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EQUIPE

EDITOR CHEFE SUPORTE


Arno Alcântara Alessandra Figueiredo Pelegati
Márcia Corrêa de Oliveira
REDAÇÃO E CONCEPÇÃO Rayana Mayolino
Marcela Saint Martin Douglas Pelegati
Marra Signorelli
Raul Martins FINANCEIRO
William Rossatto
REVISÃO Joline Pupim
Cristina Alcântara Douglas Pelegati

DIREÇÃO DE CRIAÇÃO COORDENAÇÃO DE PROJETOS


Matheus Bazzo Arno Alcântara
Italo Marsili
DESIGN E DIAGRAMAÇÃO Matheus Bazzo
Jonatas Olimpio
Vicente Pessôa O CARA QUE NUNCA DORME
Douglas Pelegati
ILUSTRAÇÃO DA CAPA
André Martins

TRANSCRITORES
Edilson Gomes da Silva Jr
Rafael Muzzulon
Raíssa Prioste

Material exclusivo para assinantes do Guerrilha Way.

Transcrição das lives realizadas no Instagram do Dr. Italo Marsili.

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ENTENDA O
SEU MATERIAL
1. O Caderno de Ativação ajudará você a incorporar
e a colocar em prática o conteúdo de uma das
fabulosas lives. É um material para FAZER.

2. No LIVES você encontrará transcrições, resumos


e uma visão geral das lives selecionadas para a
semana. É um material para se CONSULTAR.

3. Se quiser imprimir, utilize a versão PB, mais


econômica.

4. Imprima e pendure o seu PENDURE ISTO.

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A SEMANA NUMA TACADA SÓ _______________ 5

O PONTO CENTRAL _______________________ 6

NÃO CONFUNDA PALCO COM BASTIDOR! ____ 10

ARRUME SUA VIDA


COMEÇANDO PELO CORPO _________________ 22

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A SEMANA
NUMA TACADA SÓ
LIVE ESPECIAL
NÃO CONFUNDA PALCO COM BASTIDOR!
Para conquistar qualquer coisa na vida é necessário
esforço. E não conseguiremos investir o esforço ne-
cessário se não tivermos a motivação da paciência.

LIVE #106
ARRUME SUA VIDA COMEÇANDO PELO CORPO
Não espere tocar e controlar seus desejos superiores,
se você mal consegue controlar sua parte mais baixa:
seu corpo.

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O PONTO CENTRAL
R E S U M O S D A S E M A N A

LIVE ESPECIAL
NÃO CONFUNDA PALCO COM BASTIDOR!

Você não pode supervalorizar o que você pode fazer em um


mês, nem subvalorizar o que você pode fazer em um ano.
Querer conquistar as coisas de imediato é típico de quem
não amadureceu. Quem quiser obter qualquer coisa tem de
enfrentar um processo de conquista e nele gastar seu tempo
e sua energia.

Essa realidade pode ser impensável para quem enxerga no


outro apenas seu sucesso. É óbvio que, no palco, não é apre-
sentado o sangue, o suor e as lágrimas. É nos bastidores,
onde as pessoas não costumam olhar, que essas coisas es-
tão. Ao olhar apenas para o sucesso do outro, você ficará
desmotivado. Sua tentação será comparar-se com ele e con-
cluir que você não tem o que é preciso para conquistar o
que deseja.

Esse problema é sanado com a aquisição de uma virtude: a


paciência. A paciência não é, como imaginam, uma capaci-
dade de resistir a situações desagradáveis. Pelo contrário,
ela é uma motivação que consiste em olhar com benevolên-
cia. Quando olhamos para o outro sem julgá-lo, sem pensar
“ele já deveria”, convivemos amorosamente com ele. Quando
olhamos para nós mesmos com o mesmo olhar, sem repetir
“mas eu já deveria saber disso”, “eu já deveria ter feito aqui-
lo”, podemos amar o processo que nos leva a conquistar o
que desejamos. Se o amarmos, investiremos nele esforço e

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tempo. Alcançaremos, com isso, além daquilo que desejáva-
mos desde o início, a maturidade.

