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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas Curso


de Psicologia

Daiane Camila De Sousa – RA B70BJA9


Daniele Carvalho Meireles – RA B686GE3
Gustavo Rodrigues Correa Dos Reis – RA B83EJJ-2
Lucas Flores Da Silva – RA B862017
Michelle Cristina Duque Emilio – RA T410FB4

A EXPERIÊNCIA DE LUTO NA INFÂNCIA SOB A


PERSPECTIVA KLEINIANA

Araraquara

2017
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas Curso
de Psicologia

Daiane Camila De Sousa – RA B70BJA9


Daniele Carvalho Meireles – Ra B686GE3
Gustavo Rodrigues Correa Dos Reis – RA B83EJJ-2
Lucas Flores Da Silva – RA B862017
Michelle Cristina Duque Emilio – RA T410FB4

A EXPERIÊNCIA DE LUTO NA INFÂNCIA SOB A


PERSPECTIVA KLEINIANA

Projeto de Pesquisa apresentado para


a disciplina projeto de pesquisa em
psicologia sob a orientação do
Professor MSc. Mauricio Mathias
Rodrigues.

Araraquara

2017
Resumo
Este projeto de pesquisa teve como objetivo, através de procedimentos
de revisão de literatura, obter melhor compreensão do conceito de luto e seus
desdobramentos a partir da ótica psicanalítica, a fim de que este conhecimento,
nos possibilitasse maior capacidade de intervenção junto a uma criança que
sofre a perda de um ente amado.
Considerando o luto como uma fase transitória, de mudanças profundas,
nos debruçamos nas especificidades de seus mecanismos, desde o início do
processo quando o sujeito perde, ainda que parcialmente, o contato com o
objeto amado; Os postulados Freudianos indicam que neste período pós-
separação, para que ocorra a superação desta fase angustiante é necessária
que ocorra uma substituição do objeto, neste movimento, a libido que era ligada
ao objeto perdido poderá então ser reinvestida neste novo objeto. O que
Melanie Klein acrescenta é compreendido como um processo em que o ego
tem que habituar-se com a perda do objeto. Este processo inicia-se com a
assimilação da perda do objeto, do desinvestimento sucessivo da libido sobre o
mesmo, permitindo o reinvestimento em novos objetos.
Assim, partindo das informações coletadas e do aprofundamento na
teoria psicanalítica Kleiniana, percebemos as características do luto infantil,
tanto na questão simbólica, como nas questões parentais e as relações entre
ambos, além da intima relação entre o infantil e o adulto quando relacionados a
perda, também nos apresentou os mecanismos psíquicos utilizados para
elaboração da perda, sendo eles: ressignificação libidinal, retomada da posição
depressiva arcaica, teste de realidade, passagem pelo estado maníaco-
depressivo, posição esquizoparanóide e a adaptação do ego a respeito da
perda do objeto. Ademais compreendeu-se o luto anormal como a não re-
introjeção da pessoa perdida e dos objetos bons internos.
Sumário

1. Introdução........................................................................................................5

1.1 Apresentação.............................................................................................5

1.2 Tema/Levantamento Bibliográfico..............................................................6

1.3 Objetivos....................................................................................................9

1.3.1 Objetivo Geral......................................................................................9

1.3.2 – Objetivo Específico...........................................................................9

1.4 Hipóteses...................................................................................................9

1.5 justificativa................................................................................................. 9

2. Método...........................................................................................................10

2.1 Aparatos de Pesquisa..............................................................................11

2.2 Procedimentos para coleta de dados.......................................................11

2.3 Procedimentos de análise de dados........................................................12

3. Discussão......................................................................................................12

3.1 Desenvolvimento do luto postulado por Freud e Melanie Klein...............12

3.3 O luto infantil e seus desdobramentos.....................................................19

3.4 Os Constructos de Kubler-Ross e os pressupostos Kleinianos...............21

3.5 Coleta de dados.......................................................................................23

3.6 Estudos comparativos sobre elaboração de luto infantil..........................23

4. Conclusão......................................................................................................26

5. Referências................................................................................................... 29

6. Anexos...........................................................................................................33
1. Introdução

1.1 Apresentação

Para que tenhamos uma melhor compreensão do conceito de luto,


buscamos para tal entendimento fazer uma releitura das obras Freudianas e
Kleinianas. Sabe-se por meio do desenvolvimento da teoria psicanalítica infantil
que, ao longo dos anos, é importante a criança vivenciar seus instintos e suas
relações objetais. Ao longo do curso entramos em contato com pressupostos
da teoria Freudiana e Kleiniana, de tal modo, que provocou em nós a
curiosidade em investigar o tema “Luto Infantil”, portanto, nesta perspectiva,
entende-se o luto como uma relação necessária para facilitar os processos de
construção do psiquismo de forma saudável (Cavalcanti, Samzuck, Bonfim;
2013)
Em estudo sobre a dimensão da Infância na obra de Sigmund Freud,
Zavarini, Viana e Celes, (1980) apontam que “o infantil remete a um período
que é, ao mesmo tempo, esquecido e determinante. No processo de
constituição psíquica, é o momento de maior capacidade de receber e
reproduzir impressões” (p. 68). Partindo desses pressupostos, empreendemos
um trabalho de incursão em obras clássicas e na produção recente no campo
da produção cientifica sobre o tema, tendo como eixos de analise os seguintes
conceitos: à identidade perdida, separação, dor, sofrimento, luto, melancolia e
manejo para uma futura ressignificação a partir dessa experiência de luto na
infância.
Através do presente estudo procuramos também identificar a gama de
sentimentos existentes após esta perda vivenciada pela criança, bem como as
expectativas que a mesma possui em relação a esta nova vida, agora
convivendo com a ausência de um familiar próximo.
A morte de um ente querido causa uma dor psíquica de grande
proporção na criança. Neste sentido Seingk aponta:

A criança espera uma resposta do adulto, acredita que ele seja capaz
de lhe dizer o que aconteceu. É necessário explicar-lhe que a morte é
irreversível, ou seja, que a pessoa que morreu não irá mais voltar à

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vida. Diante dessa situação, nota-se a dificuldade do adulto em lidar
com a palavra morte por todo o conteúdo e sentido que ela provoca
não apenas na criança, mas nele próprio. (SEINGK et al, 2013,
p.381).

Dentro deste contexto, Lima et al (2011), destacam que a verbalização


da família e a maneira como expressam seus sentimentos com a criança são
de suma importância na elaboração de luto da mesma. Assim, em nossa busca
literal, vimos que existem poucos trabalhos voltados para a experiencia de luto
parental, que aqui foi explorado, portanto, vendo a necessidade de abordar tal
tema para que haja uma estrutura psicológica bem formulada, percebeu-se a
necessidade de aprofundarmos neste conceito visando uma contribuição para
nossa prática profissional.

