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EQUIPE

EDITOR CHEFE SUPORTE


Arno Alcântara Alessandra Figueiredo Pelegati
Márcia Corrêa de Oliveira
REDAÇÃO E CONCEPÇÃO Rayana Mayolino
Marcela Saint Martin Douglas Pelegati
Marra Signorelli
Raul Martins FINANCEIRO
William Rossatto
REVISÃO Joline Pupim
Cristina Alcântara Douglas Pelegati

DIREÇÃO DE CRIAÇÃO COORDENAÇÃO DE PROJETOS


Matheus Bazzo Arno Alcântara
Italo Marsili
DESIGN E DIAGRAMAÇÃO Matheus Bazzo
Jonatas Olimpio
Vicente Pessôa O CARA QUE NUNCA DORME
Weverson Ramos Douglas Pelegati

ILUSTRAÇÃO DA CAPA
André Martins

TRANSCRITORES
Edilson Gomes da Silva Jr
Rafael Muzzulon
Raíssa Prioste

Material exclusivo para assinantes do Guerrilha Way.

Transcrição das lives realizadas no Instagram do Dr. Italo Marsili.


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ENTENDA O
SEU MATERIAL
1. O Caderno de Ativação ajudará você a incorporar
e a colocar em prática o conteúdo de uma das
fabulosas lives. É um material para FAZER.

2. No LIVES você encontrará transcrições, resumos


e uma visão geral das lives selecionadas para a
semana. É um material para se CONSULTAR.

3. Se quiser imprimir, utilize a versão PB, mais


econômica.

4. Imprima e pendure o seu PENDURE ISTO.

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A SEMANA NUMA TACADA SÓ _______________ 5

O PONTO CENTRAL _______________________ 6

TENHA CORAGEM DE CALAR O MALEDICENTE __ 9

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A SEMANA
NUMA TACADA SÓ
LIVE #107
TENHA CORAGEM DE CALAR O MALEDICENTE
Não confunda sua covardia com boa educação. Colo-
cando o maledicente em seu devido lugar, você não
apenas o ajuda, mas principalmente a si mesmo — fi-
cando mais forte.

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O PONTO CENTRAL
R E S U M O D A S E M A N A

LIVE #107

TENHA CORAGEM DE CALAR O MALEDI-


CENTE

Hoje falaremos da maledicência que você escuta (não da


que você produz), que é terrível. Um ambiente maledi-
cente inibe as ações superiores do nosso espírito, então,
quando alguém vier “fazer um comentariozinho” sobre a
vida de alguém, dê as costas e diga: “Não quero saber,
não me interessa a vida dele.” A pessoa ficará sem graça,
tentará te prejudicar e você ficará isolado dos fofoqueiros.

“Italo, mas seria falta de educação.” Você tem 0 senso das


proporções, seu animal. Não confunda educação com co-
vardia! Sua vida está travada porque você é incapaz de,
com educação, dar as costas a um maledicente. Não man-
dei ninguém xingar ou ofender (até porque a pessoa já
se sentirá ofendida naturalmente). Acontece que, pra dar
esse basta e deixar de ser covarde, você precisa ser forte
e valente, porque não é pra fingir que não ouviu ou mu-
dar de assunto. Isso seria fraqueza, e eu estou justamente
dizendo que você precisa ser forte. É pra deixar claro que
o outro está falando mal e que você não terá parte nisso.
Quando não ouve o maledicente, você se eleva, porque
ganha uma força que achava que não tinha.

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Isso não quer dizer que uma parte do seu espírito não sen-
tirá isso como perda, afinal, você perdeu a oportunidade
de ser latrina. Você está fedorento e sujo, mas acha isso
maravilhoso e não consegue botar um ponto final nessa
porcaria — e por isso ninguém te escuta e você não con-
segue alcançar nada na vida. Um ambiente maledicente
não é normal, é coisa de gente doente. Se você é o sujeito
que ouve a fofoca sem combatê-la, você se tornou alguém
com quem não se pode contar. Não podemos confiar em
maledicentes, queremos distância deles, então não seja a
pessoa que compactua com isso. Não interessa se o male-
dicente é a sua avó, a sua colega, o seu chefe: dê um basta
nessa porcaria.