LIVE #106
ARRUME SUA VIDA
COMEÇANDO PELO CORPO

Os valores superiores que tanto buscamos — como perse-


verança, coragem, valentia, constância — não se desenvol-
vem no corpo, mas na alma (e “alma”, aqui, não tem qualquer
sentido religioso). Ainda assim, se o seu corpo estiver fraco,
pesado, lento, feito, então naturalmente sua alma também
estará para baixo, e muitos dos problemas de ansiedade e
autoestima de hoje advêm daí. É claro que, no limite, dane-
-se o corpo, vamos todos morrer e virar pó. O problema é
isso que eu disse: caso seu corpo não esteja funcionando
bem, seus projetos superiores ficarão prejudicados.

Afinal, se você nem consegue empurrar um peso forte, como


espera empurrar sua vida? Se não consegue correr por meia
horinha sequer, como espera correr atrás dos seus objeti-
vos? Se não consegue controlar o que está por baixo, que
é seu corpo, como espera tocar e controlar o que está por
cima, que são seus desejos superiores? Nossa geração é soft
demais, a maioria de nós nem sequer brigou na rua — e se
você não sabe o quanto seu corpo aguenta, que dirá saber o
quanto você próprio aguenta na vida. Por isso é que lança-
mos o programa -50 Toneladas; quero todos vocês magros,
fortes e saudáveis. E tratem de ajustar suas metas, porque vi
várias praticamente inatingíveis, do tipo “Vou perder 40kg!”
Ah, vá. Seja realista. Se perder 10kg de gordura ou ganhar
5kg de músculos, já está bom demais!

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Sujeitos fracos (sem músculos) ficam mais doentes, demo-
ram mais a se recuperar de pós-operatórios, de pneumonias
e gripes. E, sendo gordo, você dorme pior, fica mais desa-
nimado, seu humor muda, sua disposição fica alterada, seu
casamento sofre, sua testosterona falta. Alguém tem de dizer
que ser gordo e fraco não está bom. Neste ano de 2020, eu
preciso de você no meu melhor, tanto física quanto mental-
mente. Vamos juntos?

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LIVE ESPECIAL

NÃO CONFUNDA
PALCO COM BASTIDOR!
O assunto de hoje é fundamental para se começar o
ano.

Se as lives da semana passada foram para dar aquele


ajuste na bússola, essa é de início também, mas aqui
já começamos a andar.

Só que precisamos recrutar certa força interior fun-


damental, chamada paciência.

A frase que vou citar não é minha, e não sei de quem


é; é daquelas que a gente não tem como saber o au-
tor:

“O pessoal supervaloriza o que se pode fazer em um


mês e subvaloriza o que se pode fazer em um ano.”

Essa frase tem de estar na nossa cabeça todo santo


dia.

“Em um mês eu vou ficar magro, vou colocar minha


vida em ordem, vou ganhar dinheiro. Vou fazer um
curso e estourar de clientes. Em um mês vou fazer um
curso de inglês e vou ser contratado em uma multi-
nacional...”

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Deixa eu te contar uma história: não vai acontecer
nada disso. Não é assim que a vida adulta acontece.

O pessoal que acha que tudo acontece em um mês


ainda não amadureceu. É próprio das crianças rece-
ber um efeito que não foram elas que geraram.

Imaginem que meu filho está querendo um vídeo


game, ele vai ficar pedindo, pedindo, pedindo, e pode
ser que, em menos de um mês, ele o consiga.

Agora, conseguiu por quê? Porque o papai trabalhou


a vida inteira para poder bancar uma demanda dele.

Na vida adulta não é assim. Se você entrou na vida


adulta, tem de entender o seguinte: você vai precisar
de esforço para conquistar as coisas.

Quando a gente acha que vai conseguir emagrecer


em um mês, ou que vai aprender gastronomia em um
mês, é porque ainda está pensando como criança e
adolescente. Ou seja, que alguém que trabalhou mui-
to vai chegar e bancar o meu esforço.

Se estamos supervalorizando o que podemos fazer


em um mês, temos de entender: “Sou uma criança.
Sou um adolescente imaturo. Não entendi ainda como
funciona a vida adulta.”

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Mas o que devemos fazer, então?

A primeira coisa é saber que tudo custa. Tudo na vida


adulta custa esforço. Nada se conquista do dia para
a noite.

