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FUNDAMENTOS PARA EMISSÕES

ATMOSFÉRICAS
Definições e conceitos para emissões atmosféricas

O ser humano e também os animais e vegetais necessitam para sua


sobrevivência de ações importantes como alimentar-se, ingerir líquidos e
respirar. Nós, humanos, conseguimos viver 5 semanas sem comer, 5 dias sem
beber água, mas não podemos viver 5 minutos sem o ar que nos envolve.

O ar constitui um elemento indispensável à vida e, por essa razão, o ar que


respiramos precisa ser de qualidade, já que é um combustível para todos os
seres vivos existentes no planeta.

Embora possua peso e ocupe espaço na atmosfera, o ar é um conjunto de


substâncias que não apresenta cor, cheiro, gosto e que não pode ser visto e
tocado, mas pode ser sentido. É uma mistura homogênea de gases, dos quais
o nitrogênio, o oxigênio e a água estão presente em maior porcentagem (78%,
21% e 4%, respectivamente).

Em condições naturais, o ar contém ainda uma grande quantidade de outros


gases em concentrações muito pequenas, dos quais os mais importantes são o
argônio (aproximadamente 0,93%), o dióxido de carbono (0,039%) e também o
neônio (0,0015%). Essas concentrações e também de outras substâncias estão
sendo gradualmente aumentadas na atmosfera devido a inúmeras e intensas
atividades humanas nos últimos anos.

Para estudarmos sobre emissões atmosféricas, vamos pensar um pouco sobre


o termo “emissão”, pois é uma palavra atualmente bastante utilizada,
normalmente vinculada à ecologia e à natureza, mas você já parou para pensar
no que essa palavra significa?
A palavra "emissão" significa "ato de emitir, de produzir, de transmitir, de
entregar à circulação" e por essa razão, é muito usada quando falamos de
lançamento ou liberação de gases e de substância ao ar.
Há algumas definições e conceitos sobre as emissões atmosféricas, porém
todos eles estão baseados diretamente nas legislações que abordam o tema.
Essas leis não definem emissões atmosféricas, mas sim o que é a poluição do
ar, que está diretamente ligada às emissões, já que no momento que há
alteração na composição ou nas propriedades da atmosfera, causadas em
virtude da liberação de agentes nocivos, há desequilíbrio e, consecutivamente,
poluição.

Podemos definir emissões atmosféricas como o lançamento de substâncias em


forma de partículas, gases e aerossóis que se formam como subprodutos dos
processos de combustão ou das transformações de matéria-prima que, ao
serem liberadas na atmosfera, em concentrações superiores à capacidade do
meio ambiente em absorvê-las, causam alterações na qualidade do ar.

Também podemos conceituar as emissões atmosféricas como ações que


resultam na poluição do ar e que causam alteração na atmosfera; tornando-a
suscetível a causar grave impacto no meio ambiente e na saúde humana,
através da contaminação por gases, partículas sólidas, líquidas em suspensão,
material biológico ou energia. Além de prejudicar a saúde, pode igualmente
reduzir a visibilidade, diminuir a intensidade da luz ou provocar odores
desagradáveis, afetando todos os seres vivos de forma direta ou indireta.

Caracterização da atmosfera: composição física e


química, camadas atmosféricas e gases do efeito
estufa

A atmosfera está presente em alguns planetas do sistema solar. É uma fina


camada que envolve esses planetas, não possuindo odor e coloração,
composta basicamente por gases e poeira, retidos pela ação da força da
gravidade.

Quando o planeta Terra é visto pelo espaço, podemos observar uma esfera de
coloração azul brilhante e particular. Esse efeito cromático é produzido pela
dispersão da luz solar sobre os gases atmosféricos, dando à esfera terrestre
essa beleza exuberante.

A atmosfera tem um total de 480 quilômetros de espessura e não se distribui


de forma homogênea ao redor da terra. Ela também pode ser chamada de
“grande cobertor do planeta” porque protege a Terra, e todas as suas formas
de vida, de um ambiente hostil, o espaço cósmico que contém radiações
extremamente energéticas.

Ela tem várias funções, uma delas é agir como condensador que transporta
água dos oceanos aos continentes constituindo um componente fundamental
no ciclo hidrológico do planeta, como também atuante no compartimento de
deposição de gases e de particulados, como o CO2 e o O2, produtos dos
processos respiratório e fotossintético de plantas terrestres e aquáticas e de
compostos nitrogenados essenciais à vida na Terra, fabricados por organismos
como bactérias e fungos.

A atmosfera tem a função vital de proteger o nosso planeta Terra.

Ela absorve a maior parte da radiação cósmica e eletromagnética do Sol,


realiza a manutenção do balanço de calor na Terra, absorve a radiação
infravermelha emitida pelo sol e aquela reemitida pela Terra, estabelecendo
assim as condições para que não tenhamos as temperaturas extremas que
existem em outros planetas e satélites que não possuem atmosfera.

Composição física e química

A atmosfera era composta, no início da formação do planeta Terra,


basicamente por gases, dentre eles, o dióxido de carbono, o metano, a amônia,
o nitrito e os vapores d’água. Esses elementos eram resultantes das
constantes erupções na superfície inóspita, além dos lançados pelas
rachaduras na crosta terrestre.

Em uma segunda fase do planeta Terra primitivo, surgiram os primeiros


organismos vivos que realizavam o processo bioquímico responsável por
transformar dióxido de carbono em oxigênio, o conhecido processo de
fotossíntese que, com o auxílio da luz solar, permite aos vegetais e a
determinadas algas, absorver gás carbônico da atmosfera e transformar em
oxigênio. Esse processo de fotossíntese transformou o planeta Terra, pois a
atmosfera se tornou saturada de oxigênio iniciando assim a evolução do
planeta.

Atualmente, os elementos químicos nitrogênio e oxigênio juntos somam cerca


de 99% dos gases que compõem a atmosfera terrestre. O oxigênio é
consumido pelos seres vivos através do processo de respiração e depois
transformado em dióxido de carbono e em vapor de água, elementos que serão
posteriormente reabsorvidos por diversos e diferentes organismos. O dióxido
de carbono será consumido no processo de fotossíntese, e o vapor de água -
responsável pela redistribuição da energia na terra, através das trocas de
energia de calor - produzirá o efeito estufa que auxilia na produção das chuvas,
fundamentais para a vida terrestre.