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LIVE #107
TENHA CORAGEM DE CALAR O
MALEDICENTE.
Hoje vamos voltar a um tema muito importante para
a nossa evolução, e que trava muito a nossa posição
na vida. Há algumas condutas que precisamos ajus-
tar logo, rapidamente, desde já, e se conseguirmos
mudar uma conduta específica já no início deste ano,
iremos para um outro nível de relacionamento e de
força humana. Bem, mas que conduta é essa?

Um monte de gente — mas um monte de gente mes-


mo — pôs em prática aquilo que eu falei nas lives do
início do ano passado, sobre parar de reclamar. E eu
falava disso com uma certa incisividade, um pouco
num tom de esporro, de briga, tipo “Mas que porca-
ria, pare de encher o saco! Não reclame, aceite sua
vida como ela é!”. E eu falava assim porque, uma vez
que você aceita sua circunstância, você consegue
encontrar um lugar de força a partir do qual agir, a
partir do qual produzir alguma coisa. “Aceitar a vida
como ela é” é o contrário daquela resignação omissa,
de “Ai, sou um coitadinho, nunca produzirei nada.” É
o inverso disso.

Em geral, os pensamentos imaginários, do tipo “Que-


ria estar em outro lugar”, “Queria fazer outra coisa”,
“Queria que fosse de outro jeito” são aquilo que cha-
mamos de “Mística do quem-me-dera”: “Quem me dera

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eu fosse mais novo”, “Quem me dera eu fosse mais
velho”, “Quem me dera eu fosse mais magro”, “Quem
me dera eu fosse mais cheinha.” Pare com esse negó-
cio! Não reclame, aceite a vida como ela é, observe a
vida como ela está e, a partir daí, sem um movimento
de reclamação, comece a agir.

Há um outro movimento que se conecta imediata-


mente a esse, que é o movimento que queria abordar
com vocês hoje. É um compromisso que você tem de
fazer consigo caso queira olhar para seu 2020 e falar
“É, cara: eu melhorei. Alguma coisa evoluiu, alguma
coisa progrediu neste meu ano. Alguma progressão
eu tive.”

Estou falando da maledicência. Nós costumamos en-


tender a maledicência por um único aspecto (e ele
basta), que é o da fofoca. Estamos rodeados de fofo-
queiros, e às vezes o fofoqueiro que está mais pró-
ximo de nós é este mesmo que você encontra todas
as noites no espelho quando vai escovar esses seus
dentes quase podres. O cara maledicente, que faz fo-
foca, é o sujeito que está perto de nós, mas também
é você mesmo. Miseravelmente, podemos estar dian-
te de um maledicente ou fofoqueiro que somos nós
mesmos.

O problema é que esse ambiente da maledicência


(ou seja, daqueles sujeitos que maldizem, que dizem
coisas más sobre os outros) é um ambiente muito,

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muito mesquinho, que nos diminui, que tira nossas
forças, que inibe nossas ações superiores do espíri-
to. A primeira coisa que precisamos ter neste ano é
a coragem de dar as costas ao maledicente. Precisa-
mos reviver esse propósito dentro de nós.

Preste atenção: a live de hoje não é sobre a maledi-


cência que você produz. Falaremos dela em outro
momento. Estou falando dos maledicentes que nos
cercam, do sujeito que está sempre falando mal de
alguém ao nosso redor, sempre vindo com uma fo-
foca, com um disse-me-disse. Chega! Precisamos dar
um basta nisso dentro da sua vida, e precisamos fa-
zer isso hoje.

Não podemos dar ouvidos ao maledicente nunca,


porque ele diminui todo o ambiente, diminui o esta-
tuto da dignidade humana. O sujeito que fica falan-
do mal dos outros é um inoportuno, maldoso, que
não acrescenta nada na nossa vida, e temos que sa-
ber dizer “NÃO” a ele.

“Italo, mas eu tenho medo. Não consigo, não tenho


força para falar. Meu ambiente de trabalho só tem
maledicentes, é uma porcaria. O que eu faço? Mudo
de emprego?” A resposta é: não. O problema é que
você é um sujeito fraco, medroso, um covarde. É isso
o que você é. Você tem medo de mandar esse male-
dicente calar a boca.

