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—-------------------- COMPILADO GEOFÍSICA —--------------------------

A geofísica é a ciência voltada para a compreensão da estrutura, composição e dinâmica da


Terra, sob a ótica da física. Seus métodos são baseados em princípios físicos e são utilizadas
ferramentas de alta tecnologia, possibilitando a localização de um minério ou de outros recursos
naturais sem a utilização de sondagem.

Principais áreas de aplicação e objetivos:


● Prospecção de petróleo → Fornecer dados para os estudos geológicos regionais (1) e
encontrar e delimitar estruturas favoráveis ao armazenamento de hidrocarbonetos (gás e
petróleo) (2)
- Gravimetria (1) (2)
- Magnetometria (1) (2)
- Sondagens elétricas verticais (1)
- Sísmica de reflexão (2)

● Mineração → Estudos geológicos regionais para a definição de províncias mineralizadas.


determinar a geometria de depósitos minerais aluviais, orientação de fraturas e veios
mineralizados, detectar a presença de minérios disseminados (sulfetos), determinar a capa
de material estéril.
- Métodos elétricos
- Métodos eletromagnéticos
- Métodos potenciais

● Hidrogeologia → Identificação e caracterização litológica das rochas armazenadoras do


aquífero, estimativa da porosidade e permeabilidade dos aquíferos e determinação do
embasamento do aquífero, de falhas e fraturas e do nível d’água e direção do fluxo
- Métodos elétricos*
- Métodos potenciais e sísmicos

● Estudos ambientais → Determinação da pluma contaminante no solo e no aquífero


subterrâneo, determinação de estruturas em subsuperfície onde o material possa se
propagar e estudos de locais propícios à construção de aterros sanitários
- Métodos elétricos
- Métodos eletromagnéticos
- Métodos potenciais

● Geologia de engenharia → Determinação do topo rochoso para fundações, dos


parâmetros elásticos dinâmicos de solos e rochas, caracterização litológica, detecção de
zonas de fraturamento no maciço rochoso e inspeção de estruturas
- Métodos sísmicos
- Métodos elétricos
● Ciência básica → Estudo da Terra e sua evolução no tempo. O geofísico estuda as
estruturas do interior profundo da Terra.
- Sismologia
- Gravimetria
- Magnetismo

Geofísica aplicada: Costuma-se chamar de Geofísica Aplicada à área da Geofísica que lida com
a busca de minerais, petróleo, água subterrânea ou auxilia grandes obras de engenharia civil,
determinando parâmetros geofísicos e estruturais. Aplicação restrita a pequenas profundidades e
com objetivos voltados para questões de ordem econômica, social e tecnológica
- Investigação de subsuperfície através de medidas indiretas; forma de prospecção não
invasiva (método não destrutivo)
- Etapas preliminares (reconhecimento diagnóstico) de um projeto que envolva estudos
relacionados ao subsolo
- As anomalias (contrastes nos valores da grandeza física medida) interessam mais do que os
valores absolutos medidos para a investigação geofísica

- Furos de sondagem → são pontuais e não representam toda a área estudada. A


interpretação geral deve ser baseada nas propriedades físicas, como densidade,
susceptibilidade magnética, condutividade elétrica, elasticidade, radioatividade, etc

Geofísica global: Costuma-se chamar de Geofísica Básica ou Geofísica da Terra Sólida a área da
Geofísica que estuda a estrutura, composição e evolução da Terra em grande escala, envolvendo as
camadas mais profundas do planeta, sua origem e evolução. O estudo da terra em uma escala
global envolve estudos de 100-1000km de profundidade.

Métodos geofísicos:

Propriedades físicas x método


● Condutividade elétrica - Métodos eletromagnéticos e elétricos (métodos geoelétricos)
● Módulos elásticos - Métodos sísmicos (sísmica)
● Potencial elétrico natural - Método do potencial espontâneo
● Densidade - Método gravimétrico (gravimetria)
● Susceptibilidade magnética - Método magnético (magnetometria)
Sísmica: Método mais utilizado para prospecção de petróleo

Métodos diretos de investigação: Escavações realizadas com o intuito de prospectar os maciços,


sondagens mecânicas e ensaios. Com as sondagens mecânicas definem-se as características dos
materiais ao longo da linha de perfuração: descrevem-se testemunhos, variações litológicas,
estruturas geológicas e as características geotécnicas dos materiais.

Métodos indiretos de investigação: Ensaios geofísicos e sensoriamento remoto, utilizando as


feições topográficas, as morfológicas e as propriedades físicas do terreno para determinar,
indiretamente, a distribuição e o posicionamento dos corpos geológicos e suas características
físicas e tecnológicas. Os métodos geofísicos constituem um conjunto de ensaios de campo que
não alteram as propriedades físicas do material ensaiado.

Exemplos: refração e reflexão, magnetometria, gravimetria, GPR, ensaios entre furos (crosshole e
tomografia), entre outros

Métodos geofísicos indiretos:

● Método gravimétrico: Mede as variações do campo gravitacional terrestre provocada por


corpos rochosos dentro da crosta até poucos quilômetros de profundidade.

● Método magnetométrico: Mede as variações no campo magnético terrestre, causado pelas


propriedades magnéticas das rochas.

● Métodos sísmicos de reflexão e refração: Baseiam-se na emissão de ondas sísmicas


artificiais em subsuperfície geradas em terra (onshore) ou mar (offshore) (geradas por
explosivos, ar comprimido, queda de pesos ou vibradores), sendo refletidas e refratadas
nas descontinuidades da terra então retornando à superfície sendo, então, detectadas por
sensores (geofones ou hidrofones) depois de percorrerem determinada distância para o
interior da crosta terrestre. Um mesmo corpo mostrará diferente impedância acústica para
diferentes locais, se as rochas subjacentes tiverem impedâncias.

PERFIS DE POÇOS

Usados principalmente na prospecção de petróleo e de água subterrânea. Determinação da


profundidade e a estimativa do volume da jazida de hidrocarboneto ou do aquífero, registrando, a
cada profundidade, as diversas informações relativas às características físicas das rochas e dos
fluidos em seus interstícios (poros).

