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INTERVENÇÕES

TERAPÊUTICAS NO
PROCESSO DE LUTO
UNIDADE III
CONTEXTOS DE INTERVENÇÃO
EM LUTO
Elaboração
Mayarê Leal Ferreira Baldini

Natália de Godoy Mazzuco

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE III
CONTEXTOS DE INTERVENÇÃO EM LUTO....................................................................................5

CAPÍTULO 1
FAMÍLIA EM LUTO................................................................................................................ 5
CAPÍTULO 2
CRIANÇA EM LUTO.............................................................................................................. 8
CAPÍTULO 3
O PROFISSIONAL E O LUTO................................................................................................ 15
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................19
CONTEXTOS
DE INTERVENÇÃO UNIDADE III
EM LUTO

Nas últimas décadas, os olhares, dentro da Psicologia, das demais áreas de saúde
passaram a perceber o luto sob uma perspectiva da complexidade. Isso significa que as
questões relacionais têm sido cada vez mais consideradas, para além das experiências
individuais.

Desse modo, voltar-nos-emos aqui para formas de vivenciar o luto dentro de relações
e contando com vínculos como formas de enfrentamento.

Capítulo 1
FAMÍLIA EM LUTO

Perder um ente querido é uma ocasião dolorosa que impacta seu grupo familiar de
forma importante. Cada membro tecerá uma perspectiva individual e diferente para a
perda, e se valerá de meios de enfrentamento igualmente distintos e diversos (LABATE;
BARROS, 2006).

As famílias são um conjunto intersubjetivo, cuja organização produz um sentido próprio


de funcionamento e de realidade psíquica. Há uma série de alianças, crenças e regras
que compõem a singularidade da família. A partir da perspectiva da Teoria Sistêmica,
sabemos que cada membro transforma o conjunto e é também transformado por ele,
num sentido de promover e manter a homeostase do grupo (MACHADO et al., 2011).

Vendo sob a ótica da psicanálise, existe um aparelho psíquico familiar que organiza o
funcionamento familiar. Ele faz um arranjo entre os materiais psíquicos dos diferentes
membros e dá origem a uma composição única. De acordo com a teoria, esse aparelho
tem por tarefa equilibrar os investimentos libidinais, sustentar uma identidade e construir
sentidos para a família (MACHADO et al., 2011).

Em uma situação de luto familiar, a perda do ente querido produz uma série de
conflitos, sintomas e mal-estares intrapsiquicamente, em cada membro, mas também
intersubjetivamente, ameaçando a homeostase do grupo e produzindo um temor de
colapso dos vínculos frente à ausência da pessoa falecida (MACHADO et al., 2011).

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UNIDADE III | Contextos de intervenção em luto

As repercussões de uma perda na família podem gerar um contexto de crise amplo


e complexo. Isso porque existe a necessidade de continuidade das tarefas, rotinas
e afazeres, ao mesmo tempo em que a partida de um membro exige uma série de
reorganizações e adaptações por parte dos familiares, processo que fica especialmente
difícil em um enlutamento. Ampliam-se, também, as possibilidades de conflito, uma vez
que a individualidade dos lutos por vezes não é consonante com a das demais pessoas
(LABATE; BARROS, 2006).

Como já vimos, não é costumeiro falarmos sobre o morrer de forma geral, e isso também
acontece em contextos familiares. O assunto costuma ser repreendido e evitado. É uma
dificuldade para as famílias estabelecer uma comunicação clara e franca sobre o assunto,
produzindo uma perspectiva coletiva e identitária que seja minimamente organizadora,
e que muito falta no contexto de perda (LABATE; BARROS, 2006).

Há contextos de maior risco, como já vimos, em nível individual, como, por exemplo, uma
perda por morte súbita ou não esperada, quando a família não tem oportunidade para se
despedir, se preparar para a partida ou para ajustar pendências em questões relacionais.
Em outro contexto, que já vimos, os pacientes que recebem o diagnóstico e que sabem
que em breve virão a falecer encaram, junto às suas famílias, um processo delicado e
trabalhoso de encontrar um fio mínimo de organização possível e de elaboração da
morte (LABATE; BARROS, 2006).