Também podemos citar outros gases que compõem a atmosfera terrestre, são
eles: o óxido nitroso, o monóxido de carbono, o dióxido de enxofre, o óxido e
dióxido de nitrogênio, os clorofluorcarbonos, o ozônio, e outros que integram a
porção de 1% do restante da atmosfera.

Camadas atmosféricas

A atmosfera, tal qual a conhecemos hoje, é o resultado de alterações ocorridas


a aproximadamente 65 milhões de anos. Agora ela é constituída por diferentes
gases muito importantes para a proliferação da vida no planeta.

A atmosfera terrestre é dividida em cinco camadas que se distinguem devido


às alterações físicas e químicas. Vamos conhece-las a seguir:
Figura 1 – Camadas atmosféricas
Fonte: <http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/
camadasatmosfera/>

Globo terrestre com as cinco camadas atmosféricas destacadas por cores


diferentes. As cores são somente ilustrativas para delimitar cada camada. No
centro da imagem está o planeta terra e, ao entorno, as camadas. A primeira
camada é a troposfera, ficando colada à superfície terrestre. A próxima camada
é a estratosfera. Colada a camada estratosfera, está a camada mesosfera.
Seguindo, encontra-se a camada ionosfera e a última que representa a camada
exosfera.

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Troposfera

É a camada atmosférica em que vivemos e respiramos, assim como os demais


seres vivos, animais e vegetais. Contém aproximadamente 75% de toda a
massa atmosférica e suas temperaturas podem variar de 40ºC até -60ºC,
sendo que quanto maior a altitude menor a temperatura.

Ela se encontra mais próxima da crosta terrestre e vai do nível do mar até
aproximadamente 12 km de altura, tendo variações de acordo com o local em
que é medida. Basicamente é composta pelos mesmos elementos encontrados
em toda a atmosfera: nitrogênio, oxigênio e gás carbônico. É na troposfera que
ocorrem os fenômenos climáticos, como as chuvas, a formação de nuvens e os
relâmpagos, por exemplo. Também é na troposfera que ocorre a poluição do ar
e normalmente onde os poluentes das ações do homem ficam retidos. As
aeronaves de transporte de cargas e de passageiros voam nesta camada e os
processos de circulação (subida e descida de massas gasosas) de ar são
chamados de turbulência.

Entre a troposfera e a estratosfera existe a camada chamada de tropopausa. É


a zona limite, também conhecida como camada de transição ou camada de
inversão. Alguns voos comerciais operam na tropopausa alcançando uma
altitude de 10 quilômetros, pois nessa região há pouquíssima turbulência e o ar
é completamente seco.

Estratosfera

É a segunda camada atmosférica mais próxima da Terra, possui


temperaturas que variam de -5ºC a -70ºC. Ela ocupa uma faixa
que vai do fim da troposfera até aproximadamente 50 quilômetros
acima do solo.

A estratosfera caracteriza-se por ser estratificada em suas


temperaturas, tendo camadas mais quentes, na porção mais
elevada, e camadas mais frias, na porção inferir. Em decorrência
do aumento da temperatura na região superior, proporcionado
pela radiação ultravioleta e pela absorção de moléculas de
oxigênio que o ozônio é criado.

O acúmulo do ozônio gera a famosa camada de ozônio,


responsável pela proteção da Terra ao absorver os raios nocivos
do sol. Essa camada retém cerca de 19% dos gases
atmosféricos, possuindo pouco vapor de água e caracterizando-
se pela quase inexistência de nuvens.

É essa camada que os aviões supersônicos e balões de medição


climática atingem. Também é nessa camada que ocorre o efeito
estufa, gerado pela emissão de gases na atmosfera; ao serem
liberados em grandes quantidades contribuem para o
aquecimento global e para a degradação da natureza e da
biodiversidade.

Mesosfera

A mesosfera fica situada entre 50 e 80 km de distância da Terra.


Caracteriza-se por ser muito fria, com temperaturas que variam
em torno dos -100ºC e com alturas de até 80 km. A temperatura é
variada em todo a sua extensão e esse frio intenso ocorre porque
não há gases ou nuvens capazes de absorver a energia solar. É
nesta camada que ocorre o fenômeno da aeroluminescência.

Essa camada é muito rarefeita e os gases encontrados nela são


bastante espessos o que retarda a maioria dos meteoros, mas
quando eles iniciam a sua travessia na atmosfera terrestre, ela
proporciona ignição e velocidade.

Ionosfera
A ionosfera é uma camada que atinge altas temperaturas, devido
à presença do oxigênio atômico, gás que absorve a energia solar
em grandes quantidades. É a camada mais extensa e mais
quente, podem atingir os 1.000ºC.

Essa reação entre os átomos isolados de oxigênio e de


nitrogênio, devido à radiação ultravioleta, raios-x e radiação
gama, provindos do Sol, dissociando-se em íons, forma as
camadas ionizadas que variam conforme a hora do dia, os ventos
e a época do ano.

Ela situa-se acima da mesosfera e abaixo da exosfera, indo,


portanto, dos 80 quilômetros até os 600 quilômetros de altitude, e
também é chamada de quimiosfera.

Exosfera

A exosfera é a última camada, ou seja, a que está mais distante


da Terra, antecedendo o espaço sideral.

Ela é formada basicamente pelos gases hélio e hidrogênio. Vai


do final da termosfera até 800 km do solo e é nessa camada que
a gravidade não existe, ocorrendo o fenômeno da aurora boreal e
também é onde permanecem os satélites de transmissão de
informações, além dos telescópios espaciais.

As temperaturas nessa camada são elevadas e a sua densidade


é extremamente baixa. Uma parcela significativa, das moléculas
e átomos que compõem a atmosfera a esta altitude, se encontra
ionizada, formando um plasma também chamado por alguns de
ionosfera. É na exosfera que se encontram os cinturões de
radiação de Van Allen e o telescópio espacial Hubble.
Gases do efeito estufa

O mais conhecido efeito global da poluição é o efeito estufa. Ele é um processo


natural e gradual da Terra que impede que a temperatura em nosso planeta
esfrie, favorecendo assim a continuidade da vida, porém, em tempos de
avanço da industrialização e das ações do homem, esse processo tem se
acelerado, fazendo com que a temperatura fique cada vez mais quente a cada
ano, devido ao enriquecimento progressivo da atmosfera como alguns gases
como, por exemplo, o dióxido de carbono e o metano.

