixou o cargo de interven- comunista, que será duramente combatida pelos mili-
tor e virtude da eclosão da 2ª Guerra Mundial deixou um tares com o fechamento do Congresso Nacional.
Capítulo 03 - O Estado de Pernambuco e a República

importante legado político: a consolidação da máquina Essa instabilidade política será em partes solu-
política do PSD, o Partido Social-Democrático, compos- cionada com a eleição de Miguel Arraes para governa-
to por antigos membros e funcionários do Estado Novo. dor do Estado junto com o político do PSD Paulo Guerra,
Nele o Agamenonismo sobreviveria pelo menos até em 1963. Ela foi possível em partes pela perda da base
1958. É a partir dele que podemos concluir que os inte- esquerdista iniciada com a eleição de Pelópidas e de Cid
resses do Varguismo ao Brasil sobreviveram por bas- Sampaio para governador de Estado. Em 1958, Arraes
tante tempo no Estado de Pernambuco. havia sido eleito prefeito do Recife e angariou popu-
laridade quando investiu pesadamente em educação,
A República Populista e o Agamenonismo abastecimento, segurança pública, desenvolvimento
agrário, direitos trabalhistas para o homem do campo.
Dentro do contexto do fim do Estado Novo e da Na administração Estadual Arraes também daria ele-
redemocratização do país em 1946, a máquina consoli- vada preocupação com trabalhadores, dando ênfase
dada do PSD será capaz de preservar e manter os ideais para camponeses e trabalhadores do campo.
de um misto de política social e reestruturação política. Dado o contexto, no entanto, da consolidação
Diante das discussões ideológicas dos anos 50 de movimentos sociais, de experiências de “Governos
o PSD, no entanto, irá consolidar uma espécie de vi- Populares”, da expansão do comunismo não pode-
são mais conservadora, agrária e ruralista, bastante riam movimentos esses sobreviver em face aos acon-
diferente daquelas aproximações que ocorreram com tecimentos que levariam ao golpe de 64. A derrota
regimes de esquerda, personificado por uma visão de do PSD foi o marco do fim do Populismo no Estado de
grupos de industriais de classe média, militares nacio- Pernambuco. Daqui em diante seria comum a nomea-
nalistas, comunistas e socialistas, parte dos campone- ção de governadores e prefeitos na cena política do país,
ses e estudantes. Essa crise de polarizações populis- atingindo seu ápice de repressão e autoritarismo com
tas em Pernambuco permitiu que a bancada do PSD se o Ato Institucional número 5, decretado em dezembro
afastasse em partes de uma política de uma tendência de 1968, impondo drástica censura e perseguição aos
esquerdista. opositores do regime. Quando Arraes fora deposto com
A nova estruturação da bancada, mais conser- o golpe em 64, haveria de ser implacável a perseguição,
principalmente, a opositores do regime, com destaque
vadora e tradicional, seria a de transgredir tendências
progressistas para personificar novos tipos de cresci- para a figura do militante comunista Gregório Bezerra,
além das perseguições e maus tratos a líderes estudan-
História

