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HISTÓRIA DOS DRINKS

MAIS FAMOSOS DO
MUNDO
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Olá meu amigo(a)!!!

Parabéns pela aquisição do livro digital Dose Extra – Histórias


dos Drinks Mais Famosos do Mundo!!!
Aqui você encontrará dezenas de histórias e curiosidades por
trás dos drinks. Já se imaginou cercado de amigos e enquanto
prepara um belo drink, conta a história envolvida na criação daquela
receita?
Além de aguçar o desejo em degustar seu drink, seus amigos
te acharão o máximo!
Você acaba de receber acesso VITALÍCIO e terá direito a
todas as ATUALIZAÇÕES que o e-book Dose Extra – História dos
Drinks Mais Famosos do Mundo!!!
Ou seja, toda vez que eu adicionar novas histórias, você será
o primeiro a receber. E tudo de maneira gratuita.

Esse é o meu presente para você que acreditou na qualidade


do meu trabalho. Dito isso, desejo a você boa leitura!!!

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Sumário
Rabo de Galo ..................................................................................................... 4

Daiquiri ............................................................................................................... 8

Espresso Martini............................................................................................... 10

Mojito ................................................................................................................ 14

Bloody Mary ..................................................................................................... 18

Absinto ............................................................................................................. 23

Cosmopolitan ................................................................................................... 30

Dry Martini ........................................................................................................ 33

Margarita .......................................................................................................... 36

Frozen Margarita .............................................................................................. 38

Negroni ............................................................................................................. 39

Old Fashioned .................................................................................................. 44

Gengi+Birra Paranaense .................................................................................. 48

Caipirinha ......................................................................................................... 50

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Para começar esse e-book, responda rápido:

Entre caipirinha e rabo de galo, qual você acha que é o mais


consumido no Brasil?

Acertou quem respondeu Rabo de Galo!!! Hoje ele é


responsável por 70% do consumo de cachaça no país.

Então vamos conhecer um pouco mais de sua história e porque


ele possui esse nome.

RABO DE GALO

É rabo de galo, mas pode chamar de cocktail.

Se a campanha que está em curso em São Paulo der certo, em


breve o mundo vai conhecer o rabo de galo. Os bartenders estão
fazendo um movimento pela valorização de coquetéis brasileiros, dos

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drinques com cachaça e ainda pelo resgate de clássicos nacionais.
A lista é encabeçada pela combinação de cachaça e bitter (infusão
amarga de raízes, folhas, frutos ou especiarias maceradas com
bebida alcoólica neutra), que nasceu simples e barata, fez fama no
balcão de padaria, ganhou o divertido nome que traduz a palavra
coquetel do inglês, e está chegando às cartas de bares descolados.

Rabo de galo é o coquetel mais consumido no Brasil. Dá para


acreditar? Ele não tem uma receita exata, porém, na sua criação, a
proporção original era de 2/3 de cachaça para 1/3 de bitter. E nem há
uma técnica fixa de preparo: as bebidas podem ser misturadas num
mixing glass com gelo ou no próprio copo de servir.

A história do rabo de galo está ligada à chegada da fábrica da


Cinzano a São Paulo, nos anos 1950. De olho na comunidade
italiana, a empresa se instalou por aqui. Porém, logo ficou evidente
que nos balcões de bares o paulistano bebia cachaça e não vermute
e a empresa resolveu estimular a mistura de vermute e cachaça. Fez
isso criando um copo exclusivo, com linhas da marcação das doses:
“Até aqui, vermute. Daqui pra cima, cachaça”, conta o bartender
Derivan de Souza, há 40 anos no mercado paulistano e hoje à frente
do bar Número.

“O fundo do copo, bem grosso, também foi pensado para


aguentar a batida no balcão na volta do gole. A criação foi batizada
de cocktail, termo na época já consagrado nos EUA para nomear a
mistura de bebidas. Com o tempo, acabaram traduzindo o nome para
rabo de galo, cock é galo e tail, rabo”, conta Derivan.

De São Paulo, o rabo de galo se espalhou para o resto do País


e acabou ganhando características próprias em cada região. Em

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Minas Gerais, rabo de galo é feito com Cynar. No Rio de Janeiro, é
chamado de Traçado.

Hoje o drinque adquiriu status e, nos últimos tempos, tem sido


pedido como qualquer clássico. O que os bartenders querem agora
é colocar o rabo de galo na lista da Associação Internacional de
Bartender (International Bartender Association, IBA), onde já está a
caipirinha. Essa é a lista que reúne os grandes coquetéis do mundo
com suas receitas oficiais: são 62 ao todo, incluindo a tradicional
mistura de cachaça, limão e açúcar, que entrou na seleção em 1998
graças ao esforço do bartender brasileiro Derivan de Souza, que na
época era o presidente da ABB. A caipirinha é o único drinque
nacional no rol até agora.

Para internacionalizar o rabo de galo, a Associação Brasileira


de Bartender (ABB) tem de colocar o coquetel em pauta no encontro
mundial, que é anual, e ele precisa ser aprovado pelos 90 países
membros da entidade. “Seria muito bom para a coquetelaria
brasileira”, diz Derivan de Souza.

O bartender do Guarita Bar, David Barreiro, é um dos


articuladores desse movimento de valorização do coquetel: “O rabo
de galo tem um paladar mais internacional, é fácil de reproduzir, pode
ser feito em qualquer lugar do mundo, diferentemente da caipirinha,
que, além de ter cara de praia e de país tropical, exige um pouco
mais de técnica e leva o limão-taiti, que não se acha em qualquer
país.”

E como a bebida não tem uma receita fixa, nem no balcão de


boteco pé-sujo nem no bar da moda, o negócio é falar de seus
ingredientes, pois, aí sim, o lugar em que é feito faz diferença, já que
no seu novo habitat a evolução do coquetel fica evidente.
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Nesses bares, o rabo de galo é feito com medidor em punho e,
quase sempre, com gelo de qualidade – uma das últimas grandes
preocupações que invadiu os copos. A temperatura mais baixa
diminui a percepção de amargor e a potência alcoólica da cachaça,
deixando o coquetel menos agressivo, mais fácil.

Com tantos cuidados, o rabo de galo está conquistando seu


lugar entre os grandes drinques. Afinal, como é que nasce um
clássico? Bom, geralmente começa com uma história para contar e
disponibilidade internacional dos ingredientes. A partir daí, se cair no
gosto popular, ganha relevância, visibilidade e reprodução.

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DAIQUIRI

O daiquiri é um coquetel tipicamente cubano feito com rum


branco, suco de limão, açúcar e gelo. Para entender melhor o seu
sucesso, é legal explorar a sua origem e como ele foi desenvolvido.

Sendo assim, acredita-se que a bebida foi, supostamente,


criada em 1905, em Santiago de Cuba, localizada no leste da ilha e
considerada a segunda cidade mais importante de Cuba. De todas
as histórias em torno do daiquiri, a mais difundida é a do engenheiro
americano Jennings S. Cox, que na falta do gim teria inventado a
bebida para um grupo de convidados americanos em um bar
chamado Vênus.

