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UNIVERSIDADE POTIGUAR –

UNP UNIDADE JOÃO MEDEIROS


ESCOLA DE SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA

DAYANNA CRISTINA S. MARTINS


LUANNA LARISSA CÂMARA O. PEREIRA
LUZIVANIA SANTOS ANDRADE

Desenvolvimento Humano na vida adulta e


Envelhecimento

Natal
Junho 2020
DAYANNA CRISTINA S. MARTINS
LUANNA LARISSA CÂMARA O. PEREIRA
LUZIVANIA SANTOS ANDRADE

Relatório das vivências apresentadas em aula para


compor nota da disciplina desenvolvimento humano
na vida adulta e envelhecimento, do curso de
Psicologia da Universidade Potiguar, ministrada
pela professora Geórgia Filomena Martins.

NATAL
Junho de 2020
Relatório

O presente trabalho busca através de uma prática exploratória, a construção de um relatório


a fim de tratar duas vivências realizadas nos dias 01 e 08 de junho de 2020, na qual desenvolvemos
o olhar de observação aos procedimentos utilizados pelos profissionais e o campo das suas
atuações; a vivência na qual buscamos investigar os processos que são experimentados, bem como
explorar e refletir o quanto é importante a atuação desses profissionais.
A primeira palestrante, a assistente social, professora Doutora Ana Valesca no dia 01 de
junho d e 2 0 2 0 tratou sobre o direito do idoso. A palestra veio como uma reflexão sobre as
considerações aonde estaria o direito do idoso, sendo além das leis, por uma construção
desenvolvida ao longo do tempo embassadas por desafios que perpetuam até os dias atuais.
Considerar o envelhecimento é também costumar lembrar da aposentadoria, pois os
sujeitos ao envelhecer se aposentam. França(1999) retrata que a perda mais importante da vida
social das pessoas é o afastamento do trabalho, envelhecer traz consequências de perdas
importantes nas relações das pessoas, podendo até ocasionar um adoecimento mental. As
considerações da aposentadoria, a jornada de trabalho e a utilidade que esse idoso vem enfrentar
nessa nova etapa, muda um pouco dos seus papéis sociais e como é visto diante da sociedade.
Também muda as leis, o estatuto do idoso e o seu papel afim de possibilitar a visão de entendê-lo
como provedor de seus diretos, o direito da aceitação de sua condição de ser idoso, e que muitas
vezes têm a influência pelos próprios familiares que o rotulam como alguém inutilizado.
A palestrante mostrou os efeitos emocionais que o idoso vivencia na sociedade, o
preconceito sofrido e violento que este idoso passa, explorando a partir do Estatuto do idoso a
responsabilidade da família, do Estado e da comunidade. Também trouxe reflexões sobre o custo
benefício de se tornar idoso, os diversos questionamentos que passam diante da sociedade, o
direito à sua saúde, questões de sexualidade, cultura e educação.
A cultura e a educação, portanto, surgem neste novo século como uma proposta de novas
possibilidades de mudança na terceira idade, dentre elas a participação dos idosos nas atividades
culturais, pois este é um dos pilares de construção e afirmação de identidade, fazendo com que se
sintam parte do sistema social. O reflexo disso é idosos mais ativos, participativos e
independentes, e com isso, revelam o quanto são capazes e suas experiências nos trazem
aprendizados.
Já no dia 08 de junho de 2020 recebemos a psicóloga Rafhaela Barros, que tratou sobre
questão da morte e os processos de luto. Psicóloga atuante no contexto clínico, no grupo Villa
como psicóloga nos processos de luto e no hospital geral de Natal, trouxe reflexões a respeito
dessa etapa de nossa vida, na qual faz parte por diversas questões, entendendo o quanto a morte
nos faz compreender e ampliar um olhar singular de cada um e que se torna necessário
desenvolver esse processo.
Durante a fala, vimos que a construção da morte foi produzida culturalmente. Nos
primórdios a morte vinha sendo vista como algo natural, através de diversos rituais que ao longo
da história perpetuava. Com o passar dos séculos, passou a ter uma mudança de olhar, vista como
algo fracassado trazendo diversos tabus, enxergando a morte na forma de perda/fracasso. Hoje já
existem uma pequena mudança através da ciência, aonde já é visto através de cursos, profissionais
que tentam lidar com morte, como os cuidados paliativos, por exemplo, trazendo algumas
transformações, porém ainda precisam ser trabalhados para desmistificar aos poucos o olhar sobre
a morte.
A psicóloga explanou que por parte dos profissionais de saúde ainda existe, em sua
maioria, o olhar de perda presente, trazendo grandes dificuldades por parte deles em lidar com a
morte e dá a notícia aos familiares dos pacientes, precisando acionar muitas vezes a psicologia por
parte desses profissionais.
Desde cedo, aprendemos que os seres vivos nascem, crescem, reproduzem e morrem.
Embora saibamos que um dia passaremos pela morte, poucos procuram informações acerca do
processo de luto, pois devemos considerar que nesse momento a necessidade de um suporte social
é de suma importância, pois mexe com todo contexto pessoal e familiar. O apoio psicológico
possibilitará ao paciente encontrar leveza, reconstruir recursos e proporcionar adaptações a
mudanças, lhe dando confiança e oportunidades para entender que essas perdas fazem parte natural
da vida e que existem vários tipos de perdas, sejam normativas, morte de um ente querido,
relacionamentos e entender que esse olhar é muito particular de cada um.
Observa-se que o processo de alguém enlutado perpassa pelos aspetos cognitivos,
emocional e comportamental, desenvolvendo diversas questões que precisam ser refletidas.
Passando por estágios que necessitam ser aceito e vivenciado. A morte é inevitável, pois faz parte
do ciclo da vida, a saudade sempre vai existir, mas cada um precisa se remodelar e se adaptar as
novas mudanças.
Para lidar com essa situação, a psiquiatra suíça Elisabeth Kubler-Ross pesquisou sobre esse
tema e descreveu cinco fases do processo de luto. São elas:

 Negação- Surge na primeira fase do luto. É o momento em que nos parece impossível a
perda, quando não somos capazes de acreditar nela. A dor da perda é tão grande, que
parece não ser possível nem real.
 Raiva- A raiva surge depois da negação. Mesmo assim, apesar da perda já consumada,
negamo-nos a acreditar nela. É quando surge o pensamento: “Por que comigo? ”. É
comum que surjam, nessa fase, sentimentos de inveja e raiva, quando qualquer palavra
de conforto nos parece falsa, custando acreditar na sua veracidade.
 Negociação- Surge quando o indivíduo começa a encarar a hipótese da perda e, diante
disso, tenta negociar para que esta não seja verdade. Ele busca fazer algum tipo de
acordo, de maneira que as coisas possam voltar a ser como era antes. Essa negociação,
geralmente, acontece dentro do próprio indivíduo ou, às vezes, voltada para a
religiosidade.
 Depressão- surge quando o indivíduo toma consciência de que a perda é inevitável e
incontornável. Ele sente o “espaço” vazio da pessoa (ou coisa) que perdeu e percebe
que não há como escapar da perda. Toma consciência de que nunca mais verá aquela
pessoa (ou coisa); e com o desaparecimento dela, todos os sonhos, projetos e todas as
lembranças associadas a essa pessoa ganham um novo valor.
 Aceitação- Última fase do luto. É quando a pessoa aceita a perda com paz e serenidade,
sem desespero ou negação. Nessa fase, o espaço vazio deixado pela perda é preenchido.
É um período que depende muito da capacidade da pessoa de mudar a perspectiva e
preencher o vazio. Voltando-se para a religiosidade, para a fé ou a ajuda de um
profissional num processo de psicoterapia.

Elisabeth Kübler-Ross, explica que esses estágios nem sempre ocorrem na mesma ordem,
nem todos são experimentados pelas pessoas. Ela afirmou que uma pessoa sempre apresentará,
pelo menos, duas dessas fases.
Pessoas não passam por essas fases de maneira linear, ou seja, elas podem superar uma
fase, mas, depois, retornar a ela (ir e vir), estacionar em uma delas sem ter avanços por um longo
período ou ainda suplantar todas as fases rapidamente até a aceitação. Não há regra. Porém, sabe-
se que, comumente, a fase mais longa é da depressão para a aceitação.
Tudo depende do histórico de experiências da pessoa e das crenças que ela tem sobre si
mesma e sobre a situação em questão. Existem pessoas que podem passar meses ou anos num vai e
vem e não chegar à aceitação nunca. Outras, em poucas horas ou dias, fazem todo o processo. Isso
varia também em função da perda sofrida.
Referências:

PEREIRA, JR., et al. Saúde, envelhecimento e aposentadoria. In: COSTA, JLR., COSTA,
AMMR., and FUZARO JUNIOR, G., orgs. O que vamos fazer depois do trabalho? Reflexões
sobre a preparação para aposentadoria [online]. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2016, pp. 45-
62.

ROSS, Elisabeth Kübler,Sobre a morte e o morrer, editora wmf martinsfontes, São Paulo,
2017.

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