A grande massa de gases, emitidos por indústrias e por automóveis,


diariamente, forma uma camada densa sobre as grandes cidades, impedindo
que o calor se dissipe por completo, fazendo o papel de uma estufa sobre
essas regiões, tornando-as mais quentes e concentrando poluentes e
particulados que provocam alterações na qualidade de vida e na saúde de
todos os seres vivos.

Isto vem ocorrendo em todo o planeta. Os gases emitidos pelo mundo,


principalmente em países como China e Estados Unidos - os maiores
emissores dos gases do efeito estufa -, acumulam-se na atmosfera, formando
uma camada que impede que o excesso de raios solares seja refletido de volta
para o espaço em forma de radiação infravermelha.

Abaixo estão listados os principais gases que provocam o efeito estufa e o


aquecimento global:

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Dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2)

Esse gás é utilizado como referência para classificar o poder de aquecimento


global dos demais gases do efeito estufa. É emitido devido às diversas
atividades humanas, nas quais o uso de combustíveis fósseis como o petróleo,
carvão e gás natural são as principais. Esses gases, nos últimos anos, estão,
em média, 40% mais abundantes na atmosfera.
Gás metano (CH4)

Esse gás é produzido através da decomposição de matéria orgânica e se


encontra em abundância em aterros sanitários, lixões clandestinos e
reservatórios de hidrelétricas. Também é emitido através da criação de
gado, representando uma parcela de aproximadamente 15% das emissões
mundiais de gases do efeito estufa

Óxido nitroso (N2O)

A emissão deste gás é resultante do tratamento de dejetos animais, do uso


de fertilizantes agrícolas, da queima de combustíveis fósseis e também de
alguns processos industriais.

Gases fluorados

São gases sintéticos muito poderosos, emitidos a partir de uma variedade


de processos industriais, que também colaboram para o efeito estufa.
Podemos trazer como exemplo os seguintes: hexafluoreto de enxofre (SF6),
utilizado principalmente como isolante térmico e condutor de calor;
hidrofluorcarbonos (HFCs), utilizado como substituto dos clorofluorcarbonos
(CFCs) em aerossóis e refrigeradores e os perfluorcarbonos (PFCs),
utilizados nos refrigerantes, em solventes, em propulsores, em espuma e
em aerossóis

Não é só em decorrência da industrialização, do consumismo e dos


combustíveis fósseis que o efeito estufa está aumentando. A destruição e
derrubada das árvores e das florestas, além da queima delas, contribui para
esse aquecimento global. A vegetação e as árvores regulam a temperatura, os
ventos e o nível de chuvas em diversas regiões, além de refrescar a superfície
do solo.

As previsões relacionadas ao futuro do meio ambiente não são


entusiasmantes, caso permaneçamos degradando os recursos naturais e
lançando gases de efeito estufa de forma imprudente os resultados serão muito
impactantes. São previstos problemas futuros que poderão atingir
catastroficamente os ecossistemas, destruindo espécies vegetais e animais a
nível de extinção ou de mutações severas, o que já é encontrado em algumas
regiões.
Atualmente, já estamos vivenciando derretimento de geleiras e alagamento de
ilhas e regiões litorâneas. Ações da natureza como tornados, tufões, furacões,
maremotos e enchentes poderão ocorrer com ainda mais força do que foram
noticiadas nos últimos anos. Estas alterações climáticas estão influenciando
negativamente na produção agrícola de vários países, reduzindo a quantidade
de alimentos em nosso planeta.

Outro grave problema relacionado à elevação da temperatura, é o aumento dos


níveis de água dos oceanos e também da temperatura dessas águas, devido
ao derretimento parcial das enormes massas de gelo nas regiões muito frias do
norte e do sul do planeta. Nos mares poderia ocasionar o desvio de curso de
correntes marítimas, ocasionando a extinção de vários animais marinhos e
também a diminuição da quantidade de peixes nos mares, além do
desaparecimento de cidades à beira-mar.

A solução para esses problemas do efeito estufa é difícil, pois implica na


mudança radical da chamada matriz energética de todo o mundo e dos hábitos
da população do planeta. Principalmente nos países industrializados, que é o
caso também do Brasil, pois são os maiores consumidores de combustíveis
fósseis.

Poluição atmosférica: conceito e


definições

Historicamente a poluição do ar é muito antiga, mais antiga do que a evolução


industrial, pois no momento que o homem primitivo descobriu o fogo, o legado
da emissão de poluentes teve início. Claro que as atividades que o homem das
cavernas realizava, relacionadas às emissões atmosféricas, não podem
ser comparadas às atividades atuais, todavia elas evoluíram com nossa
espécie e nos acompanham até os dias de hoje. O que queremos dizer é que a
descoberta do fogo pelo homem tem contribuído para a degradação da
qualidade do ar, e vem crescendo proporcionalmente ao desenvolvimento das
tecnologias e das inovações.

Alguns autores conceituam poluição do ar a partir de duas vertentes,


a poluição natural e a poluição antropogênica.
Poluição natural, como o próprio nome já diz, não é causada por ações
externas e sim provocadas pela própria natureza. Destacamos aqui alguns
exemplos de agentes de origem natural, como as brumas marinhas (bactérias,
micro cristais de cloreto e brometos alcalinos), produtos vegetais (grãos de
pólen, hidrocarbonetos e alergénos) e produtos de erupções vulcânicas
(enxofre, óxidos de enxofre, vários tipos de partículas, ácido sulfúrico, dentre
outros).
Poluição antropogênica é aquela provocada pelo homem e a mais prejudicial
e preocupante. Como exemplo de poluição antropogênica, podemos citar a
poluição por veículos automotores, combustão (queima de substâncias e
materiais), extração de minerais e processos de industrialização, entre muitos
outros.

