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Isla.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS.
O PRONERA tem como objetivo geral fortalecer o ensino nas áreas de reforma agrária
que é um fruto da luta do MST incitando, sugerindo, criando, ampliando e coordenando
projetos educacionais a partir de metodologias específicas para o campo. Esse Programa
serve principalmente como instrumento de democratização do conhecimento no campo,
apoiando e propondo desenvolvimentos e melhorias das áreas de reforma agrária,
2. REFERENCIAL TEÓRICO.
O mst não só tem um papel na construção dos processos sociais, como educacionais
também, estes que geram a arquitetura de processos culturais, pois existe uma
reprodução de costumes ali, conhecimentos históricos, culturais, passados não só de
geração em geração como dentro das didáticas e das lutas. Dessa forma, uma indagação
floresce acerca do movimento, como o mesmo atua na escola? Para compreender os
processos educativos dentro do mst, é necessário compreender todas as suas nuances, e
somente nesse ponto percebe-se que a escola é só uma pecinha assim de um quebra-
cabeças gigante. Existe uma metamorfose dentro do movimento, do indivíduo
compostos por trabalhadores deixados a margem no sistema de educação para, o mst
constrói novos indivíduos socioculturais, é uma metamorfose que acontece no processo
da luta pela terra, é uma pedagogia que transforma, uma pedagogia libertadora, é uma
pedagogia talvez...como um ato político? Onde já se ouviu tais palavras? Freire. O mst
carrega muitos traços da pedagogia freiriana, aquela pedagogia libertadora, livre de
amarras e sem o padrão educacional geralmente imposto.
A autora Roseli Caldart retrata uma coisa muito importante no livro Pedagogia do
Movimento Sem Terra: escola é mais do que escola. Compreende a cultura "como um
modo de vida, e como uma herança de valores e objetos compartilhados por um grupo
humano relativamente coeso, mas mantendo-a como uma dimensão do processo
histórico e acrescida de um sentido político específico, que é o de uma cultura social
com dimensão de projeto, tal como o apreendido nas pesquisas feitas no âmbito da
história dos movimentos sociais, notadamente aquelas orientadas por uma interpretação
marxista da história" (p. 28, grifo da autora).
Ou seja, o mst faz parte de um processo histórico, marcado pelas suas lutas e cicatrizes
de um universo particular com suas particularidades particulares que são impedidas
durante o tempo de mostrar e por isso que se torna importante trazer a origem de tudo,
porque é a partir daí que se compreende essas práticas e fundamentos de escola
arquitetadas pelo mst.
A segunda fonte é a tradição teórica dos estudos da história social marxista. Que tem
como objetivo basicamente salientar o âmbito cultural, estudando os seus
desenvolvimentos de metamorfose sociais mediante a perspectivas marxistas do
contexto histórico que a mesma esteja inserida. Para isto, recorre a quatro princípios
básicos como ferramentas de análise, "compreender a história de baixo para cima" (p.
43); que é entender e aprender a história desde o seu prólogo. O outro princípio segundo
a autora é "considerar a experiência humana como parte fundamental do processo
histórico e, portanto, de qualquer leitura que dele se faça"(p. 46); ou seja validar as
bagagens do indivíduo como um fragmento que também constitui o seu
desenvolvimento histórico e
A terceira e última fonte são os elementos de teoria pedagógica, estes que permitem
olhar para o processo de formação mais amplo provocado pela dinâmica do Movimento
como um processo educativo, do qual a escola é uma parte. Trata-se de recuperar a
visão de educação como formação humana à qual a escola deve ajudar. Ou seja, a
educação é um processo social no qual se destacam as relações entre educação e vida
produtiva, entre formação humana e cultura, e entre educação e história. As ações
educativas intencionais e planejadas das escolas devem se orientar a partir destas noções
e jamais se deve tratar de compreender a escola fora de seus vínculos com processos
sociais concretos.
REFERÊNCIAS
CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é mais do que
escola. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.