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Veja como a coisa é simples: você trabalha, certo?
Vamos imaginar que você trabalhe, pois o primeiro
ponto é esse: você não trabalha direito, então tudo
vira desculpa. Quando você não trabalha bem, é óti-
mo quando alguém vem te incomodar, te atrapalhar,
porque isso vira uma desculpa para você não fazer o
que precisa ser feito. Mas vamos supor que você tra-
balhe mesmo, por exemplo, num escritório de conta-
bilidade, e precisa entregar relatórios, planilhas, fazer
estudos, ler normas, enfim, fazer o que tem de fazer.

Se chegar um maledicente ao seu lado na hora do


cafezinho ou na sua mesa e começar a falar mal de
alguém, com um “Pô, você viu o fulano?”, a solução
é simples. É simples demais. Às vezes a pessoa nem
é tão tosca assim, né? Ela não vem “falar mal” exata-
mente, vem apenas “fazer um comentário” sobre al-
guém. “Rapaz, você não sabe...” Pois bem. Você vai
dizer o seguinte: “Rapaz, não sei mesmo, e não quero
saber. Não me interessa a vida dos outros. Não quero
que você me fale mal de ninguém”. Ele vai dizer: “Não,
não estou falando mal!”, e aí você responderá: “Ma-
ravilha, que bom que não está falando de ninguém,
mas eu não quero que você fale nada. Não quero ou-
vir, não quero saber.”

“Italo, mas isso é falta de educação.” Meu filho, você


não tem senso das proporções, seu animal. Você
está confundindo falta de educação com covardia,

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isso sim. Você é um covarde que deixa aquele sujei-
tinho lixo falar mal dos outros na sua frente, e você
ainda lhe presta ouvidos. Você é um covarde.

“Ah, mas eu estou só comentando, não estou falando


mal.” Meu filho, eu não quero saber. Faça isso e você
verá o que acontece. Quando um maledicente chegar
pra você, na sua frente, para começar a falar mal de
alguém, você soltará um “Não, não, mas eu não quero
saber. Não me interessa a vida dele. Vamos falar de
outra coisa, vamos falar de trabalho.” A pessoa ficará
muito sem graça — e irá te prejudicar. Saiba disso.

Sabe por que você não manda o maledicente calar a


boca? Porque você tem medo de que ele vire as costas
e saia falando mal de você. É por isso. Isso se chama
covardia. Você é um covarde, porque tem medo que o
sujeito fale mal de você no ambiente de trabalho — e
ele vai falar, obviamente. Afinal, você o constrangeu.
Você deixou patente, na cara dele, uma miséria que
ele tem. É isso o que você fez com ele. E não precisa
xingar ninguém, não, é só falar tranquilamente “Olha,
eu não quero essas conversas. Em 2020 eu fiz um pro-
pósito: não falarei mal de ninguém, nem ouvirei nin-
guém falar mal dos outros na minha frente. Não que-
ro isso, então nem fale, que não quero ouvir.” Pronto.

Sabe o que acontecerá? Você ficará isolado no seu


ambiente de trabalho, mas isolado sabe de quem? Do
grupo de maledicentes, caramba. O grupo de maledi-

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centes se isolará de você, e o grupo de pessoas que
não gosta dos maledicentes, mas que é “educada”,
vão se aproximar de você. É só isso, simples assim.

E quando o sujeito for falar mal de você — porque


isso vai acontecer —, no outro grupo, metade vai ou-
vi-lo e responder “É, é mesmo, o fulano é um mal edu-
cado, está se achando superior”, e a outra metade vai
pensar “Caramba, é mesmo, né? Essa história já deu
no saco, é chato pra caramba ficar falando mal dos
outros.” É só isso que vai acontecer. Entende que não
é nada demais? Você terá um prejuízo, mas ele é ín-
fimo.

O problema é que ninguém aguenta um mínimo


de prejuízo ou desconforto na vida. Quando eu falo
“Tome um café sem açúcar, tome um banho gela-
do, não reclame”, isso é justamente uma preparação
para aguentar esses mínimos desconfortos que te
fazem ser gente, caramba.

“Italo, e se for num ambiente de família, como faz?