Limitações da geofísica aplicada: Ruídos e interferências de superfície e subsuperfície, resolução e


profundidade, falta de contraste entre os materiais

Ondas: Fundamentos teóricos


As ondas são energias propagadas através de um meio, e seu movimento é causado por
uma perturbação.
Conforme sua natureza (origem) as ondas são classificadas em:
● Ondas mecânicas → necessitam de um meio material para se propagar; a propagação
envolve o transporte de energia cinética e potencial e depende da elasticidade do meio
Ondas acústicas, líquidos, molas, cordas
● Ondas eletromagnéticas → são geradas por cargas elétricas oscilantes e sua propagação
não depende do meio em que se encontram, podendo propagar-se no vácuo e em
determinados meios materiais
Ondas de rádio, ondas de radar, raio X, microondas
Quanto a direção de propagação as ondas são classificadas em:
● Unidimensionais → se propagam em apenas uma direção
Cordas e molas
● Bidimensionais → se propagam em uma superfície
Ondas em superfície líquida
● Tridimensionais → se propagam em todas as dimensões
Luz e som

Quanto a direção da vibração podem ser classificadas em:


● Transversais* → são causadas por vibrações perpendiculares à propagação da onda, como
em uma corda ondas S
● Longitudinais* → são causadas por vibrações com mesma direção da propagação, como as
ondas sonoras ondas P
● Retrógrada e elíptica → horizontal e perpendicular à direção de propagação. Presente em
meio estratificado cuja camada mais superior possui menor velocidade ondas Rayleigh e
Love

Parâmetros de ondas:
- Movimento das partículas
- Amplitude → deslocamento máximo da partícula
- Velocidade → depende da composição, consolidação e cimentação da rocha, porosidade (e
formas e conteúdo dos poros), pressão e temperatura
- Comprimento de onda → medida entre dois pontos do ciclo completo
- Período (T) → tempo necessário para completar um ciclo completo
- Frequência (f) → número de repetições do ciclo em uma unidade de tempo
- Fase (Ø) → posição onde inicia o ciclo da onda

Tipos de ondas acústicas (sísmicas):

● Ondas compressionais (tipo P)* → ondas longitudinais; o deslocamento das partículas se


dá na mesma direção de propagação da onda; não rotacionais

● Ondas cisalhantes (tipo S)* → ondas transversais; o deslocamento das partículas se dá na


direção transversal à direção de propagação da onda; rotacionais

● Ondas superficiais (Rayleigh e Love) → viajam logo abaixo da superfície e são de baixa
frequência, alta amplitude e longa duração

Obs: ondas P e S → se propagam em meio homogêneo e isotrópico

Variação de velocidade com a profundidade:

- Influência da densidade
- Influência da porosidade
- Efeito da saturação de fluidos
- Efeito da pressão diferencial
- Relação com as ondas S e efeito da argilosidade

ver: velocidade x densidade e Lei Wyllie; espalhamento (por reflexão, por refração, por
difração e ressonante)

Interferência das ondas:


Duas ou mais frentes de ondas cujos caminhos dos raios se encontram se combinam de
acordo com o princípio de superposição.

- Interferência construtiva: amplitudes dos pulsos são somadas


- Interferência destrutiva: amplitudes dos pulsos são subtraídos

Propriedades do meio:
● Homogêneo x Heterogêneo:
- Meio homogêneo → propriedades físicas iguais, independente da posição de um
volume elementar desse meio; mesma velocidade de propagação da onda na
mesma direção
- Meio heterogêneo → propriedades físicas diferentes, dependendo da posição de
um volume elementar desse meio; a velocidade de propagação varia na mesma
direção.
● Isotrópico x Anisotrópico:
- Meio isotrópico → as propriedades medidas na mesma posição não mudam de
acordo com a direção da medida
- Meio anisotrópico → as propriedades medidas na mesma posição mudam de
acordo com a direção da medida
* Velocidades sísmicas mostram anisotropia em meios estratificados. A velocidade
longitudinal é geralmente 10 a 15% superior em relação à velocidade transversal

* Em rochas e sedimentos, a anisotropia é causada pela orientação preferencial de poros,


fraturas e minerais condutores e pela presença de laminações finas de rochas com
condutividades diferentes

● Elástico x Inelástico:
- Meio elástico → retorna ao seu estado normal após sofrer uma deformação

- Meio inelástico → não retorna ao seu estado normal após sofrer uma deformação

Lei de Hooke → constantes elásticas

Traço sísmico:

O traço sintético é construído por meio de convolução (*). A função refletividade é


convolvida com a wavelet produzindo o sismograma sintético

S(t) = W(t) * R(t)

S(t) = Traço sísmico; sinal

W(t) = Pulso wavelet; assinatura da fonte

R(t) = Refletividade; série dos coeficientes de reflexão (resposta do sistema a um


pulso unitário)

Método sísmico
Sismologia → ramo da geofísica que estuda a propagação das ondas mecânicas no interior da
Terra
● Sismo: qualquer vibração da superfície terrestre devido a causas naturais. Um sismo é
formado pela liberação instantânea de energia, acumalada por tentões no interior da Terra
● Ondas sísmicas: qualquer vibração mecânica percebida pelos sentidos humanos que parte
de uma fonte geradora e se propaga até onde possa ser detectada. O registro das ondas
sísmicas é feito através do sismograma. Os métodos sísmicos se baseiam na emissão de
ondas sísmicas artificiais em subsuperfície ou no mar
As ondas sísmicas artificiais podem ser geradas por explosivos, ar comprimido. queda de
pesos, vibração, etc
- Ondas P → compressionais, longitudinais e não rotacionais; movimento das
partículas é paralelo à direção de propagação da onda
- Ondas S → cisalhantes, transversais e rotacionais; movimento das partículas é
perpendicular à direção de propagação da onda; não se propagam em líquido
- Ondas Rayleigh (superficiais) → combinação de vibrações P e SV contidas no plano
vertical. Produz um movimento das partículas no sentido retrógrado em torno de
uma elipse
- Ondas Love (superficiais) → superposições de ondas SH com vibrações horizontais
perpendiculares à propagação da onda. Em geral apresentam velocidades maiores
que as ondas Rayleigh
Obs: as ondas superficiais partem das ondas S
Sísmica de refração e reflexão:
Os métodos sísmicos se fundamentam na geração de ondas acústicas e na medição do
tempo requerido para que estas ondas se propaguem da fonte de emissão até um conjunto de
sensores (geofones ou hidrofones) dispostos em superfície ao longo de um perfil.
Ao longo de sua trajetória no interior do terreno a onda sofre a influência das mudanças de
propriedades elásticas das rochas, o que provoca mudanças em sua direção de propagação.
Rochas com elasticidades diferentes permitem a propagação de ondas com velocidades
diferentes. Essas ondas, ao encontrarem meios com propriedades elásticas diferentes, têm a sua
energia em parte refletida e em parte refratada. Conhecendo-se o tempo de percurso das ondas
em diferentes pontos bem como a distância entre esse pontos, pode-se deduzir as velocidades de
propagação das ondas e a posição das interfaces que separam os meios com diferentes valores de
elasticidade. Associando-se a esses meios os diferentes tipos de rochas, é possível conhecer-se a
distribuição das rochas em subsuperfície.
Os instrumentos de detecção das ondas sísmicas são os geofones e os hidrofones
(sismômetros). O registro é feito pelos sismógrafos, que fornecem os dados utilizados para
produzir os sismogramas.
O método sísmico de reflexão fornece mais detalhes das camadas geológicas, sendo o mais
utilizado na prospecção de hidrocarbonetos (petróleo e gás).
No método sísmico de refração, as ondas viajam grandes distâncias antes de serem
detectadas pelos geofones. Esse método fornece informações de grandes áreas, porém com
menos detalhes.