Por vezes, os familiares do paciente terminal optam por se afastarem temporariamente,


por precisarem de espaço para “tomar um fôlego” diante da fragilidade e proximidade da
perda. Ambas as situações, seja uma preparação possível ou não, produzem sobrecarga
e penas (LABATE; BARROS, 2006).

De fato, construir um significado para a morte no cenário da família é um desafio. Há uma


riqueza de possibilidades e de construções para a situação de perda. Cada membro da
família tem sua representação cognitiva que foi constituída pela experiência familiar, mas
também pelas experiências em sociedade, cultura e contexto histórico (FRANCO, 2008).

Os estudos indicam, no entanto, que as famílias se valem de estratégias e métodos


particulares para elaborar a experiência de perda e de luto. Por vezes, essas estratégias
passam por comparar realidades, caracterizar experiências, questionar e discordar
de perspectivas diversas. É importante que os familiares estejam assegurados, caso
acompanhados por um profissional da saúde, que não há obrigação de produzir
significados positivos somente (FRANCO, 2008).

Da mesma forma, significados construídos a partir de acusações, culpa e perspectivas


punitivas devem ser cuidadosamente elaborados para serem transpostos, se possível,

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Contextos de intervenção em luto | UNIDADE III

para um olhar menos severo sobre a partida do ente querido. Apresentamos, a seguir,
algumas categorias de significado (FRANCO, 2008):

» A injustiça da morte (“era uma pessoa tão boa, tão jovem, não merecia”).

» A morte dessa pessoa não faz sentido (neste caso, a ausência de sentido é uma
forma de compreensão).

» Concepções filosóficas acerca da fatalidade ou do propósito da morte.

» Existência ou não de vida após a morte.

» Significação religiosa (atribuída à vontade de Deus, ou a uma revelação, ou um


teste divino etc.).

» Aspectos biológicos da morte: de quais formas poderia ter sido evitada pelo
falecido, por sua família, pelo aparato de saúde etc.

» Relação do falecido com a própria morte: queria morrer, não queria morrer, sentia-
se pronto ou não, esperava, desejava etc.

» Quais os impactos da morte sobre a família: o que mudou?

» Aprendizados e concepções adquiridas: viver bem cada momento, nunca sabemos


o dia de amanhã, é preciso ter prioridades etc.

Diante do luto, de tantas questões e de tantos níveis de impacto sobre cada membro
e sobre o conjunto familiar, a intervenção terapêutica parte da oferta de espaço e de
escuta para compreensão da angústia coletiva (MACHADO et al., 2011).

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Capítulo 2
CRIANÇA EM LUTO

É costumeiro pensarmos que a criança deve ser poupada do contato com a morte.
Alguns estudiosos equiparam, inclusive, o tabu da morte correlato ao sexo como assunto
a ser interdito na realidade infantil. Isso parte de uma suposição de que a criança não tem
aparato para compreender a morte e que, em consequência, o contato com a morte lhe
será prejudicial. Tal crença leva o assunto a ser evitado, seu significado reduzido e tanto
quanto possível silenciado seu impacto sobre o curso de desenvolvimento cognitivo,
emocional e social da criança (LIMA, 2007).

Por outro lado, os estudos e a experiência clínica nos apontam para uma direção
diferente. Colocar a morte em lugar de sigilo, silêncio e obscuridão pode produzir
perturbações em todo o processo de desenvolvimento infantil, que se tornam
evidentes especialmente quando a criança vivencia efetivamente uma experiência
de perda, luto ou morte. A tendência é que a criança se volte para o seu luto sob
a mesma perspectiva: como algo a ser recalcado, tamponado, escondido, vivido
solitariamente. Podemos imaginar que lidar com esse excesso produz um registro
potencialmente traumático. Esconder a morte da criança, portanto, tem consequências
difíceis e que impactam significativamente sobre o processo de desenvolvimento
infantil (LIMA, 2007).