mento e desenvolvimento, impulsionados pela política


tis, intelectuais, jornalistas e até o assassinato de um
do economista Celso Furtado, de caráter antiliberal, que
valorizassem a participação do Estado nas prerrogati- membro do claro, o Padre Henrique.
vas econômicas e que permitissem o desenvolvimento Em contrapartida, o regime viveria momentos
do Nordeste brasileiro. Essas práticas políticas deram áureos com a vitória da seleção brasileira na copa de 70.
Era o momento do Milagre econômico, de investimen-
origem a SUDENE, órgão responsável pela moderniza- tos pesado em obras e auxiliado pelos meios de comu-
ção e industrialização do Nordeste, criado em 1958. Essa nicação que favoreciam a atuação do regime em âmbito
tendência política basicamente se materializou pelo político.
combate às desigualdades sociais através incentivos
fiscais para a indústria e para o uso e cultivo da terra,
até mesmo por uma incipiente reforma agrária. Resistência e Abertura Política
O início da derrocada do Agamenonismo no es-
tado teria início com a aproximação de membros do Entre meados da década de 70 seria possível per-
Partido Comunista e a ala do PTB, partido de trabalha- ceber as contradições existentes entre o regime militar.
dores ligados ao Varguismo. A Frente encabeçada por O aumento da inflação, a má distribuição de renda se-
trabalhadores lançaria a candidatura da oposição do riam pontos negativos do milagre brasileiro e capazes
PSD para a prefeitura do Recife em nome do Professor de demonstrar a resistência de movimentos sociais.
Pelópidas Silveira em 1955. Nas próximas eleições es- Para tanto, o projeto de abertura política foi mais
taduais a experiência do PTB angariou efeitos e marcou acelerado que a manutenção do próprio regime. Nesse
a derrota do Agamenonismo, elegendo Cid Sampaio e o sentido, a partir dos anos 80 foram sendo perceptíveis
Professor Pelópidas numa das mais memoráveis corri- as forças de atuação que irão marcar a resistência e a
das eleitorais de todo o Estado de Pernambuco. A partir abertura política, ficando claro que cabia a organismos
desse contexto, a radicalização da esquerda só terá fim da sociedade civil, como a OAB, a CNBB e até sindicalis-
com o golpe militar em 1964. tas, a discussão sobre os rumos do país.
O MDB, e depois o PMDB, foram nesse sentido en-
Movimentos Sociais e Repressão Durante a tidades políticas que passaram a agregar participação
institucional de oposição aos militares. Muitos políticos
Ditadura Militar, 1964 – 1985 de esquerda, portanto, passaram a se eleger sob a legen-
da do MDB. Tradicional pela oposição política, no Estado
Em meio às crises políticas instauradas pela
de Pernambuco, o Partido serviu até de base para seto-
ascensão do PTB à política estadual estarão também
agregadas instabilidades em nível federal. A renúncia res progressistas da Igreja. A eleição do Senador Marcos

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Freire em 1974 foi capaz de representar a memorável sua vida e de alguns assessores. Morreu em 13 de agos-
campanha por toda Pernambuco. Além disso, a eleição to de 2014. Com a campanha presidencial e a morte do
de vários deputados, vereadores e prefeitos serviram governador, o vice-governador João Soares Lyra Neto é
de força para a resistência, servindo uma base político o atual governador em exercício. No início de seu man-
ideológica mais condizente com uma centro-esquerda. dato de vice foi o coordenador de 3 áreas estratégicas
Quando os exilados políticos puderam retor- em Saúde, Segurança e Educação. João Lyra já havia