De tal forma que esse bar ficava próximo de uma mina onde os
trabalhadores recebiam mensalmente algumas garrafas de rum

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Bacardi. Então, naturalmente o rum foi misturado com o limão, açúcar
e gelo, evoluindo para esse drink cubano.

Além dessa história, existe outra relacionada ao escritor norte-


americano Ernest Hemingway, lembrado por ser um verdadeiro “bom
de copo”. Diz a lenda que os 16 daiquiris duplos (sem açúcar) que
ele bebeu no bar La Floridita, em Havana, não foram suficientes para
derrubá-lo. Aliás, esse bar é considerado “o berço do daiquiri”.

Mais tarde, a paixão de Hemingway pela bebida inspirou a


criação do drink clássico chamado Hemingway Special Daiquiri
(Papa Doble). Como resultado, a bebida que leva o nome do escritor
tem suco de toranja entre os ingredientes.

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ESPRESSO MARTINI

O espresso martini é conhecido por quase todos os


apreciadores de coquetel, mas nem sempre foi assim. Foi inventado
por Dick Bradsell em 1983, que na época trabalhava no Soho
Brasserie, e foi originalmente chamado de “Vodka Espresso”. Reza
a lenda que uma garota (que viria a se tornar supermodelo) chegou
no bar e pediu para Dick fazer um coquetel com café. Ele então
preparou um drink misturando vodka, açúcar, licor de café e uma
dose de espresso, que tirou da máquina de café que havia no balcão.
Essa história deu à bebida um ar de inovação que muitos outros
coquetéis modernos tentam replicar sem sucesso. Na década de 80,
Dick era um dos bartenders mais famosos de Londres, e criou outros

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coquetéis que talvez você conheça: Bramble, Russian Spring Punch
e Treacle.

Pouco tempo depois, quando Dick trabalhava no bar londrino


The Pharmacy, o drink passou a se chamar Pharmaceutical
Stimulant. Mais tarde, quando se tornou bartender-chefe do Match
Bar EC1, o coquetel voltou a ser chamado de Vodka Espresso. No
entanto, depois que caem no gosto popular, os coquetéis adquirem
vida própria, e durante os anos 90 a tendência era chamar de
“alguma coisa martini” qualquer bebida que viesse em uma taça de
coquetel (martini chocolate, martini melancia, martini maçã — havia
para todos os gostos). Então logo o coquetel já estava gravado no
consciente coletivo como Espresso Martini.

História da água tônica

A água tônica tem sua origem com a realiza espanhola. Data o


ano de 1638, quando a Condessa de Chinchon, esposa do vice-rei
espanhol que estava no Peru, adoeceu contraindo malária.

Os índios, conhecedores das plantas medicinais, prepararam


uma poção feita com a casca de uma árvore chamada Kina (nome
indígena), resultando na cura da nobre europeia. Posteriormente, a
árvore foi batizada de Cinchona em homenagem à condessa.

Cabe ressaltar que essa é uma versão da descoberta da


quinina, não tendo confirmações documentais se foi a primeira,
entretanto tem o charme da “realeza”.

A água tônica, como conhecemos, surgiu na Índia, no período


colonial do Império Britânico. Os ingleses levaram a fórmula para as

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fábricas de refrigerantes na Inglaterra, que foi patenteada no ano
de 1858.

História do Gim

Já o seu par perfeito, o gim, com poucos adeptos no Brasil,


pode ser considerado um irmão da vodca, só que com uma
personalidade mais marcante. A produção é bem similar à da sua
parente mais popular: cereais como trigo, cevada e milho são
fermentados para chegar num mosto de baixo teor alcoólico que é
destilado para chegar ao líquido neutro e com alta graduação de
álcool (90%). Daí pra frente é que começa a diferença.

Segundo o livro o Essencial e Cervejas e Destilados (ed.


Senac), a fama é inglesa, mas origem do gin vem da Holanda. No
século XVII (1650), o médico e professor, Francisco de La Boie,
conhecido como Sylvius, pesquisava um remédio diurético que
amenizasse problemas renais. Para isso juntou o zimbro ao destilado
de cereais e fez o que mais tarde seria conhecido como gim. O nome
é nada mais que uma corruptela das variantes genever (zimbro em
holandês), genievre (no francês) e ginepro (em italiano). Sendo a
Itália e sua Toscana, a principal região produtora de zimbro.

O casamento perfeito

O gim-tônica (português brasileiro) ou gin tónico (português


europeu) é uma bebida alcoólica que surgiu com a necessidade dos
soldados ingleses consumirem quinino para evitar a malária. Como o
tônico com quinino era muito amargo, os soldados adicionavam gim
para torná-lo mais palatável.

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Atualmente é bastante difundido no mundo, especialmente no
Reino Unido e com forte crescimento no Brasil, consiste na mistura
de gim, água tônica e lima, em variadas proporções.

Claro, nós brasileiros fizemos centenas de variações da receita


original, dando a ela nosso toque cultural.

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MOJITO

Seu nome e origem são incertos, mas há boas histórias


envolvendo o lendário corsário Francis Drake e o
escritor/jornalista/aventureiro/bebedor emérito Ernest Hemingway.

No século XVI, dizem ter sido criado durante uma visita do


corsário a Cuba ou a bordo de seu navio um coquetel com
aguardiente (destilado precursor do rum), limão, açúcar e hortelã.
Seu nome era Drac, Drak ou Draque, dependendo da fonte
consultada. Ele era bebido principalmente por seu efeito medicinal.

Quando Don Facundo Bacardi Massó fundou a companhia


destilaria que leva seu nome, o drink mudou a base para rum e o
nome para Mojito. Há ainda quem diga que o Mojito é uma variação
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do Mint Julep levada por norte-americanos que visitavam Cuba,
especialmente nos anos da Lei Seca.

Hemingway entra na história da seguinte forma: o bar La


Bodeguita del Medio, em Havana (Cuba), afirma ter sido o criador do
Mojito e onde o escritor preferia beber os seus. Porém, a não ser por
um pedaço de papel emoldurado e supostamente assinado por
Hemingway que está pendurado no bar, ele não cita o Mojito ou La
Bodeguita em nenhum de seus livros, cartas ou memórias.

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MOSCOW MULE

Antes de mais nada: a versão original é apenas vodka, limão


espremido, ginger beer e gelo. O coquetel com espuma de gengibre,
que bebemos em 10 entre 10 bares brasileiros, é uma variação criada
pelo bartender Marcelo Serrano, em 2009 no MyNY bar em São
Paulo, para suprir a falta de ginger beer no país naquela época.

A criação original tem duas versões. A primeira diz que John


G.Martin, dono dos direitos da vodka Smirnoff nos EUA, e seu amigo
Jack Morgan, dono de um famoso pub em Los Angeles e que queria
popularizar sua marca própria de ginger beer, criaram o drink
durante uma visita a um bar em Nova York. A segunda versão diz
que o Moscow Mule foi criado pelo bartender Wes Price, no bar Cock
'n'Bull. Ele queria desovar um estoque de ginger beer que estava
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para vencer. Ele serviu o drink ao famoso ator Broderick Crawford e
a novidade se espalhou (ou viralizou, como diríamos hoje em dia).

