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EQUIPE
ILUSTRAÇÃO DA CAPA
André Martins
TRANSCRITORES
Edilson Gomes da Silva Jr
Rafael Muzzulon
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A SEMANA NUMA TACADA SÓ _______________ 5
SEU AUTOCONHECIMENTO É
AUTOCONTEMPLAÇÃO NARCISISTA __________ 9
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A SEMANA
NUMA TACADA SÓ
LIVE #103
SEU AUTOCONHECIMENTO É AUTOCONTEMPLA-
ÇÃO NARCISISTA
Pare de se rotular em uma pretensa busca por autoco-
nhecimento: aja e seja um foco de luz na sua vida e na
vida dos outros!
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O PONTO CENTRAL
R E S U M O D A S E M A N A
LIVE #103
Se até aqui você tem agido mal, às vezes até causando dano
a alguém, peça desculpas com toda a contrição do seu cora-
ção – sabendo que a pessoa não precisa te desculpar – e pas-
se a agir desde esse centro luminoso. Lute para não ser mais
essa pessoa daninha, ame e sirva aos demais, dê esmola para
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mendigos, cumpra seu trabalho do jeito mais certo, cumpra
suas responsabilidades religiosas e familiares. Não cole rótu-
los, nem para cima, nem para baixo: aja.
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LIVE #103
SEU AUTOCONHECIMENTO É AU-
TOCONTEMPLAÇÃO NARCISISTA
Hoje falaremos sobre uma ratoeira, uma armadilha: a
gaiola do autoconhecimento. Acho que é um tema bas-
tante oportuno, vou pegar o gancho a partir de uma
resposta que dei nos stories. Não me lembro de quem
perguntou e nem me lembro direito da pergunta, mas
dei uma resposta que era profunda e óbvia. O conteúdo
dela era mais ou menos o seguinte: não importa o que
aconteceu, honre seu pai e sua mãe se eles estiverem
doentes, inválidos, se forem para a bancarrota, se esti-
verem passando por dificuldades financeiras. Honre-os
sempre, etc., aquele papo de sempre sobre o dever dos
filhos com os pais.
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critérios muito claros de qualidade, do tipo “Eu sou um
preguiçoso”, “Sou muito valente”, ou “Sou muito honesto”,
escaparemos da realidade.
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filhos...” Cara, pare com isso pra já. Você não é nem uma
coisa, nem outra, a verdade é essa. Você é ora uma coi-
sa, ora outra, porque a natureza humana, dos viajantes,
deste homo viator, é essa. Homo viator não é “homem
viado”, é o sujeito que está viajando, caminhando por
este mundo.
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irrelevante! Quando o sujeito vem com esse papo para
cima de mim, a primeira coisa que direi a ele, com todo
o carinho do mundo, é “Meu filho, pare. Você não sabe
nem quem é, porque, em primeiro lugar, você é brasi-
leiro, e aqui nesta terra, estamos sempre tão cheios de
sensações, tão exasperados, que ninguém sabe direito
quem é.”
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colocou na parede para ficar se contemplando e falan-
do “Essa parte é muito preguiçoso, mas também é muito
valente”, ou “É, é um sujeito que não vale nada, mas que
por outro lado faz caridade e dá dinheiro para o orfana-
to.” Pare com isso! Não é nem uma coisa, nem outra! O
máximo que você pode ser é um sujeito agente.
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olhando se você é um bosta ou uma maravilha.
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Me dá nos nervos o sujeito que, no trabalho, começa a
pensar “Mas será que esta é a minha vocação? Será que
eu nasci para isso? Será que eu levo jeito? Será que me
valorizam?”, é tudo eu, minha, me, meu Deus! Assim você
irá se deprimir e se tornará um sujeito paralisado, por-
que quando o nosso olho vira para dentro, é o que acon-
tece, nós paralisamos.
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Quando aquela moça, então, fala “Muito bom seu tra-
balho, mas não sou adolescente”, ela está se exaltado.
Ela paralisou, ela está se observando como um retrato
na parede, porque o que ela disse é francamente uma
imbecilidade. Eu não falo para adolescentes -- ela não
está vendo o que falo, ela está se vendo. Ela não está
vendo o que estou falando ou o efeito que acontece na
maior parte das pessoas que me seguem, ela não está
vendo a transformação, o renascer, ela está se olhando,
se olhando e se olhando. Assim ela vai paralisar -- aliás,
ela já está paralisada, num fetiche da autoimagem: “Eu
não sou adolescente.” Beleza, você se julgou, emitiu um
bom juízo sobre si própria, e no imediato momento no
qual fez isso, paralisou, porque só Um julga. Só o obser-
vador onisciente pode te julgar, minha filha, ninguém
mais pode, nem você.
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preguiçoso, então preciso usar remédios contra a pre-
guiça”, ou “Sou muito avarento, preciso achar ferramen-
tas contra isso”, você vai paralisar, meu filho. Não é assim
que funciona. Você já sabe que é avarento, já sabe que é
preguiçoso -- e sabe como é que você sabe? Ora, é por-
que eu você somos, caramba! Que diferença fez saber?
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ou uma duas vezes e a pessoa não me desculpou, bem,
que pena, ela não me desculpou, veja como foi grave o
que fiz. Acabou. Você continua agindo.
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pedir desculpa, se ela não precisa desculpar??”, porque
adianta muito, se não, às vezes a pessoa fica presa na
maldade que você fez, então o pedido de desculpa livra
os dois (mas nem sempre).
Outra coisa: essa coisa ruim que você fez é só a que você
lembra, porque você fez um monte de outras coisas até
piores das quais nem se lembra, ou porque o outro não
foi tão afetado, ou porque ele não demonstrou que foi
tão afetado. Então não faz qualquer diferença, fazemos
coisas ruins o tempo todo, eu você, todo o mundo.
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A diferença é que você pode ser um merdinha que cola
esse rótulo de merdinha na cara, ou pode ser um sujeito
que entende que é um merdinha, e entende que é isso
desde sempre, e encontra esse centro luminoso dentro
do seu peito e age com amor a partir dali. Você faz seu
dever, cumpre suas tarefas, ama os outros, serve aos de-
mais, dá esmola para o mendigo, cumpre seu trabalho
do jeito mais certo, cumpre suas responsabilidades re-
ligiosas e familiares. Não cole rótulos, nem para cima,
nem para baixo. Aja
Aja..
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italomarsili.com.br
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