Para além de um interesse de precisar etapas e recortes do desenvolvimento da criança,


a nós interessa pensarmos que o conceito de morte é uma construção progressiva. Essa
construção acompanha o curso de desenvolvimento da criança e suas aquisições de
recursos diversos, cada vez mais adaptada à realidade da criança (LIMA, 2007).

Entendemos, então, que a compreensão da criança sobre a morte se desenvolverá em


coerência com seu próprio desenvolvimento e com as conquistas psíquicas, cognitivas
e físicas que fizer. Ao alcançar suas operações formais e a possibilidade de estabelecer
o pensamento do tipo proposicional, a criança poderá lidar com a morte em termos
efetivamente conceituais: atribuir significado, tecer hipóteses, fazer inferências etc.
(LIMA, 2007).

No que se refere ao processo de luto da criança, vemos que o adulto costuma ter
um conjunto de pressupostos e exigências quanto ao comportamento que ela deve
assumir. Existem suposições como: que a criança não entende, que é indiferente, que
é pequena demais para ouvir sobre esse assunto. Por outro lado, nossos estudos já
alcançaram outras compreensões, que apontam para as possibilidades de apreensão
sobre a morte em crianças, considerando seu estágio de desenvolvimento e recursos
globais (LIMA, 2007).

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Contextos de intervenção em luto | UNIDADE III

É a partir de um entendimento cuidadoso do momento de desenvolvimento da criança


que poderemos estabelecer qual suporte deverá ser oferecido diante da situação de
enlutamento. Uma perda de alguém querido exige da criança não só uma adaptação
cognitiva, mas uma resposta afetiva bastante complexa, tão mais complexa quanto maior
for o laço afetivo dela com a pessoa falecida. Ainda que alguns autores suponham que
a criança não tenha estrutura para se enlutar, outros afirmam que ela não só é capaz
como também o poderá fazer de forma próxima ao que faz o adulto (LIMA, 2007).

Bowlby (apud LIMA, 2007) traçou etapas para o luto em crianças. São elas:

» Entorpecimento: são as reações imediatas da criança frente à notícia da morte.


Acontece a sensação de entorpecimento, choque. Não se pode precisar a
duração da etapa, por vezes horas, por vezes dias. De toda forma, são esperadas
manifestações intensas de raiva ou desespero.

» Protesto: nesta fase, a criança assume uma postura de desconfiança e de descrença


sobre a morte da pessoa. Ela tenta recuperar a pessoa que faleceu por meio de
seu pensamento ou de seus sentimentos, e a recrimina por tê-la desamparado
e abandonado. É um estado no qual há choro e angústia, uma agitação frente à
tentativa de recuperar a pessoa perdida.

» Desespero: aqui, a criança se desorganiza de forma importante e fica confusa


quanto à própria personalidade. Inicia-se um processo de aceitar que a perda
aconteceu realmente. A expectativa de tê-la de volta não desaparece, mas aparenta
haver menos expectativa de que esse desejo venha a se realizar.

» Desapego: a criança desenvolve uma faculdade de desligamento emocional da


pessoa falecida. Gradualmente, acontece uma reorganização a partir da ausência
e do estabelecimento de novas relações.

Figura 7. A tristeza.

Fonte: https://pixabay.com/en/child-sitting-jeans-in-the-door-cry-1816400/. Acesso em: 18 ago. 2022.

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UNIDADE III | Contextos de intervenção em luto

No desenrolar dessas etapas, há reações mais frequentes nas crianças: manifestações


sintomáticas, hostilidade em direção ao falecido frente ao sentimento de abandono
(especialmente se a pessoa falecida é um de seus pais ou ambos), idealização da pessoa
falecida, identificação com o morto (repetição dos sintomas que a pessoa experimentava
enquanto viva), pânico em decorrência do desamparo (“quem vai cuidar de mim?”),
culpa pela morte (a criança sente que causou a morte por pensamento ou ação que
vivenciou) (LIMA, 2007).