Alguns podem pensar que comigo não foi assim, que


eu até ontem não era ninguém na internet, e agora
estou com 19.000 assinantes, com revistinha linda etc.

Você está brincando? Você acha que foi do dia para


a noite que esse negócio aconteceu? Você sabe há
quantos anos estou me preparando para isso? Pelo
menos, seriamente, desde 2002!

Todo dia estudando filosofia; gastando uma grana


em livros; sendo humilhado porque lia coisas que
não compreendia. Mas você vai lá, enfrenta essa hu-
milhação e permanece, uma hora você entende.

Uma vez eu estava assistindo a uma aula do Olavo de


Carvalho no carro, eu namorava minha esposa à épo-
ca; fui buscá-la e continuamos assistindo até o final.
Quando acabou a aula, ela falou uma coisa fantástica,
que ficou na minha cabeça até hoje: “Italo, é impres-
sionante, ele está falando em português, eu conheço
todas as palavras que ele usou, mas quando junto as
palavras, não entendo nada do que ele está falando.”

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É isso mesmo. É uma humilhação porque ele só está
falando de coisas profundas ali.

Você só vai superar isso com paciência.

Tendemos a comparar o que está acontecendo no


palco com o nosso bastidor, ou seja, você só vê o es-
forço que você está fazendo e a outra pessoa brilhan-
do, aí você fala: “Ah, não é para mim. Olha só como a
coisa foi fácil para ele”.

Alguém ainda pode argumentar que em julho do ano


passado eu tinha 2.000 seguidores no Instagram, e
agora tenho 315.000, e pensar: “Não é para mim”.

É óbvio que não é, para mim também não é. A apa-


rência é de 6 meses, mas são 17 anos.

Uma coisa que temos de ter na cabeça é: não compa-


rar palco com bastidor.

Não olhe para o palco das pessoas, se não você vai


desistir.

“Mas tem adolescente ganhando medalha de ouro


de natação.”

Sim, mas ele está treinando desde os 4 anos, todos os


dias, 8 horas por dia!

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Com um ou outro pode acontecer de se dar muito
bem em alguma área sem muito esforço. Mas um ou
outro não sou eu nem é você. Essas coisas a gente
não consegue controlar.

Temos de nos comparar com a quase totalidade dos


casos, nos quais foi necessário esforço.

E aqui entra o pulo do gato: a paciência é essa moti-


vação.

“Paciência é uma motivação, como assim? Eu achei


que paciência fosse uma capacidade de resistir, como
quando meu filho não come feijão: haja paciência
nesses casos.”

Você está vendo a coisa de forma errada: a paciência


não deriva da força; ela deriva do amor.

Ou seja, para ser paciente, você não precisa de força,


mas de amor.

Se você quer chegar em algum lugar, seja conquistar


um bem material – uma casa, por exemplo –, seja um
bem intelectual – quero conhecer as coisas, filosofia,
teologia etc. –, seja um bem afetivo – quero me tornar
alguém mais compreensivo, mas persistente –, a con-
quista vem por meio da paciência. E a paciência nas-
ce quando você olha com benevolência, com amor,

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para o seu processo.

“O que é olhar com amor para o seu processo, Italo?”

É você entender que você, ou fulano, pode melhorar,


que a coisa ainda não terminou.

Então quando você olha, por exemplo, para uma


criança birrenta, que não sabe ler e está com dificul-
dade para ser alfabetizada, você pode ficar irritado
(é um jeito de abordar a coisa); você precisa da “pa-
ciência” que vem da força. Você precisa fazer força.

Encarando esse problema da criança, você pode pen-


sar que ela é burra, estúpida, que não é possível que
ela não seja assim. Esse famoso “não é possível” não
vem da paciência. Isso vem de um julgamento: você
está julgando que ela já devia saber fazer aquilo.

Em outro exemplo, muita gente pensa: “Eu já devia


saber acordar na hora certa. Eu já devia estar toman-
do banho gelado de manhã...”

Quando você aborda qualquer realidade assim, com


esse “eu já devia”, com essa impaciência, no fim das
contas você está demonstrando que é alguém que
julga demais.