1.2 Tema/Levantamento Bibliográfico

A respeito da elaboração do luto, Franco et al (2007) descreve como um


mecanismo de identificação com o objeto perdido, no qual há retirada gradual
do investimento libidinal nesse objeto e a abertura para o investimento em
novos objetos (p.504). Desse modo, esse processo não implica no
desligamento total do objeto perdido, tendo em vista que a ligação com o objeto
interno permanece e é ressignificada durante o trabalho de luto. É esse
trabalho de ressignificação, de transformação da relação com o objeto perdido,
que permite a elaboração do luto de modo sadio.
Poderíamos dizer que, para Freud (1915), a elaboração de luto é a
recuperação da libido e a volta do interesse no mundo exterior e, o fracasso na
elaboração é a queda na melancolia; quando tal perda é intolerável, sua recusa
pode levar a uma psicose. Por sua vez, as teorias Kleinianas, elucidaram
aspectos da natureza do luto e suas implicações, ligando a influência freudiana
do início de seu trabalho aos estados maníaco-depressivos. Sobre isso temos:

Sem discordar das definições de luto explanadas por Freud (1915),


Melanie Klein também o concebe como a perda objetal e, em cujo
processo haverá uma repetição de experiências tidas no princípio do
desenvolvimento psíquico humano. Klein entende que nesse

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processo haverá uma reativação (Klein, 1940) do que chamou de
“posição depressiva” arcaica. Assim o que é acrescido em Klein, é
que o luto não se refere apenas a uma perda objetal real, mas
também simbólica. (CAVALCANTE, 2013, p.91).

Considerando o luto como uma fase transitória, de mudanças e as


especificidades dos mecanismos de luto introduzidos pela psicanalista
austríaca, entende-se, portanto, que o sujeito perde, ainda que parcialmente, o
contato com o objeto amado neste período pós-separação; para que haja
superação desta fase angustiante é necessária uma substituição do mesmo,
neste processo, a libido que era ligada ao objeto perdido então poderá ser
investida em um novo objeto (Klein 1935). Como fase transitória, ainda ocorrerá
uma reconexão dos aspectos desejantes, após um processo de confrontação
entre as dimensões objetivas e subjetivas do indivíduo.
A elaboração de luto se concretiza através do teste de realidade
expressão freudiana que engloba a compreensão da separação entre fantasia e
realidade, que é o estágio em que se percebe a inexistência do objeto, o que se
espera nesse momento é que a libido se desprenda do objeto que foi perdido,
contudo, esse processo é doloroso e difícil de ser cumprido, ainda mais nas
fases iniciais do desenvolvimento, na infância, quando as pessoas tendem a
agarrar insistentemente seus investimentos libidinosos e dificilmente abrem
mão dessa ligação, mesmo tendo outro tipo de objeto apresentado. Mendlowicz
(2000, p.88) diz: ‘’o processo de luto, por sua vez, se realiza através do teste de
realidade, que ao evidenciar reiteradamente que o objeto não mais existe, exige
que a libido se desprenda do objeto perdido. ’’
Na visão de Klein (1940), existe uma união particular entre o teste de
realidade no luto normal e os processos arcaicos da mente. Apesar de
ocuparem distintos estágios no desenvolvimento, o luto que a criança vivencia
é semelhante ao vivenciado pelo adulto e o teste de realidade, assim como
para o adulto, é um importante método para a criança suceder seus estados de
luto. A autora destaca ainda que, todavia, o teste de realidade leva tempo, pois
nesta fase o sujeito ainda percebe tanto os estímulos internos quanto externos,

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entretanto a capacidade de diferenciação entre eles é que irá trazer o sujeito
para a realidade. (Klein 1982).
A recusa da perda acontece em alguns casos quando a neurose infantil
não é concretizada, implicando em êxito sobre a posição depressiva infantil. A
criança ao vivenciar a ansiedade paranoide utiliza defesas e a passagem da
posição esquizoparanóide, que segundo Melanie Klein (1935) consiste no
estado do ego encontrar-se fragmentado devido as frustrações obtidas em
busca de um objeto gratificador, para a posição depressiva e assim passa a
não buscar mais tal gratificação, acarretando portanto em uma perturbação
maníaco-depressiva, explicada por Klein (1935) como faces de um mesmo
complexo de fantasias estruturantes do sujeito, que no contexto de luto explica-
se pela negação da perda com o intuito de evitar a angustia.

Ainda a respeito do luto, Melanie Klein (1940) considera que


independentemente do estado de luto a posição depressiva infantil é reativada.

No luto normal, assim como no luto anormal e nos estados maníaco-


depressivos, a posição depressiva infantil é reativada. As fantasias,
ansiedades e sentimentos complexos englobados por esse termo são
de tal natureza a justificar a minha afirmação de que, em seu
desenvolvimento arcaico, a criança passa por um estado maníaco-
depressivo transitório e por um estado de luto que são modificados
pela neurose infantil. (KLEIN, 1940, p.412).

Sabe-se que no luto anormal e no estado maníaco depressivo,


independentemente de apresentarem diferentes defesas, o fracasso de luto
está presente. Ou seja, não conseguem estabelecer seus objetos bons
internos, tornando-os inseguros no seu mundo interior. O que marca uma
diferença é que diferente do luto anormal, no luto normal, ocorre a re-introjeção
não só da pessoa perdida, mas também dos objetos bons, caracterizando
assim o trabalho de luto bem-sucedido.
No decorrer da graduação e através de anos de leitura das teorias
psicanalíticas trabalhadas na graduação, percebeu-se que a criança
geralmente nega que houve uma perda, negando o acontecido, assumindo uma
responsabilidade pela morte do outro.

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Segundo Sigmund Freud (1917 apud FRANCO et al, 2007), entende-se
que o luto, para a psicanalise, é compreendido como um processo em que o
ego tem que habituar-se com a perda do objeto. Este processo inicia-se com a
assimilação da perda do objeto, do desinvestimento sucessivo da libido sobre o
mesmo, permitindo o reinvestimento em novos objetos. Não significa que a
ligação terminou, mas sim uma modificação dos significados dessa relação
objetal.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Entender o luto na infância e seus desdobramentos, explorar as


concepções de luto e seus processos a partir da ótica psicanalítica.
.
1.3.2 – Objetivo Específico
A partir dessa coleta de informações, buscar entender como se dá esse
desenvolvimento utilizando as contribuições teóricas de Melanie Klein dentro do
conceito de luto na infância. O atual estudo apresentará uma breve explanação
da teoria Kleiniana a partir de Freud.
Investigar a conceituação de luto sob o contexto de Klein, considerando
a evolução teórica.