Entre essas reações, a de culpa é bastante presente e merece especial atenção em um


processo psicoterápico, por exemplo. A depender de sua etapa de desenvolvimento,
os pensamentos mágicos e egocêntricos são ainda muito presentes e é possível que
a criança de fato acredite ter sido a causadora da morte. Isso pode ter consequências
catastróficas (LIMA, 2007).

Sentir-se culpada é uma postura correlata à relação que tinha com a pessoa falecida,
e a intensidade de sua severidade consigo mesma depende também de seu momento
de desenvolvimento. Perder alguém importante ou próximo pode levar a criança à
construção de um medo de morrer, sob a fantasia de que não tardará para essa morte
acontecer (LIMA, 2007).

Como já vimos em nossos estudos, a elaboração do luto passa pela capacidade de vivenciar
e expressar os pensamentos e afetos despertados frente à partida de um ente querido.
Com as crianças, não é diferente. Elas devem ser encorajadas a falarem e a expressarem
suas questões, sentimentos e percepções sobre a morte vivenciada (LIMA, 2007).

Ocasionalmente, este é um processo delicado, uma vez que a criança por vezes não tem
recursos de comunicação para expressar o que vivencia internamente. Ocorre também
que, percebendo ser esse um assunto desagradável aos adultos, a criança evite falar sobre
ou busque esconder o que está experimentando internamente. Como via alternativa, não
raramente surgem os sintomas corporais, bem como hostilidade e irritabilidade (LIMA, 2007).

Retomamos, então, nosso campo de interesse em nossos estudos: a importância de


pontos de cuidado auxiliares para a elaboração do luto. Esses pontos de suporte podem
ser encontrados na própria família, na comunidade, nas instituições religiosas, na escola.
A psicoterapia é também um valioso recurso de apoio ao qual os cuidadores podem
recorrer para facilitar esse percurso trabalhoso de expressão e elaboração do abandono,
da tristeza, da culpa, da solidão (LIMA, 2007).

2.1. A fantasia da criança sobre a morte


Sabemos que a intervenção psicoterapêutica com crianças se apoia, em geral, no uso
do brincar. Entendemos que o brincar é uma forma de expressão em terapia infantil que

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Contextos de intervenção em luto | UNIDADE III

equivale à associação livre em adultos. Na psicanálise infantil, mais especificamente, o


brincar livre favorece que conteúdos inconscientes carregados de energia ou causadores
de mal-estar sejam elaborados em conjunto, a partir do encontro brincante entre criança
e analista (WINNICOTT, 1988/1990).

O luto é uma situação que se registra intensamente no mundo fantasmático da criança.


Quando falamos de mundo fantasmático, estamos nos referindo às fantasias da criança.
Fantasia, aqui, será entendida por:

A fantasia é a representação de desejos, disfarçados em maior ou menor


grau por processos defensivos; é a satisfação de um desejo insatisfeito,
a correção de uma realidade não satisfatória. Portanto, por meio das
fantasias seria possível apreender a dinâmica do luto, tendo-se em
conta os sentimentos, reações e sintomas envolvidos e o modo como
a criança processa a realidade concreta da perda de um ou ambos os
pais (FRANCO; MAZORRA, 2007).

Se numa terapia com crianças se fazem significativamente presentes os conteúdos


fantasmáticos, consideramos importante nos aproximarmos desses aspectos
intrapsíquicos frente a uma situação de luto infantil (FRANCO; MAZORRA, 2007).

Retomemos o início de nossos estudos, quando entendemos a teoria de Freud sobre


o luto. O trabalho de luto passa por: identificar-se com o processo de luto; a retirada
gradual do investimento libidinal do objeto perdido; investimento em novos objetos.
Sabemos que passar por um trabalho de luto não significa se desligar completamente
do objeto perdido. Essa ligação permanece sob uma nova forma de significação: é a
transformação da ligação com o objeto que configura o trabalho do luto (FRANCO;
MAZORRA, 2007).