Na minha família só tem maledicente.” Ora, é igual.
Igualzinho! Quando sua avó começar a falar mal de
alguém, você fala “Ih, vó! Em 2020 eu fiz um propósi-
to, fiz uma promessa para Santa Rita: não escuto mais
ninguém falando mal de ninguém. Não vou ouvir a
senhora falar isso aí não, vó.” Sua avó ficará puto con-
tigo, te achará um mal educado, dirá “Não foi essa a
educação que dei ao meu filho! Ele não educou bem

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o meu neto, você virou um malcriado”. A questão é
que você estará certo e sua avó estará errada. Não
acontece nada além disso. Sua avó ficará constrangi-
da e envergonhada, afinal de contas é uma velha que
deveria estar dando exemplo e não falando mal dos
outros pelas costas. É só isso.

Quando chegar seu primo falando mal de alguém,


você diga “Bicho, veja que maneiro: neste ano não
vou ouvir ninguém falar mal de ninguém na minha
frente. Ninguém mesmo. Não quero ouvir. Vamos falar
de carros, de futebol, de mulher, mas não quero ouvir
você falar mal do nosso primo Brunão, cara. Não que-
ro saber de fofoca, não quero saber da vida dele. Se
eu quiser saber da vida do Brunão, vou ligar pra ele
e perguntar se ele está precisando de ajuda. Não vou
ficar aqui te ouvindo falar que, mais uma vez, ele se
endividou, montou uma franquia e está quebrado de
novo. Dane-se, não quero ouvir isso, e não vou.”

O problema é que você é um merda de um covarde e


está querendo empreender e descobrir seu propósi-
to, é covarde está querendo, ao mesmo tempo, ema-
grecer e ficar sarado, é covarde e está querendo ter
uma vida intelectual.

Sabe quando é que você conseguirá ter uma vida


intelectual, emagrecer e empreender, sendo um co-
varde? Nunca! E é por isso que a sua vida está tra-

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vada, é por isso que você está paralisado. Nem as
firulinhas do dia a dia você consegue resolver; você
é incapaz de não ouvir um maledicente com educa-
ção. Não estou mandando ninguém mandar xingar
o maledicente, não. É com educação, caramba. Só
isso.

“Italo, mas é verdade. O Brunão sempre se endivi-


da, e ele realmente abriu uma franquia dO Boticário
num ponto horroroso, onde ninguém compra perfu-
mes nem cremes, ou seja, vai se endividar mais uma
vez.” Meu amigo: dane-se. Você não está entendendo
o que estou dizendo. Dane-se. Isso não é assunto de
gente, caramba.

Estamos numa sociedade onde falar mal dos outros


é o único assunto. O segredo de quem prospera,
amadurece e chega longe é parar de prestar aten-
ção nessa desgraça, caramba. Não deixe esse am-
biente ao teu redor te afetar. Mas pra fazer isso, você
precisa de força e valentia. Lembra-se? Trabalhe, sir-
va e SEJA FORTE, caramba. Seja forte. Esse tipo de
coisa só se conquista com violência, com força. Não
há outra forma de conquistar certas coisas na vida;
você precisa de força para deixar de ser um covar-
de. Sua vida está paralisada, e em múltiplos campos,
porque você é um covardão.

“Italo, mas como assim sou uma covardona? Tenho a


força do feminino em mim!” Que mané força do femi-

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nino! Que força do feminino é essa? Tá maluca? Você
é uma fofoqueira, isso sim, é uma covarde que deixa
a fofoca rolar ao seu redor sem perceber que ela con-
tamina sua alma e sua vida.

Quando vierem falar mal de alguém pra você, lem-


bre-se: “Preciso de força e violência. Não há como
sair dessa situação sem botar um basta nessa coisa.”
E, imediatamente, diga: “Eu não quero te ouvir, cara.
Fiz um propósito para 2020, estou seguindo um cara
muito doido no Instagram e ele falou umas coisas
que têm muita razão. Uma delas é a seguinte: não
vou ouvir ninguém falar mal de ninguém. Não me
leve a mal, mas não quero ouvir esse papo. Vamos
falar de outra coisa, se você quiser conversar. Eu sei,
né, o trabalho está chato pra caramba, está na hora
daquele breakzinho. Mas vamos falar de outra coi-
sa.”

Ou, ainda, diga: “Vamos para um papo lixo que, ao


menos, não fale mal de ninguém. Vamos falar do tem-
po. Tá quente pra caramba, né? Que loucura, acende-
ram o maçarico, isso aqui tá uma sauna, falta só o
eucalipto.” Esse papo lixo sobre o clima é um assun-
to superior e mais digno do que falar do Carlos, que
trabalha na baia da frente de vocês. Dane-se que o
Carlos tem bafo, dane-se que ele está tomando chifre
da mulher.