O que é fato indiscutível: Martin e Morgan foram os grandes


promotores do Moscow Mule, ao adotar a caneca de cobre, por
sugestão da namorada do segundo, que era herdeira de uma fábrica
de…sim, canecas de cobre! Além disso, quando do surgimento da
câmera Polaroid, em 1957, o Moscow Mule já era um drink
conhecido. Para incrementar as vendas, Martin passou a visitar bares
e fotografar bartenders com Smirnoff em uma mão e o drink em outra.
Ele dava um instantâneo ao bartender, que o expunha orgulhoso em
seu bar, e levava uma segunda foto ao bar seguinte, perguntando se
ele não queria entrar para essa galeria.

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BLOODY MARY

A complexa história do coquetel Bloody Mary

Inspirado em uma monarca inglesa, o drink tem versões com


vodca e gin.
O coquetel Bloody Mary sempre chamou atenção por seu
sabor de ingredientes exóticos e também pelo próprio nome peculiar.
Essa excentricidade vai ainda além, e se mostra também na
origem de criação do drink, que é inspirado na Rainha Maria I da
Inglaterra.

Antes de Maria I: os relacionamentos de Henrique VIII

Antes de falar sobre Maria – ou Mary –, é preciso entender seu


contexto familiar. Ela nasceu em 18 de fevereiro de 1516, na
Inglaterra. Foi a única herdeira verdadeira de Henrique VIII e Catarina

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de Aragão, já que as outras crianças não sobreviveram à infância ou
à gestação.
O problema é que seu pai, o rei, queria ter um filho homem para
quem pudesse passar a coroa. A cultura da época era
preconceituosa, e não julgava que uma mulher pudesse carregar a
linha de sucessão.
Henrique VIII culpava as tentativas falhas de ter um filho na
origem incomum de seu relacionamento com Catarina de Aragão.
Antes de se juntar a ele, ela era casada com o irmão do rei, Arthur,
até sua morte. Com o passar do tempo, Henrique passou a achar que
não conseguia ter um herdeiro homem justamente por causa da
relação supostamente pecaminosa que tinha com a esposa.
Em 1527, Henrique VIII queria se separar de Catarina para se
casar com Ana Bolena, filha do Duque de Norfolk. No entanto, a
Igreja Católica não permitia a separação de um casal em matrimônio.
Depois de romper laços com a constituição católica, ele criou sua
própria religião, a Igreja Anglicana, que lhe permitiria sair do
casamento.

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Henrique VIII e Catarina de Aragão | Foto: Popperfoto/Getty Images & Imagno/Getty Images

Católica ferrenha, o baque foi grande para Catarina. Ela nunca


de fato aceitou a anulação de seu casamento. Foi exilada e passou
a viver longe de Maria, que, em meio a obsessão do pai para ter um
menino, foi afastada da linha de sucessão.
Depois do fim do casamento com Ana Bolena – a quem ele
mandou executar em 1536 por causa de acusações de adultério, alta
traição e incesto –, o rei Henrique VIII se casou com Jane Seymour,
que faleceu ao dar à luz a um menino.
Durante toda a vida, Henrique VIII teve seis esposas. Com seu
falecimento em 1547, o conselho regente assumiu o poder da
Inglaterra até que Eduardo VI, o herdeiro, atingisse a maioridade.
Aos 15 anos, porém, Eduardo ficou doente. Antes de morrer,
indicou a prima Joana Grey para sucedê-lo. Ele temia a ascensão
das irmãs – Maria e Isabel, filhas de seu pai com Catarina de Aragão
e Ana Bolena, respectivamente – ao trono. Tinha receio em especial
de Maria, que poderia trazer a Inglaterra de volta ao catolicismo.

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Bloody Mary, a Maria Sanguinária

Ilustração de Mary I, rainha da Inglaterra | Foto: Wikimedia Commons

Porque o casamento de seus pais foi anulado, Maria passou a


ser ilegítima perante a corte e, portanto, à linha de sucessão. O rei
nunca escondeu que não se importava com ela. Na adolescência foi
mandada para Hertfordshire, no sul da Inglaterra, para viver em meio
a criadagem da tia, Lady Shelton.
Depois de anos isolada e se sentindo injustiçada, Maria cansou
de ser a vítima. Já adulta, montou um exército de seguidores devotos
a sua mãe e invadiu Londres. Ela destronou e executou sua prima
Joana.
O maior objetivo de Maria como rainha era restaurar o
catolicismo na Inglaterra e, assim, reatar as relações com Roma. Mas
seu casamento com Carlos V, o futuro Rei Felipe II da Espanha, era
visto com maus olhos. Achava-se que ele poderia se intrometer
demais nas decisões inglesas. Por causa disso, várias pessoas se
juntaram para depô-la.

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Assim nasceu a fama de Bloody Mary, a Maria Sanguinária.
Enfurecida com as tentativas de tirá-la do poder e separá-la do
marido, e também traumatizada com o descaso que sofreu na
infância, ela não mediu esforços para destruir seus opositores.
Travou batalhas e declarou mais de 300 execuções em seus cinco
anos de reinado.

O coquetel Bloody Mary

A origem do coquetel Bloody Mary não é certa. Ninguém sabe


exatamente quem, quando ou onde foi inventado.
Uma história diz que a criação se dá na década de 1920, em Paris.
O bartender Fernand Petiot teria recebido o pedido de americanos
para fazer um drink com aparência e aroma que pudessem disfarçar
o álcool. Eles queriam levar a bebida de volta aos Estados Unidos
sem problemas, já que o país passava pela Lei Seca na época.
Outra teoria aponta que o criador verdadeiro é George Hessel,
uma estrela de Hollywood dentre os anos 1920 e 1950.
O nome do drink também tem algumas versões. Alguns dizem
que a homenagem foi à Mary Pickford, uma atriz do cinema mudo.
Outros falam que o nome é de uma garçonete do bar Bucket of Blood,
em Chicago. Os clientes teriam a apelidado de Bloody Mary.
Mas a maioria dos apreciadores da bebida não têm dúvidas de
que a inspiração é a Rainha Maria I da Inglaterra. A composição e
estética do drink muito se remetem à monarca britânica: destemida e
furiosa.

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ABSINTO

Vários mitos e lendas giram em torno do absinto, mas o que é


verdade por trás disso tudo e, afinal, o que ele é, no fim das contas?

Banida no início do século passado em vários países por ter


levado a fama de alucinógena, a bebida foi consumida por
personalidades como Edgar Allan Poe, Charles Baudelaire, Van
Gogh, Lord Byron e muitos outros símbolos de quebra de paradigma
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da época em que viveram. Queridinha dos boêmios, foi eliminada do
mapa na onda proibicionista que assaltou a indústria de destilados,
no século XX, e ressurgiu apenas às portas do século XXI.
Reformulada? Sem a famosa fada verde? É o que veremos.