Nas crianças, não é totalmente diferente. Podemos imaginar, no entanto, que os recursos
psíquicos para realizar esse trabalho são menos amadurecidos que os dos adultos.
A criança está numa condição de dependência muito significativa, e por isso não pode
reconhecer com facilidade seus objetos de amor sendo separados dela. É difícil para
ela reconhecer a perda como a morte de uma outra pessoa: em sua fantasia, ela perdeu
uma parte de si própria.

Uma das mais significativas delicadezas do enlutamento da criança é a fantasia


ameaçadora que se produz quanto à sua sobrevivência física e psíquica. Se há, por
exemplo, a morte de um dos pais, a criança enlutada embarca em fantasias de ameaça
à sua continuidade física e emocional, sem poder contar com um suporte inteiramente
disponível do cuidador sobrevivente, que também está em condição de sofrimento
pelo luto. Há, então, uma dupla sensação de desamparo (FRANCO; MAZORRA, 2007).

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A experiência de desamparo e de abandono pela pessoa que faleceu se enlaça com


a fantasia de ter sido responsável pela morte do ente querido. A culpa é um aspecto
importante da vivência de luto da criança, e por isso não deve ser repreendida. Seja
com um perfil de culpa depressiva ou culpa persecutória, o movimento de autopunição
comunica vários aspectos sobre as dinâmicas inconscientes da criança frente à morte,
cuja compreensão e elaboração pode promover alívio das tensões psíquicas. Algumas
formas de culpa surgem particularmente dificultadoras da possibilidade de elaboração.
Isso é também um aspecto a ser pensado pelo psicoterapeuta que a acompanha e dentro
dos recursos da criança e do brincar manejado (FRANCO; MAZORRA, 2007).

Frente à morte de um de seus genitores, por exemplo, vemos que surgem afetos
de ambivalência com relação ao morto. Entre amor e ódio pelo objeto perdido, a
criança embarca em um estado, torna persecutório para a criança e produz sentimento
de insegurança por uma possível retaliação pelos seus afetos hostis (FRANCO;
MAZORRA, 2007).

Nessa situação, é bastante importante que uma figura exerça o papel de continente para
os sentimentos hostis da criança. Pela via do amparo, deve-se, tanto quanto possível,
auxiliar a criança a lidar com a ambivalência e com a culpa. Estando muitas vezes,
igualmente fragilizados e sobrecarregados os cuidadores da criança, que também vivem
um momento de luto, a psicoterapia pode assumir um importante papel de sustentação
para a criança (FRANCO; MAZORRA, 2007).

É bom nos atentarmos, então, para essa questão: a agressividade reprimida da criança
quanto ao objeto é um entrave para o desenrolar do processo de luto. Assim, se a criança
tiver dificuldade de expressar seu ódio e isso se encontrar com a indisponibilidade da
família para acolhê-lo, ela tende a recorrer a suas defesas maníacas para se proteger
do excesso psíquico gerado pela raiva.

Entre os fatores dificultadores do processo de luto na criança, podemos citar (FRANCO;


MAZORRA, 2007):

» Com relação à família, informações ocultadas ou falsas com relação à morte; a


atitude de negação da morte pelos familiares; indisponibilidade para compartilhar
com a criança a vivência do luto; exigência (consciente ou não) de que a criança
ocupe o lugar da pessoa falecida; sustentação psíquica insuficiente e manutenção
dos sentimentos de desamparo e abandono; relação ambivalente com a pessoa
falecida; distanciamento afetivo dos cuidadores sobreviventes.

» Com relação à própria criança: o nível de proximidade e afetividade com a pessoa


falecida; relação com os cuidadores enlutados; ambivalência extrema, confusão,
indefinição; no caso de falecimento de um dos genitores, ser do mesmo sexo que

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Contextos de intervenção em luto | UNIDADE III

o genitor falecido (potencialização das fantasias edípicas e de culpa por ter matado
o genitor para substituí-lo).