1.4 Hipóteses

Na presente pesquisa, temos como hipótese que, ao elucidar o tema


envolvendo o luto infantil dentro das teorias de Melanie Klein, revisitando na
literatura suas especificidades e argumentos sobre o assunto, teremos um
maior entendimento de como a criança lida com o processo da perda e do luto,
possibilitando compreender a reorganização emocional e cognitiva que a
criança enfrenta neste momento.
Ressaltamos também que partimos da crença que os processos que
envolvem a elaboração do luto infantil e como a criança supera esse
acontecimento, sob a ótica da autora citada, representam um desdobramento
fundamental dentro da teoria psicanalítica.

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1.5 justificativa

Dentro de todo o contexto apresentado até então, entende-se o luto


como a perda da energia libidinal do objeto internalizado. Embasada na
psicanálise clássica Freudiana, Melanie Klein foi além, não se limitando em
descrever este processo com os conceitos de angústia de castração e pulsão
de morte. Essa mesma autora acrescenta na elaboração do processo de luto as
posições esquizoparanóide e depressiva (Klein 1982}, concluindo assim que a
internalização, quando satisfatória, facilita a criança utilizar da fantasia para
reparar o objeto perdido, elaborando esse processo de luto, para assim não só
renovar os elos com o mundo externo, mas utilizar desse processo para
reconstruir o mundo interno.
O que entendemos do luto sob a ótica de Klein irá permitir ao profissional
da psicologia em seu cotidiano adotar intervenções mais adequadas dentro da
abrangência do desenvolvimento da criança e sua ligação com os objetos,
colaborando de maneira mais efetiva junto à criança no enfrentamento da perda
de um ente querido.
Sobre isto, temos:

Klein concentrou seu trabalho no estudo de crianças pequenas, o que


lhe possibilitou enxergar detalhes no que tange ao desenvolvimento
infantil e à relação da criança com objetos, o que ainda lhe
possibilitou conceber a dimensão do mundo interno povoado por
objetos internalizados, e as posições esquizoparanóide e depressiva
que perpassam por toda a vida, alterando assim o seu olhar e sua
análise acerca da psicanálise/coisas. (CAVALCANTE, 2013, p.103).

2. Método

Como a intenção deste estudo, desde o seu início, fora de cunho teórico,
o método utilizado adotou, especificamente, a revisão da literatura como
ferramenta principal. Consideramos que este instrumental, no processo de
pesquisa, análise e descrição de um corpus teórico possui a capacidade de
responder a uma questão específica ou mesmo avançar em suas
problematizações.

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Neste caso, por termos optado em debruçarmo-nos em leituras de uma
única teoria, àquela formulada por Melanie Klein, o tipo de revisão literária será
a narrativa, haja visto que
A “revisão narrativa” não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para
a busca e análise crítica da literatura. A busca pelos estudos não
precisa esgotar as fontes de informações. Não aplica estratégias de
busca sofisticadas e exaustivas. A seleção dos estudos e a
interpretação das informações podem estar sujeitas à subjetividade
dos autores. É adequada para a fundamentação teórica de artigos,
dissertações, teses, trabalhos de conclusão de cursos.1

Portanto, para a realização da presente pesquisa foram revisadas as


seguintes obras Kleinianas: Amor Culpa e Reparação e Outros Trabalhos
(1921-1945), Introdução à obra de Melanie Klein (1975). Além, das literaturas
de Kovacs que são: Morte e desenvolvimento humano (2002), Criança Também
Fica de Luto (2008). Assim como as obras de autoria de Kubler Ross: Sobre a
morte e o morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar a médicos,
enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes (1991).
Para a produção deste trabalho de pesquisa, realizamos dois
movimentos de incursão; O primeiro tendo como base obras fundamentais da
psicanalista austríaca a partir de um refino de seus conceitos principais, e no
segundo aprofundamo-nos na revisão das produções cientificas recente sobre
o tema, a partir de artigos publicados em revistas revisadas por pares e
indexadas em base de dados, a fim de considerar o Estado da arte sobre a
questão. Estas duas linhas de investigação nos permitiram prestigiar os
pressupostos psicanalíticos dentro do texto original de Klein, bem como
perceber seus desdobramentos recentes. Vivenciaremos junto ao leitor todo
esse leque de informações apaixonantes, técnicas e métodos que a Psicologia
vem nos proporcionando até o presente momento.

2.1 Aparatos de Pesquisa

Para compor a pesquisa além de livros, artigos científicos e apostila,


utilizamos aparatos tecnológicos tais como: computadores, celulares,
impressora, internet.

1
Sem autor identificado. Explicação disponível no site da Biblioteca do Instituto de Psicologia
da USP no endereço eletrônico: http://www.ip.usp.br/portal/images/biblioteca/revisao.pdf, com
último acesso em 19/03/2017.

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2.2 Procedimentos para coleta de dados

Para fins desta presente pesquisa foi realizado uma revisão bibliográfica
de artigos publicados em revistas cientificas dos últimos 10 anos, disponível
nos seguintes bancos de dados: Scielo, Bireme e BVS-psi. As seguintes
palavras chaves foram utilizadas: luto, criança, morte, perda, infantil e
psicanálise.

Está busca foi ampliada também aos seguintes livros: Amor, culpa e
reparação e outros trabalhos de Melanie Klein (1996); Obras da Kubler Ross
como “Sobre a morte e o morrer” (1991); Morte e desenvolvimento humano
(2002); Introdução as obras de Melanie Klein (1975) e outros instrumentos cuja
literatura foi desenvolvida pelos discípulos Kleinianos. Procedeu-se uma busca
de pesquisa bibliográfica com base de pesquisa psicanalítica, e de referência
Kleiniana.

Enfim, para proceder à análise dos dados, foi realizado um cronograma


com finalidade de demonstrar o desenvolvimento das atividades em relação a
proposta inicial do projeto de pesquisa. Este encontra-se na sessão de anexos.

3. Discussão

3.1 Desenvolvimento do luto postulado por Freud e Melanie Klein

... as manifestações diante da perda e do luto sofrem


alterações no decorrer dos tempos. Cada cultura apresenta
algumas prescrições de como a morte deve ser enfrentada e
quais os comportamentos e rituais que devem ser cumpridos
pelos enlutados (KOVACS, 200, p. 154)

O processo de luto em uma perspectiva popular é compreendido como a


perda de alguém pela qual depositamos sentimentos, caracterizando um
processo a ser enfrentado de forma não necessariamente igual para cada
sujeito, com o objetivo de superar ou, que seja, amenizar a dor e o sofrimento
dessa perda.