Capítulo 03 - O Estado de Pernambuco e a República


nar à Recife, a força política do ex-governador deposto sido prefeito do município de Caruaru por dois manda-
Miguel Arraes veio de encontro às ideologias de cen- tos, um em 1988 e outro em 1997. Foi também importan-
tro-esquerda no Estado. A resistência será fortemen- te peça chave na campanha das Diretas Já em 1983.
te encontrada pelos novos políticos agora do PMDB. A
oposição com o ex-senador Marcos Freire se deu pela
indicação ao governo do Estado, levando o ex-senador Questões
a cortar relações com o futuro governador do Estado Gabaritadas
Jarbas Vasconcelos ,1999 a 2003.
Miguel Arraes, ex-governador do Estado, viria 1. Em 10 de Novembro de 1937, Getúlio Vargas deu
ser eleito governador novamente em 1986 pelo PMDB, o golpe de Estado, iniciando o governo ditatorial,
derrotando o candidato do PFL José Múcio Monteiro. que ficou conhecido como Estado Novo: Sobre esse
De volta ao governo, seus programas serão voltados período do Governo Vargas, analise as afirmativas
ao pequeno agricultor, como o Vaca na Corda, o Chapéu abaixo:
de Palha, que empregava canavieiros nas entressafras I – No âmbito econômico, as principais característi-
em obras públicas. Em 1994 foi reeleito governador do cas foram o impulso à industrialização, o naciona-
Estado, implementando o programa Luz que Produz, o lismo, o protecionismo e a Intervenção do Estado na
maior programa de eletrificação rural da história, que Economia.
servirá de base futuramente para o programa Luz Para II – Foi instaurado, no país, estado de emergência,
Todos, desenvolvido na gestão do Presidente Lula. que autorizava o governo a invadir casas, prender
pessoas, julgá-las sumariamente e condená-las.
Processo Político em Pernambuco (2001-2015) III – Para a conquista da simpatia popular, o governo
implantou o pluripartidarismo, pôs fim à repressão
No início dos anos 2000 o Estado de Pernambuco nos sindicatos, permitindo aos operários participa-
acabava de completar um ano de governo de Jarbas ção no programa “A Voz do Brasil”.
Vasconcelos, sendo reeleito novamente em 2000. Entre IV – Com a indicação de Agamenon de Magalhães,
seus destaques de governo estão os investimentos no iniciava-se no Estado de Pernambuco a política co-
Complexo Portuário de SUAPE e no Porto digital. Além nhecida como Agamenonismo, conhecido governa-
disso, seu governo foi fortemente marcado por inicia- dor eleito do Estado, responsável pelo processo de
tivas de descentralização, levando para os municípios abertura política e pela defesa do voto de cabresto.

História
medidas do governo Estadual. Marca de sua forma de Está correto o que ser afirma em:
governar também esteve no combate à pobreza rural, a) I e II apenas.
além de projetos e empreendimentos com a Refinaria b) I e III apenas.
Abreu e Lima, o Estaleiro Hemisfério Sul e Polo de c) I, II e III apenas.
Poliéster. d) II, III e IV apenas.
O mandato de Jarbas, no entanto, seria assu- e) I, II, III e IV.
mido pelo seu vice-governador José Mendonça Filho.
Assumiu o mandato pelo afastamento de Jarbas ao 2. O Ato Institucional Número 5 (AI-5), um dos mais
Senado federal e em 2007 foi responsável pelo proces- terríveis instrumentos normativos lançados pelo
so de privatização da CELPE. Além disso, proporcionou Regime Militar, foi extinto no governo de
o projeto Universidade Democrática, destinado a jovens A) João Batista de Figueiredo.
da rede pública o acesso a UFPE; o Jovem Campeão e o B) Humberto de Alencar Castelo Branco.
Ação Integrada pela Segurança. C) Emílio Garrastazu Médici.
No ano de 2006, foi a vez do governador elei- D) Ernesto Geisel.
to duas vezes pelo Estado de Pernambuco, o Senhor E) José Sarney.
Eduardo Henrique Accioly Campos. Em seu governo,
várias medidas em projetos hídricos foram tomadas 3. O clima de censura do regime militar não impe-
em todo o Estado, tirando 1,5 milhão de pessoas do ra- diu que jovens e artistas se arriscassem na luta por
cionamento. A Companhia de Saneamento, Compesa, uma sociedade democrática. A este respeito, pode-
foi modernizada e aumento a sua captação em 18 vezes. se afirmar que:
Escolas passaram por amplos investimentos, além do 1. os festivais de música popular da TV Record cons-
recebimento de notebooks para mais de 26 mil profes- tituíram importantes espaços de atuação destes
sores. O valor da energia em seu mandato foi reduzido jovens.
em 10% para famílias de baixa renda e o PAC, programa 2. a UNE era o único órgão, institucionalmente acei-
de aceleração do crescimento, foi contribuir para a dis- to pelo governo, que representava os estudantes.
tribuição de mais de 25 mil moradias. 3. compositores como Edu Lobo, Chico Buarque e
Nos dois mandatos do governador Eduardo Geraldo Vandré ficaram conhecidos pelas canções
Campos, Pernambuco ganhou mais de 157 mil empre- de protesto.
gos e foi capaz de atrair investimentos para o Estado, Está (ão)correta(s):
qualificando mão-de-obra além de programas contra o A) 1 e 2, apenas.
desemprego temporário. Eduardo, na campanha presi- B) 2, apenas.
dencial de 2014, foi vítima de acidente aéreo, vitimando C) 2 e 3, apenas.