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Dane-se! Você não precisa saber, não é pra falar dis-
so, caramba. Você precisa de violência para botar
esse ponto final. Não há uma forma de dar um basta
sem que o outro fique constrangido e sem que você
lhe deixe patente a miséria que há nele.

Não é para fingir que não ouviu e mudar de assunto,


é para falar. Você ouviu, sim, que o outro está falan-
do mal, e você deixará claro que ele está falando
mal e deixará claro que não participará mais disso.
É evidente que pode acontecer de você ficar isola-
do, deslocado do grupo, e o mais normal é que isso
aconteça mesmo. Dane-se. É melhor, vai te sobrar
tempo para estudar, trabalhar melhor, fazer oração,
rezar o terço, ligar para a sua família, responder sua
mulher no WhatsApp... Sobrará tempo para uma
pancada de coisas, porque aqueles filhos da mãe
não virão mais te encher o saco. O que não faltará é
coisa pra fazer.

Estão dizendo aqui “Não pode só mudar de assun-


to?” NÃO! O exercício não é esse. Não é para mudar
de assunto, porque isso seria fraqueza. Eu quero que
você exercite a força de botar um ponto final calmo.
Não é pra mandar ninguém às favas. É só dizer “Na-
nanão, em 2020, não. Não quero esse papo, não vou
falar disso. Se você quiser conversar comigo, a gen-
te conversa, mas não disso.” Pronto, simples assim. E
com a família é para fazer a mesma coisa. “Italo, mas
com a família é difícil, né?” Eu sei! Exatamente! Assim

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como é difícil tomar banho gelado ou ficar sem o seu
cafezinho.

Essas atitudes são uma preparação para as coisas


que de fato importam. Dar as costas ao maledicente
e botar um ponto final na maledicência é algo sem
o qual você não progredirá na vida. Esse exercício
é para ontem. Não é para ser o chato, não. É só pra
falar que não quer ouvir — e, assim, elevar seu esta-
tuto. Quando você não ouve o maledicente, você se
eleva, porque ganha uma força que achava que não
tinha. Você percebe que não perde nada quando se
priva de uma relação mesquinha; pelo contrário, só
ganha.

Há, porém, uma parte do seu espírito, da sua alma,


que sentirá isso como perda, afinal, alguma coisa
você perdeu: você era um penico, uma privada na
qual o outro descarregava todas as sujeiras dele, e
você perde isso. Nossa alma é tão maluca que no-
tamos isso como perda. Você pode realmente sentir
falta, veja a porcaria que você se tornou! Você se tor-
nou um excremento e não notou; está sentindo falta
de ser penico. Você é uma latrina, e ainda sente falta
disso. Que saco, hein?

“Então é por isso que a minha vida está uma droga?”


Oh, parabéns, Sherlock Holmes! Dentre outras coisas,
sim! Você está cultivando um Ser latrina, você está
sendo um banheiro químico, público, no qual todo

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o mundo entra, abaixa a braguilha e deposita suas
sujeiras — e você acha isso bom! Defecam em cima
de você, e você acha isso bom! Você está fedoren-
to, sujo, fedido, e acha isso lindo e maravilhoso, não
consegue botar um ponto final nessa porcaria.

Que dignidade você acha que tem? Nenhuma, zero.


Como espera que as pessoas te ouçam? Assim elas
nunca, jamais te ouvirão. Simples assim. Por isso é
que sua família não te dá ouvidos e ninguém te ouve
em lugar algum, por isso é que as coisas que você
fala não têm importância, por isso é que você não
consegue conquistar seus objetivos, não consegue
emagrecer, ganhar dinheiro, manter um relaciona-
mento.

“Italo, não sei se vou conseguir.” Seu covarde. Você


não consegue falar “não”? É simples. Os exemplos são
os mais simples do mundo. É fácil falar, eu mesmo já
falei mil vezes, com toda a educação. Já disse e repi-
to: não é pra xingar, não é pra ofender ninguém —
até porque a pessoa já vai se sentir ofendida quando
você falar, com educação, que não é latrina pra ficar
ouvindo lixo.