Partindo para uma ótica psicológica embasada na teoria psicanalítica


Kleiniana, da qual tal projeto de pesquisa se refere, é impossível não

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contemplar esse processo ligando-o aos dois maiores extremos de um
indivíduo: a vida e a morte. Dentre todo o achado teórico apresentado, foi
possível compreender que o luto não se limita exclusivamente a tais extremos.
Nesta perspectiva, podemos dizer que Klein parte dos conceitos de perda
objetal real e teste de realidade caracterizados por Freud, a qual embasaram
suas contribuições, todavia, a autora austríaca acrescenta que também existe
uma perda simbólica e uma intima relação com a posição depressiva infantil
nos processos de luto:

É interessante notar algumas nuances acrescentadas pela


perspectiva Kleiniana ao modelo freudiano. Se em Freud a
tônica era dada à angústia de perda do objeto, com Klein essa
perda do objeto está associada a uma fantasia primitiva de
destruição do objeto, o que quer dizer que, inconscientemente,
o sujeito não só se ressente do objeto que o abandonou, mais
se culpa pela destruição do objeto de amor. (CAMPOS, 2013,
p. 18)

Para Klein (1940), a culpa acompanha o luto, pois a morte de um ente


segue um sentimento de vitória relacionada ao desejo de morte depositado,
mesmo que inconscientemente, no falecido. Segundo tal princípio, o processo
de luto guarda uma intima relação com a posição depressiva infantil
caracterizada pela teoria Kleiniana, deste modo, é de extrema importância
retrocedermos a sua contribuição à psicogênese dos estados maníaco-
depressivos (1935) partindo do seguinte fragmento:

A teoria postula que no primeiro ano de vida, em torno dos


quatro ou cinco meses, ocorre uma mudança significativa nas
relações do objeto do bebê, uma mudança da relação com um
objeto parcial para um objeto total. Essa mudança coloca o ego
em uma nova posição, onde consegue se identificar com seu
objeto; assim, se antes as necessidades do bebê eram do tipo
paranóico e envolviam a preservação do seu ego, ele agora
possui um conjunto mais complexo de sentimentos
ambivalentes e ansiedades depressivas sobre a condição de
seu objeto. Ele passa a ter medo de perder o objeto amado
bom e, além das ansiedades persecutórias, começa a sentir

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culpa pela sua agressividade contra o objeto, tendo o impacto
de retira-lo por amor. (KLEIN, 1935, p. 310)

Pode-se afirmar que há uma mudança em relação aos mecanismos de


defesa da criança, ou seja, o indivíduo passa a movimentar as defesas
maníacas com o objetivo de enfraquecer os perseguidores e conseguir assim,
reagir a nova experiencia de culpa e desespero, evocando ansiedades e
defesas, conjunto esse conhecido também, dentro da terminologia psicanalítica
Kleiniana como posição depressiva (Klein 1982).

Entende-se, portanto, que havendo essa compreensão de que o mesmo


objeto que gratifica é o que frustra e que os dois fazem parte de uma só
pessoa, desperta-se uma perturbação, pois percebe-se que a fúria antes
direcionada ao “seio mal”, definição de Klein para a representação do
desprazer, acarreta o medo de perder o objeto amado, evocando assim o
mecanismo de reparação do qual o bebe sente a culpa e a necessidade de
compensar todo o mal dirigido a mãe. Sendo assim, o bebe passa a adquirir
uma posição depressiva anunciando o desmame, conhecido inicialmente como
a primeira vivencia de luto para a criança.

Partindo do que foi descrito, pode-se, portanto, compreender o porquê


Melanie Klein correlaciona toda e qualquer atividade de perda à retomada do
estado de luto arcaico da criança, o desmame.

Em minha opinião, há uma íntima ligação entre o teste de


realidade no luto normal e os processos arcaicos da mente.
Afirmo, portanto, que a criança passa por estados mentais
comparáveis ao luto do adulto, ou melhor, que o luto arcaico é
revivido sempre que se sente algum pesar na vida ulterior.
(KLEIN, 1940, p. 387)

O sofrimento relacionado ao lento processo de teste de realidade já


postulado por Freud diante o estado de luto, não se resume exclusivamente em
renovar ligações com o mundo exterior revivendo incansavelmente a perda,
mas aqui é apresentado como ferramenta utilizada para reorganizar o mundo
interno, vendo que em tal estado o indivíduo julga que esse mundo está em
perigo e desmoronando, momento comparado a posição depressiva que a

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criança passa antes, durante e após o desmame. Com o objetivo de integrar
seu mundo interno, o enlutado sofre a dor de restabelecê-lo e reintegra-lo.

Segundo Klein (1940), o sujeito em processo de luto reintrojeta e


reinstala, além da pessoa que perdeu, aqueles que constituem seus objetos
internos bons, a saber a representação psíquica dos pais. Portanto, seu mundo
interior que vinha estruturando-se desde seus primeiros dias de vida, com a
situação de luto também se deteriora em fantasia no momento em que ocorre
uma perda real.

Neste sentido um novo conceito correlacionado ao luto é pautado, uma


vez que para a autora, a perda do objeto bom externo, inconscientemente,
remete a perda do objeto bom interno, explicando assim o sofrimento da
pessoa enlutada, pois a soma dessas duas perdas evoca a sensação de que os
objetos maus estão perseguindo-o o que evoca a posição depressiva,
exaltando portando a significância da reparação dos objetos bons retirados.

Além dos conceitos já citados vinculados à teoria Kleiniana, vale


ressaltar que, assim como para Freud, para a autora o teste de realidade é de
extrema importância durante o processo de luto na perspectiva de supera-lo,
todavia Klein (1940) diverge do fundador da psicanálise acrescentando que tal
teste não está limitado exclusivamente a objetos externos, mas também a
objetos internos, o que mostra que o objeto perdido está diretamente
relacionado aos objetos internos do sujeito e perde-los faz com que esse
mundo interior desmorone.

Prosseguindo nesta discussão sobre pontos de aproximação e


discordância entre as perspectivas psicanalíticas de Freud e Klein,
aprofundamos nos parágrafos que seguem outras linhas de discussão que
favorecem a compreensão dos processos de luto infantil numa perspectiva
Kleiniana.

A ideia de luto não se limita apenas à morte, mas o enfrentamento das


sucessivas perdas reais e simbólicas durante o desenvolvimento humano,
deste modo, pode ser vivenciado por meio de perdas que perpassam pela
dimensão física e psíquica, como os elos significativos com aspectos pessoais,

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profissionais, sociais e familiares do indivíduo. Klein concebe o luto como uma
perda objetal e, em cujo processo haverá uma reativação de experiências tidas
no princípio do desenvolvimento psíquico humano. Ela percebe que nesse
processo haverá uma reativação, denominou este processo de “posição
depressiva” arcaica.

Como dito logo anteriormente, um novo conceito relacionado ao luto foi


pautado, a citação abaixo o elucida bem demonstrando que o luto não se refere
apenas a uma perda objetal real, mas também simbólica.

A teoria Kleiniana, chamada de “teoria das relações objetais”,


está assentada numa visão muito mais dinâmica do que
estrutural. Essa dinâmica humana – de introjeção e projeção
consiste, pois, num mundo interno (psíquico) que é construído
a partir de relações que se estabelecem entre objetos (coisas
ou pessoas) e que influencia e é influenciado também pelo
mundo externo. O conceito de posição (posição
esquizoparanóide e posição depressiva) norteia todo o
desenvolvimento humano de sua teoria, assim como o
desenvolvimento psicossexual, acompanhando o indivíduo por
toda a vida. (Klein,1940, p. 20)

O que coopera para a passagem da incorporação de objetos parciais


para objetos inteiros como já visto, é o desmame, por intermédio dele é sentido
pelo bebê a perda da sua maior fonte de alimento e prazer: o seio e todas as
representações que carrega.