Aplicações:
- Mapeamento da topografia da rocha sã
- Espessura de depósitos de cascalho, areia ou argila
- Profundidade do nível freático
- Cavernas em subsolo
- Falhas e fraturas em zonas rasas
- Propriedades elásticas das rochas
- Feições geológicas

Sísmica de refração:
Nesse método se observa o comportamento das ondas sísmicas que se propagam em uma
sub-superfície e viajam a grandes distâncias até serem captadas por sensores. As informações
obtidas são geralmente pouco detalhadas e correspondem às regiões abaixo da superfície,
situadas entre o ponto de detonação e o ponto de captação
● Metodologia: Medição dos tempos da primeira recepção das ondas sísmicas geradas na
fonte em correspondência com os geofones. A técnica da sísmica de refração tem por
objetivo detectar em superfície as ondas sísmicas refratadas em profundidade (refração
total), e desta maneira determinar as velocidades de propagação das ondas bem como as
espessuras dos estratos em subsuperfície. Para tanto dispõe de metodologia de campo,
processamento de dados e interpretação que possibilitam atingir este objetivo.

A interpretação no método sísmico de refração é feita pelo perfil sísmico:


ver: estudos de caso

Tipos de levantamentos sísmicos:


- Sísmica 1D → Fonte e receptor na mesma vertical
- Sísmica 2D → Levantamento sísmico regional, caracterizado pela grande distância entre as
linhas sísmicas.
- Sísmica 3D → Pacote tridimensional de rocha para informação mais detalhada do
reservatório.
- Sísmica 4D → Diferentes estágios da vida produtora do campo de petróleo, acompanhando
a evolução do reservatório

Sísmica de reflexão: Método que observa o comportamento das ondas sísmicas após
penetrarem na crosta e serem refletidas à superfície, sendo detectadas pelos sensores. É o
principal método utilizado na prospecção de gás e petróleo por fornecer detalhes e permitir a
visualização da estrutura da crosta, assim como as propriedades físicas de suas camadas
● Metodologia: Quando uma frente de ondas sísmicas atinge a interface entre dois materiais
distintos, parte da energia transportada é refletida para o meio no qual a onda estava se
propagando, enquanto parte é transmitida para outro meio
O ângulo de reflexão r é igual ao ângulo de incidência i, e o raio de incidência, o raio
refletido e a normal à interface são coplanares

A principal variável do processo de uma operação sísmica de reflexão é o tempo de trânsito


da onda sonora a partir do momento do disparo até a captação

● Fontes sísmicas:
- No mar → canhões de ar comprimido (airguns)
- Na terra → Dinamite, vibroseis, martelo/marreta, etc
● Vibroseis: Dispositivo mecânico montado sobre um caminhão para produzir as ondas
sonoras

A interpretação no método sísmico de reflexão é feita pela seção sísmica:


Petrofísica
A petrofísica é o estudo das propriedades físicas das rochas que dizem respeito à
distribuição de fluidos em seus espaços porosos.
A petrofísica investiga as propriedades físicas de minerais, rochas e fluidos nelas contidos, e
como essas características se alteram em função das variáveis ambientais, como pressão,
temperatura, saturação, salinidade e argilosidade; e condições instrumentais, como freqüência,
potência, ganho, espaçamento, amostragem e sensibilidade.
O conhecimento das propriedades petrofísicas das rochas é de fundamental importância
para uma interpretação realista dos dados geofísicos registrados em campo. Dessa forma, a
petrofísica e a geofísica estão intimamente relacionadas.

Propriedades petrofísicas das rochas:


Porosidade: Capacidade da rocha de armazenar fluidos. A porosidade é definida como a relação
entre o volume de espaços vazios (Vv) e o volume total (Vt) da rocha, expressa %. A razão entre o
volume dos poros conectados e o volume total da rocha define o conceito de porosidade efetiva.
- Porosidade primária → se desenvolveu durante a deposição do material sedimentar;
também chamada de porosidade original. Exemplos são a porosidade intergranular dos
arenitos e as porosidades intercristalinas e oolíticas de alguns calcários.
- Porosidade secundária → resultante de alguns processos geológicos subsequentes à
conversão dos sedimentos em rochas. Exemplos de porosidade secundária ou induzida são
dados pelo desenvolvimento de fraturas, como as encontradas em arenitos, folhelhos e
calcários, e pelas cavidades devido à dissolução de parte da rocha, comumente
encontradas em calcários.
- Porosidade efetiva → É dada pela razão entre o Volume de poros interconectados e o
Volume total da rocha.

Fatores que influenciam a porosidade das rochas:


- Compactação → resultado do efeito de dissolução de minerais sob pressão; mudança no
empacotamento entre os grãos, quebra ou deformação de grãos individuais.
- Dissolução → pode ocorrer sem ou com efeito significativo da pressão de soterramento;
efeito da percolação de soluções pós deposicionais, afeta a morfologia do contato entre
grãos de soterramento.
- Cimentação → precipitação química de minerais a partir dos íons em solução na água
intersticial; os cimentos mais comuns são silicosos, carbonáticos e férricos/ferrosos.
- Recristalização → modificação da mineralogia e textura cristalina de componentes
sedimentares pela ação de soluções intersticiais em condições de soterramento

Lei de Archie: relaciona a resistividade da rocha, a porosidade, a natureza da distribuição e a


resistividade do eletrólito. Foi estabelecida para meios saturados.