E não me venham com “É isso aí, vou criar um am-


biente de positividade ao meu redor.” Não vai ter po-
sitividade nenhuma! Só vão falar mal de você. Esse
ponto final, inclusive, atrai o maldizer dos outros so-

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bre você. Não há positividade alguma aí, pare com
esses chavões escrotos que não significam porcaria
nenhuma. Quando você der um basta na maledicên-
cia, uma parte do ambiente falará mal de você, e da-
ne-se, te sobrará tempo.

“Italo, mas se eu fizer isso, não serei promovido na


minha empresa.” Vá tomar banho. Deixe de ser um
mentiroso falso e cego! Você nunca será promovido
assim. E se não foi promovido até hoje, é porque isso
que você está fazendo também não está funcionan-
do! E, quer saber do que mais? Ninguém te promoverá
a um cargo importante se você for um maledicente,
porque ninguém quer trabalhar com um maledicen-
te, afinal ninguém quer conviver com essa gente pa-
tética.

Se você é o sujeito que ouve a fofoca (e obviamente,


quando ouve, alguma coisa você fala também), você
se tornou uma pessoa com a qual não se pode con-
tar. Não podemos confiar em maledicentes e, no fi-
nal das contas, queremos distância deles, então não
seja a pessoa que compactua com isso.

Afaste-se dessa gente desprezível — e me desculpe,


mas precisamos botar algum juízo na cabeça. Não
estamos julgando, dane-se a pessoa do maledicen-
te, o fato é que a fofoca que ele faz é desprezível. Se
ele é desprezível, não sei e não me importa. Importa
é que este ato do maledicente é um ato desprezível

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com o qual não compactuaremos, do contrário nossa
vida não progride.

Exercício para amanhã: ponha um basta calmo no


primeiro sujeito que vier falar mal de alguém em tom
de fofoca, de piada escrota, de gracejo. Tenha cora-
gem de olhar para aquele sujeito que, como eu você,
não vale porra nenhuma, e falar “Não vou ouvir essa
história sua.” Simples assim. “Não quero.” A pessoa
não terá o que falar, ficará com cara de bunda, dará
uma desculpa, irá embora, ficará mordida por dentro
(afinal, ninguém gosta de ser humilhado assim), e fa-
lará mal de você na primeira oportunidade. Já saiba
disso: o maledicente não vai te achar lindo e maravi-
lhoso; vai te achar prepotente, arrogante, se achando
melhor que os outros. Dane-se, sabe por quê? Ele já
fala mal de você pelas suas costas, então agora pelo
menos ele terá algum motivo.

E quando o maledicente contar o ocorrido para o


outro grupo, dois ou três daquele grupo pensarão
“Caramba, não é que ele tem razão? Essa fofocagem
toda é uma desgraça mesmo.” E talvez eles venham
falar contigo, e quando vierem, já responda: “Não
quero que isso seja assunto, porque neste ano não
ouvirei ninguém falar mal de ninguém.” Não ouvire-
mos. Vamos trabalhar direito, rezar, dar esmola para
mendigo, emagrecer já que estamos gordos, tomar
banho frio... Este ano será do caramba. Não falare-

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mos mal de ninguém e nem ouviremos ninguém fa-
lar mal dos outros, porque isso aí já deu.

Estamos acostumados com um nível humano muito


baixo. Essa maledicência toda não é normal. Um am-
biente no qual as pessoas se relacionam assim não
é normal absolutamente; é doença, é coisa de gente
doente.

Estão perguntando aqui novamente: “Italo, não basta


mudar de assunto?” Vou repetir mil vezes: mudar de
assunto NÃO resolve, porque você precisa de FORÇA!
Uma força mínima de ser humano! Se você não tem
força para falar isso, você não vale nada, é um traidor,
e na primeira oportunidade que tiver de trair e ser
desleal com alguém, você trairá e será desleal. Você
tem que cultivar força, caramba, então não é pra mu-
dar de assunto. É pra falar o que estou dizendo: “Não
vou ouvir ninguém falar mal de ninguém, não quero
ouvir esse seu assunto, beleza?” Ponto.