Quando você julga demais alguém, você se colocou

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numa posição que não é a sua na vida. Ninguém tem
na vida a posição de juiz.

“Ah, Italo, Sérgio Moro tem.”

Essa é uma posição funcional, um papel de Estado.

Mas falando como ser humano biográfico, que está


ali vivendo entre outros seres humanos, ninguém tem
posição de juiz.

Essa é uma posição que não é a tua. Você tem de sair


dela hoje.

E vou mais além: você tem de sair da posição de juiz


da tua própria vida. Nesse sentido é que eu digo que
certo tipo de autoconhecimento não funciona muito.
Você não tem de ficar julgando o que você faz.

Você tem de amar aquele que você pode vir a ser. E


se amar nesse processo.

Esse não é um amor egoísta. Você não está amando


o bosta que você é. Você não está dizendo que todos
têm de te aceitar do jeito que você é.

Se de fato você pode ser alguém melhor, alguém mais


pontual, mais laborioso, mais simpático, que de fato
entrega conteúdo para as pessoas que estão ao teu

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redor, isso não tem nada a ver com egoísmo.

Isso tem a ver com serviço, com doação, com você


evoluir espiritualmente, afetivamente, biografica-
mente. Esse é o ponto central. Isso não é uma fuga da
realidade concreta.

“Ah, Italo, então você está falando que só devo olhar


para o dever ser, quem eu devo ser.”

Não é isso que estou falando. Mas de algum modo


todo mundo tem de saber mais ou menos aonde quer
chegar: “Quem eu vou ser? Quem eu posso ser?”

Vou simplificar a coisa aqui: você sempre pode ser


alguém que ama mais, que compreende mais, que
julga menos, que não reclama, que aparece nos luga-
res e serve aos outros.

“Italo, você nunca me explicou direito esse negócio


de servir aos outros. Acho que vou ser feito de idiota.”

Talvez. E daí? Idiota é o outro que está abusando de


você. Você vai se medir pela régua do outro, que usa
uma régua de inveja, de crueldade? Não faça isso.

Saia dessa posição de juiz. Comece o ano assim.

Em geral a vida vai por água abaixo porque estamos

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julgando tudo e todos a todo instante.

“Como não vou julgar? Se eu não julgar, não educo


meu filho. Não vou olhar para ele e ver que ele é um
idiota que não está lendo?”

Não precisa julgar: vá lá, explique e exija. Você não


precisa julgar.

Você está olhando para a sua própria vida, julgando-


-a: “Eu devia ter feito faculdade de psicologia com 18
anos, assim não estaria agora com 30 sendo vende-
dora de loja. Eu odeio esse negócio de comércio.”

Mas que coisa burra. Essa é receita para depressão,


porque não resolve.

Pare de se julgar.

Em primeiro lugar, ame o que está acontecendo con-


tigo. Olhe para aquela realidade e tome posse daqui-
lo: “Sou uma vendedora de loja. Quais recursos tenho
na mão? Posso pagar uma mensalidade de uma fa-
culdade de psicologia hoje?”

Talvez sim, talvez não, mas a história está simplifica-


da.

Saia da posição de juiz todo santo dia. Nós nos colo-

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camos na posição de juiz todos os dias. Isso se cha-
ma soberba: achar que está no topo de tudo.

“Italo, parece fácil ouvindo você falar, mas quero ver


na prática.”

Na prática isso funciona reparando, é você passar a


reparar.

Todo dia julgamos, mas temos de sair da posição de


juiz. Certas coisas nós resolvemos, não criando estra-
tégia, mas sabendo como a coisa funciona. A maior
parte da nossa vida muda não porque botamos no
papel as metas, mas porque soubemos de algo. Isso
já é suficiente para mudar.

Aí alguém vai perguntar: “Mas como eu faço isso?”

Esqueça essa porcaria. Não é como você faz, mas sai-


ba isto.

A maior parte das coisas a gente não muda dando


um como, “aqui está a receita”. A coisa é assim: “Saiba
isto.”

“Mas o que eu faço com isso, Italo?”

Ora, não faz nada, só não esquece.

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É o que estou pedindo aqui: não esqueça.

Não tem uma receita aqui. Para não ser juiz do outro,
não se esqueça disto: não seja juiz do outro.