Importância do estudo da porosidade:


- Petróleo → Reservatórios normalmente apresentam variações horizontais e verticais de
porosidade. A quantidade, tamanho, geometria e grau de conectividade dos poros
controlam diretamente a produtividade do reservatório.
- Mineração → Auxílio na interpretação dos resultados dos dados geofísicos obtidos em
campo e na escolha do método geofísico a ser utilizado
-
Permeabilidade: Capacidade de fluxo de fluidos por meio de poros interconectados e fraturas. É
definida pela lei de Darcy, que permite estimar o valor da permeabilidade em seu meio que
contém fluido escoando por meio dos poros, em qualquer sentido ou direção;
- Permeabilidade absoluta → o meio poroso está totalmente saturado pelo fluido
- Permeabilidade efetiva → a capacidade de fluxo de um fluido na presença de outros. Na
presença de vários fluidos, a razão da permeabilidade efetiva em qualquer fase para a
permeabilidade absoluta é conhecida como permeabilidade relativa daquela fase
Os fatores que influenciam a permeabilidade das rochas são o tamanho e área transversal
aberta ao escoamento de fluido, a porosidade, as propriedades do fluido e a vazão do fluido.
A permeabilidade da rocha depende da porosidade efetiva e, que por consequência, é
afetada pelo tamanho do grão, forma do grão, distribuição do grão, empacotamento do grão, grau
de consolidação e cimentação e tipos de material cimentante entre os grãos. falta coisa

Importância do estudo da permeabilidade:


- Petróleo → Para que uma rocha seja considerada um reservatório de hidrocarbonetos
explorável, a sua permeabilidade deve ser maior que cerca de 100 mD. Rochas com
permeabilidades significativamente mais baixas que 100 mD podem formar selos
eficientes. Areias não consolidadas podem ter permeabilidades de mais de 5000 mD.
- Mineração → Auxílio na interpretação dos resultados dos dados geofísicos obtidos em
campo e na escolha do método geofísico a ser utilizado; guia para prospecção de
enriquecimento de minério de ferro
- Resistência mecânica: comportamento mecânico das rochas. Está relacionada com as
respostas das rochas e maciços rochosos aos campos de força do seu ambiente físico.
A mecânica das rochas é aplicada no estudo de:
1) comportamento mecânico das rochas quando submetidos a esforços em ensaios
(especialmente de compressão triaxial)
2) mecanismos de deformação do maciço rochoso
3) dos critérios de ruptura
4) estabilidade de aberturas subterrâneas e projetos de revestimento e reforço do
maciço rochoso
5) mecanismos de movimento da crosta terrestre (tensões)
6) de estabilidade de taludes, pilhas, barragens e diques rochosos

Métodos geoelétricos

Métodos geoelétricos x parâmetros físicos


● Eletrorresistividade - resistividade elétrica
● Polarização induzida - variações de voltagem
● Potencial espontâneo - potencial natural
● Eletromagnético - condutividade
● Radar de penetração - constante dielétrica/permissividade

Estes métodos são aplicados principalmente em:


- Geotecnia
- Hidrogeologia
- Estudos ambientais
- Geologia de engenharia e engenharia civil
- Mineração
- Arqueologia e geofísica legal

Método da eletrorresistividade:

Método de polarização induzida:

Método do potencial espontâneo:


Caminhamento elétrico

GPR (Radar de penetração no solo):


O GPR, também chamado de georadar, é um radar de baixa potência que transmite energia
eletromagnética no intervalo de frequências de 10 a 2500 MHz para o interior da subsuperfície.
O GPR possui similaridade cinemática com a sísmica de reflexão, sendo ambos os métodos
baseados em propagação de onda.
O princípio do radar é baseado no pulso da onda eletromagnética a uma determinada
frequência, o qual é transmitida para o meio a ser investigado. Ao incidir em uma interface que
separa meios com contrastes significativos de propriedades eletromagnéticas (permissividade
dielétrica, permeabilidade magnética e condutividade elétrica) é parcialmente refletido até a
superfície, onde é detectado e registrado.

Aplicações:
● Engenharia civil/estrutural
- Utilidades (tubos, cabos), ferragem e cavernas
- Estradas e linhas férreas
● Meio-ambiente
- Mapeamento de plumas contaminantes
- Detecção de tanques enterrados
● Geotecnia
- Mapeamento estratigráfico, de cavidades e poços
- Água subterrânea, instalações de minas
- Topo rochoso
● Militar
- Detecção de artilharia
- Integridade de vias
● Arqueologia

Vantagens:
- Escalas que variam de poucos centímetros até dezenas de metros com a utilização das
diferentes frequências.
- Fornece perfis contínuos de altíssima resolução.
- Os levantamentos apresentam excelente repetibilidade.
- Mostra precisão na localização de feições ou objetos enterrados.
- Permite a revisão on site dos resultados de um levantamento para controle da qualidade
dos dados adquiridos.
- Atualmente com o uso de antenas blindadas, o GPR possui vantagens em relação aos
outros métodos quando o dado é adquirido em ambiente urbano
- Permite um melhor posicionamento de furos de sondagem melhorando a aquisição de
informações para geologia/engenharia

Fundamentos:

Equação de Maxwell → relacionam quatro campos vetoriais que descrevem o campo


eletromagnético. A estes se junta outro, que especifica o movimento das cargas livres (ver
no slide)
Lei de Faraday (lei da indução eletromagnética) e Lei de Ampère (campo magnético)

Lei de Ohm (constante de resistência elétrica)

- Permissividade dielétrica relativa → Medida adimensional da capacidade de um material


guardar carga elétrica quando um campo elétrico é aplicado. Os valores variam de 1 (ar) a
81 (água).
O valor para solos e rochas é controlado principalmente pela saturação de água.
Diferenças em propriedades dielétricas entre dois materiais adjacentes entre os quais a
onda de radar se propaga causa a reflexão de parte da energia emitida pelo radar de volta à
superfície, onde a amplitude e tempo de retorno(tempo duplo de viagem) pode ser
medido. A intensidade das reflexões é controlada pelo contraste nas constantes dielétricas
dos dois materiais adjacentes. Diferenças tão pequenas como 1 podem causar reflexões em
dados GPR.