Existem diferentes conceitos e definições, mas todos eles levam a um ponto


único: a poluição atmosférica é a contaminação do ar por resíduos ou produtos
secundários gasosos, sólidos ou líquidos, que podem ser nocivos à saúde dos
seres humanos, causar danos para toda a natureza, atacar diferentes
materiais, reduzir a visibilidade e produzir odores desagradáveis.

O nível de poluição do ar e a sua qualidade são medidos pela quantidade de


substâncias poluentes presentes. Considera-se poluente do ar qualquer
substância que através da sua concentração possa torná-lo impróprio, nocivo
ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem público, danoso aos materiais, à
fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às
atividades normais da comunidade, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

A poluição atmosférica ocorre com a introdução, direta ou indireta, de


substâncias ou energia no ar, resultando em efeitos prejudiciais. Essa
influência de contaminantes, ou de substâncias no grau de poluir e afetar seres
vivos e elementos, depende da sua composição química, de sua concentração
nas massas de ar e também depende das condições climatéricas daquele
momento, pois para ocorrer a poluição atmosférica são necessários diversos
elementos atuando em conjunto.
Principais poluentes

Antes de abordarmos quais são os principais poluentes


atmosféricos, devemos expor que esses poluentes podem ser
divididos em dois grandes grupos ou duas categorias:
os poluentes primários e os poluentes secundários. Os
poluentes primários são aqueles emitidos diretamente por uma
fonte de poluição, como por exemplo uma fábrica ou motor de um
automóvel. Já os poluentes secundários são aqueles formados
através de reações físicas e químicas na atmosfera a partir da
interação do meio com os poluentes primários.

Segundo o site do Ministério do Meio Ambiente, os principais


poluentes atmosféricos são os pontuados a seguir:

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Aldeídos (RCHO)

São compostos químicos resultantes da oxidação parcial dos álcoois ou de


reações fotoquímicas na atmosfera, envolvendo hidrocarbonetos. Eles são
emitidos na queima de combustível em veículos automotores,
principalmente nos veículos que utilizam etanol.

Dióxido de Enxofre (SO₂)


É um gás tóxico e incolor, pode ser emitido por fontes naturais ou por fontes
antropogênicas e pode reagir com outros compostos na atmosfera,
formando material particulado de diâmetro reduzido. Esse contribui para o
aumento das concentrações de SO2 no ambiente, porém na maior parte
das áreas urbanas as atividades humanas são as principais fontes
emissoras. A emissão antropogênica é causada pela queima de
combustíveis fósseis que contenham enxofre em sua composição. As
atividades de geração de energia, uso veicular e aquecimento doméstico
são as que apresentam emissões mais significativas.

Dióxido de Nitrogênio (NO₂)

É um gás poluente com ação altamente oxidante, sua presença na


atmosfera é fator chave na formação do ozônio troposférico. Além de efeitos
sobre a saúde humana apresenta também efeitos sobre as mudanças
climáticas globais. As fontes podem ser naturais (vulcanismos, ações
bacterianas e descargas elétricas) e antropogênicas (processos de
combustão em fontes móveis e fixas). As emissões naturais são em maior
escala que as antropogênicas, porém, em razão de sua distribuição sobre o
globo terrestre, tem menor impacto sobre as concentrações deste poluente
nos centros urbanos.

Hidrocarbonetos (HC)

São compostos formados de carbono e hidrogênio e podem se apresentar


na forma de gases, partículas finas ou gotas. Podem ser divididos em: THC,
hidrocarbonetos totais; CH₄, hidrocarboneto simples, conhecido como
metano e NMHC, hidrocarbonetos não metano, compreendem os HC totais
(THC) menos a parcela de metano (CH₄). Eles provêm de uma grande
variedade de processos industriais e naturais. Nos centros urbanos as
principais fontes emissoras são os carros, ônibus e caminhões, através dos
processos de queima e evaporação dos combustíveis. São precursores
para a formação do ozônio troposférico e apresentam potencial causador de
efeito estufa (metano).
Material Particulado (MP)

É uma mistura complexa de sólidos com diâmetro reduzido, cujos


componentes apresentam características físicas e químicas
diversas. Em geral o material particulado é classificado de acordo
com o diâmetro das partículas, devido à relação existente entre
diâmetro e possibilidade de penetração no trato respiratório.

As fontes principais de material particulado são a queima de


combustíveis fósseis, queima de biomassa vegetal, emissões de
amônia na agricultura e emissões decorrentes de obras e
pavimentação de vias.

Monóxido de Carbono (CO)

É um gás inodoro e incolor, formado no processo de queima de


combustíveis. É emitido nos processos de combustão que ocorrem em
condições não ideais, em que não há oxigênio suficiente para realizar a
queima completa do combustível. A maior parte das emissões em áreas
urbanas são decorrentes dos veículos automotores.

Ozônio (O₃)

É um poluente secundário, ou seja, não é emitido diretamente, mas formado


a partir de outros poluentes atmosféricos, é altamente oxidante na
troposfera (camada inferior da atmosfera). O ozônio é encontrado
naturalmente na estratosfera (camada situada entre 15 e 50 km de altitude)
e tem a função positiva de absorver radiação solar, impedindo que grande
parte dos raios ultravioletas cheguem até a superfície terrestre. A formação
do ozônio troposférico ocorre através de reações químicas complexas que
acontecem entre o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na
presença de radiação solar. Estes poluentes são emitidos principalmente na
queima de combustíveis fósseis, volatilização de combustíveis, criação de
animais e na agricultura.
Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC ou em inglês SLCP)

São poluentes que tem vida relativamente curta na atmosfera (de alguns
dias até algumas décadas), apresentam efeitos nocivos à saúde, ao
ambiente e também agravam o efeito estufa. Os principais PCVC são o
carbono negro, o metano, o ozônio troposférico e os hidrofluorocarbonetos
(HFC). As fontes principais de carbono negro são a queima ao ar livre de
biomassa, motores a diesel e a queima residencial de combustíveis sólidos
(carvão e madeira). As fontes de metano antropogênicas são sistemas de
óleo e gás, agricultura, criação de animais, aterros sanitários e tratamentos
de esgotos. Com relação aos HFCs seu uso ocorre principalmente em
sistemas de ar condicionado, refrigeração, supressores de queima,
solventes e aerossóis.