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D) 3, apenas. repressão. Os principais líderes foram presos e su-
E) 1 e 3, apenas. mariamente executados.

4. Líder político que foi o ideal de representação na 8. Sobre o Brasil Contemporâneo, considere as afir-
década de 50 da personificação do tipo de populis- mações a seguir.
mo em Pernambuco. Angariou popularidade, típi- I – Fernando Collor de Mello tinha como programa
Capítulo 03 - O Estado de Pernambuco e a República

co dessa figura política, investindo em educação, de Governo privatizar empresas estatais, comba-
abastecimento e segurança pública. Preocupou- ter os monopólios, abrir o país à concorrência in-
se em seu governo com camponeses e trabalha- ternacional e desburocratizar as regulamentações
dores do campo. Foi eleito governador de Estado econômicas.
em Pernambuco em 1962 e sofreu a deposição pe- II – Em maio de 1993, o Ministro da Fazenda,
los militares, chegando a ser preso. Esse líder de Fernando Henrique Cardoso, anunciou as primeiras
Pernambuco foi: medidas para estabilizar a economia. O novo plano
a) Agamenon de Magalhães. econômico, o Plano Real, previa o congelamento dos
b) Eduardo Campos preços e salários e confisco das contas bancárias.
c) Jarbas Vasconcelos. III – O modelo político brasileiro, em vigor desde o
d) Miguel Arraes. começo dos anos 90, é considerado por muitos como
e) Carlos de Lima e Cavalcanti. neoliberal, por pretender a valorização das organi-
zações trabalhadoras, visando estabelecer alian-
5. Sobre a colonização lusitana do Brasil, assinale a ças na luta contra o desemprego.
alternativa correta. IV – Com a saída de Fernando Collor do governo do
a) A América Portuguesa foi explorada nos moldes país, o vice-presidente Itamar Franco foi empossado
do mercantilismo em voga na Europa. na presidência. Estão corretas
b) Durante o período de 1500 a 1530, a colonização a) somente I e II.
visou dinamizar investimentos holandeses no b) somente I e III.
plantio da cana de açúcar. c) somente II e III.
c) Portugal colonizou as novas terras nos moldes d) somente I e IV.
feudais, priorizando o trabalho assalariado na ex- e) somente II e IV.
tração do pau-brasil.
d) Para que a extração do pau-brasil pudesse ser 9. A invasão holandesa a Pernambuco em 1630 es-
devidamente regulamentada, Espanha e Portugal tava diretamente ligada à questão da indústria açu-
assinaram o Tratado de Tordesilhas. careira. Sobre essa realidade, assinale a alternativa
e) Os minérios, em especial o ouro, foram extraídos CORRETA.
em grandes quantidades, no período pré-colonial, a) Os holandeses decidiram se lançar, pela primeira
para atender aos pleitos do mercado externo. vez, à produção de açúcar, produto com amplo espa-
História

ço no mercado europeu.
6. Durante o século XVI, destacaram-se como gran- b) Os holandeses já participavam do comércio do
des polos de produção açucareira no Brasil as regi- açúcar produzido no Brasil desde o século XVI.
ões de c) Após a conquista de Pernambuco, os holandeses
a) Pernambuco, Bahia e São Vicente. conquistaram a Bahia em 1654.
b) São Vicente e Rio de Janeiro. d) Os holandeses abandonaram o comércio do açú-
c) Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia. car após a malograda invasão do Brasil.
d) Itamaracá e São Vicente. e) Olinda tornou-se a sede do governo holandês no
e) Rio de Janeiro e Bahia. Brasil.