Diante de uma situação dolorosa, ocorre uma concentração de energias


mentais, ou seja, um investimento concentrado no objeto do qual se sente falta
ou que está perdido. Por não poder ser apaziguada, uma vez que o objeto não
mais existe tende a aumentar efetivamente, tornando-se assim
hipercatexizadas. Enquanto o ego se vê absorvido no processo de luto por
meio desta hipercatexia, sua elaboração ocorre sob a influência do teste de
realidade, fundamental para a constatação de que esse objeto não exista mais.

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É então através do teste de realidade que compreende a necessidade de
reativar elos com o mundo externo, revivendo a perda, o que contribui de forma
ativa na dolorosa reconstrução do mundo interno que está em perigo de
desmoronar na mente do indivíduo. Ou seja, da mesma maneira que o bebê
sofre para reestabelecer e reestruturar seu mundo interno na posição
depressiva arcaica, o sujeito enlutado também o faz.

Klein (1940) postula que dos sentimentos que estão ligados ao luto, os
mais perigosos são os de ódio contra a pessoa perdida, e que, esse ódio pode
vir à tona por uma sensação de ter triunfado sobre o morto, tal ódio pode
assumir a característica de triunfo sobre a pessoa morta, gerando ainda mais
culpa. Em outras palavras, “quando o sujeito é dominado pelas várias
manifestações do ódio ao objeto amado perdido, a pessoa amada não só se
transforma num perseguidor, como também abala a crença do sujeito em seus
objetos internos bons” (KLEIN, 1996, p. 398).

Como vimos, a reativação da posição depressiva infantil (invariavelmente


ligada à esquizoparanoide), é o cerne do trabalho de luto em quaisquer
circunstâncias. O desenlace do luto torna visível não somente as vivências
atuais mas também a criança de outrora, a qual ainda atua no presente, e o
insucesso na elaboração dos processos de perda torna manifesto um fracasso
muito primitivo: o do estabelecimento dos bons objetos internos e a
consequente falta de segurança no mundo interior.

Contudo, a superação da posição depressiva não deve ser


compreendida como o esquecimento integral de seus enredos, mas sim a
possibilidade de construir novas capacidades, domar os impulsos agressivos e
os objetos maus internalizados. Nesta fase, o ego é conduzido e ocorre uma
junção de imagos tanto externos quanto internos e de amor e ódio.

O triunfo faz parte da posição maníaca no desenvolvimento


infantil. Os desejos de morte infantis contra os pais, irmãos e
irmãs se veem realizados quando uma pessoa querida morre,
pois ela sempre é um representante, até certo ponto, das
figuras importantes do início da vida da criança e atrai,
portanto, alguns dos sentimentos originalmente relacionados a
elas. Sua morte, por mais que tenha sido arrasadora por outros

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motivos, não deixa de ser percebida também como uma vitória.
Isso dá origem à sensação de triunfo, que gera ainda mais
culpa (KLEIN, 1940, p. 397).

O triunfo, por atrapalhar o processo de luto interferindo na crença do


indivíduo em seus objetos bons, quando influencia na projeção do ódio contra a
pessoa amada perdida, esta passa a ser um perseguidor em seu mundo
simbólico, o que dificulta no processo de idealização. Na tenra infância, a mãe
boa idealizada trazia grande segurança para a criança contra a mãe má
retaliadora (Klein, 1940), e contra os outros objetos maus, no luto, idealizar o
objeto de amor contribui para manter ainda que temporariamente um mundo
interno seguro por trazer boas lembranças da pessoa amada que morreu.

Essa relação contínua de aproximação com o mundo externo e com a


realidade é fundamental para a elaboração do luto e reconstrução do mundo
interno e tem como base o simbolismo. No auge do sadismo, o corpo da mãe e
o seu conteúdo se tornam fonte do interesse da criança, ela quer tomá-lo para
si e destruí-lo. Os ataques contra a mãe trazem na criança uma ansiedade
persecutória, que se manifestam em um medo de que esses ataques voltem
para si gerando uma ansiedade que movimenta o bebê a procurar comparar
seus objetos maus que causam medo com objetos do mundo externo,
buscando equipará-los e dotando-os de simbolismo.

Klein (1940) explica que, o objeto de amor, assim como seus objetos
bons da infância, foram introjetados e instalados em seu mundo interno, dessa
forma, quando se instala o luto adulto, o indivíduo tem uma fantasia
inconsciente de que com o objeto perdido todos os seus objetos bons, inclusive
seus pais bons internalizados, foram perdidos, predominando então os objetos
maus, reativando assim a posição depressiva e suas ansiedades derivadas:
culpa, sentimento de perda provindos do desmame e outras fontes, além de
alguns sentimentos de perseguição que também podem ser reativados, ou seja,
quando ocorre a perda real, em sua fantasia, o indivíduo acredita que seu
mundo interno foi destruído.

O processo de luto para a autora consiste então na reestruturação do


mundo interno, reintrojetando o objeto bom de maneira a reestruturá-lo, assim

19
como todos os objetos que acreditou ter perdido, recuperando aquilo que já
havia obtido na infância.

Melanie Klein postula que a especificidade acerca da experiência de luto


reside no fato de que “qualquer dor trazida por experiências infelizes, qualquer
que seja sua natureza, tem algo em comum com o luto. Ela reativa a posição
depressiva infantil; a superação de qualquer tipo de adversidade envolve um
trabalho mental semelhante ao do luto” (KLEIN, 1996 p. 403).

3.3 O luto infantil e seus desdobramentos

No desdobramento do luto há também sua versão patológica, que foi


considerando tanto para Freud como para Klein, a seguir iremos apontar como
os autores entendem está versão de luto patológico.

Freud ressalta que o melancólico se autodeprecia de maneira


exagerada, esse estado também tem um caráter mais inconsciente e ideal, pois
não se sabe o que foi realmente perdido uma vez que o objeto não precisa ter
necessariamente morrido, mas apenas ter sido perdido enquanto objeto de
amor, por exemplo, em um término de relacionamento. O luto anormal,
proposto por Klein (1940), corresponde a uma não superação da posição
depressiva do desenvolvimento, que é crucial para o forte estabelecimento de
objetos bons no mundo interior e para se sentir seguro no mesmo.