Os problemas gerados pelos poluentes atmosféricos não são


poucos e afetam diretamente a qualidade de vida dos seres
vivos. É de fundamental importância que os níveis de poluentes
sejam constantemente monitorados e que haja uma diminuição
dessas emissões imediatamente, a fim de evitar o agravamento
do quadro de poluição que já é perceptível. A criação de leis mais
severas, de programas de monitoramento e de conscientização
das empresas, indústrias e da sociedade, para diminuirmos e
eliminarmos os poluentes, são estratégias importantes para
mudar o triste quadro atual das cidades.

Gases e fontes de contaminação


atmosférica

As fontes de poluição atmosférica são bem variadas e, como já vimos, podem


ser geradas a partir da ação do homem ou da natureza. Se formos pensar, as
fontes mais significativas de contaminação advêm do progresso e do consumo.

Podemos classificar as fontes de contaminação conforme sua descrição ou sua


procedência, além de considerarmos também a sua especificidade e sua
dispersão.

Em termos legais, a poluição do ar pode ser gerada através de fontes


naturais, fontes fixas e fontes móveis. As fontes naturais são aquelas que
acontecem sem a interferência do homem, as fontes fixas são as que
permanecem em um determinado local, e as fontes móveis são aquelas que se
movimentam.
Como exemplo de fontes naturais, podemos trazer as erupções vulcânicas, as
descargas elétricas, os processos de decomposição, as queimadas naturais e
até mesmo o vento, pois ele atua como dispersor de partículas e micro-
organismos suspensos na atmosfera. Como fontes fixas, podemos citar as
fábricas, indústrias, os aterros sanitários, as incineradoras, e outras já que
essas, são constituídas normalmente por atividades comerciais e prestadoras
de serviço. Como fontes móveis, podemos exemplificar trazendo as emissões
provenientes do tráfego rodoviário, aéreo, marítimo e fluvial, incluindo também
as emissões sonoras e térmicas.

Agora vamos focar nas fontes fixas e móveis que são as que mais poluem, as
mais alarmantes e as que possuem legislação específica, pois o controle de
emissões atmosféricas é uma responsabilidade, um compromisso e uma
obrigação dos seus geradores por sua gestão.

A origem dos poluentes emitidos por essas fontes varia em geral de acordo
com a matéria-prima empregada no processo, com os tipos de combustíveis
gerados, com os subprodutos gerados e com o próprio produto ou produtos
formados.

Os gases que mais degradam e poluem o meio ambiente são os queimados


através dos produtos e subprodutos advindos de combustíveis fósseis, carvão
e óleos. Não podemos deixar de pensar também na queima de lenha, de
resíduos como lixo e no etanol. Esses geram a emissão de dióxido de enxofre
(SO2) que, ativado pela ação da luz solar, além da presença de umidade,
desencadeia na formação de outro elemento, o ácido sulfúrico (H2SO4) que é
muito tóxico e altamente corrosivo.

A emissão de vapores constituídos de gases oriundos de processos produtivos


e do funcionamento de equipamento, além de motores como o dióxido de
carbono (CO2), gás metano (CH4), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de
nitrogênio (NO2) e também o trióxido de enxofre (SO3) são nocivos à saúde e
à natureza, prejudicam a visibilidade, proporcionam irritabilidade das mucosas
e produzem calor artificial, aumentando a temperatura atmosférica.
As fontes móveis são as que mais poluem a atmosfera na atualidade.

São milhares de veículos circulando em todos os lugares do mundo,


queimando de forma incompleta combustíveis como o diesel, a gasolina e o
álcool. Liberam substâncias como o gás carbônico, hidrocarbonetos, monóxido
de carbono (CO) e outros. A emissão desses poluentes é tão danosa que os
gases podem formar outros poluentes secundários, através de reações
químicas combinadas com condições climáticas de temperatura, calor e
umidade.

Segundo Zurita e Tolfo (2000), os principais poluentes atmosféricos e suas


fontes geradoras são:

Poluentes
Fontes de Contaminação
Atmosféricos

Combustão de carvão, óleos e outros combustíveis


Dióxido de
contendo enxofre; refino de petróleo; fundição de metais;
Enxofre
fabricação de papel.

Queima de combustíveis; processos industriais;


Material
construções; queimadas; resíduos de incineração; tráfego
Particulado
de veículos.

Produzido pela combinação de nitrogênio atmosférico e


Dióxido de oxigênio em combustões sob altas temperaturas, como as
Nitrogênio que ocorrem em automóveis, subprodutos de manufatura
de fertilizantes.
Motores de veículos – através da evaporação de gasolina
Hidrocarboneto
dos tanques e carburadores; processos de industrialização
s
envolvendo solventes.

Monóxido de
Queima de combustíveis, como gasolina, álcool e etanol.
Carbono

Produzidos através de reações fotoquímicas complexas na


Oxidantes
atmosfera envolvendo hidrocarbonetos. Dióxido de
Fotoquímico
nitrogênio e radiação solar.

Sulfeto de Processos variados em indústrias químicas; reservatórios


Hidrogênio de óleos e refinarias.

Manufatura de fertilizantes e produtos cerâmicos e


Fluoretos
fundição de alumínio.

Fabricação de papel; produtos químicos, tintas; fabricação


Mercúrio
de pesticidas e fungicidas.

Combustão de gasolina que contém chumbo; processo de


Chumbo soldagem; uso de tintas com chumbo; operações de
fundição com chumbo
Tabela 1 – Poluentes atmosféricos
Fonte: Adaptado de Zurita e Tolfo (2000).

Portanto, as interações dos tipos de gases com as condições climáticas


regionais, além das características paisagísticas e dinâmicas daquela
localidade, combinadas com elementos físicos, biológicos e antrópicos são
determinantes para a contaminação atmosférica, comprovando que a
degradação atmosférica é uma ação conjunta e eficiente.

Todos esses poluentes gerados através de suas fontes possuem dispersão


imediata, dependendo das condições climáticas e meteorológicas atuantes
naquele momento. A precipitação, a luz solar, a umidade relativa, a
temperatura, a direção dos ventos, as nuvens, a neblina, a pressão atmosférica
e também a inversão térmica são condições que podem ou não potencializar os
efeitos negativos para os climas urbanos e, através das dinâmicas dos ventos,
podem viajar para outros lugares, até mesmo cidades localizadas a quilômetros
de distância.