Profundidade de investigação do GPR


A penetração do sinal de radar está condicionada primeiramente pelas propriedades
elétricas das rochas, condutividade e permissividade elétrica (constante dielétrica). Portanto locais
onde ocorrem materiais de baixa condutividade, o sinal de radar pode atingir profundidades
superiores a 50 metros. Por outro lado, argilas condutivas e água podem reduzir sensivelmente a
penetração do sinal de radar a profundidades inferiores a 1 metro.
ver: profundidade investigação x condutividade

Frequência Antenas GPR x Profundidade máxima de penetração

1000 MHz - 1m
400 MHz - 2m
200 MHz - 4m
100 MHz - 25m
50 MHz - 30m
25 MHz - 40m
10 MHz - 50m

Funcionamento do GPR:
1. Um pulso é gerado na unidade de controle a uma taxa de repetição de cerca de 50 KHz
2. O pulso é enviado através do cabo para a antena transmissora
3. Na antena transmissora, cada pulso é transformado em um pulso bipolar com uma
amplitude mais alta que o pulso original. A forma do pulso varia com o modelo de antena
(ver no slide)
4. O pulso transmitido é propagado pela antena e penetra na subsuperfície. O tamanho da
antena e as propriedades elétricas da subsuperfície determinam a freqüência da energia
propagada (antena maior = freqüência menor)
5. Na subsuperfície, reflexões ocorrem nas interfaces onde há contraste dielétrico. A parte
refletida da energia incidente viaja de volta para o conjunto de antenas
6. A antena receptora detecta o sinal refletido e o envia de volta para a unidade de controle
7. Na unidade de controle o sinal é processado e exibido
8. A saída gráfica (impressa) ou a exibição na tela de vídeo é uma representação do sinal
análogo
- O eixo horizontal é a distância percorrida na superfície
- O eixo vertical é o tempo duplo de propagação do pulso de radar em nanosegundos
- A amplitude do sinal determina a mancha de cinza no papel ou a cor na exibição na
tela de vídeo

Propriedades elétricas importantes para o GPR:


● Condutividade elétrica → capacidade que um material possui de conduzir uma corrente
elétrica; inverso da resistividade. Controlada principalmente pela saturação de água e/ou
teor de argila.
Baixa condutividade (ar, granito/calcário seco, concreto/asfalto) = melhores condições
para o radar
● Permissividade elétrica → constante dielétrica

MICROSSISMICIDADE

↪ São mudanças induzidas na pressão e tensão a que as rochas ou os maciços rochosos estão
submetidos, causa fraturamento e/ou rupturas dos mesmos, a partir de processos de reativação
destas estruturas geológicas, ou mesmo de rupturas da matriz rochosa, resultando assim na
libertação de sinais microssísmicos.
A microssísmica se desenvolveu pela necessidade de resolver problemas técnicos e de
exploração de petróleo em menor magnitude.

Como esses sinais são gravados?


↪ O monitoramento passivo por meio de arranjos de geofones triaxiais, detectam níveis induzidos
de microssismicidade. Detectam frequências de onda muito baixas que não são detectadas por
geofones sísmicos (os sísmicos fazem imageamento em grande escala). Geofones em torno de 4,5
Hz.
A informação produzida é a reação acústica das rochas e estruturas a eventos induzidos (tipo
desmonte de rocha, eventos microssísmicos) são gravados (isto é, banco de dados sobre a
localização dos eventos microssísmicos, sequência de eventos, magnitude e mecanismos dos
vários tipos de rupturas que ocorrem nas rochas).
Ex: Detectar rachaduras e infiltração de água em barragens ou para encostas com risco de
queda (já que os sinais sísmicos já podem ser vistos antes de desmoronar).

Radar x microssísmica – radar mostra movimentação apenas na hora em que está acontecendo – a
microssísmica consegue prever antes de romper

Os geofones pegam todo e qualquer sinal de onda mecânica, captando a vibração de tudo em
seu entorno, tanto atividade humana quanto natural, além de background.

O objetivo do monitoramento microssísmico é a obtenção de três tipos de informações relativas


aos eventos sísmicos em minas:

● Quando a rocha/estrutura está rompendo, a partir do acompanhamento dos processos de


reativação de estruturas geológicas pré-existentes;
● Onde a rocha/estrutura está rompendo, acompanhando a evolução dos processos
associados a reativações de estruturas e instauração de quebras mecânicas, através do
monitoramento da energia liberada nestes processos, o que é possível de obter através do
posicionamento dos epicentros dos fenômenos dinâmicos a partir da triangulação dos
geofones;
● O quanto de rocha/estrutura está rompendo (a dimensão da ruptura), associada à
quantidade de energia liberada.

O objetivo do monitoramento é obter informações como: quando a rocha/estrutura está


rompendo, a partir do acompanhamento dos processos de reativação de estruturas geológicas
pré-existentes; determinação do início de quebras mecânicas na rocha/estrutura, através do
monitoramento da energia liberada nestes processos; o quanto de rocha/estrutura está
rompendo (a dimensão da ruptura), associada a quantidade de energia liberada; e a partir dessas
informações, poder prever e remediar rupturas e acidentes em estruturas de engenharia e
mineração. É gerado banco de dados sísmicos e quando houver anomalia, será detectado.
Os geofones são enterrados em posições que variam de acordo com a estrutura a ser
explorada.

TÉCNICAS DE MONITORAMENTO MICROSSÍSMICO


O faturamento das rochas pode ser causado por forças de tração, compressão ou
cisalhamento.
Esses eventos liberam energia e a geração de eventos microssísmicos que podem ser
quantificados e localizados com precisão.
Determinação do posicionamento dos epicentros dos fenômenos dinâmicos a partir da
triangulação dos geofones:
A emissão de energia provoca a emissão de energia e produz uma gama de assinaturas sísmicas
(seismic waveforms).
➔ Eventos microssísmicos produzem ondas mecânicas que se propagam para fora do ponto
de origem da ruptura da rocha, a partir da liberação da energia.
➔ Os sensores sísmicos coletam as ondas P e as ondas S, onde a P (primária) são as ondas
compressionais e a S (secundária) são as ondas cisalhantes.
PEGAR DEFINIÇÃO DE CADA UMA DO RESUMO DE SÍSMICA P1
➔ A coleta preliminar de informações serve para validar o nível de resposta que determinado
ambiente geológico irá propiciar em termos de assinatura sísmica e os cálculos das
velocidades das ondas P e S.
➔ As atividades de mina que se encontram no entorno das barragens causam vibrações que
são detectadas pelos sensores microssísmicos, permitindo o levantamento das assinaturas
sísmicas para estas estruturas e os maciços circunvizinhos.
Tipos de monitoramento

Monitoramento microssísmico passivo (análise de ruído do ambiente)

Esta técnica é chamada de análise de ruído do ambiente e é particularmente útil numa


região onde não se espera a ocorrência de muita atividade microssísmica.
Baseia-se na relação entre a velocidade com que as ondas sísmicas viajam através do
meio físico (rochas, maciço) e as características que esse meio se encontra (como por exemplo, o
nível de fraturamento e nível de alteração).