Na versão patológica do luto há uma eterna ligação com o objeto


perdido, e uma indiferença pela perda, resultado de um abafamento de
sentimentos, podendo causar uma psicose grave caso o ego recorra a uma
fuga para os objetos internos bons, ou uma neurose caso o ego recorra a uma
fuga para objetos externos bons. A auto desvalia expressada pelo melancólico
acontece porque o ego se identifica com o objeto de amor perdido, que faz que
a libido objetal vinculada a ele se volte para o ego do indivíduo, dessa forma, a
libido é julgada pelo superego como se fosse um objeto, o objeto de amor
perdido.

É também por essa razão que o enlutado não sente timidez ou


demonstra se incomodar em expressar seu ódio e recriminações que, apesar
de serem ditas de si mesmo, parecem se referir a outra pessoa, ao ser amado

20
que agora está de certa forma, instalado dentro do seu próprio ego. Freud
relaciona a melancolia à fase sádico-oral do desenvolvimento, que além da
ideia de incorporação, há também uma fantasia de destruição ao ato de
mastigar e morder. O ego tem um ímpeto de sobrevivência, porém, no caso da
melancolia, há um conflito expressado sintomaticamente como desvalia,
causado pelo objeto amado incorporado, que traz um sentimento de abandono
ao enlutado. Esse conflito do ego pode ser relacionado diretamente ao conflito
da fase oral que traz como sintomas a inapetência, disfunções alimentares,
vômitos, algumas até com certo caráter suicida, o suicídio só poderia ser
praticado para a agressão de outro, ainda que outro que se encontra dentro do
próprio ego.
Melanie Klein (1935) sugeriu que existem defesas da ordem da paranoia
na melancolia, defesas que são características da posição esquizoparanoide.
Em seu trabalho de 1940, a autora postula que o luto anormal consiste na não
superação da posição depressiva arcaica, prevalecendo defesas da posição
anterior, ou seja, o indivíduo melancólico ainda utiliza predominantemente de
defesas da posição esquizoparanoide. Uma dessas defesas, a identificação
projetiva, foi introduzida pela autora em 1946, consiste na cisão de partes ruins
do ego seguida da projeção no outro, causando além de uma necessidade de
controle alheio com a finalidade de controlar suas partes excindidas do ego,
uma confusão de personalidade.
Esse mecanismo de defesa também estabelece uma relação agressiva
de objeto que pode ser associada à relação de sadismo que é estabelecida
entre o enlutado e seu objeto de amor na melancolia, por conta da autodesvalia
dirigida ao próprio ego, como Freud (1915) identificou ser na verdade dirigida a
outro alguém do qual se encontra instalado no próprio ego: o objeto de amor
perdido.
O ódio expressado pelo objeto de amor perdido ainda pode ser
associado à relação entre amor e ódio que é descrita na teoria de Klein (1937),
o amor e o ódio estão presentes desde os primeiros anos de vida do bebê, pois
este ama a sua mãe quando ela o alimenta, e a odeia quando esta se ausenta
e não atende às suas necessidades, trazendo sentimentos agressivos de ódio
e desejos de destruir a mesma pessoa, que é sua fonte de gratificação. Esses

21
impulsos agressivos é que trarão ao bebê o sentimento de culpa, e
subsequentemente a necessidade de reparação, essa relação de amor e ódio é
que movimenta as relações.

3.4 Os Constructos de Kubler-Ross e os pressupostos Kleinianos

Prosseguindo, em nossa revisão abordamos constructos de Ross


(2008), que também trata do luto numa perspectiva psicológica, o relevante da
sua obra para o tema da pesquisa em questão é a enorme importância que a
mesma dá ao abordar as consequências trágicas do luto mal elaborado, sendo
assim, realizaremos um exercício de aproximação entre os pressupostos
Kleinianos comparando-os aos de Kubler-Ross.
A experiência de luto, dentro de um olhar psicanalítico, é relacionada
com a perda ente querido ou de um objeto amado, contudo esse fenômeno, no
caso específico de crianças enlutadas, não apresenta tantas diferenças da
psique adulta, como já demonstramos anteriormente, pois como já dito, a ideia
de luto não se limita à morte real, mas também para as demais perdas
concretas e simbólicas, vivenciadas durante seu desenvolvimento na infância.
Negação: A forma de lidar com o luto que, muitas das vezes nos
submetem a situações de angústia, da qual tendemos a acreditar que tal
sensação não deveria existir, para a autora está equivocada. Segundo Ross
estes sentimentos devem ser encarados como uma forma saudável de lidar
com esta situação dolorosa, tal como um “para-choque” (Kluber-Ross, 2008),
que nos protege depois de notícias desagradáveis e muitas vezes inesperadas.
Será o tempo que ajudará na recuperação do paciente. Relacionando a teoria
de luto embasada por Klein e traçando um paralelo com o conceito de
reparação da teoria Kleiniana (Klein,1946), a qual a perda de figuras boas no
mundo interno leva a movimentos destrutivos e somente o lento processo do
teste de realidade conseguirá estruturar este mundo interno da pessoa
enlutada.
A negação é um mecanismo de defesa temporário e é substituído por
uma aceitação parcial, porém, a negação assumida nem sempre aumenta a
tristeza, essa fase não tende a se estabelecer por muito tempo (quando é
vivenciado os primeiros momentos do luto). Dependendo do tempo que o

22
paciente leva para se conscientizar da sua perda, gradualmente percebe-se
que irá se desprender da negação e passará a utilizar outros mecanismos de
defesa, menos radicais.
Raiva: Quando não é mais possível viver negando (primeira fase),
negação é substituída por sentimentos como raiva, ressentimento, revolta e
inveja, geralmente as pessoas se questionam “por que eu? ”. Embora tenha
sido doloroso e difícil o primeiro estagio, com o surgimento da raiva, um outro
mecanismo de defesa é criado, mecanismo esse que se propaga em todas as
direções e geralmente projeta-se no ambiente em que vive o paciente, na
maioria das vezes sem uma razão plausível. Com os conceitos Klenianos, a
culpa, que esta por trás da depressão maníaca na criança e que tem a ver com
os sentimentos destrutivos originais do desmame, retomam de modo
semelhante nessa fase, o que Kluber-Ross (2008) considera como raiva é
agressividade gerada pela culpa na criança.
Barganha: Esse é o menos conhecido, mas muito importante de ser
vivenciado, mesmo que em um tempo curto, se no primeiro estagio não
conseguimos aceitar e enfrentar os acontecimentos que nos trazem tristezas,
onde geralmente nos revoltamos contra Deus, bem como com outras pessoas
de nosso entorno, nesta terceira etapa já se torna mais fácil a aceitação.
É possível que se associe as promessas a uma culpa inconsciente,
desse modo, é importante que a fala dessas pacientes sejam observadas pela
equipe de saúde, não sendo desprezadas. Desse modo, deve-se analisar se
essa culpa se dá por não ter acompanhado algum preceito religioso ou se
existe desejos hostis mais profundos do inconsciente. Para Klein, a culpa na
criança tem a ver com a ideia de que o genitor que morreu, só morreu porque a
criança desejou que ele morresse em algum momento, que é a metáfora do
Édipo.
Depressão: Quando não se pode mais negar o fato, revolta e raiva agora
perdem seu lugar e um sentimento de perda toma conta. A pessoa passa a ser
invadida por um sentimento de aflição quando percebe a ausência do ente
querido, que se foi e não volta mais, o problema cessa quando é entendida,
acolhida e elaborada sua dor.