Há registros de que o absinto tenha sido consumido desde o


antigo Egito, perpassando pela cultura Grega e a Idade Média, até
chegar aos nossos dias. O que é preciso levar em conta nessa
história é que, assim como muitas outras bebidas, o absinto surgiu
com um propósito estritamente medicinal. O próprio ‘Pai da
Medicina’, Hipócrates, receitava a Artemísia absinthum para curar os
males da anemia, asma, reumatismo, dor de estômago e outras
moléstias. Fato é que ainda na atualidade, uma boa banca de ervas
vende absinto com estas mesmas finalidades, às vezes com seu
outro nome: ‘losna’.

Os primeiros registros do uso do absinto de forma semelhante


à que encontramos em nossos dias data apenas do século XVIII: uma
base alcoólica com anis verde, funcho e absinto em solução
alcoólica.

É verdade que ainda nessa época ele era apenas um elixir ‘para
todos os males’, criado pelo médico francês Pierre Ordinaire
enquanto vivia em Couvet, na Suíça. A receita do remédio foi vendida
algumas vezes e passou de mão em mão até chegar a um certo
Major Dubied, que com o auxílio de seus filhos abriu a primeira
indústria de absinto, chamada Dubied Père et Fils. Um dos genros de
Dubied, Henry-Louis Pernod, foi o responsável por fazer com que
uma segunda indústria de absinto fosse criada, dessa vez na cidade
de Pontarlier, na França. Esta companhia, fundada em 1805, recebeu
o nome de Maison Pernod Fils e tornou-se uma das maiores

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produtoras da bebida, até que fosse banida do país, em 1914. O
nome soa familiar?

Até sua proibição, o absinto era comercializado como um


preventivo à malária, consumido de modo particular pelas tropas
francesas enviadas para as guerras. Mas o paladar caiu no gosto da
de todos e o aumento de produção da bebida tornou-a extremamente
acessível, fazendo-a uma febre entre a população em geral, de modo
que, por volta de 1860, na França, já era costume chamar o ‘Happy
Hour’, que acontecia às 17h, de ‘L’heure Verte‘ (Hora Verde). Ali o
absinto era bebido por todas as classes sociais em bistrôs, cafés e
bares, chegando ao consumo absurdo de 36 milhões de litros apenas
no ano de 1910 – superando em mais de sete vezes o consumo de
vinho no mesmo período.

ABSINTO GANHA O MUNDO

A partir das duas primeiras fábricas e de outras menores que


surgiram na França e Suíça, o absinto passou a ser exportado, no
final do século XIX, para o mundo inteiro e, a estas alturas, já não era
consumido apenas como elixir, mas como uma bebida alcoólica para
fins recreativos em bares da Europa e América do Norte.

Foi nos Estados Unidos, inclusive, que teria surgido um dos


primeiros cocktails que utilizavam o absinto: o Sazerac. Bares de
New Orleans, como o Old Absinthe House Bar e o Absinthe Room,
popularizaram a bebida, ainda mais porque eram frequentados por
figuras ilustres como Mark Twain, Oscar Wilde e Frank Sinatra, que
compunham a boemia da cidade ao lado de figuras mais exóticas

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como Aleister Crowley e até mesmo um dos presidentes dos Estados
Unidos, Franklin Roosevelt.

O problema é que o preço baixo fez com que o consumo


excessivo se estabelecesse, não apenas em sua terra natal, mas
também em todos os outros lugares onde se tornou tendência.

MITO 1: A ALUCINAÇÃO É CAUSADA PELA ERVA DO ABSINTO

A literatura produzida por muitos de seus consumidores (já


citados acima, como Poe, Baudelaire e Lord Byron) foi uma das
grandes responsáveis por se criar o mito da Fada Verde, que induzia
as pessoas a acreditarem que o absinto era capaz de produzir efeitos
alucinógenos. Também se disseminaram outros mitos envolvendo
personalidades, como o de que Van Gogh teria cortado a própria
orelha após um porre de absinto.

Estas histórias são atribuídas a um dos componentes químicos


da artemísia absinthum, a tujona. Estudos apontam, contudo, que
apenas quando consumida em doses elevadas é capaz de produzir
efeitos prejudiciais à saúde, como espasmos e convulsões.

A ‘Fada Verde’, no entanto, quando consumida de forma


excessiva, causa ebriedade, blackout alcoólico e até coma alcoólico
– mas por causa do asbsinto mesmo, a tal fada não deu as caras até
o momento. Mais adiante veremos que um outro fator pode ter sido
responsável por casos isolados de alucinações.

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MITO 2: A ALUCINAÇÃO É CAUSADA PELO TEOR ALCOÓLICO

É verdade que o absinto é uma bebida com alto teor alcoólico.


O suíço normalmente possui entre 68% e 72% de álcool, o demi
possui entre 50% e 68% e o francês, entre 45% e 50%. Isto não
significa que, no decorrer da história, esta alta graduação tenha sido
responsável por alucinações. Isso porque desde que se tornou
popular, o absinto passou a ser servido de uma forma bastante
peculiar que reduz bastante sua porcentagem de álcool.

MODO DE SERVIR O ABSINTO

Ritual à la française

Os bares de absinto, desde o século XIX, passaram a adotar


um equipamento utilizado no serviço, que consiste em uma coluna
com torneiras de água.

Para servir absinto, é colocada uma pequena dose em um


copo. Em seguida, é colocada a colher para absinto sobre o copo e
em cima dela um torrão de açúcar. Sobre este torrão de açúcar, um
gotejar de água constante é responsável pelo derretimento do torrão
e a solução da bebida em água.

Deste modo, uma dose de absinto chega à graduação alcoólica


próxima a de um vinho. O volume de absinto ingerido, então, para o
consumo de grande quantidade de álcool, seria semelhante ao de
alguém que consome vinho, diminuindo o punch alcoólico e o as

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possibilidades de embriaguez.

A COR VERDE

Como já dito, os três principais ingredientes do absinto são o


absinto propriamente dito (arthemisia absinthum ou losna), o anis
verde e o funcho. Outros ingredientes também costumam ser
infusionados no álcool, como anis estrelado e ingredientes frescos
como hissopo, melissa, angélica, hortelã-pimenta, coentro e
verônica. Destes, além de atributos de sabor, também provém a cor,
conferida pela clorofila presente em suas composições.

VERDE TÓXICO E ALUCINÓGENO

Alguns produtores no final do século XIX omitiam a infusão de


botânicos dotados de clorofila e adicionavam sulfato de cobre anidro
à bebida, a fim de torná-la verde. Isto sim, provavelmente, tenha sido
responsável por alterações de estado de consciência severos,
alucinações e intoxicações, mas não era uma prática generalizada e
sempre foi mal vista entre os produtores de absinto.

Atualmente, alguns absintos mais baratos são aditivados com


corantes alimentícios. É possível também encontrar algumas marcas
de absinto rosa e vermelho. Estas colorações são conferidas pela
infusão de rosas ou hibisco antes da última destilação.