Esse método permite se determinar os seguintes efeitos do desmonte (detonações) sobre


as estruturas geotécnicas (barragem, taludes de mina e pilhas):

1 - Determinar quais efeitos de curto prazo foram causados pela atividade de mina nas estruturas
geotécnicas (barragem).
2 - Examinar como o maciço absorve o efeito das ondas e examinar se existe uma alteração
permanente na velocidade das ondas sísmicas ou se estas velocidades voltam ao seu estado de
normalidade (valores medidos antes da execução do desmonte).

Se houver algum dano permanente ao maciço no qual a barragem está inserida, haverá
uma alteração permanente na velocidade sísmica monitorada (logo após a energia liberada pelo
desmonte).

Cicatrização completa X parcial (microssísmica convencional)

Na parcial nós temos dano permanente (a velocidade não volta ao nível normal)
Stress Change from Ambient Noise (SCAN)

★ Este método permite se medir continuamente (monitoramento) as mudanças de tensão sutis do


maciço da barragem e do entorno da estrutura com a acurácia necessária.
★ SCAN não necessita da ocorrência de um evento sísmico para funcionar
★ Esse método informa continuamente a mudança de tensão do maciço rochoso para melhorar a
avaliação de estabilidade da estrutura da barragem de rejeito.
★ Permite, também, detectar as mudanças de velocidades sísmicas da estrutura a partir de sensores
instalados na crista da barragem.
★ Identifica a presença de falhas na estrutura antes que estas sejam visualizadas por inspeções
periódicas.
★ Permite que o alerta seja emitido em tempo hábil para a execução de medidas mitigadoras.
★ É particularmente útil em regiões onde não se espera a ocorrência de atividade microssísmica.
★ Permite a identificação de falhas na estrutura antes que estas sejam visualizadas através de
inspeções periodicamente.

A SCAN também pode ser usada para a sismologia crustal - zonas de falhas regionais,
vulcões, imagens da estrutura supracrustal da Terra.

Interferometria sísmica do ruído ambiente - pegar na internet (artigos dos filhos do marco braga)

Monitoramento microssísmico de barragens de rejeitos

ALTEAMENTO: fazer com que a barragem cresça em altura para caber mais rejeitos.
Até pode-se criar uma barragem nova do zero, mas normalmente os órgãos ambientais
não deixam, então elas continuam sendo alteadas.
TAPETES DRENANTES - para limpar a água dos rejeitos que vai sair do outro lado da
barragem.

Fazer alteamento a montante (em cima da água) é mais barato mas pode dar mais merda,
já que está compactando em cima da água, tanto que hoje em dia essa atividade é proibida. As
barragens que possuírem estruturas de alteamento a montante devem ser descaracterizadas e o
processo não pode mais ser realizado.

Arranjo de sensores sísmicos (geofones)


Evento sísmico é gerado, ondas P e S são geradas a partir da fonte e, ao passarem por um sensor,
um sismograma é gerado
No arranjo triaxial, o resultado é dado em função dos vetores x

Magnetometria
Baseia-se no estudo das variações locais do campo magnético terrestre, derivadas da
existência, em subsuperfície, de rochas contendo minerais com forte susceptibilidade magnética
(magnetita, pirrotita, ilmenita, etc). Mede a magnitude e a orientação do campo magnético da
Terra.
Cada rocha magnetiza-se de acordo com a sua susceptibilidade magnética, que depende da
quantidade e do modo de distribuição dos minerais magnéticos presentes. (magnetismo natural
das rochas)
A concentração de minerais magnéticos produz distorções locais no campo magnético da
Terra, que podem ser detectadas e fornecem informações sobre a subsuperfície.
⤷ Depende do campo magnético primário gerado pelo núcleo da Terra e das
magnetizações (induzida e permanente) das rochas que compõem a crosta.
Grandeza física medida - Susceptibilidade Magnética K
OBS: Tanto na gravimetria como na magnetometria, os campos físicos estão presentes. Com isso,
não é necessário que as rochas em subsuperfície sejam excitadas para que se obtenha uma
medida do campo físico.

Hipótese mais aceita da magnetometria:


- Correntes elétricas originadas do fundo da Terra produzem o magnetismo.

Anomalias magnéticas:
- Produzidas por corpos ou estruturas na Crosta Terrestre, que são objetos de medição pela
magnetometria.

Equipamentos:
- Magnetômetros: medem a intensidade do campo magnético em locais de interesse.

O magnetismo terrestre deve ser separado em duas partes:


1) Campo Magnético Principal: Produzido no núcleo;
2) Campo Magnético Anômalo: Produzido na crosta.

O campo magnético observado nas vizinhanças da superfície terrestre é a resultante da


superposição (soma vetorial) de 3 componentes:
1) Campo Interno
2) Campo Externo
3) Campo Crusta
Os levantamentos magnéticos medem a soma das três componentes, dos quais
somente o campo crustal é de interesse para prospecção.

1) CAMPO INTERNO:

➔ 96% a 98% do campo observado;


➔ componente mais intensa;
➔ tem origem no núcleo da Terra
➔ lentamente variável no tempo.

2) CAMPO EXTERNO:

➔ 1 a 2% do campo observado;
➔ é causado pela interação do campo magnético terrestre com o campo magnético
interplanetário e com o vento solar, tem amplitude que chega a superar o sinal
magnético de estruturas geológicas
➔ é rapidamente variável no tempo.
3) CAMPO CRUSTAL:

➔ 1 a 2% do campo observado;
➔ é causado pela magnetização das rochas da crosta terrestre;
➔ é a componente que carrega a informação de interesse para a exploração mineral;
➔ praticamente invariante no tempo.

⤷ O objetivo de um levantamento magnético é interpretar o campo crustal em termos de variação


de magnetização crustal.
Como o interesse da prospecção e da exploração mineral é a crosta terrestre, deve-se
remover o campo interno e o campo externo dos dados magnéticos, de maneira a obter o campo
crustal.
Campo magnético: perturbação sofrida pelo espaço no entorno de uma fonte magnética.