23
Aceitação: Segundo a autora esse é o último estágio para uma
elaboração bem-sucedida do luto e geralmente é confundido com o estágio de
felicidade, é quase uma fuga de sentimentos, é como se a luta tivesse
acabado.
Destarte, dentro desse sortimento de dados, foi possível compreender
que assim como a perda simbólica, o luto real é apresentado da mesma
maneira dentro da psicanálise, pois, nestes, perde-se o elo significativo entre a
criança e o falecido ou o objeto amado. Visto isso em um contexto parental,
muitas crianças se deparam em algum dado momento da vida com uma perda,
trazendo por este, um impacto com profundos sentimentos de desamparo, o
sofrimento da pessoa de luto e a extensão de sua tarefa são maiores do que se
pensava, a dor da perda exterior se soma a da perda interior e o indivíduo se
vê vítima da perseguição de objetos maus.
Com tudo já explanado, entende-se, portanto, a significância da
introjeção, fantasias e impulsos em relação a construção do mundo interno
infantil e que, para Melanie Klein, objetos internalizados e a passagem da
posição esquizoparanóide para a posição depressiva, além de conceitos
maníaco, são extremamente cruciais quando correlacionados a reconstrução
do mundo interno infantil e a elaboração bem-sucedida do luto

3.5 Revisão da literatura recente

À colher dados significativos para uma maior percepção das inúmeras


representações do luto, foi realizado uma inserção na literatura científica que
trata desta questão a partir de artigos científicos, demandando as seguintes
palavras chave: Luto, melancolia, psicanálise Freudiana, psicanálise Kleiniana,
criança, fantasia, morte, Melanie Klein, neurose obsessiva, sadismo,
reparação, posição depressiva, doença, fantasia, hospitalização, óbito
perinatal, psicologia da saúde, maternidade, estudo qualitativo, arte, criação
artística, estrutura da mente, metáfora, poesia. Nos quais fazem uma
conformação das vivencias de perdas e suas elaborações.
Nas bases de dados nas quais realizamos a busca, as palavras chave
que mais resultaram em artigos científicos foram: luto, perda, Melanie Klein,

24
Freud, morte, infância, criança, psicanálise Freudiana, psicanálise Kleiniana e
melancolia.
Enquanto as palavras chave: fantasia, neurose obsessiva, sadismo,
reparação, posição depressiva, doença, hospitalização, óbito perinatal,
psicologia da saúde, maternidade, estudo qualitativo, arte, criação artística,
estrutura da mente, metáfora e poesia foram as menos encontradas.
A busca de artigos que remetem à pesquisa em questão envolveu a
leitura e discussão dos materiais levando em conta também a sua aderência ao
tema.
Na sequência, geramos os fichamentos dos itens selecionados para o presente
trabalho.

3.6 Estudos comparativos sobre elaboração de luto infantil

Em seu artigo, Saigh (2009) apresenta as dificuldades do desligamento


no pós-termino de uma analise, onde relata, a partir da óptica Kleiniana, que
esse processo é equivalente a um estado de luto, na qual as características
especificas deste processo são idênticas àquelas descritas por Melanie Klein
sobre a experiência do desmame. O autor ressalta também o cuidado que o
analista tem que ter no “desmame analítico”, cuidando de seus sentimentos,
afim de que eles sejam incluídos e examinados por ele próprio, contribuindo no
trabalho do termino. Também o analisando, que pode ser representado por
diferentes tipos de respostas emocionais, precisando, portanto, confrontar seus
próprios lutos.
Esse luto é identificado devido ao vazio que se instala após o termino da
análise, considerando este fim como a falta do objeto de transferência, bem
como, o tempo que era oferecido à exploração de si mesmo.
Partindo deste princípio Franco (2007) apresenta a experiência de uma
criança enlutada, compreende que a criança traz neste processo as vivências
fantasmáticas diante da morte do genitor. Investiga também as fantasias que a
criança vivencia pela perda de seus genitores, com isto, procura detectar onde
e de que forma o luto em si se reside. Considerando que a morte de um genitor
é uma experiência bem forte para a criança, entende-se que morre também a
ilusão narcísica da onipotência infantil, assim como o vínculo provedor de

25
sustentação, tendo como consequência imensos sentimentos de desamparo e
impotência.
No mesmo artigo foram feitos estudos de casos com diversas crianças
enlutadas, no qual se deu como resultado, uma elaboração onde se assistiu
fantasias de aniquilamento, culpa, castração, onipotência, rejeição,
identificação, reparação, idealização, desidealização do objeto perdido,
agressividade, negação da perda, regressão, retaliação e repetição da situação
da perda. Pode-se perceber, no mesmo estudo, que a elaboração do luto é um
processo de reconstrução, de reorganização emocional diante da morte e
também um desafio emocional e cognitivo em que ela tem de lidar, levando em
conta que as fantasias são as representações inconscientes de seus desejos,
ou seja, seu mundo imaginário, a qual refletem a vida do enlutado. Por fim, tal
artigo ressalta que para um luto bem elaborado é necessário que o ego
trabalhe para adaptar-se à perda do objeto amado, através do teste de
realidade, na mesma linha como já fora discutido na introdução deste trabalho,
sobre como as crianças enfrentam o luto sob o olhar Kleiniano.
Lepri, em seu artigo de 2008, afirma que é possível compreender,
através do luto, como se inicia a posição depressiva e consequentemente
como esta evoca uma formação simbólica caracterizada pela perda de um
objeto no mundo interno e a necessidade de restauração desse objeto.
Segundo a autora, essa capacidade simbólica possibilita uma
elaboração, promovendo a recriação e reestruturação dos objetos bons,
levando o enlutado a uma maior relação com a realidade, permitindo ao mesmo
diferenciar seus impulsos, fantasias e a realidade externa, tal como o
mecanismo que Klein (1930) destaca: [...] “ o simbolismo se torna a base não
só de toda a fantasia e sublimação, mas também da relação do indivíduo com o
mundo externo e com a realidade em geral. ” (p. 252)

Klipan (2012) compreende a passagem e elaboração da posição


depressiva como um primeiro mecanismo utilizado para sistematizar a perda e,
consequentemente, as angústias primitivas correlacionadas ao luto. O autor
ainda vincula tal conceito com a neurose obsessiva, quando destaca que uma
das primeiras características encontradas na mesma se refere ao mecanismo

26
de reparação, que emerge da posição depressiva como uma tentativa do ego
em confrontar as angustias e culpas.