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EFEITO OUZO OU LOUCH

Quando é adicionada água ao absinto, a bebida se torna opaca


– fenômeno que leva o nome de efeito ouzo ou louch. Isto se deve à
presença dos óleos essenciais das plantas na composição do
absinto. Como estes óleos são hidrofóbicos, ou seja, não se
dissolvem com facilidade na água, microbolhas são formadas,
conferindo aparência turva à mistura. Este efeito, contudo, é delicado
e acaba se desfazendo ou tornando-se mais sutil quando o líquido é
misturado ou agitado.
Este fenômeno também pode ser observado em outras
bebidas, como o arak (árabe), pastis (francês), sambuca (italiano) e
ouzo (grego). Use a favor da apresentação, adicionando a água na
frente do cliente que nunca bebeu absinto e receba um ‘uau’ como
resposta.
Antes do banimento do absinto, produtores pouco escrupulosos
adicionavam tricloreto de antimônio à composição para provocar o
mesmo efeito, o que também arrebentava com a saúde das pessoas.
Felizmente esta prática não é mais adotada

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COSMOPOLITAN

As aparências podem enganar, surpreender e até formar uma


opinião. Então, o que falar de um coquetel servido em taça dry, de
coloração rósea e singela decoração? Deve ser doce! Com certeza
é um coquetel fraco com gosto de morango. Hm...coquetel com boa
aparência, mas deve ter um daqueles sabores grudentos e super
adocicados. Provavelmente um coquetel doce, criado para agradar
alguma mulher em alguma festa. É, se o Cosmopolitan já criou uma
dentre essas impressões, ele realmente é um coquetel cuja
aparência, engana.
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Praticamente um personagem coadjuvante de um dos seriados
femininos mais assistidos mundialmente, o cosmopolitan não é
criação de um bartender, uma cidade, um estado, o que ele tem de
único é seu sabor, cor e nacionalidade, este é um coquetel norte
americano. Isso nos leva a deduzir que a sua autoria é disputada e,
saibam que essa disputa perdura através de décadas.

O cosmo (apelido) teria nascido na década de 70 dentro de uma


comunidade homossexual em Massachusetts ou teria sido criado por
Neal Murray, em 1975 quando ainda era estudante e, precisando de
emprego candidatou-se a vaga de bartender. No mesmo ritmo de
Tom Cruise, no filme Cocktail, Murray teve de aprender a preparar os
coquetéis em três dias, inclusive o mais pop da época, que era o
Kamikaze. Murray, em um dia tranquilo atrás do bar teria adicionado
um pouco de suco de cranberry à receita original do Kamikaze
(Vodka, Cointreau e suco de limão) e, ofereceu à seu chefe a nova
mistura, este por sua vez extasiado com o novo sabor teria chamado
de cosmpolitan, no sentido de ser incrível.

Mas, como já falamos, muitos outros bartenders usaram


receitas semelhantes e, dão seus motivos para a criação do
espetacular coquetel. Algumas razões rondam a aparência e a
necessidade de se aparecer segurando a bela taça de Dry, sem
precisar saborear o seco Dry Martini, essa tem a data de criação
entre 1985/1986 e, não leva os mesmo ingredientes do conhecido
Cosmo, mas sim era usado Absolut Citrus, Triple Sec e limão e
cranberry suficiente para deixar o coquetel rosa. Mas, o nosso
Cosmo, a receita pedida até hoje data entre os anos de 1987/1988,
quando Toby Cecchini trabalhou a receita de Cheryl Cook (descrita

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acima), de forma diferente usando o Cointreau e suco de limão
fresco.

Com isso vimos que nosso querido Cosmopolitan não tem 35


anos de existência e, como suas fãs Carrie, Miranda, Samantha e
Charlotte, obteve seu reconhecimento mór jovem, mas diferente do
que aconteceu ao seriado que ajudou a colocar no gosto popular tão
célebre coquetel, sua história não tem fim e, portanto ainda
poderemos ver, saborear alguma outra variação que pode levar ao
cosmo.

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DRY MARTINI

Apreciador ou não de bons drinks, as chances de você já ter


ouvido falar sobre o que é Dry Martini (ou apenas Martini)
definitivamente são grandes. Inclusive, você sabia que ele
é conhecido popularmente como o “Rei dos Coquetéis” em todo o
mundo? Descubra tudo a respeito desse drink alcoólico que figura
entre os mais famosos do planeta!

Uma trajetória misteriosa

É verdade que não se sabe ao certo o início da história do Dry


Martini. Mas existem registros de que para se chegar na versão atual
do drink, foram necessárias seis transformações na receita original
ao longo dos anos.

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Atualmente, apreciar um Dry Martini significa degustar uma
bebida que pode apresentar variações no modo de fazer,
ingredientes e proporções de ingredientes em sua composição.
Ainda assim, existe uma característica em especial que tem presença
garantida na maior parte das receitas: a azeitona verde servida junto
com o drink.

Os primeiros sinais do Dry Martini

Os possíveis indícios da sua primeira aparição remontam aos


anos de 1880, quando o escritor Harry Johnson’s escreveu o livro
Manual de Bartenders. Inicialmente feito
com gin, vermute, licor, Bitter, xarope de goma, gelo, azeitona e
casca de limão, o Dry Martini era mexido com uma colher.

Cerca de dois anos mais tarde, outra receita do drink, que a


partir de então passou a levar também o nome de Martinez, foi criada
por Jerry Thomas. Além dela ser agitada em uma coqueteleira, e não
mais mexida com colher, seus ingredientes eram vinho, gin, licor,
Bitter, gelo e uma fatia de limão.

Transformações recorrentes ao longo do tempo

A terceira mudança na composição do drink aconteceu ainda


no século XIX, quando Thomas Stuart criou a versão até então mais
próxima do que conhecemos hoje como o que é Dry Martini: gin,
vermute e Bitter.

A partir dos anos de 1900, a receita começou a sofrer cada vez


menos transformações e foi adotado o nome Martini (ou Dry Martini)

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para ela. Em 1908, por exemplo, ela continha gin, vermute seco
francês, Bitter, azeitona e casca de limão. Menos de cinco anos
depois, o drink incluía gin seco, vermute seco francês, Bitter,
azeitona e casca de laranja.

As últimas mudanças na composição do drink

Finalmente, nos anos de 1950 a receita do Dry Martini sofreu a


última transformação. Criada em Hollywood por Ian Fleming, ela
passou a misturar gin, vodka, Lillet e casca de limão, e ser chamada
por Vesper.

De forma geral, a indicação básica para o preparo do Dry


Martini nos dias atuais é misturar com cuidado gin e vermute seco
em um recipiente (a proporção é de seis para um). Após esse
processo, coar a bebida enquanto a transfere para uma taça coquetel
ou martini previamente resfriada. Por fim, concluir com uma azeitona
e casca de limão.

Seja feito com os ingredientes originais, seguindo alguma das


variações reveladas com o passar dos anos, ou indo ao encontro das
orientações da receita atual, o Dry Martini inquestionavelmente é um
dos melhores acompanhantes para todas as ocasiões.

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MARGARITA

“Se a vida lhe der limões, faça margaritas” J. Buffett

A refrescante Margarita, coquetel de cenas de filmes e de


praias paradisíacas, é famosa também por sua combinação de
tequila, licor de laranja e suco de limão, servida em taça crustada
com limão e sal, o que nos remete ao modo clássico de se tomar a
bebida mexicana a base de ágave-azul.