Prestem atenção, que às vezes precisamos dizer o


óbvio, e o óbvio é isto: essa maledicência rotineira
não é normal. Isso é ambiente doente, é coisa de
gente adoecida. Saiba disto: você está doente, por
isso é que a sua vida está um lixo. “Italo, a minha vida
não está um lixo. Estou magro e ganhando dinheiro.”
Dane-se! Você tem uma mancha moral, intelectual e
espiritual tão grande, que estou conseguindo vê-la
daqui. Não estou te pedindo para ser nenhum herói,

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mas se você quiser ser uma coisinha a mais na vida
(e essa coisinha “a mais” é simplesmente ser gente,
ser pessoa), precisa parar de prestar ouvidos a essa
maledicência.

Não quero que você seja herói, santo, sábio, nada dis-
so. Basta ser gente, se livrar dessa doença, desse am-
biente adoecido. Você precisa se comprometer com
parar de ser um covarde. Essa covardia, que é mani-
festada nessa fraqueza sua, contamina múltiplos do-
mínios do seu ser. Você não nota, e é burro, desleal,
lento e gordo por causa disso. “Italo, mas você colo-
ca ‘burro’ e ‘gordo’ no mesmo caminho?” Sim, porque
em regra, ambos são fruto da preguiça e da falta de
força de vontade. É assim que é. Não fique magoado
nem chateado, alguém tem de falar essas coisas pra
vocês. Ouça isto com todo o carinho do mundo (que
é o que sinto por você agora), e entronize, ponha pra
dentro, cultive essas palavras dentro de si. Você já irá
enxergar onde tem que aplicar isso.

No mínimo, vamos começar 2020 tentando sanear,


deixar são esse ambiente. Nós somos reclamões; o
ser humano não tem qualidades, mas o fato é que
melhoramos quando fazemos essas coisas. Quando
fazemos um pacto conosco mesmos de não ouvir o
maledicente, ganhamos uma força, deixamos de ser
covardes, e nós mesmos reclamamos muito menos.
Damos um salto de qualidade, que é da doença para
a normalidade, para a saúde. E, num ambiente sau-

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dável, conseguimos desenvolver nossa vida, nossa
biografia. O problema é que estamos acostumados
a um nível de doença vital e social e biográfica que
não é normal.

Perguntaram: “E se o maledicente for seu chefe?” É pra


fazer igual! Preste atenção: ele não vai te demitir por
causa disso. Sabe o que acontecerá? Ele olhará para
a sua cara, ficará puto e constrangido como qualquer
outro, e confiará em você. Se o seu chefe é o maledi-
cente, melhor! Você precisará de mais coragem, mais
violência, e ainda terá benefícios financeiros que na
família não tem. Na relação de trabalho, você terá.

Se forem seus iguais, você apenas ficará isolado. Se


for o pessoal de baixo, ou seja, seus funcionários, você
os educará, e se for o seu chefe, que está acima, você
mostrará a ele uma consistência vital, de caráter, por-
que não há nada que um chefe espere mais de um
funcionário do que caráter. Ele não te mandará em-
bora, ele confiará em você e te promoverá em menos
de 6 meses, te puxará para um cargo de confiança.

Entende o nível da nossa doença? Não conseguimos


notar o que acontece claramente no ambiente de um
sujeito que não compactua com a maledicência. Não
seja covarde e não dê desculpa. Não é o que seu che-
fe espera de você, e não depende do chefe, isso é a
sua covardia falando. Já vi acontecer mil vezes, e mil
vezes é assim.

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Não aceite ser uma latrina, e saiba: há uma parte
da sua alma que deseja ser latrina. O ser humano é
aquele bicho que tem, dentro de si, mil tensões dife-
rentes; é como se fôssemos rasgados o tempo todo,
uma parte de nós querendo ser nobre, a outra que-
rendo ser vil, a outra querendo ser corajosa, a outra
covarde. Somos assim. Há uma parte em você que
deseja ser latrina e receber dejetos. Essa parte faz
com que você caia e nunca progrida, faz com que
você chegue ao final do ano e pense “É, esse ano
não foi grande coisa, eu não fui bem eu.”

Pronto. Amanhã, é dizer NÃO ao maledicente. Não é


para mudar de assunto, é para dizer não e falar “Cara,
neste ano não ouvirei ninguém falando mal de nin-
guém.” E se o maledicente for seu chefe, você ainda
terá uma recompensa financeira com isso. Se a pes-
soa for de baixo, você a educará, e se for do seu lado,
você ficará isolado. Isso é o que acontecerá.

26
@italomarsili
italomarsili.com.br

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