7. Sobre a Revolução Pernambucana de 1817, é incor- 10. A Guerra dos Mascates foi um conflito político,
reto afirmar que que marcou o Pernambuco dos primórdios do sécu-
a) os diversos grupos sociais envolvidos na revolta lo XVIII. A causa desse conflito foi o(a)
tinham como consenso o objetivo de proclamar a a) colapso da indústria açucareira em Pernambuco.
república. b) expulsão dos investidores holandeses da região.
b) o movimento se inspirou na luta pela implantação c) União Ibérica capitaneada pelo monarca Felipe II
de ideais democráticos no Estado Polonês, a qual se de Espanha.
solidificou com a carta constitucional polonesa, que d) escolha de Olinda como capital da capitania.
ficou conhecida como “A Polaca”. e) fundação da Câmara Municipal do Recife.
c) osrebeldes, quetomaramopoderem Pernambuco,
construíram um governo provisório, que decidiu GABARITO
extinguir alguns impostos e elaborar uma cons-
tituição, decretando a liberdade religiosa e de im- 1 2 3 4 5
prensa e a igualdade para todos, exceto para os
A D E D ANULADA
escravos.
d) apesar de ter fracassado, a Revolução 6 7 8 9 10
Pernambucana foi o movimento mais importante
de todos os outros precursores da independência, A B D B E
porque ultrapassou a fase de conspiração, e os re-
voltosos chegaram ao poder.
e) tropas reais, enviadas por mar e terra, ocuparam
a capital de Pernambuco, desencadeando intensa

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SOLDADO DA PM PE
Edital: PORTARIA CONJUNTA SAD/SDS nº 83 Banca: INSTIUTO AOCP Método de Prova: múltipla escolha
de 10 de novembro de 2023 Nível: Ensino MÉDIO Total de Questões: 60

Peso Tempo S T Q Q S S D
____:___ até ___:___
____:___ até ___:___
____:___ até ___:___
____:___ até ___:___
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____:___ até ___:___
____:___ até ___:___
____:___ até ___:___
____:___ até ___:___
____:___ até ___:___

Peso 1 = demais disciplinas


Peso 2 = disciplinas com maior peso no edital. Maior nível de
dificuldade. Primeira vez que irá estudar. – 2 horas

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Horário Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

06:00 – 07:00

07:00 - 08:00

08:00 - 09:00

09:00 - 10:00

10:00 – 11:00

11:00 – 12:00

12:00 – 13:00

13:00 – 14:00

14:00 – 15:00

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Horário Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

15:00 – 16:00

16:00 – 17:00

17:00 – 18:00

18:00 – 19:00

19:00 – 20:00

20:00 – 21:00

21:00 – 22:00

22:00 – 23:00

23:00 – 00:00

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Aprendizagem Questões de Concursos Revisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
1. Compreensão e interpretação de texto ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
2. Tipologia e gêneros textuais. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
3. Ortografia oficial. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
4. Acentuação gráfica. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
5. Emprego das classes de palavras. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
6. Emprego do sinal indicativo de crase. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
7. Sintaxe da oração e do período. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
8. Mecanismos de coesão textual. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
9. Pontuação. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
10. Concordância nominal e verbal. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
11. Regência nominal e verbal. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
12. Colocação pronominal. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
13. Significação das palavras. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
14. Variação linguística. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
15. Redação oficial: manual de redação da
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
presidência da república/2018

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Aprendizagem Questões de Concursos Revisão


HISTÓRIA DE PERNAMBUCO
Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
1. Ocupação e colonização - Contatos iniciais
do europeu com o nativo local, Capitanias ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
Hereditárias, Duarte Coelho.
2. A importância do açúcar para a economia
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
local.
3. Formação de Olinda e Recife. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
4. A presença holandesa e o governo de
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
Maurício de Nassau.
5. Movimentos de resistência e
emancipacionistas - Formação de Quilombos,
Insurreição Pernambucana (1654), Guerra dos
Mascates (1710), Revolução Pernambucana ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
(1817), Confederação do Equador (1824),
Guerra dos Cabanos (1835), Revolução Praieira
(1848).
6. Pernambuco e a República. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
7. Manifestações da cultura popular
pernambucana – Frevo, Maracatu, culinária, ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
festas populares.
8. Herança Afrodescente em Pernambuco. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐

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RACIOCÍNIO LÓGICO
Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
1. Compreensão de estruturas lógicas:
proposições e conectivos lógicos, ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
quantificadores, falácias.
2. Lógica de argumentação: analogias,
inferências, deduções, equivalência e
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
implicação lógica, argumentos válidos e
conclusões.
3. Diagramas lógicos. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
4. Princípios da contagem, técnicas de
contagem, princípio multiplicativo,
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
permutações, arranjos, combinações e
probabilidade.

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INFORMÁTICA
Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
1. Conceito de internet e intranet. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
2. Conceitos básicos e modos de utilização de
tecnologias, ferramentas, aplicativos e ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
procedimentos associados a internet/intranet.
3. Conceitos de proteção e segurança. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
4. Procedimentos, aplicativos e dispositivos
para armazenamento de dados e para ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
realização de cópia de segurança (backup).

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INFORMÁTICA
Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
5.Conceitos de organização e gerenciamento
de arquivos, pastas e programas, instalação de ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
periféricos.
6. Ambientes operacionais: utilização básica do
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
sistema operacional Windows (em português).
7. Utilização de ferramentas de texto, planilha
e apresentação do pacote Microsoft Office
2019 em português (Word, Excel e ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
PowerPoint) e do pacote LibreOffice 7 em
português (Writer, Calc e Impress).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
1. Dos princípios fundamentais. ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
2. Direitos e garantias fundamentais: direitos e
deveres individuais e coletivos; direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
propriedade, direitos sociais, nacionalidade e
direitos políticos; remédios constitucionais.
3. Organização do Estado: organização
político-administrativa; repartição de
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
competências; União, Estados Federados e
Municípios; Administração Pública: disposições

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
gerais; servidores públicos; dos militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
4. Organização dos Poderes: Poder Legislativo;
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
Poder Executivo; Poder Judiciário.
5. Defesa do Estado e das instituições
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
democráticas.
6. Súmulas, jurisprudência dominante dos
Tribunais Superiores e legislação relacionada ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
com os temas.

DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO Aprendizagem Questões de Concursos Revisão


EXTRAVAGANTE Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
1.Teoria geral dos Direitos Humanos: conceito;
terminologia; estrutura normativa; ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
fundamento; classificação; especificidades.
2. Evolução histórica e gerações de direitos
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
humanos.
2. Evolução histórica e gerações de direitos
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
humanos.
4. Declaração Universal dos Direitos Humanos
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
(ONU - 1948).
5. Dos Crimes no Estatuto da Criança e do
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
Adolescente (Lei nº 8.069/1990).

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DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO Aprendizagem Questões de Concursos Revisão


EXTRAVAGANTE Vídeo PDF Podcasts Qtde Acertos Aproveitamento(%) Aula-PDF Questões
6. Lei n. 13.869/2019 (Lei do Abuso de
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
Autoridade).
7. Lei n. 9.455/1997 (Lei de Tortura). ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
8. Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
9. Lei n. 7.716/1989 (Lei dos Crimes resultantes
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
de Preconceito de Raça ou de Cor).
10. Lei n. 9.605/1998 (Lei dos Crimes
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
Ambientais).
11. Lei n. 8.072/1990 (Lei dos Crimes
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
Hediondos).
12. Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas). ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
13. Lei Estadual nº 6.783/1974 (Estatuto dos
☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
Policiais Militares do Estado de Pernambuco).
14. Súmulas, jurisprudência dominante dos
Tribunais Superiores e legislação relacionada ☐ ☐ ☐ _____% ☐ ☐
com os temas.

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