Já Siqueira (2007) correlaciona a depressão e o desejo ao luto


recorrendo também à posição depressiva para embasar sua explanação. O
autor compreende a retirada da libido, dos objetos perdidos no momento de
luto, como algo penoso, o que caracteriza a depressão, todavia entende o
estado depressivo como uma resposta ao trabalho de elaboração de luto,
ocasionando, portanto, a melancolia, estado esse definido pelo autor como um
ego pobre e vazio.

Muza (2013) explana que, o que é perdido, seja em qualquer ordem, é


inevitavelmente abstraído da situação de sentimento de luto, é esperado um
sentimento quando vínculos são corrompidos, a elaboração do luto é a
construção de recursos e a viabilização de processos para que nos adaptemos
as mudanças que geram após a perda.

O autor ainda enfatiza que, para dissipar a dor psíquica que a perda
gera, é imprescindível que essa dor seja dita, vivida, sentida, refletida e
elaborada, mas nunca negada, quando é explorado esse leque que rege o luto,
a tendência é que se construa novas percepções e adaptações diante da
ausência do ente querido.

Segundo Perrini (2007) pode-se compreender que as emoções que o


luto causa demandam tempo para ser digeridas e esse tempo é usado para
esmoer a dor que o luto ocasiona e, é nesse momento que se contempla o que
foi estruturado e construído, mas encontra-se destruído. O autor ressalta que é
de extrema importância aproximar-se de objetos simbólicos com o intuito de
reconhece-los e fazer novos significados a partir dessa identificação, para
assim elaborar o luto.

4. Conclusão

Quando iniciou tal projeto de pesquisa, o grupo em questão tinha em


mente que o luto estava relacionado apenas as perdas parentais do indivíduo,
presumia-se também que não havia nenhuma relação entre o luto adulto e o

27
infantil, pois, tratando-se de períodos de desenvolvimento distintos, acreditava-
se que também havia uma diferença na forma de elaborar tal processo. Em um
contexto geral, não se tinha conhecimento a respeito da forma como tal
questão deve ser abordada por um adulto, quando mencionado o ocorrido para
uma criança, além de que, os conhecimentos a respeito dos mecanismos
necessários para elaborar a perda eram escassos.
A partir das informações coletadas e do aprofundamento na teoria
psicanalítica Kleiniana, percebemos as características do luto infantil, tanto na
questão simbólica destacada pela autora, como nas questões parentais e as
relações entre ambos, além da intima relação entre o infantil e o adulto quando
relacionados a perda. Todo o processo de pesquisa e discussão nos alertou da
importância de falar sobre a perda com as crianças e, também nos apresentou
de maneira mais precisa mecanismos psíquicos utilizados para elaboração da
perda, sendo eles: ressignificação libidinal, retomada da posição depressiva
arcaica, teste de realidade, passagem pelo estado maníaco-depressivo,
posição esquizoparanóide e a adaptação do ego a respeito da perda do objeto.
Ademais compreendeu-se o luto anormal como a não re-introjeção da pessoa
perdida e dos objetos bons internos.
Constatou-se que avançar no entendimento do profissional de psicologia
a respeito do luto na infância é de grande valia, pois possibilitará ao terapeuta
intervir junto a criança enlutada de modo a auxiliá-la a enfrentar esse processo,
facilitando a elaboração do luto e diminuindo as consequências negativas que
podem se estender para o resto da vida. Contudo apresentado e em conjunto à
pratica de estágio clinico e social executada por quem redige tal projeto,
percebemos a importância da abordagem do luto no contexto clinico
psicológico, vendo que o mesmo se concebe em um fator de risco para a saúde
mental quando não elaborado, portanto tal conjuntura é vital dentro da pratica
clínica, aspirando a aceitação da perda e o estabelecimento de novas relações
objetais.

Deduziu-se que embora crianças e adultos se encontrem em estágios de


desenvolvimento distintos, sob a ótica psicanalítica, as perdas concretas e
simbólicas são semelhantes e elaboradas de forma equivalente dentro do
contexto clinico, entende-se portanto, que o conhecimento a respeito da

28
diferenciação do luto normal e o luto anormal, aquele considerado patológico, é
algo que subsidiara o psicólogo na percepção do momento de luto que seu
cliente está passando, não desvalorizando essa angustia, trazendo então a
possibilidade de elaborar tal perda. Portanto entendemos a contribuição
psicanalítica Kleiniana como de extrema importância para o psicólogo clinico
lidar com o luto infantil e não diagnosticar o paciente de forma incabível,
instigando processos de medicalização, assunto esse definido por Goulart
(2008) como:

A medicalização, base da cultura atual que privilegia o não pensar (e


se possível o não sentir dor, especialmente), a busca por soluções
concretas, mágicas e instantâneas, faz com que geralmente o
psicanalista seja dos últimos, senão o último, a ser procurado na
escala dos que oferecem ajuda. Ora, o psicanalista é aquele que se
dispõe a oferecer ajuda para que o paciente possa sentir e sofrer as
suas dores, elaborar as suas perdas e os seus lutos. (Goulart, 2008,
p. 104)

Tendo em vista a dificuldade de encontrar conteúdos para embasar a


pesquisa em questão e conceitua-la, pode-se observar que existem poucos
trabalhos específicos que abordam diretamente o conceito de luto vivenciado
pela criança que nos leva a outra questão, do porquê de ter tão pouco material
a respeito de tal tema. Acreditamos que existem duas vertentes que
respondam tal questionamento, a primeira reside numa crença popular da qual
se atribui pouco valor ao sentimento de angustia enfrentado pelo enlutado,
entendendo que o mesmo irá superar isso com o tempo. E na segunda
vertente, existe uma tendência a adaptar práticas realizadas com adultos para
compreensão de crianças enlutadas, não abordando a verdade sobre o ou
isentando-as do ocorrido, como se deste modo ela naturalmente elaborasse
suas perdas, diminuindo assim as possibilidades de reconstrução de seu
mundo interno em paralelo com a realidade.
Por fim, concluiu-se que, é necessário ampliar o desenvolvimento de
novos estudos sobre o tema em questão, dando importância aos mecanismos
de elaboração do luto e a atuação do psicólogo junto a esta questão, para que
se possa auxiliar a criança enlutada da maneira mais adequada, evitando a

29
rotulação por diagnósticos imprecisos e instigar o trabalho terapêutico nessa
questão.

30
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34
6. Anexos

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fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov
Atividade
/16 /16 /16 /16 /16 /16 /16 /16 /16 /16 /16 /17 /17 /17 /17 /17 /17 /17 /17 /17 /17 /17
Escolha do tema do projeto
de pesquisa X X X
Leitura da bibliografia X X X X
Elaboração do projeto de
pesquisa X X X
Revisão do projeto e
elaboração dos textos X X X
Procedimento e análise de
dados X X X X
Entrega e apresentação do
projeto de pesquisa X X X

36
37

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