Assim como outros coquetéis clássicos, a Margarita está


envolta em mistérios e segredos, alguns revelados e outros que
serão para sempre uma interrogação na história dos coquetéis. O

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primeiro mistério é sobre quem e quando foi inventada. Dizem que
foi um barman mexicano que criou em 1934 em homenagem à uma
amiga do proprietário do restaurante onde ele trabalhava. Outros
contam que a Margarita foi criada em 1936 por Danny Negrete, para
a esposa do irmão, Margarita, entre outras histórias que envolvem
barmen e senhoras de nome Margarita.

Porém a história mais contada por todos que tomam margarita


é que esta foi criada no fim da década de 1940, em Acapulco, em
uma das festas oferecidas pela socialite americana Margareth
Sanders, ou Sammers, que para surpreender seus convidados, entre
eles senhor Hilton e atores de Hollywood, criou uma bebida com
tequila, cointreau e suco de limão. Durante muito tempo se referiam
a Margarita apenas como O Drinque, até o dia em que o esposo da
senhora Margareth, feliz com o sucesso do drinque criado pela
esposa, ofereceu em outra festa a Margarita, Margareth em
espanhol.

E deste dia em diante todos já sabem o que aconteceu, de bar


em bar alguém pedia a bebida refrescante, e hoje é um dos coquetéis
mais vendidos em todos os dias quentes do mundo. O copo é a taça
tradicional que lembra os famosos chapéus dos mariachis.

Mas não precisa hablar español ou estar no México para se


tomar margarita, basta pedir quando sentir vontade de estar perto de
praias ou cenas de cinema.

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FROZEN MARGARITA

O surgimento da Frozen Margarita não foi um mero acidente.


Foi inventado em 1971 por Mariano Martinez, um dono de
restaurante de Dallas que se inspirou no 7-Eleven’s Slurpee.
Martinez teve a ideia genial de trabalhar com uma máquina fora de
uso e transformá-la na primeira fabricante de frozen margarita do
mundo.

Essa máquina que deu origem a criação da frozen Margarita foi


adquirida em 2005 pelo Museu Nacional de História Americana do
Smithsonian em Washington, D.C., onde hoje você ainda pode se
maravilhar com o espírito empreendedor de Martinez.

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NEGRONI

Imagine a seguinte situação, você está em uma mesa de bar


rodeadas por amigas(os) queridos e ansiosa para começar a beber.
Contudo, nesse em dia em questão você está com vontade de pular
a boa e velha cerveja e conhecer novos drinks.
Com o cardápio em mãos, a dúvida chega e você não sabe qual
escolher. Uma das pessoas que te acompanha vira e diz “já tomou
um Negroni?” e você nunca nem ouviu falar nessa bebida. Seu amigo

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começa a lhe falar sobre o saber diferenciado da mistura e sua
curiosidade vai aumentando.
No fim, com sede de saber se a mistura é tão deliciosa assim,
você a escolhe. É fato que todo mundo já escolheu uma bebida
apenas pelo sabor, e se você nunca, com certeza conhece alguém
que já. A grande questão é: um drink nunca é só um drink.
Todas as bebidas que existem no cardápio de um bar carregam
uma biografia e um contexto de acontecimentos que geraram a
criação da combinação que levou até o coquetel. Entretanto, nem
sempre os clientes e consumidores estão interessados nessa
história. Por exemplo, de onde veio a caipirinha? Bebida típica
brasileira que mais da metade dos brasileiros não sabe onde
nasceu.
Ainda assim, quando a bebida ganha o nosso coração, esse
interesse começa a aumentar. O Negroni, usado na parábola acima,
está se tornando cada vez mais popular. Pensando nisso,
resolvemos trazer toda as informações que os amantes desse drink
querem saber. Dá uma olhada:

O que é o Negroni?

O Negroni é um coquetel italiano servido pelo mundo inteiro que


contém gim, vermute e bitter (bebida alcoólica com gosto de
essências herbais). Muitas vezes, a bebida vem acompanhada de um
pedaço ou casca de laranja, que serve para decorar e acrescentar
um sabor a mais.

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História e origem

Bom, existem sequências de histórias diferentes que rondam


esse drink. Porém, todas elas acabam indicando para a mesma linha
de raciocínio e tempo. Em Florença, na Itália, vivia uma família muito
rica e poderosa, os Negronis.
Um dos integrantes dessa família usava dois nomes, Conde
Camillo Negroni e General Pascal Oliver. Até hoje, não entendesse
bem o real motivo dessa dupla identificação. Entre 1855 e 1865, o
Conde estava em trabalhando como comandante no Senegal, em
uma base na colônia francesa de Saint Louis.
Naquela época, era comum que a comunicação acontecesse
por meio de cartas. Afinal, não tinha outro jeito. Em uma das cartas
que o Conde enviou para seu irmão, ele conta que teria oferecido
para os frequentadores de um clube famoso em Senegal (Lunéville
Officers Club) uma mistura alcoólica à base de vermute. Foi aí onde
tudo começou, mas não onde nasceu o verdadeiro Negroni.
Anos depois, mais precisamente em 1919, o Conde volta para
Florença. Como amante de bons drinks, era de se esperar que ele
fosse assíduo de bares e clubes. Um desses ambientes era o Casoni
Bar. Outro ponto fundamental para que a história seja entendida é
que na época, o drink mais forte e famoso na Itália era o Americano
(bitter, vermute tinto e água gaseificada).
Certa noite, o Camillo Negroni vai até o lugar e pede para que
o barman Fosco Scarselli por uma bebida mais forte que o
Americano. O barman fica em dúvida mas, imediatamente, começa
a trabalhar sua criatividade. Ele decide trocar a água com gás pelo
gim.

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A partir disso, nasceu o verdadeiro Negroni. Observe que a
bebida levou o nome do cliente, o que é muito comum em restaurante
e bares nos dias de hoje. Depois da criação, os estabelecimentos ao
redor do mundo começaram a copiar e servir a mesma bebida. Dessa
forma, o drink se disseminou pelo mundo e está até hoje.

Curiosidades

Como falamos no começo, um drink nunca é só um drink.


Conforme os anos vão passando, a bebida foi criando marcas no
mundo. Um fato curioso é que o verdadeiro Negroni ficou tão
famoso, requisitado e aprovado que ganhou um bar com seu nome.
O ambiente está localizado em São Paulo, no alto do bairro
Pinheiros. Um lugar boêmio, que serve bebidas destiladas e até
mesmo pizzas feitas em forno a lenha. Um espaço envolventemente
rústico que nos remete a Itália. O endereço é Rua Padre de Carvalho,
número 30.

Negroni pronto

A popularidade da bebida foi crescendo cada vez mais, e isso


foi sendo percebido pelo mercado mundial. Cada vez mais estava
ficando marcado o quão as pessoas estavam se apaixonando
pelo verdadeiro Negroni. Contudo, também foi ficando nítido o quão
o valor nos bares estava ficando elevado e como algumas pessoas
tinham dificuldade em prepará-los em casa.
Diante disso, decidiram engarrafar e vender a bebida pronta.
Ou seja, hoje é possível você encontrar uma garrafa de negroni já
misturada e pronta para consumo. Muito legal, né?
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Receitas e combinações

Agora, veja aqui como é simples e fácil preparar esse drink


fantástico. Trouxemos a receita da bebida original e algumas de suas
misturas diferenciadas. Lembre-se de escolher bem as marcas de
sua mistura, você pode usar gins nacionais ou internacionais.