Aplicações da Magnetometria:
★ Localização de encanamentos e cabos (pequena escala, próximo à superfície);
★ Investigações em engenharia;
★ Mapeamentos regionais;
★ Determinação de grandes estruturas como na exploração de hidrocarbonetos e
minerais.

Unidades de medida: NanoTesla ・ Gauss ・ Gamma

Dependendo da aplicação (física, engenharia, geofísica, geologia, etc) podemos encontrar


diferentes formas de abordagem para a classificação do comportamento magnético da matéria.

DIAMAGNETISMO:
Materiais diamagnéticos tem susceptibilidade magnética negativa. Ou seja, adquire magnetização
induzida em sentido oposto ao do campo indutor.
O processo de magnetização é reversível (quando se retira o campo indutor, a
magnetização induzida desaparece).
Exemplos de materiais diamagnéticos:
➔ Água, prata,ouro, quartzo e halita.
PARAMAGNETISMO:
Susceptibilidade magnética positiva. Ou seja, o material adquire magnetização induzida
proporcional ao campo magnético indutor e com o mesmo sentido do campo indutor.
Retirando o campo indutor, a magnetização induzida desaparece.
Exemplos de materiais paramagnéticos: Alumínio, Platina, Silicatos, Magnésio, Piroxênios,
anfibólios, olivina…

FERROMAGNETISMO:
Susceptibilidade magnética positiva (maior que os paramagnéticos). A curva de
magnetização não é linear e exibe saturação, apresentando histerese (será explicado abaixo).
O processo de magnetização é irreversível. O material ad quire uma magnetização que
persiste mesmo após uma remoção do campo aplicado (magnetização remanescente)
Exemplos de materiais ferromagnéticos: Ferro, Cobalto, Níquel
FERROMAGNETISMO VERDADEIRO: apresentam momento magnético com a mesma orientação
(Fe, Co, Ni)
ANTIFERROMAGNETISMO: os momentos magnéticos não são igualmente orientados e possuem
uma resultante nula (hematita, troilite, ilmenita).
FERRIMAGNETISMO: os momentos não são igualmente orientados mas existe uma resultante em
alguma direção (magnetita, titanomagnetita, maghemitae pirrotita).

CURVA DE HISTERESE:
↪ Temperatura de Curie: valor crítico de temperatura em que a magnetização torna-se
nula, ou seja, o ferromagnetismo desaparece, transforma-se em paramagnetismo.
Quando a temperatura é baixa, o ferromagnetismo volta a aparecer.

A magnetização das rochas pode ser classificada em dois tipos:


● Magnetização induzida: provocada pelo campo atual da Terra;
● Magnetização remanente: adquirida ao longo da história geológica da Terra.

Mas o que pode produzir magnetização remanente?


↪ Magnetizações do tipo: Termo-remanente, Isotérmica, Química, Deposicional,
Piezo-remanente

Exemplos de uso da magnetometria:


- Mapeamento de bacias sedimentares;
- Localização direta de minérios contendo magnetita;
- Prospecção de jazidas de minerais ferromagnéticos;
- Mapeamento estrutural (fraturas no embasamento e crateras de impaco - astroblemas);
- Arqueologia marinha;
- Mapeamento de sedimentos contaminados;
- Localização de estruturas metálicas enterradas/soterradas.
Campo magnético (H)
↪ Cercam materiais em correntes elétricas e são detectados pela força que exercem
sobre materiais magnéticos ou cargas elétricas em movimento.

Magnetização
Quando um material é submetido ao efeito do campo H, ele adquire intensidade de
magnetização (M), proporcional ao campo.
M = K.H
Em que K é a susceptibilidade magnética do material
Em alguns materiais ela pode ser positiva ou negativa, refletindo o sentido da intensidade
de magnetização em relação ao campo.

MAGNETIZAÇÃO INDUZIDA: o spin se alinha com a direção do campo magnético.

Divide a terra em hemisfério Norte e Sul


Diferença entre Norte Geográfico e Norte Magnético

Se colocarmos uma bússola apontando para o Norte Geográfico haverá um desvio na


posição da agulha magnética, já que os pólos magnéticos da Terra não coincidem com os pólos de
rotação.
O ângulo entre o Norte Geográfico e o Norte Magnético é chamado de Declinação
Magnética. A declinação magnética de um local não é constante, ela varia com o tempo e de
acordo com o local em que você está. Esse valor é positivo a partir do leste e varia de 0 a 360º.
Anomalias Magnéticas
Produzidas por corpos ou estruturas na crosta terrestre, que são objeto de medição pela
magnetometria.
A anomalia magnética não é simétrica, depende da forma e da orientação do corpo
magnetizado, da sua localização (corpos de mesma forma e tamanho produzirão anomalias
diferentes quando localizados em lugares diferentes) e da direção na qual o perfil é tomado.

Redução do IGRF/DGRF de dados magnéticos – contribuição magnética do núcleo


terrestre estimado por modelos matemáticos denominados International Geomagnetic Reference
Field (IGRF) e Definitive Geomagnetic Reference Field (DGRF). Com a retirada do IGRF, o campo
será somente proveniente das fontes crustais acima da superfície de Curie, e é dito constituir o
campo anômalo.
Variações do Campo Magnético da Terra
● Variações diurnas: São pequenas variações que o campo magnético da terra sofre
ao longo do dia, sendo mais pronunciadas nas regiões equatoriais e diminuindo em
altas latitudes. Observa-se também uma variação sazonal uma vez que a variação
diurna é maior no verão que no inverno.
● Variações seculares: variações que sofrem ao longo de um tempo grande (inversões
de polaridade do campo - 180º). Nos dias atuais essas variações são acompanhadas
a partir de laboratórios.

Levando em consideração a variação sazonal, o efeito da latitude e o fato dos fenômenos


serem maiores durante o dia do que a noite, conclui-se que o SOL é o responsável por esses ciclos
diários.
Com isso, esses ciclos geram correntes elétricas no interior da Terra por indução
eletromagnética, gerando um campo magnético secundário.

Tempestades magnéticas: Período de atividade solar exagerada. Causa perturbações na


magnetosfera. A frequência dessas tempestades está diretamente associada aos ciclos de
atividade solar.

Efeitos terrestres das tempestades magnéticas:


- Pico de corrente em linhas de transmissão elétrica;
- Interrupção na transmissão de rádio, TV e telefone;
- Comportamento errático dos instrumentos de navegação aérea e marinha;
- Interrupção nos sistemas de comunicação militares;
- Alterações na camada de ozônio;
- Impossibilidade de prospecção magnética.