» Etapa de desenvolvimento cognitivo e emocional, aparatos conquistados no curso


de desenvolvimento: criança com aparato cognitivo ainda imaturo e condições
psíquicas cuja noção de alteridade e poder frente às circunstâncias externas não
está ainda bem estabelecida.

» Situação em que se deu a morte: perdas prematuras, abruptas, repentinas,


violentas, bem como a presença da criança na situação da morte violenta; bem
como segredo e tabu em torno do tema da morte, segredo sobre a causa de
morte; morte em decorrência de descuido causado pelo próprio falecido ou
suicídio; desejo consciente ou inconsciente pela morte do falecido.

» Qualidade da rede de suporte recebida em contextos como a escola, espaços


de organizações religiosas, psicoterapia etc.

Em contraposição, os fatores facilitadores para a elaboração do luto pela criança são


a possibilidade de expressão de seus afetos referente ao luto, seja em família, seja
em situação psicoterápica; e, ainda, o funcionamento egoico da criança e da família
(FRANCO; MAZORRA, 2007).

Em psicoterapia, a forma mais assegurada para o terapeuta visitar as fantasias da criança,


a partir do manejo certo e sem fazer com que ela se sinta invadida e acuada, é com o
brincar livre. A criança, se puder brincar, expressará seu processo de enlutamento e as
fantasias que dele participam por essa via.

O terapeuta poderá, a partir desse contato, ajudar a criança na compreensão do que


ela está vivenciando e contribuir para a continuidade do processo de elaboração da
perda. Em terapia, sabemos, a criança se aproximará de seu mundo fantasmático
e do que se passa com ela para além de seu plano consciente, mas também no
inconsciente.

É de grande importância para o psicoterapeuta de crianças, bem como para


os demais profissionais que atuam com público infantil e com seus cuidadores:
encontrar um ambiente e um vínculo seguros e que ofereçam sustentação ao
sofrimento psíquico vivenciado fará com que a criança se sinta acolhida, entendida
e assegurada nessa etapa de tanta insegurança e desamparo.

O terapeuta deverá, ainda, estar bastante atento à família da criança enlutada. O


processo de trabalho de luto da criança é correlato aos recursos de elaboração
disponíveis em sua família e em seus cuidadores. Uma vez que participa de um
ambiente familiar, a criança viverá seu contexto de crise junto aos seus parentes,

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UNIDADE III | Contextos de intervenção em luto

cuidadores e figuras de amparo. Por isso, o trabalho isolado com a criança não é
tão eficiente quanto um manejo em nível familiar.

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Capítulo 3
O PROFISSIONAL E O LUTO

Quando começamos nossos estudos, nos preocupamos em convidá-lo a visitar as suas


concepções pessoais sobre o luto. Depois dos percursos que fizemos, possivelmente
algumas delas estão diferentes, outras estão fortalecidas. Falar de luto e de morte
costuma ser uma tarefa trabalhosa porque nos remete não só às nossas experiências
profissionais e interventivas, mas passa por nossas próprias experiências de perdas difíceis.

Se falamos em “tristeza”, você saberá o que é esse sentimento não por conhecer a sua
definição ou seu conceito, mas por em algum momento já ter estado triste. Certamente, sua
experiência de tristeza é diferente de todas as outras, mas é o eixo comum que temos em
nossa humanidade que produz nossa possibilidade de escuta ao outro com sensibilidade e
empatia. Estou falando, neste momento, de introspecção: uma atenção que voltamos para
nossas experiências internas que, por vezes, nos ajuda a compreender o que o outro sente.

Possivelmente, para se apropriar dos assuntos que nós estamos discutindo, dos conceitos
abstratos e das narrativas de estados psíquicos e corporais, você buscou referências
para além das teorias. É possível que você tenha visitado as suas próprias experiências
de dor, de tristeza, de sofrimento, de pesar.