Danos à saúde e ao meio ambiente

Como não conseguimos apalpar e visualizar o ar que respiramos e muito


menos descrevê-lo de uma forma física, na maioria das vezes, não pensamos
se o ambiente no qual estamos inseridos está saudável ou não. O meio
ambiente em que vivemos não deve ser visto somente de forma macro. O que
queremos destacar é que sempre que falamos em poluição do ar, pensamos
nas metrópoles, nas cidades e nos grandes centros urbanos, mas a qualidade
do ar também deve ser pensada nos pequenos detalhes, ou seja, no ambiente
em que moramos, trabalhamos e estudamos. Os poluentes podem ser
encontrados em qualquer local, inclusive em espaços fechados que aparentam
ser mais saudáveis.

É possível ter saúde convivendo em um local com odores fortes, muita fumaça
e pouca visibilidade?
O ar que respiramos é composto por uma mistura de gases, sendo ele vital
para a sobrevivência de todos os seres vivos. Por essa razão, qualquer
mudança em sua composição - seja por efeitos “estéticos”, irritantes ou tóxicos
– é prejudicial para a saúde e para o bem-estar.

A inalação, ingestão e o contato com a pele e mucosas são as rotas de


exposição mais consideráveis ao organismo humano, porém a principal rota
para substâncias agressivas advindas do ar são as vias aéreas, visto que o
sistema respiratório está diretamente exposto aos poluentes ambientais.

Os efeitos dos poluentes atmosféricos à saúde dos indivíduos dependem do


tipo de poluente em questão, do grau de exposição e do tempo, além da
suscetibilidade de cada pessoa. Geralmente, os grupos que mais sofrem, em
decorrência da poluição atmosférica, são as crianças, os idosos, os asmáticos,
os tabagistas e os cardiopatas.

Cada poluente provoca uma alteração na saúde dos seres humanos. A medida
que os poluentes vão se depositando no trato respiratório, o organismo dos
seres vivos tende a buscar formas para remover essa agressão, através de
mecanismos de defesa.

Geralmente o primeiro deles é o espirro, desencadeado por partículas


depositadas nas narinas. A tosse é outro mecanismo de defesa quando há a
invasão do trato respiratório inferior.

Quando as partículas conseguem se depositar em superfícies mais profundas


das células do trato respiratório, o aparelho muco-ciliar entra em ação. Os cílios
permanecem constantemente em movimento, no sentido do pulmão para a
boca, empurrando o muco para fora do trato respiratório provocando assim o
“catarro”. Esses são os prejuízos leves à saúde, porém há outros mais graves.

Em alterações clínicas mais severas, podemos relatar doenças respiratórias e


cardiovasculares, como aumento das crises de asma e de dores precordiais,
além de limitação funcional, como enfisema pulmonar, maior utilização de
medicamentos, número de consultas em pronto-socorro e internações
hospitalares.

Não podemos deixar de falar na possibilidade do desenvolvimento de tipos


diversos de câncer, através da exposição a hidrocarbonetos como o benzeno e
o benzopireno. As alterações cardíacas também devem ser citadas, podendo
ocorrer o aumento do coração, pelo trabalho maior de bombeamento de
sangue para repor as perdas de oxigênio, o que o sistema respiratório não
pode fazer em virtude de doenças respiratórias crônicas.

Os danos relacionados à poluição do ar vão além dos problemas de saúde dos


seres humanos, pois afetam também o meio ambiente como um todo. Animais
domésticos, silvestres e do campo podem também apresentar doenças
respiratórias semelhantes as nossas, já que em algumas espécies animais, o
sistema cardiorrespiratório é parecido com o nosso.

A vegetação também é afetada. Há plantas sensíveis aos poluentes


atmosféricos, por essa razão que algumas são usadas como bioindicadoras de
qualidade do ar. A poluição entra nas folhas através dos poros e estômatos
afetando assim a estrutura. Na agricultura podemos perceber mudanças
consideráveis em algumas plantações, como diminuição do valor da safra em
decorrência da qualidade do produto e do tempo de maturação.

Os elementos materiais sofrem degradação em virtude da poluição do ar.


Poluentes atmosféricos corroem, danificam e escurecem metais, quebram
borrachas, danificam móveis, imóveis, monumentos etc. Alguns gases
específicos são responsáveis pela deterioração de cores e de tecidos
resistentes como o nylon.

Não podemos deixar de lembrar, quando tratamos de danos à saúde


relacionados às emissões atmosféricas, dos padrões e dos índices de
qualidade, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), variam
muito de acordo com vários fatores. Toda a abordagem, para mensurarmos os
riscos à saúde e também os danos para a natureza, é considerada e traduz
questões técnicas, econômicas, políticas e sociais. Isso significa que, para se
ter saúde, é necessário mais que um ambiente saudável, é preciso uma
legislação regulamentadora que padronize o que é confortável e tranquilo para
os seres vivos, uma fiscalização atuante e uma política coerente e correta.

Agora poderemos observar, na tabela apresentada abaixo, que para se ter uma
qualidade do ar boa, moderada, ruim, muito ruim e péssima, há níveis
numéricos padronizados de medição que os caracterizam. Para todos esses
dados, os estudos do ar estão focados em parâmetros regulamentados por leis
ambientais que calculam a qualidade do ar e, por consequência, a saúde dos
envolvidos. Os elementos estudados nessas análises são: as partículas totais
em suspensão, a fumaça, as partículas inaláveis, o dióxido de enxofre, o
monóxido de carbono, o ozônio e o dióxido de nitrogênio.

Qualidade do ar e efeitos à saúde

Qualidad Índic
Significado
e e

N1 – Boa 0 – 40

Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas


N2 –
41 – com doenças respiratórias e cardíacas) podem
Moderad
80 apresentar sintomas como tosse seca e cansaço. A
a
população em geral não é afetada.

N3 – 81 – Toda a população pode apresentar sintomas como tosse


Ruim 120 seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas
de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com
doenças respiratórias e cardíacas) podem apresentar
efeitos mais sérios na saúde.