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OLD FASHIONED

O old fashioned é uma bebida alcoólica, ou


um coquetel aperitivo, feito com uísque, bíter, açúcar triturado
no almofariz e guarnecido com uma casca de laranja e cereja. O
nome do coquetel, em inglês, significa antiquado.] É tradicionalmente
servido em um copo do tipo tumbler que recebeu o mesmo nome da
bebida.

O old fashioned, que foi desenvolvido durante o século XIX e


nomeado nos anos 1880, é um coquetel oficial da International
Bartenders Association, classificado como um "inesquecível". É
também uma das seis bebidas básicas listada no livro The Fine Art
of Mixing Drinks, David A. Embury.

A primeira definição documentada da


palavra "cocktail" (do inglês, coquetel) foi em resposta à carta de um
leitor que pediu para definir a palavra na edição de 6 de maio de 1806
da publicação The Balance and Columbian Repository em Hudson,
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Nova York. Na edição de 13 de maio de 1806, o editor do jornal
escreveu que era uma mistura potente de destilados, bíter, água e
açúcar; Também foi referido na época como uma espécie amarga
de sling, uma mistura de destilado, açúcar e água. O escritor J.E.
Alexander descreve o coquetel de maneira similar em 1833, da forma
como ele encontrou na cidade de Nova Iorque, feito com rum, gin ou
conhaque, quantidade significante de água, bíter e açúcar, embora
ele também tenha incluído noz-moscada como guarnição.

Em torno dos anos 1860, era comum adicionar ao coquetel o


licor de laranja curação, absinto e outros licores que podiam ser
adicionados. A mistura original, embora em proporções diferentes,
voltou à moda, e foi referida como "old-fashioned", que quer dizer
"antiquada".[10][11] Os mais populares dos coquetéis "old-
fashioned" na moda eram feitos com uísque, de acordo com
um barman de Chicago, citado no jornal Chicago Daily Tribune em
1882, com uísque de centeio sendo mais popular do que Bourbon. A
receita que ele descreve é uma combinação semelhante de
destilados, bíter, água e açúcar, de sessenta e seis anos antes.

Segundo o historiador Albert Stevens Crockett, autor da


série The Old Waldorf-Astoria Bar Book, o primeiro uso do nome "old
fashioned" para um coquetel de uísque Bourbon foi em Pendennis
Club, um clube de cavalheiros fundado em 1881
em Louisville, Kentucky. A receita foi inventada por um barman no
clube em homenagem ao Coronel James E. Pepper, um ilustre
produtor de bourbon, que o levou ao bar do Waldorf-Astoria
Hotel em Nova Iorque.

Com a concepção da bebida arraigada na história da cidade,


em 2015, a cidade de Louisville nomeou o old fashioned como o seu

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coquetel oficial. Todo ano, durante as primeiras duas semanas de
junho, Louisville celebra a "Old Fashioned Fortnight" (Quinzena
do Old Fashioned) que abrange eventos com bourbon, coquetéis
especiais e o Dia Nacional do Bourbon, que é sempre celebrado em
14 de junho.

Nos anos 1860, como demonstrado por Jerry Thomas no livro


de 1862, as receitas básicas de coquetel incluíam Curaçao ou outros
licores. Esses licores não foram mencionados nas descrições do
início do século XIX, nem nas descrições de coqueteis "Old
Fashioned" do Chicago Daily Tribune do início dos anos 1880; eles
também estavam ausentes nas receitas de Old Fashioned de
Kappeler. As diferenças das receitas de coquetel Old Fashioned do
final do século XIX são principalmente o método de preparação, o
uso de açúcar e água em vez de xarope simples ou xarope de goma
e a ausência de licores adicionais. Essas receitas de coquetel Old
Fashioned são literalmente para coqueteis feitos da forma
"antiquada".

Coquetel Old Fashioned com Gin

Um livro de David Embury, publicado em 1948, fornece uma


pequena variação, especificando 12 partes de uísque americano, 1
parte de xarope simples, 1-3 dashes de bíter Angostura, uma casca
de limão enrolada para guarnecer sobre o topo.

Duas receitas adicionais dos anos 1900 variam nos


ingredientes precisos, mas exclui a cereja, que foi introduzida de pois
de 1930, bem como a água gaseificada, pedida em algumas receitas
ocasionais. Bíter de laranja foi um ingrediente popular no final do
século XIX.

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Variações

A receita original de old fashioned mostra os uísques


disponíveis nos Estados Unidos no século XIX: irlandês, Bourbon ou
uísque de centeio. Mas em algumas regiões, especialmente
em Wisconsin, o uísque é substituído por conhaque e, algumas
vezes, é chamado Brandy Old Fashioned. Eventualmente, o uso de
outros destilados tornou-se comum, como uma receita de gin que se
tornou popular no final dos anos 1940.

Os enfeites comuns para um Old Fashioned incluem uma fatia


de laranja ou uma cereja marrasquino, ou ambos, embora essas
modificações tenham surgido em torno de 1930, algum tempo depois
que a receita original foi inventada. Enquanto algumas receitas
começaram a fazer uso escasso de raspa de laranja pelo sabor, a
prática de espremer laranja e outras frutas ganhou prevalência mais
tarde, nos anos 1990.

Impacto cultural

O old fashioned é o coquetel preferido de Don Draper, o


personagem principal da série de televisão Mad Men, que se passa
nos anos 1960. O uso da bebida na série coincidiu com um renovado
interesse neste e em outros coqueteis clássicos nos anos 2000.

No filme It's a Mad Mad Mad Mad World, de 1963, o piloto Tyler
Fitzgerald conduz o passageiro Dingy Bell ao bar da aeronave para
"fazer para nós alguns Old Fashioneds". Irritado por sugestões de
que ele deveria limitar o consumo de álcool enquanto pilotava um
avião e achando o Old Fashioned feito por Bell muito doce, Fitzgerald
entrega o controle a Benjy Benjamin, auxiliar de Bell, interpretado por
Buddy Hackett, e retorna ao fundo do avião para "fazer alguns Old

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Fashioneds da maneira old fashioned do jeito que o velho pai
costumava fazer". Quando Benjamin pergunta "e se algo acontecer",
Fitzgerald responde: "O que poderia acontecer com um Old
Fashioned?"

