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Geologia e Minas – 3º Ano

MÉTODO SÍSMICO

Discente:

Adolfo Félix Molesse

Eginalda Ucucho

Náire Áfido Freitas

Beira, Abril de 2022


Geologia e Minas – 3º Ano

MÉTODO SÍSMICO

Trabalho da cadeira de Geofísica a ser apresentado na


sala de aula para fins avaliativos, orientado pela docente:
Mestre Georgina Pedro Chongo

Beira, Abril de 2022


Índice
Introdução ..................................................................................................................................................... 4

MÉTODO SÍSMICO ................................................................................................................................ 5

Método Sísmico Directo ........................................................................................................................... 6

Método Sísmico de Reflexão .................................................................................................................... 6

Aplicações ................................................................................................................................................. 8

Método Sísmico de Refracção .................................................................................................................. 8

Aplicação do método da refracção sísmica ............................................................................................... 9

Conclusão.................................................................................................................................................... 11

Bibliografia ................................................................................................................................................. 12
Introdução

A Geofísica é uma ciência que aplica os princípios da Física ao estudo da Terra. Na sua forma
aplicada, tem por objectivo investigar, a uma escala relativamente pequena, certas propriedades e
aspectos da crusta terrestre que embora não visíveis podem ocorrer, como sejam por exemplo
falhas geológicas, sinclinais e anticlinais, a topografia do firme rochoso sob uma camada
aluvionar, zonas mineralizadas, depósitos de argila e de areia, entre outros. A investigação destas
ocorrências tem interesse, como se sabe, na resolução de problemas práticos como a prospecção
de petróleos, a localização de zonas favoráveis à circulação de águas subterrâneas, a prospecção
mineira e, particularmente para nós, no que respeita à implantação de obras de engenharia civil.
Existem diversos métodos de prospecção geofísica, mas aqui referir-se-ão apenas os métodos
sísmicos, de refracção, directo e de reflexão.

O trabalho apresenta como objectivos gerais e específicos, respectivamente:

Objectivo geral
 Entender o Método Geofísico Sísmico.
Objectivos específicos
 Identificar os tipos de Método Sísmico existentes;
 Descrever cada tipo de Método Sísmico;
 Mencionar algumas das suas aplicações;
 Determinar possíveis limitações do Método Sísmico.

E como metodologia adopta no trabalho foi a de pesquisa bibliográfica bem como de artigos
científicos pela internet.

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MÉTODO SÍSMICO

Estes métodos baseiam-se na emissão de ondas sísmicas geradas artificialmente através do


impacto de explosões, tiros de ar comprimido, impactos mecânicos ou vibradores. Essas ondas
penetram a certas profundidades no interior da Terra, que serão maiores à medida que a energia
liberada no impacto for maior. Durante esse trajecto, as ondas irão atravessar diferentes camadas
geológicas que apresentam características físicas diferentes e, por essa razão, vão sofrer reflexão
e refracção. Parte da energia contida numa onda será reflectida na interface entre duas camadas
geológicas.

O restante seguirá seu caminho, mas segundo um ângulo diferente, pois sofreu refracção. As leis
que governam a reflexão e a refracção são as mesmas da óptica. Na reflexão, o ângulo de
incidência da onda é igual ao ângulo de reflexão. A refracção é governada pela lei de Snell: a
relação dos senos dos ângulos de incidência e de refracção é igual à relação da velocidade da
onda incidente e da onda refractada, ou ainda:

As velocidades das ondas sísmicas dependem da densidade das rochas pelas quais as ondas
circulam e de suas propriedades elásticas. Para baixos níveis de energia, as rochas se deformam
ao passar da onda, mas voltam ao seu estado normal depois da passagem da mesma. Isto quer
dizer que a rocha não se deforma permanentemente, portanto, apresenta características elásticas.
Próximo às fontes sísmicas, sejam elas naturais ou artificiais, onde a energia é mais intensa, a
rocha pode sofrer deformação permanente.

As ondas sísmicas são detectadas por instrumentos capazes de perceber os movimentos do solo
por ocasião de sua passagem. Esses instrumentos são chamados geofones, ou hidrofones quando
são usados nos oceanos ou lagos. O registo das ondas é feito pelos sismógrafos. Os sismógrafos,
como indicado pelo próprio nome, “escrevem” o registo em papel (sismograma). Entretanto, as
versões modernas fornecem registosg digitais, cujos dados estão prontos para serem analisados
ou produzir os sismogramas.