Origem do campo magnético da Terra


Hipóteses baseiam-se na abundância de Ferro no interior da Terra, que seria responsável
pela formação do campo principal.
A teoria mais moderna baseia-se no funcionamento de um dínamo (Libonatti)
Magnetização das Rochas

A magnetização que se observa nas rochas, como resultado de minerais magnéticos na sua
composição, podem ser classificados em dois tipos:
● magnetização induzida
● magnetização residual (remanescente ou remanente)

A magnetização induzida é provocada pelo campo atual da Terra, enquanto a


magnetização remanescente é adquirida ao longo da história geológica da rocha.

Paleomagnetismo – registro deixado nas rochas de campos magnéticos reversos


pretéritos – principal evidência da inversão do campo geomagnético ao longo do tempo.
Ocorrem em períodos de 10mil anos até 25000milhões de anos, com valor médio de 0,5milhões
de anos – épocas de polarização normal e polarização reversa. A causa mais provável é o
desacoplamento entre a rotação da Terra e o movimento de convecção de massa no seu núcleo
externo.
Pólo magnético - região onde o campo magnético é vertical.
Pólo Paleomagnético - registrado por medição da declinação/inclinação em grãos magnéticos.
Susceptibilidade de Rochas e Minerais

A susceptibilidade magnética das rochas depende, principalmente, da quantidade,


tamanho dos grãos e modo de distribuição dos minerais ferromagnéticos nelas contidos. Os
minerais ferromagnéticos ocorrem nas rochas comumente na forma de grãos finos dispersos em
uma matriz de minerais paramagnéticos e diamagnéticos, representada pêlos silicatos.
MAGNETÔMETROS

Instrumentos para a medição da densidade de fluxo magnético. São três tipos:


- Magnetômetros Fluxgate
- Magnetômetros de precessão de prótons;
- Magnetômetros de vapor alcalino.

Levantamentos magnetométricos
● Terrestres
● Aquáticos
● Aerotransportados

Magnetometria Marinha

GRAVIMETRIA
É a medida do campo gravitacional. Mede o componente vertical e o campo tensorial
(gradiometria)
É importante quando a magnitude do campo gravitacional ou as propriedades dos
materiais que geram este campo são de interesse econômico ou científico.
Mudanças laterais na densidade da Terra produzem variações locais no valor do campo
gravitacional terrestre que, embora muito pequenas, podem freqüentemente ser detectadas,
permitindo deduções sobre a subsuperfície.
A gravimetria está voltada para o estudo dessas pequenas perturbações locais do campo
gravitacional terrestre, geradas pela distribuição de massas no subsolo, ou seja, pela presença de
rochas de diferentes densidades.
Materiais mais densos contribuem mais fortemente para o campo gravitacional do que os
menos densos, quando se considera o mesmo volume e a mesma profundidade para ambos;
Vantagens: método de origem natural, não invasivo, barato, rápido, fácil coleta de dados.
Desvantagem: ambíguo (corpos com fraco contraste)

O instrumento que mede a diferença na aceleração da gravidade entre duas posições


diferentes é conhecido como GRAVÍMETRO.
O gravímetro contém uma mola conectada a um objeto pequeno e compacto (uma mola
se esticando e comprimindo).
● A oscilação da mola vai refletir a intensidade da atração-gravitacional, ou seja, a
diferença entre a posição inicial e a posição final (MEDIDA RELATIVA)
● Corpo em um tubo a vácuo ou pêndulo oscilante, medindo o deslocamento de
massa dentro do tubo. Alta resolução (MEDIDA ABSOLUTA).

Anomalia da gravidade
Corpo causador representa uma zona em subsuperfície de massa anômala que causa uma
perturbação no campo gravitacional. É a diferença entre os valores medidos da gravidade e os
dados pela IGF.
Os contrastes que geram anomalias gravimétricas são efeito de mudanças nas
propriedades físicas. Mudanças laterais na Terra produzem variações locais no valor do campo grav
itacional terrestre, que, embora muito pequenas, podem ser detectadas, permitindo deduções
sobre a subsuperfície.

GRADIOMETRIA
Em geral os dados gravimétricos gerados são muito ruidosos, então foi inventada a gravimetria
gradiométrica, para filtrar o que, pela gravimetria, não era filtrado.
Para isso, foi designado o uso de mais de um acelerômetro (sempre arranjados em pares,
para que os valores encontrados sejam subtraídos). Com isso, é medida a derivada entre os
acelerômetros. FILTRAGEM DE TURBULÊNCIA VERTICAL DO AVIÃO.
Esse método de gradiometria remove o background e a turbulência, já entregando dados
sem o ruído * traz dados de alta resolução)
Melhor resolução, melhor acurácia, possibilidade de delimitar corpos em 3D, é o melhor
método para mapear depósitos de Ferro não magnéticos.
FTG e FALCON - sistemas de gradiometria
FTG - três conjuntos de acelerômetros apontando para direções diferentes (em um ângulo de 360°)
Aplicações da Gravimetria
- Exploração Mineral e de Hidrocarbonetos;
- Detecção de Aquíferos;
- Exploração mineral;
- Navegação subaquática e prevenção de colisão;
- Estimativa de terreno;
- Túnel subterrâneo e detecção de vazios.

Gravimetria marítima - Sob a água - navios em movimento


Gravimetria aerotransportada - Levantamentos aerogravimétricos devem ser montados em
plataforma estabilizadora com três giroscópios compensados para a movimentação do avião.
Gravimetria terrestre
Densidade das rochas controladas por 3 fatores
- Densidade do grão da partícula formando massa da rocha;
- Porosidade
- Fluido no espaço poroso

Ambiguidade - existência de mais de uma possibilidade e a anomalia gravitacional

Fatores que influenciam na magnitude da gravidade


● Latitude
● Elevação (altimetria)
● Topografia das circunvizinhanças
● Marés da terra
● Variações na densidade dos materiais (rochas) de subsuperfície
Quando eles efeitos são eliminados, você tem redução dos dados.
Drift do dado - por uso contínuo do gravímetro. O próprio software conserta isso
Interpretação
Modelagem direta: Trabalha com modelos com camadas de espessura e densidades conhecidas,
comparando a resposta calculada com os dados obtidos no campo. Constrói modelos em
subsuperfície, definindo espessuras e as densidades das rochas.
Modelagem inversa: Estima as densidades e espessuras das camadas a partir dos dados registrados
no campo.
A gravimetria pode ser usada tanto para anomalias rasas como anomalias profundas.

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