Toda a população pode apresentar agravamento dos


sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos,
N4 –
121 – nariz e garganta e ainda falta de ar e respiração
Muito
200 ofegante. Efeitos ainda mais graves à saúde de grupos
Ruim
sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças
respiratórias e cardíacas).

Toda a população pode apresentar sérios riscos de


N5 – manifestações de doenças respiratórias e
>200
Péssima cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em
pessoas de grupos sensíveis.

Tabela 2 – Qualidade do ar
Fonte: <http://ar.cetesb.sp.gov.br/padroes-de-qualidade-do-ar/>.

Devemos evitar conviver em lugares que as concentrações de substâncias


contaminantes no meio aéreo existam e que sejam desfavoráveis ao bem-estar
do nosso organismo. Ainda, a prevenção e a conscientização do cuidado com a
natureza e com a qualidade de vida são a saída para que tenhamos
longevidade, pois tudo que nos rodeia pode interferir significativamente no
nosso bem-estar.

A poluição do ar deve ser vista como um problema grave, que envolve o


desequilíbrio de ecossistemas e a perda da biodiversidade. Gerir o ar que nos
cerca é mitigar, controlar e até mesmo erradicar doenças que os sistemas de
saúde lutam diariamente para atender e tratar.
Camada de ozônio e processo de
destruição

Mas afinal de contas, quais são essas substâncias que destroem a camada de
ozônio e de onde elas vêm?

No final da década de 70 e início da década de 80, cientistas, através de estudos e


observações, começaram a acumular evidências de que a camada de ozônio estava
sendo destruída. Esses estudos, realizados por cientistas britânicos, comprovaram que
um buraco sobre a região Antártica estava aumentando os níveis de radiação ultravioleta
B na superfície terrestre, atingindo o solo e afetando os seres vivos, principalmente os
daquela região.
Desde então, tem-se acumulado registros de que a camada está se tornando cada vez
mais fina em várias partes do mundo, especialmente nas regiões próximas do Polo Sul e,
recentemente, do Polo Norte.
O processo de destruição da camada de ozônio começa quando as substâncias
destruidoras do ozônio, conhecidas pela sigla (SDO), são lançadas no ar atmosférico em
decorrência das intervenções humanas, reagindo assim com as moléculas da camada.

Todos nós já ouvimos falar nos CFCs (Clorofluorcarbonetos), mas não é


somente esse elemento que contribui para a destruição da camada de ozônio.
Existem também os HCFC (hidroclorofluorcarbonetos), os halogênios e outros.
Na verdade, esses elementos estão divididos em famílias, segundo o tratado
internacional conhecido como Protocolo de Montreal, que organizou as
substâncias químicas destruidoras da camada de ozônio em:
clorofluorcarbonos (CFCs), hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), halons, brometo
de metila, tetracloreto de carbono (CTC), metilclorofórmio e
hidrobromofluorcarbonos (HBFCs).

Todos eles elementos atravessam as camadas mais baixas da atmosfera e se


acumulam nas camadas superiores da estratosfera. A radiação U.V. ocasiona a
foto-decomposição das moléculas de CFCs, HCFCs e halogênios; estes
liberam elementos como hidrogênio, carbono, cloro, flúor e bromo que são
catalisadores da destruição de ozônio. Um átomo de cloro, por exemplo, pode
destruir até cem mil moléculas de ozônio.
Essas substâncias químicas sintetizadas pelo homem e que possuem a
capacidade de longa permanência na atmosfera, advém de diversas fontes e
processos dos tempos modernos. Podemos citar vários, por exemplo:

 Agentes de expansão na fabricação de espumas


de poliuretano
 Propelente em aerossóis
 Solventes para limpeza de elementos de precisão
e eletrônica
 Desinfecção de solos para o controle de pragas na
agricultura
 Tratamentos quarentenários e de pré-embarque de
mercadorias importadas e exportadas
 Matéria-prima de processos industriais e em
equipamentos de refrigeração doméstica,
comercial, industrial e automotiva.

Não precisamos nos preocupar com esses gases quando entramos em contato
físico direto com eles, pois se tornam perigosos somente quando atingem a
estratosfera, ou seja, não reagem de forma espontânea precisando de outros
elementos para agredirem a saúde dos indivíduos.

Para que possamos visualizar e compreender melhor como ocorre esse


processo de destruição da camada de ozônio, a figura 1 pode ilustrar de forma
didática as etapas e as consequência dessa degradação ambiental.
Figura 1 – Processo de destruição do ozônio
Fonte: <http://www.grupoescolar.com/pesquisa/quais-os-problemas-
decorrentes-da-destruicao-da-camada-de-ozonio.html>.

A figura está dividida em duas partes. No primeiro desenho, podemos


identificar prédios e elementos que configuram uma cidade ou grande
metrópole. Além disso, uma família é representada. Logo acima, simbolizado
com a sigla CFC, estão vários gases flutuando e subindo para a camada de
ozônio. Nessa camada, estão quatro bolas. Duas delas com a sigla O3 (ozônio)
e duas com a sigla Cl (cloro). De forma centralizada, e bem em cima da divisão
da figura, está o sol. Saindo dele há flechas que caracterizam a radiação solar
e os raios UV. No segundo desenho, que possui alguns dos mesmos
elementos da primeira parte da figura, vemos a camada de ozônio com a cor
mais clara que a anterior, caracterizando o seu enfraquecimento ou destruição
em decorrência dos gases do CFC. Com a destruição da camada protetora da
terra, as radiações solares (raios UV) incidem com mais potência na cidade e
nos indivíduos, que estão agora com um grande guarda-sol sobre eles.
Formação e dispersão atmosférica
dos poluentes na atmosfera

A formação e a dispersão de poluentes na atmosfera são assuntos


interessantes e importantes de serem estudados.

A dispersão atmosférica nada mais é do que o espelhamento de poluentes


gasosos, devido aos efeitos convectivos e turbulentos do escoamento
atmosférico que, por sua vez, resulta de mecanismos de transportes rápidos e
irregulares, misturando-se assim ao ar que nos envolve e que respiramos.