Geralmente as rochas ígneas e cristalinas apresentam maiores velocidades de propagação do que


as rochas sedimentares. Estas velocidades tendem a aumentar com a profundidade. Nos meios

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estratificados é frequente observar-se anisotropia nas velocidades sísmicas: na direcção paralela
ao estrato é geralmente maior, da ordem dos 10 a 15%, do que na direcção transversal. As leis de
propagação dos impulsos sísmicos, originados por explosões, pela queda de um grave, ou pela
acção de um vibrador, são ainda deficientemente conhecidas. Porém, no que se refere à aplicação
dos métodos sísmicos à resolução de problemas de engenharia civil em que é relativamente
pequena a tensão que é necessário aplicar ao terreno para nele induzir uma onda elástica, pode-se
aplicar em primeira aproximação a teoria radial.

Convém no entanto ter presente que, normalmente, só a partir de certa distância do ponto onde se
aplicou a tensão de deformação se inicia a propagação duma onda elástica. Antes dessa zona, não
se verifica proporcionalidade entre as tensões e as deformações existentes no terreno, isto é, a
zona perturbada deixou de ser elástica. A proximidade da origem das ondas elásticas poderá ter
grande importância, principalmente quando das aplicações do método micros sísmico.

Existem três tipos de Método Sísmico que são: Directo, de Reflexão e Refracção.

Método Sísmico Directo

Directo toma muitas vezes a designação de método micros sísmico. Isso porque, para se avaliar
a velocidade duma onda que se propaga directamente da origem ao ponto de recepção, antes da
chegada de ondas refractadas e reflectidas, a distância entre aqueles pontos terá de ser da ordem
de alguns metros apenas sendo o tempo de percurso de onda da ordem dos microssegundos. Por
este motivo será suficiente empregar uma quantidade mínima de explosivo (uma cápsula
eléctrica, por exemplo) ou a queda de uma pequena massa para se originar uma onda elástica de
pequena amplitude.

Método Sísmico de Reflexão

Neste método, observa-se o comportamento das ondas sísmicas, após penetrarem na crosta,
serem reflectidas em contactos de duas camadas de diferentes propriedades elásticas e
retornarem a superfície, sendo então, detectadas por sensores (geofones ou hidrofones).

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Quando se recorre à reflexão sísmica em meio aquático, e principalmente em situações em que
os fundos sejam pouco profundos, as reflexões múltiplas na interface “água-terreno”, podem
aparecer, havendo mesmo situações em que praticamente impossibilitam a interpretação dos
registos. São nomeadamente de referir os casos em que múltiplas coincidem com reflexões
simples originadas noutras interfaces, ou quando, pela sua quantidade ao longo da secção,
dificultam grandemente a distinção entre os diferentes tipos de reflexão. Geralmente nos registos,
as reflexões múltiplas mais simples são reconhecidas por se apresentarem igualmente espaçadas
entre si. Importa ainda referir que para uma correta interpretação dos registos, é fundamental
distinguir as reflexões simples ou primárias, provenientes de verdadeiros reflectores (interfaces),
das reflexões múltiplas geradas adicionalmente.

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Embora, como se referiu, a prospecção sísmica pelo método da reflexão tenha grandes
potencialidades, verifica-se que existem ainda grandes limitações à sua utilização, inerente aos
métodos de prospecção indirecta, associados aos riscos elevados de interpretações incorrectas
dos elementos colhidos. No entanto, reconhece-se, que em associação com outros métodos de
prospecção, pode desempenhar um importante papel nos trabalhos de reconhecimento dos
maciços interessados pelas obras de engenharia civil.

Aplicações

A sísmica de reflexão é usada num vasto campo de aplicações, que podem ser divididas em três
categorias dependendo da profundidade:

 Aplicação perto da superfície - Geralmente usada em levantamentos de engenharia e


ambientais, para uma profundidade de cerca de 1 Km. Por exemplo, a exploração de
carvão, ou exploração mineral. Recentemente este método tem vindo a ser usado na
prospecção de energia geotérmica;
 Exploração de hidrocarbonetos - Este método é bastante usado na indústria de
hidrocarbonetos, para obter um mapa de impedância acústica a uma profundidade de
cerca de 10 Km. Este método pode ser combinado juntamente com outros métodos para
obter um modelo geológico de uma determinada área de interesse;
 Estudos da Crosta terrestre - Este método permite um estudo aprofundado até à origem
da crosta terrestre. Pode ir desde a descontinuidade de Mohorovicic até profundidades de
100 Km.