Não esqueça e aja na prática.

Porque você está impaciente com seu filho que não


está comendo feijão, você começa a julgá-lo, compa-
rando-o com o filho da vizinha: “O filho da vizinha
come feijão, o meu não come.”

Não julgue. Vá lá e resolva. Bote menos feijão, conte


uma história para ele, ou deixe o feijão para lá.

Não sei o que você vai fazer, mas na vida é assim:


você precisa de paciência para de fato as mudanças
acontecerem. Você vai precisar esquecer essas mu-
danças de um mês e passar a pensar no que pode
acontecer em um ano na sua vida. Em um ano, con-
seguimos tirar 3 ou 4 vícios dominantes. Em um ano,
você consegue ser menos preguiçoso, ser mais pon-
tual, consegue sorrir mais para os outros etc.

Imagine em 10 anos! você terá melhorado em 30 pon-


tos, terá cortado 30 vícios. Você será um herói, será
um sujeito que vai poder ensinar coisas para os ou-
tros.

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Agora, em um mês ninguém faz nada. Não dá para
resolver as coisas em um mês. Esqueça disso.

Mas em um ano dá.

Você não vai virar o que quer ser em um ano, mas a


coisa anda. E, para andar, você precisar ter paciência;
e a paciência é uma virtude tributária ao amor, não à
força ou ao julgamento.

Mantenha essas coisas em mente. Muitas vezes, a vir-


tude da mudança chama-se memória.

“Nossa, Italo, bonito, mas não entendi porcaria ne-


nhuma.”

O que quero dizer é que muitas vezes o que te faz


mudar não é fazer algo, mas não esquecer um princí-
pio, um conceito, ou o que você deveria ser.

Estamos aqui para isso: não deixar você esquecer.

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LIVE #106

ARRUME SUA VIDA


COMEÇANDO PELO CORPO
Ontem, no meu Instagram, eu fiz algumas perguntas
sobre libido, que é um indicativo de saúde muito im-
portante. A ereção matinal dos homens, por exemplo,
é outro indicativo de saúde. Perguntei também sobre
compulsão, queria saber se vocês comem mais doce
ou mais salgado e se comem muito ou pouco, porque
nós que somos da Psiquiatria conseguimos ter uma
idéia do desbalanço de neurotransmissores a partir
do apetite. Se a pessoa tem mais apetite por doce,
provavelmente é um neurotransmissor X que está em
desordem; se tem grande apetite por salgado, é outro
neurotransmissor.
Mais de 30 mil pessoas responderam ao questioná-
rio, e foi engraçado, porque perguntei “Como está
a sua ereção? Um aço ou um borrachão?”, e sei que
os homens sacaneiam com tudo, mas desta vez eles
responderam seriamente; recebi vários “Pô, doc., foi
até bem ver isso aí, porque pensei que só eu estava
meio fraco.” Há toda uma galera com problemas nes-
sa questão da saúde.
Um outro indicativo de saúde para o homem é a ere-
ção matinal. Falo pouco de temas médicos no meu
perfil, escolhi não pegar essa vertente, mas tenho
anos de consultório olhando para esse tipo de coi-

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sa, ajudando as pessoas a ganhar um outro nível de
qualidade de vida, de força, de potência. Isso é super
importante.
Uma grande parte das ansiedades e dos problemas
de autoestima vêm porque o corpo está — falando
português claro — uma bosta, não está funcionando
direito. A Filosofia chama o homem de estrutura hi-
lemórfica. Hýle (ὕλη) significa “matéria” em grego, e
morphḗ (μορφή) significa “forma”, então temos o cor-
po, que é matéria, e sua forma, que é a alma. Eviden-
temente, os princípios superiores (como coragem, va-
lentia, constância, perseverança etc.) são princípios
de funcionamento, que não desenvolvemos no cor-
po, mas num outro lugar que os Antigos — e também
a Psicologia Contemporânea — chamam de alma.
Alma não tem a ver só com religião. Se o nosso cor-
po não está funcionando bem, se está fraco, pesado,
lento, ou mesmo feio, claramente esses outros prin-
cípios de funcionamento também estarão ruins, es-
tarão mais para baixo. Precisamos consertar o corpo,
que é uma métrica concreta (ou seja, podemos vê-lo,
ele está na nossa cara).
Por isso é que eu quero todo o mundo magro e forte
neste ano de 2020. Entenderam agora a parada das
-50 Toneladas? Estou animado para cacete, será bom
demais. Vi que o Thiago Nigro, do canal O Primo Rico,
botou como meta pessoal perder, sei lá, uns 15kg ou
23kg e chegar a 14% de gordura corporal neste ano. O
cara é maluco. Vamos todo o mundo junto, será mui-