Tudo isso para conduzir a uma constatação tão simples quanto importante: as
intervenções terapêuticas com pacientes enlutados exigem do terapeuta uma condição
de sensibilidade e de empatia muito sofisticadas. Se recebido e cuidado a partir de uma
teoria, unicamente, o paciente não provará de uma relação genuína de cuidado, no qual
há um vínculo a partir de um interesse, de uma preocupação e de um reconhecimento
da dor e da dificuldade do momento.

Sob esse prisma, podemos entender que, em nossa função de cuidadores, estamos
amparados em nossa história, em nossas vivências, em nossos recursos e em nossas
precariedades para acolher o outro. Ainda que esses fatores pessoais não sejam expostos
para o paciente ou que não haja referência clara e constante aos nossos conteúdos
enquanto trabalhamos, nosso instrumento de trabalho passa significativamente pela
nossa subjetividade (BALDINI, 2015).

O trabalho do psicoterapeuta, bem como dos demais profissionais de saúde, é, então,


bastante delicado: ele escuta o outro a partir de suas próprias vivências, mas eticamente
deve evitar essa mistura de sua pessoalidade com a realidade do paciente; ele deve
estar sensível para compreender a dor do outro, sem, no entanto, se deixar sofrer ao
ponto de paralisar seu ofício; ele deve estar psiquicamente pouco defendido, disponível
e inteiro para o trabalho, ao mesmo tempo que, por vezes, o próprio trabalho esbarra
em suas vulnerabilidades psíquicas (BALDINI, 2015).

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UNIDADE III | Contextos de intervenção em luto

Estamos cada vez mais atentos às questões da face privada do terapeuta: suas identificações,
suas ideologias, sua história de origem, suas relações. Sabemos que, quando um terapeuta
encontra um paciente, ele encontra uma pessoa inteira: seus ancestrais, sua cultura, sua
humanidade, suas pessoas, seus fazeres. O contrário também é verdade. O paciente,
ao encontrar seu terapeuta, encontrará um arranjo psíquico único (BALDINI, 2015).

Não é forçoso afirmar, então, que o terapeuta deve assumir um compromisso ético
frente à sua pessoalidade despertada a cada encontro com cada paciente. Não se trata
de um esforço para excluir o fator pessoal do trabalho — em nosso entendimento, isso
sequer é possível — mas de se deparar responsavelmente com essas questões de modo
a zelar pelo cuidado com o paciente e com a fluidez do tratamento (BALDINI, 2015).

Por vezes, entramos em contato com casos e histórias que nos fazem sofrer, somos
impactados pelos acontecimentos, pelas perdas e pelas dores do outro. Há casos que
são, para nós, difíceis. Estamos falando daqueles casos que produzem sobrecargas,
ao ponto de desejarmos conversar com algum colega de confiança e buscar suporte.
Suporte e atenção às condições psíquicas são confortos que encontramos somente em
figuras de alteridade (BALDINI, 2015).

Então, é só a partir do cuidado do profissional consigo mesmo que uma condição de


escuta ética será estabelecida. Mais do que um interesse por estar em condições para o
trabalho, encontrar vias de suporte e de alteridade para a função que realiza, é oferecer
um cuidado para si como se espera oferecer para o outro (BALDINI, 2015).

Em psicanálise, a análise do analista não é proposta apenas como um protocolo, mas


como uma forma de o analista se submeter a um processo terapêutico em que possa
alcançar maior compreensão de suas funções psíquicas, seus recursos e potências, suas
precariedades e sofrimentos, de forma a elaborá-los e a colocá-los em posição de menos
padecimento psíquico. Entre os ganhos dessa escolha, está a possibilidade de exercer
o trabalho clínico com maior qualidade (BALDINI, 2015).