Método Sísmico de Refracção

Aqui as ondas sísmicas propagam se em sub-superfície e viajam as grandes distâncias, sendo


após captadas por sensores (geofones). As informações obtidas por este método geralmente são
de áreas em grande escala, trazendo informações pouco detalhadas das regiões abaixo da
superfície, situadas entre o ponto de detonação e o ponto de captação.

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Aplicação do método da refracção sísmica

Este método aplica-se normalmente com os objectivos de se conhecer em profundidade as


características geológicas correlacionáveis com as velocidades de propagação das ondas elásticas
(zonas e espessuras de alteração, possança de estratos, etc.) e as características mecânicas das
diversas formações interessadas pela prospecção. Para se alcançar estes objectivos é corrente
colocarem-se os geofones alinhados sobre uma superfície livre do terreno, do leito dum rio,
duma galeria, etc., e fazer-se rebentar uma carga de explosivo num pequeno furo colocado numa
das extremidades do perfil de geofones.

Mostra a experiência que o comprimento deste perfil deve ser cerca de quatro vezes a
profundidade até onde se pretende investigar. Evidentemente que o dispositivo de observação
deve ser disposto de forma que as medições não sejam afeitada por efeitos laterais observáveis à
superfície. Para se conseguir a caracterização mecânica das formações, por exemplo, através do
módulo de elasticidade dinâmica, torna-se necessário conhecer as velocidades das ondas
longitudinais e transversais. Para isso convirá empregar geofones especialmente construídos para
receberem ou as ondas longitudinais ou as ondas transversais, de preferência a procurar obter-se
nos sismogramas tradicionais as chegadas correspondentes às ondas transversais.

Em suma, o método da refracção sísmica é aplicável na resolução de um grande número de


problemas da engenharia civil, pelo que é bastante frequente a sua utilização, sendo referir
diversas aplicações, tais como:

 Avaliação do volume de terras em manchas de empréstimo para barragens;


 Estudo de locais de pedreiras;

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 Avaliação das condições de escalabilidade dos terrenos para inserção de obras, tais
como canais, estradas e vias férreas;
 Avaliação das características mecânicas das fundações de estruturas.

Dependendo dos objectivos da pesquisa, pode-se optar por analisar as ondas reflectidas (método
sísmico de reflexão) ou as ondas refractadas (método sísmico de refracção). No primeiro caso as
sucessivas reflexões irão fornecer mais detalhes das camadas geológicas, sendo, portanto, o
método mais empregado na prospecção de hidrocarbonetos (petróleo e gás). No método de
refracção, as ondas viajam grandes distâncias antes de serem detectadas pelo geofones, por isso
contêm informações de grandes áreas, mas com menos detalhes.

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Conclusão

Métodos sísmicos são os tipos de levantamentos geofísicos mais comummente usados para fins
de engenharia. A maioria dos estudantes de geofísica aprende sobre a propagação das ondas
sísmicas a partir de analogias com as leis da óptica. A sísmica de refracção proporciona a
engenheiros e geólogos os mais básicos dos dados geológicos através de procedimentos simples
feitos com equipamentos comuns.
O método sísmico fundamenta-se no facto de que as ondas elásticas propagam se em diferentes
velocidades em matérias ou rochas distintos. Por meio de uma fonte energética, inicia se a
propagação das ondas em um ponto e determinam se em outros pontos os tempos de chegada da
energia refractada ou reflectida pelas descontinuidades entre as diferentes matérias do subsolo,
estimando suas espessuras.

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Bibliografia

AGRELLA, F. M. S. SISMOLOGIA. s/d

ERNESTO, M e USSAMI, N. Introdução a Geofísica, Departamento de Geofísica IAG/USP,


2002.
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11341/11341_3.PDF
https://www.iag.usp.br/geofisica/sites/default/files/Método_Sísmico.pdf

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