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to bom.
Estão me perguntando aqui nos comentários sobre
a mulherada na menopausa. Eu não pensei num ne-
gócio específico para quem está na menopausa, mas
haverá outras categorias que serão igualmente úteis.
Se vocês estiverem gordas demais, magras demais,
entrem lá. Será muito top, estou animado pra caram-
ba.
Eu não tenho uma grande tara com o corpo, não acho
que todo o mundo tem de ser uma blogueira fitness e
estar super malhada. Francamente falando, dane-se,
vai todo o mundo morrer, ir para o caixão, se decom-
por, virar comida de verme em algum momento. Pou-
co me lixei para isso, o problema não é esse, mas sim
que, se o corpo não estiver funcionando no curso da
nossa vida, nossos projetos superiores e mais impor-
tantes ficam prejudicados. Esse é o problema.
Não que ser uma blogueira fitness seja um problema;
é bacana, mas também não pode se confundir muito.
Todos sabem: o corpo passa. Em alguma hora fica-
remos velhos e pararemos de funcionar, então você
não pode botar toda a sua esperança e expectativa
no corpo — não obstante, ele tem de estar funcionan-
do, caramba. Isso é a coisa mais óbvia do mundo.
Se você não consegue empurrar um peso forte, que
te desafie, num supino, como você empurrará sua
vida? Nossa geração é uma geração que quase nun-
ca saiu na porrada, não sangrou o nariz, não brigou

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na rua, não tomou facada na barriga... É uma geração
de condomínio, de Playstation. Não aconteceu nada
com a maior parte das pessoas. Não sabemos, por-
tanto, o quanto nosso corpo aguenta; logicamente,
não sabemos o quanto nós próprios aguentamos na
vida também.
Se você não consegue correr ou caminhar sozinho
por 30 minutos confortavelmente, o que você espera
da vida? Correr é ruim demais pra todo o mundo, ex-
ceto para aqueles doidos do triatlo, da maratona, que
pegam tesão pela corrida.
Existe um sujeito americano chamado Casey Neistat,
que é praticamente o rei do Youtube, ele meio que
“inventou” esse formato de vlog como o conhecemos
hoje. O Neistat é um cara que sofreu um acidente gra-
ve aos 26 anos, os médicos lhe disseram “Você nunca
mais conseguirá correr, no máximo dar aquele pique-
zinho para pegar um ônibus”, e hoje o cara é triatleta
maratonista.
À exceção dessa galera que é corredora e adora a
coisa, nós, que não somos atletas, não aguentamos.
Correr é chato pra caramba, mas a verdade é que,
se você não aguentar correr e caminhar forte duran-
te 30 minutos na rua, você não conseguirá correr e
caminhar forte na vida, ficará sempre achando que
alguém precisa te levar no colo, te empurrar ou fazer
algo por você, quando nós bem vemos que a vida
não é assim.