A GENGI + BIRRA PARANAENSE

"O som do abrir da garrafa é nostálgico. Enquanto o gás se


liberta do tradicional litrão em cima da mesa de refeição, as
conversas não param e trazem à tona memórias de infância. É assim
a relação dos clientes com a Gengibirra, refrigerante de gengibre
produzido pela centenária Cini Bebidas, empresa que iniciou suas
atividades em Palmeira, mais especificamente na Colônia Cecília,
nos Campos Gerais, e, mais tarde, criou seu complexo fabril em São
José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, onde está até
hoje.
Nos anos 1930 foi Hugo Cini, filho do fundador da empresa de
bebidas que na época trabalhava com produtos alcoólicos, quem
levou a fórmula do refrigerante para a fábrica. “Ele costumava
produzir Gengibirra em casa para beber com a família nos fins de
semana”, explica Nilo Cini, representante da quarta geração da
família Cini no Brasil e membro do comitê de acionistas da empresa.
Seu nome é a junção de duas palavras: gengibre e birra
(cerveja em italiano). Na época, ela era tratada como uma cerveja de
gengibre, mesmo não sendo alcóolica. “Para ficar pronta, a bebida
passa por um processo de fermentação igual ao da cerveja”, conta
Cini. A produção continua semelhante há mais de 80 anos. “Ela é

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muito rigorosa e praticamente artesanal, a bebida leva mais de um
ano para poder ser consumida”, diz.
O gengibre é plantado pela própria empresa, em Morretes, na
região litorânea do Paraná. Quando chega à fábrica, passa meses
em processo de fusão em extrato alcoólico. O cuidado é para garantir
a preservação do gengirol, princípio ativo originado do gengibre que
dá gosto à bebida. Além do cuidado e do tempo de preparo, ainda é
preciso levar em consideração a sazonalidade do gengibre, que vai
de dezembro a abril.
Atualmente, a Cini produz, aproximadamente, 5 milhões de
litros do refrigerante. O sabor é um dos mais vendidos da marca. Só
de matéria-prima são processadas 20 mil toneladas de gengibre
anualmente. "

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CAIPIRINHA

Existem diferentes versões para a origem da bebida. Entre as


fontes acadêmicas, é consenso que a caipirinha foi inventada
no interior de São Paulo, havendo, no entanto, divergências quanto
à razão de sua origem e à região específica no estado de São Paulo
em que ela teria surgido.

Segundo aponta o historiador Luís da Câmara Cascudo, a


caipirinha foi criada por fazendeiros latifundiários na região
de Piracicaba, no Estado de São Paulo, durante o século XIX, como
um drinque local para festas e eventos de alto padrão, sendo um
reflexo da forte cultura canavieira na região. A caipirinha, em seus
primeiros dias, era vista como um substituto local de boa qualidade
ao uísque e ao vinho importados, sendo, a bebida, servida
frequentemente em coquetéis de alta classe de fazendeiros, vendas
de gado e eventos de grande notoriedade. Dessa origem de alta
classe, a caipirinha logo passou para o gosto popular devido ao baixo
preço de seus ingredientes, popularizando-se por todo o estado e se

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tornando a bebida-símbolo de São Paulo no século XIX. No início
do século XX, na década de 1930, já era possível encontrá-la em
outros estados, especialmente no Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Em outra versão apresentada pelo IBRAC (Instituto Brasileiro da


Cachaça), a história da caipirinha começa por volta de 1918, no
interior do estado de São Paulo. Nela, a caipirinha como conhecemos
hoje teria sido criada a partir de uma receita popular feita
com limão, alho e mel, indicada para os doentes da gripe espanhola.
Como era bastante comum colocar um pouquinho de álcool em todo
remédio caseiro, a fim de acelerar o efeito terapêutico, a cachaça era
sempre usada. "Até que, um dia, alguém resolveu tirar o alho e o mel.
Depois, acrescentaram umas colheres de açúcar para adoçar a
bebida. O gelo veio em seguida, para espantar o calor", explica
Carlos Lima, diretor-executivo do Ibrac (Instituto Brasileiro da
Cachaça). Ainda segundo o mesmo, a difusão da caipirinha para o
restante do Brasil teria se dado através da Semana de Arte
Moderna de 1922, em São Paulo: a bebida teria ganhado grande
popularidade entre os artistas do evento como um símbolo de
brasilidade, e os artistas a teriam introduzido em seus estados de
origem ao final do evento.

Tal versão, embora não seja inteiramente coincidente com a do


historiador Luis da Câmara Cascudo, condiz com a versão
do acadêmico no que tange a sua origem geográfica e quanto ao
período em que a mesma teria se difundido para o restante do Brasil,
divergindo no entanto a data e a razão de surgimento da bebida.

Outra versão, citada em matéria do jornal paranaense Gazeta do


Povo, relata outra história, que coloca a origem do coquetel ainda
mais para trás na linha do tempo, afirmando que marinheiros que

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passavam pelo Rio de Janeiro adicionariam limão às doses de
cachaça que bebiam para evitar o escorbuto, e que teria sido uma
questão de tempo até ser adicionado o açúcar. Tal referência, no
entanto, não menciona quais historiadores ou acadêmicos defendem
tal tese.

Outra versão ainda afirma que o nome "caipirinha" foi criado como
uma homenagem à pintora Tarsila do Amaral, natural do interior de
São Paulo. Segundo essa versão, a pintora servia a bebida a
pessoas que frequentavam sua casa em Paris, antes da Semana de
Arte Moderna de 1922.

Como servir

A bebida é servida em um copo para caipirinha, podendo ser


acompanhado de um pequeno canudo ou palitos de
madeira. Tradicionalmente, a caipirinha é feita no copo em que é
servida. Apesar disso, é comum o uso de coqueteleira para a mistura
dos ingredientes.

Caipirinha pelo Mundo

Gozando de grande popularidade mundo afora, inúmeras


variações dessa bebida são conhecidas. Em algumas
regiões, açúcar mascavo é usado em vez do refinado. Mesmo no
Brasil, podem ser encontradas variantes com adoçantes artificiais ou
com uma grande variedade de frutas. Além disso, a cachaça,
algumas vezes, é substituída por vodca (caipiroska, marca registrada
pela Smirnoff), Licor Beirão (conhecido
por caipirão), rum (caipiríssima, marca registrada pela Bacardi),

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"Caipirinhas" de saquê (saquerinha) ou vinho (caipivinho) também
são feitas. Em Cabo Verde, a caipirinha é também preparada
com grogue, um rum forte local.

É importante observar que o que se chama de limão no Brasil,


conhecido como limão-taiti (verde e ácido), é conhecido
como lima ácida verde em outros lugares. Assim, seja por dificuldade
de encontrar o tipo de cítrico que se usa no Brasil ou por confusão
acerca do nome, em muitos lugares, especialmente no hemisfério
norte, a caipirinha é feita com lima em vez do limão-taiti — o que em
outros lugares é conhecido como limão, é conhecido no Brasil como
limão-amarelo ou limão-siciliano, de casca mais grossa e amarelada.

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FONTES DE ESTUDO:
 https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/bebidas/cini-revela-os-
segredos-do-preparo-da-gengibirra/
 https://blog.theginflavors.com.br/conheca-a-historia-do-verdadeiro-negroni/
 https://bartenderstore.com.br/curiosidades-sobre-a-margarita/
 https://foodmagazine.com.br/food-service-noticia/a-historia-da-marguerita
 https://content.paodeacucar.com/prazer-de-comer-e-beber/o-que-e-dry-
martini
 https://clubedobarman.com/fada-verde-absinto/
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Ricardo Pereira

Dose Extra

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