Para cuidar do outro, é, então, necessário antes cuidar de si próprio e se perceber em


condições de oferecer suporte e acolhimento. É como num voo de avião, cuja instrução de
segurança é sempre reafirmada: em caso de despressurização, primeiro vista a sua máscara
de oxigênio para só então oferecer ajuda aos que precisarem. Essa é uma forma segura
de lidar com um contexto de fragilidade. Para intervir terapeuticamente no percurso de
um outro é necessário, antes, contar com o amparo da própria terapia (BALDINI, 2015).

Outro espaço muito relevante de amparo com o qual o terapeuta pode contar é o da
supervisão clínica. Muitas vezes, a supervisão clínica é uma experiência vivida durante a
graduação do psicólogo que fica, depois, esquecida. A figura do supervisor tem enorme

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Contextos de intervenção em luto | UNIDADE III

importância para lidar com os aspectos técnicos que, por vezes, ficam inacessíveis ou
obscuros frente ao manejo do trabalho junto ao paciente. Afinal, aquilo que nos escapa
quando estamos engajados numa relação terapêutica geralmente só é constatado por
um terceiro a essa relação. Esse terceiro, necessariamente, deve estar em condição ética
para realizar tal intervenção (BALDINI, 2015).

Os profissionais que lidam com situações recorrentes de perda e luto em seu trabalho,
como os que atuam em emergências ou com pacientes em fim de vida, costumam
também demandar um ponto de apoio, uma vez que vivem sob constante tensão e
sob a responsabilidade de intervirem de forma cuidadosa e humanizada junto a seus
pacientes. A noção de cuidado do cuidador, por isso, tem estar cada vez mais presente
(AMARAL et al., 2010).

Afinal, estamos falando de profissionais que atuam em situações críticas, que precisam
agir e decidir rapidamente seus manejos, em espaço de tempo curto. Os pacientes, por
sua vez, esperam que os profissionais estejam sempre prontos, disponíveis e dispostos
à tarefa que irão desempenhar (AMARAL et al., 2010).

Junto a isso, consideremos que há experiências frequentes de comunicações difíceis


sobre falecimentos, de perdas, de despedidas, de rupturas de vínculos com pacientes,
além do manejo do enlutamento dos familiares (AMARAL et al., 2010).

Nesse contexto, o trabalho em equipe é entendido como um ponto importante de


alteridade para o profissional da saúde; afinal, estão “todos no mesmo barco” e têm
objetivos parecidos, relacionados ao bem-estar do paciente. Lembremos que nem
sempre a dinâmica intraequipe é saudável ou agradável. Por isso, ainda que a própria
equipe exerça o papel de alteridade e de suporte para cada membro, por vezes o
adoecimento e a sobrecarga se estabelecem em nível do grupo (AMARAL et al., 2010).

Figura 8. Compartilhar o cuidado.

Fonte: https://pixabay.com/pt/edward-lear-esbo%C3%A7o-vintage-1823648/. Acesso em: 18 ago. 2022.

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UNIDADE III | Contextos de intervenção em luto

Lidar cotidianamente com a dor, a morte e o sofrimento gera um nível de tensão elevado
que não raramente é direcionado para as relações intraequipe. A proximidade com
pessoas em fim de vida produz muitas incertezas e temores, dos quais o profissional
tende a se proteger e evitar (AMARAL et al., 2010).

Ao mesmo tempo, existe o risco de o profissional subir suas defesas tão severamente
frente às exigências de seu contexto de trabalho que passa a assumir uma postura de
certa indiferença e de frieza no cuidado com seus pacientes. O cuidado com o cuidador
implica, então, cuidá-lo individualmente e também em equipe (AMARAL et al., 2010).

A criação de um espaço para cuidado do cuidador tende a produzir significativas


mudanças nas relações interpessoais em equipe, potencializa a relevância do autocuidado
e leva os profissionais a uma experiência de acolhimento e segurança que, espera-se, é
também o que buscam oferecer aos seus pacientes (AMARAL et al., 2010).

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REFERÊNCIAS

ACIOLE, G. G.; BERGAMO, D. C. Cuidado à família enlutada: uma ação pública necessária. Saúde em
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