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Existe um princípio da simbólica tipológica que é o
seguinte: o que está embaixo está em cima, e o que
está em cima está embaixo. Traduzindo: se a gente
não consegue, de algum modo, tocar e controlar o
que está por baixo — ou seja, o nosso corpo —, como
é que conseguiremos tocar e controlar o que está por
cima — ou seja, nossos desejos superiores de constân-
cia, de lealdade, de nobreza, de fidelidade, de manter
uma energia e um “propósito”? Não dá.
Neste ano, então, cuidaremos do nosso corpo, até ju-
lho, mas sem descuidar dos princípios superiores.
Vejam o Guerrilha Way, por exemplo. A maior parte
da minha audiência é Guerrilha Way, que é o maior
programa de assinatura de desenvolvimento pessoal
da América Latina. Foi realmente uma tacada perfeita
que eu e o Arno fizemos. Não queríamos cobrar dois,
três mil reais num curso, já estávamos de saco cheio
desse tipo de coisa, então tivemos a idéia de fazer o
Guerrilha Way, é um passo a mais nas lives diárias
que já fazemos. No Guerrilha Way, eu pego o princí-
pio, o núcleo da live e coloco para a audiência como
exercício, para a pessoa colocar em prática na vida e
concretizar aquela mensagem transmitida pela live. A
idéia é essa, porque sei que vocês assistem enquanto
estão almoçando, lavando a louça, tomando banho,
no trânsito, etc. É bom ouvir nessas circunstâncias,
mas às vezes o conteúdo central passa despercebi-
do, não fixa, então a idéia era pegar o conteúdo da
live e dar um passo a mais: isso é o Guerrilha Way. Ele

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vai sendo regido sempre por princípios de baixo e de
cima. Nossa equipe que faz o material é genial, é fan-
tástica. Nossa idéia é pegar um princípio de baixo, ou
seja, o corpo, a energia, algo concreto que podemos
fazer no dia a dia, e um princípio de cima, uma moti-
vação superior. Se vocês repararem, é sempre assim,
vamos alternando para que possamos trabalhar as
duas frentes.
Os relatos que tivemos dos assinantes do Guerrilha
Way ao longo desse ano de 2019 foram incríveis, do
caramba mesmo. É gente que de fato melhorou, e mui-
to. O programa foi um senhor suporte para muitas
pessoas que estavam deprimidas, ansiosas, meio es-
tagnadas na vida, ou mesmo para as que já estavam
bem, mas queriam subir para outro nível. Foi sensa-
cional — e olha que a maior parte das pessoas não
consegue acompanhar, eu sei.
A falta de constância é um problema. Muitos entra-
ram, mas não conseguiram ir até o fim, ou então fo-
ram pulando; numa semana faziam os exercícios, na
outra, não. “Ai, Italo, eu assinei o Guerrilha Way, mas
deixei oito semanas de conteúdo para trás.” Pare de
chorar, pare de reclamar! O Guerrilha Way é igual
dieta! Se ontem você começou uma dieta, mas hoje
comeu um pacote inteiro de bolacha Trakinas, da-
ne-se, a partir de agora você volta a parar de comer.
Com o Guerrilha Way é a mesma coisa. Apenas reco-
mece, pare de ficar chorando, isso é desculpa para
não mudar. Dane-se o que ficou para trás: o negócio

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está assinado, você tem acesso ao portal, ao conteú-
do, então comece de agora, recomece. É só isso.
Aliás, estive vendo as metas de vocês para perda de
peso, e já digo que vocês estão malucos. “Italo, vou
perder 40kg!”. Não vai. Ponto. Não é assim que se faz.
Se a sua meta era 40kg e você perdeu 10kg, 12kg, meu
amigo, já está maravilhoso, já ganhou o ano.
A primeira coisa que faremos é o ajuste de metas. A
maior parte das pessoas que atendo não alcança a
meta, porque ela é uma coisa ilusória. Perder 40kg
não é fácil assim. Tem quem perca? Tem — eu mes-
mo perdi 30kg, estava com cento e tantos quilos e fui
para 72kg. Não estava obeso, mas estava inchadaço,
estava na merda, recém saído do burnout, só comen-
do porcaria, atividade física zero, dormindo errado...
Eu estava gordo pra caramba, estava pesado mesmo.
Consegui perder 30kg, mas não é assim, somente uma
ou outra pessoa que consegue.
Então não precisa perder 40kg, e não é para ficar se
lamentando, dizendo “Poxa vida, não perdi os 40kg,
perdi apenas 10kg.” Caramba! Se não fosse o nosso
programa -50 Toneladas, se não fosse o Guerrilha
Way, você não perderia quilo nenhum, iria é ganhar
mais 2kg. Ter perdido 10kg já é do caramba.
Ajuste de meta é foda, é a primeira coisa que pre-
cisamos saber fazer. Do contrário, ficaremos desmo-
tivados, chorando e falando “Poxa, achei que fosse
perder 10kg num mês.” Cara, quem perde 10kg num

