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A NOITE ESCURA DA ALMA

SALMO 88

INTRODUÇÃO:
● Este cântico de lamentação tem sido identificado como o mais sombrio e triste
salmo de todos os salmos.

● Este salmo é singular. É um grito desesperado de sofrimento, não aliviado por um


único raio de conforto ou esperança [...]

● O salmista parece ter uma doença devastadora que o aflige desde a mocidade
(talvez lepra ou paralisia). Isto lhe custou seus amigos que não conseguem mais
suportar a sua presença (v. 8, 18a), e agora ele está a ponto de morrer (v. 4).

● Ele não reclama de ataques de inimigos e não tem pecados para confessar;
mesmo assim, em certa medida, ele considera a sua experiência demorada de
sofrimento uma conseqüên-cia da ira do Senhor.

● Esse salmo termina com as palavras “trevas”. Esse é o único salmo de


lamentação que não termina com o final feliz.

● Os outros salmos de lamentação costumam começar tristes, mas sempre há uma


virada no fim. O Tom sempre muda do desespero para alegria e esperança. Neste
salmo, por outro lado, existe uma dor constante no salmista. É como se Deus
estivesse ausente ou surdo ao seu clamor.

● Assim como o salmista, há muitos crentes que sofrem na vida, e muitos: filhos
com problemas, doenças graves e incuráveis, dificuldades financeiras e etc.
● Como o salmista lidou com o sofrimento? Olhar para isso vai nos ajudar quando
o sofrimento chegar.

1. O SALMISTA CLAMA AO DEUS DA SUA SALVAÇÃO (1-2, 9, 13).


● O sofrimento do salmista teve um efeito contrário do que tem em muitas pessoas:
em vez de parar de orar, ele ora ainda mais, ele quer que sua oração chegue à
presença de Deus.

● Tiago 5. 13 NVI nos orienta “Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele
ore.”

● Parece que o sofrimento maior dele está na ausência da presença de Deus. É por
isso que ele ora.

● Paulo aos Efésios 6. 18 NTLH nos diz “Façam tudo isso orando a Deus e pedindo
a ajuda dele. Orem sempre, guiados pelo Espírito de Deus. Fiquem alertas. Não
desanimem e orem sempre [...]”

● “Alegrem-se em nossa esperança. Sejam pacientes nas dificuldades e não parem


de orar.” (Rm 12:12 NVT).

● Apocalipse 5:8 NVT “Quando o Cordeiro recebeu o livro, os quatro seres vivos e
os 24 anciãos se prostraram diante dele. Cada um tinha uma harpa e taças de
ouro cheias de incenso, que são as orações do povo santo.”

● Essa afirmação de Apocalipse leva-nos a orar confiantemente acerca do nosso


sofrimento. As orações agora fazem sentido. Orar é falar com aquele que está
com o livro da história nas mãos, é por isso que nós oramos em meu sofrimento.
2. O SALMISTA DESCREVE O SEU SOFRIMENTO AO DEUS DA SUA
SALVAÇÃO (3-8).

● [3] Pois a minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte.
(A palavra “farta”, usada pelo salmista, traz a ideia de fardo de comida, como
alguém que comeu tanto que não consegue mais nem olhar para a comida
para não explodir, tem a ideia de que ele não aguenta mais sofrer. [4] Sou
contado com os que baixam à cova; sou como um homem sem força, [5] atirado
entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já
não te lembras; são desamparados de tuas mãos. (Ele chegou ao limite. Ele se
sente como um soldado ferido que era lançado junto dos mortos na batalha
pois iria perecer em pouco tempo) [6] Puseste-me na mais profunda cova, nos
lugares tenebrosos, nos abismos. [7] Sobre mim pesa a tua ira; tu me abates com
todas as tuas ondas. [8] Apartaste de mim os meus conhecidos e me fizeste objeto
de abominação para com eles; estou preso e não vejo como sair.

● Jesus no Jardim do Getsêmani descreve a sua dor e pede ao Pai que passe dele
o cálice (sofrimento), Mas Jesus diz: “Contudo, que seja feita a tua vontade, e não
a minha”. (Mateus 26:39).

3. O SALMISTA ARGUMENTA AO DEUS DA SUA SALVAÇÃO (10-12)

● O salmista começa a argumentar os motivos de Deus fazer tudo aquilo com


ele. Ele diz que, se morrer, como ele louvaria a Deus e seria pregador da
bondade dele neste mundo? O salmista está dizendo assim senhor se eu
morrer tu perderás uma testemunha.
● [10] Será que tuas maravilhas têm algum uso para os mortos? Acaso os mortos
se levantam e te louvam? [11] Podem os que estão no túmulo anunciar teu amor?
Podem proclamar tua fidelidade no lugar de destruição? [12] Acaso as trevas
falam de tuas maravilhas? Pode alguém na terra do esquecimento contar de tua
justiça?
● Você poderia usar um argumento desse tipo com Deus? Se você morresse,
Deus perderia uma testemunha fiel ou um colaborador importante em Sua obra?
● Interessante que ao decorrer do salmo o salmista fala novamente sobre oração.
Quanto mais ele sofre, mas ele ora.
● Você tem orado em meu sofrimento, em meio à dor, em meio ao luto, em meio à
aflição.
● Que aplicações podemos extrair deste salmo para nossa vida? Vejamos.
a. Esse não foi só um momento na vida do salmista, mas parece que isso
reflete toda a vida dele. Há muitos crentes de verdade, irmãos em Cristo
Jesus, que não conseguem encontrar um momento de alívio porque a dor
está presente na vida deles todos os momentos. A dor sempre será uma
realidade por toda a vida terrena.
b. O fato de você ser crente não quer dizer que vai ser sempre feliz alegria e
tranquilidade neste mundo.
c. Deus não tem compromisso de fazer com que os seus momentos de paz
e tranquilidade durem a vida inteira em todos os momentos da vida.
d. Não existe melhor professor de oração do que o sofrimento.
e. Deus nem sempre responde a oração imediatamente, nem sempre ele
alivia a dor e o sofrimento e nem sempre vem nos responder, ele não faz
da maneira como queremos. Ele é soberano.
f. Existe grande semelhança entre o sofrimento do salmista com o do
Messias na cruz. Lá Jesus gritou algo parecido: Deus meu, por que me
desamparaste? Não fique amargurado com Deus por causa do sofrimento.
Nós somos discípulos do crucificado. Precisamos aprender a sofrer.
g. Lembre-se que no meio do sofrimento a graça de Deus é suficiente (II Co
12. 8-9). [8] Em três ocasiões, supliquei ao Senhor que o removesse,
[9] mas ele disse: “Minha graça é tudo de que você precisa. Meu poder
opera melhor na fraqueza”. Portanto, agora fico feliz de me orgulhar
de minhas fraquezas, para que o poder de Cristo opere por meu
intermédio.

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