Existem vários fatores que fazem com que os poluentes se formem e se


dispersem na atmosfera. Todos nós sabemos que o crescimento das áreas
urbanas e industriais contribuíram muito para a formação, concentração e
transporte dessas substâncias. Em geral, estes centros estão localizados em
regiões bastante heterogêneas, ou seja, em locais com diferentes tipos de
relevos, de solos e de formas de ocupação. Em decorrências dessas
peculiaridades, a caracterização da dispersão de contaminantes torna-se mais
difícil.

A formação de contaminantes se dá através dos mais variados lugares e das


mais diversas formas. Como já vimos, são encontrados em diferentes
concentrações e principalmente em ambientes industriais e comerciais, porém
também os encontramos no ar, sendo produzidos em ambientes domésticos,
escolares, vias públicas etc. Não só nos processos de comercialização e
fabricação são formados os poluentes, nas atividades simples do cotidiano das
pessoas e dos animais também a propagação e a liberação desses agentes
são observadas.

A variedade de contaminantes que resultam das atividades humanas são muito


grandes. Podemos considerar o péssimo hábito de fumar cigarro como uma
das formas de formação de poluentes, por exemplo. Essa ação lança fumaça e
partículas inaláveis tais como: monóxido de carbono, compostos orgânicos
voláteis, óxidos de nitrogénio e de diversos outros poluentes para ambientes
internos e também externos.

É bom relembrarmos que o cigarro traz malefícios à saúde dos seres humanos,
podendo causar prejuízos aos que fumam diretamente e aqueles que estão
próximos do fumante, sendo considerados fumantes passivos.

As atividades metabólicas humanas por si só alteram também a qualidade do


ar e são fontes formadoras de alterações atmosféricas, porque diminuem a
concentração de oxigênio e aumentam a de dióxido de carbono. A respiração,
transpiração ou a preparação de alimentos, adicionam vapor de água, bem
como outras substâncias, que geram odores nos ambientes.

A dispersão atmosférica de poluentes nada mais é que o deslocamento de um


lugar para outro dos contaminantes atmosféricos, através de agentes
meteorológicos e topográficos, tais como temperatura, ventos e chuvas. Ou
seja, as partículas aeróbicas poluentes percorrem várias distâncias e,
posteriormente, são acomodadas em diversos terrenos, como solo, água,
vegetação etc.

Outra questão, que influencia diretamente na dispersão e nos tipos de


poluentes que sobem para o ar, está relacionada com as variadas
configurações de terrenos nos quais surgem circulações locais que colaboram
para a dispersão de contaminantes. Os canteiros de obras exemplificam essa
situação.

Em tempos passados a instalação de uma indústria, por exemplo, não levava


em consideração as características meteorológicas e tão pouco as
topográficas. No entanto, sabe-se que certos locais podem ser totalmente
inadequados para a implantação de uma fonte poluidora. A instalação de uma
nova usina termoelétrica ou de uma indústria de materiais cerâmicos, por
exemplo, deve passar por um estudo detalhado do seu possível impacto sobre
o ecossistema local, conforme já estudamos.
Dispersão Atmosférica

A formação dos poluentes e a dispersão atmosférica na troposfera são


processos extremamente simples, porém, nas outras camadas, se tornam
complexos, devido às ações de escoamentos que ocorrem na chamada (CLT),
Camada Limite Planetária. A CLT governa as turbulências, movimentações de
ar, cuja a física ainda não compreendeu de forma completa.

Existem cálculos específicos para se saber se houve dispersão atmosférica.


Esses cálculos levam em consideração diversos fatores, entre os mais
importantes estão: velocidade média do vento (incluindo suas flutuações),
direção do vento, insolação, grau de estabilidade da atmosfera, temperatura da
atmosfera, humidade, radiação solar, relevo, características das fontes
poluidoras e dos gases sendo emitidos.

Não precisamos conhecer matematicamente quais são os cálculos para os


eventos de dispersão atmosférica, todavia é fundamental o conhecimento da
capacidade que a atmosfera tem de dispersar e transportar os poluentes.

Os episódios de poluição atmosférica em ambientes urbanos não têm apenas


como causa o aumento da concentração de poluentes, são também agravados
por condições atmosféricas adversas. Este parâmetro é imprescindível na
modelação da dispersão de poluentes atmosféricos, uma vez que é na
atmosfera que se dão as reações químicas, o transporte e a dispersão de
poluentes.

As variáveis meteorológicas juntamente com as estações do ano,


principalmente no verão e no inverno, são os elementos que definem o
transporte e a potencialização dos agravantes à saúde dos seres vivos e da
natureza. Isso porque a estabilidade atmosférica é determinada pela
contribuição do efeito mecânico da turbulência dos ventos, e por aquele
causado pela variação da temperatura superficial com as diferenças em
relação ao ambiente exterior.
A dispersão de poluentes torna-se mais desfavorável em uma atmosfera
estável, uma vez que esta ocorre quando a temperatura do ar ascendente é
inferior ao ar circundante, criando uma inversão térmica e inibindo ou
amortecendo os movimentos atmosféricos ascendentes.

Ou seja, a turbulência é suprimida, o que não permite a dispersão e os


poluentes ficam confinados ao espaço entre a superfície e a inversão térmica.

Na figura 1, podemos identificar como ocorre a formação, a dispersão e


também a imissão de poluentes na atmosfera. Observe:

Figura 1 - Formação, dispersão e imissão de poluentes na atmosfera

Para ilustrar a formação, dispersão e o transporte de substância ao ar, a figura


apresentada contém uma paisagem contendo uma fábrica, no canto esquerdo,
e uma variedade de árvores e vegetação ao seu redor. A fábrica está emitindo,
por uma de suas chaminés, poluentes e fumaças para a atmosfera. Ao lado da
fábrica percebemos que ocorre emissão, este é o aspecto ambiental, que
significa, nesse exemplo, a fonte emissora dos gases e partículas. No céu da
figura está representado o transporte de materiais que saem da chaminé, os
materiais sofrem a ação do vento, da velocidade e da temperatura das massas
de ar. Do outro lado da figura, acima das árvores mais densas e maiores,
observa-se o impacto ambiental, que é a emissão, ou seja, as partículas mais
densas descem para o solo e para a vegetação, colaborando assim para a
degradação ambiental, de forma ampla, para as mais diferentes espécies
animais, vegetais e até mesmo corpos hídricos.

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