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CONCORDÂNCIA:

Consiste no mecanismo que leva as palavras a adequarem-se umas às


outras harmonicamente na frase.

“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal


quanto verbal, os elementos que compõem a frase devem estar em consonância uns
com os outros.

Essa concordância poderá ser feita de duas formas:

 gramatical ou lógica – segue os padrões gramaticais vigentes;


 atrativa ou ideológica – dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor
estilístico.

CONCORDÂNCIA VERBAL – variação do verbo, conformando-se ao número


(singular ou plural) e à pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) do sujeito.

CONCORDÂNCIA NOMINAL – adequação entre o substantivo (=nome) e os


elementos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo).

VERBOS IMPESSOAIS:

O verbo HAVER pode apresentar o sentido de OCORRÊNCIA, só que, nesse caso, é


um verbo impessoal, ou seja, não possui sujeito e, por isso, se apresenta na 3ª
pessoa do SINGULAR,
Observe a frase: "O avião demorou a decolar, havia nevascas pela Europa".
Nela, em “havia nevascas”, “nevascas” funciona como objeto direto do verbo
transitivo direto “haver” (que não possui sujeito).

São impessoais:
 o verbo HAVER, no sentido de existência/ocorrência;
 verbos que, em sentido literal, indicam fenômenos climáticos (nevar, chover,
fazer frio / calor) ou da natureza (trovejar, relampejar);
 o verbo SER, na indicação de tempo, horas, distância (Ex.: São duas horas da
tarde/dez quilômetros até o centro);
 verbos FAZER/HAVER e outros na indicação de tempo decorrido.

A troca do verbo HAVER por outro do mesmo campo semântico (acontecer, ocorrer,
existir) é válida, só que devemos ter o cuidado de flexionar, pois, ao contrário do
verbo HAVER, esses são verbos pessoais (possuem sujeito), e o termo que atuava
como OBJETO DIRETO do verbo HAVER passa a ser SUJEITO desses outros
verbos.
Assim, na frase: "O avião demorou a decolar, havia nevascas pela Europa", é
possível substituir a forma havia por ocorreram (no plural): "O avião demorou a
decolar, ocorreram nevascas pela Europa".

SUJEITO ORACIONAL:

Sempre que uma oração exercer a função de sujeito de uma forma verbal, essa
forma deverá permanecer “neutra”, ou seja, na 3ª pessoa do singular.
Pense na seguinte frase: Com a maioria dos jornalistas acontece, frequentemente,
que se submetam às fáceis acomodações dessa desafiadora profissão.
Aqui, a forma verbal que deve ficar “neutra” é ACONTECE.

O verbo “acontecer” é intransitivo e seu sujeito pode vir na forma oracional:


“… acontece (…) que se submetam às fáceis acomodações dessa desafiadora
profissão.” → alguma coisa acontece.

Veja que o sujeito do verbo ACONTECER está em oração desenvolvida (aquela


iniciada por conjunção: que se submetam às fáceis acomodações...). Por isso, o
verbo DEVE ficar no singular.

VOZ PASSIVA X INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO:

Siga o passo a passo:

 1 – Identifique a transitividade do verbo na construção (se for transitivo direto –


TD – ou transitivo direto e indireto – TDI, já temos indícios de ser essa construção
passiva);

 2 – Verifique se há ideia passiva – isso porque muitas vezes, mesmo sendo um


verbo TD ou TDI, há uma ideia reflexiva ou recíproca (mais sobre isso, estudamos
na aula sobre Verbos).

 3 – Se o verbo for TD / TDI e houver ideia passiva, sim, esse é um pronome


apassivador e você deverá observar a concordância com o sujeito paciente. Se o
verbo não for TD / TDI (ou seja, se o verbo for de ligação, intransitivo ou
transitivo indireto), provavelmente temos uma construção de sujeito
indeterminado. Nesse caso, o verbo deverá permanecer na 3ª pessoa do
singular e o pronome é chamado de “índice ou partícula de indeterminação do
sujeito”.

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