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mês?! Pare com essa bobeira. Beleza, tudo bem, é ób-
vio que dá pra perder (inclusive conheço uma galera
que já fez isso), mas provavelmente esse alguém não
será você, porque se você está com 40kg (!) a mais na
sua carcaça, é porque você está só fazendo merda já
há alguns anos. É ou não é? Está comendo Oreo pra
caramba, comendo doce todo almoço, bebendo mais
do que deve, não está conseguindo mexer o esque-
leto, está como um porquinho preso... Ou seja, está
como eu também estava até pouco tempo atrás. Não
é assim que se faz. Vamos, então, ajustar juntos nos-
sas metas para perdermos peso.
Tem uma galera dizendo aqui nos comentários: “Doc.,
dê umas dicas para quem quer ganhar peso”. Não da-
rei dicas, entraremos no programa de -50 Toneladas.
É claro que, nesse programa, também contemplarei
o pessoal que já é magro e quer apenas ficar mais
ágil, mais forte, mais tonificado, com mais presença
e energia. É que tenho de dar um nome ao progra-
ma, então, obviamente, se a maior parte das pessoas
está gorda, o nome do programa será -50 Toneladas,
mas é claro que vou computar igualmente o pessoal
que ganhar peso de músculo. Se você ganhar 5kg de
massa magra, vou colocar ali como 5kg. Não foram
5kg perdidos, foram 5kg ganhos de saúde.
Não sei se vocês sabem, mas um dos maiores predi-
tores de morte em idosos chama-se sarcopenia (sar-
copenia é a perda natural de músculos). Quem tem
poucos músculos fica mais sujeito a não se recupe-

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rar de gripes, de pneumonias, de um pós operatório...
Músculo é um preditor de saúde, é o que nos dá uma
certa capacidade. Cientificamente falando, a pessoa
que tem massa corporal alta se recupera mais fácil,
fica menos doente, funciona melhor.
É claro, portanto, que se uma pessoa ganhar 5kg de
músculo, computarei esse ganho na nossa soma ge-
ral. São -50 Toneladas, mas vai entrar também o pes-
soal que ganhar massa muscular, porque isso é ga-
nhar saúde. Perder gordura e ganhar músculo é igual
à saúde, então pra mim entra na conta do mesmo
jeito.
A maior parte das pessoas não está forte ou magrinha,
está gorda — e há os skinny fats, que são as pessoas
que parecem estar magras, mas quando você vai to-
car nelas, vê que é tudo mole. Estão magrinhas, mas
moles para cacete. Moleza é igual a não ter músculos;
ou seja, é igual a, quando ficar doente, ficar doente
por um tempão, é igual a ter gripe a toda hora, rinite
a toda hora, ficar meio desanimado a toda hora, ter o
sono uma zona. Como você vai manter a persistência,
a constância, como vai conseguir tocar seus projetos
para a frente? Não vai conseguir, simples assim.
Uma galera me escrever falando “Italo, não tinha re-
parado, mas meu casamento não está muito bom.
Estou desanimada. Será que é porque estou gorda?”
Ora, mas é claro que é! Não só por isso, mas há uma
puta correlação aí; estar gordo é parte do bolo, do
processo. A pessoa que não está bem com o próprio

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corpo sofrerá em um monte de aspectos da vida.
Alguém tem de dizer isto: ser gordo não está bom.
Bem, se o sujeito quer continuar sendo gordo, deixe
ele lá, não vamos encher o saco dele, mas não aceite
isso caso você não queira aceitar. Estamos aqui para te
ajudar. Não é por uma pressão social, é você consi-
go mesmo: quando está gordo, você dorme pior, fica
mais desanimado, seu humor muda, sua disposição
fica alterada...
O tecido adiposo, a gordura, tem uma enzima cha-
mada aromatase, que converte testosterona em outro
hormônio feminilizante. A testosterona é importante
para um monte de coisas, não apenas para o desejo
sexual (e achar isso é uma bobeira). Ela é importante
para o ganho de massa, para fazer proteção cardio-
vascular, para te dar disposição... A testosterona é um
puta hormônio.
Muitas vezes sua testosterona pode estar baixa por-
que você está gordo, tem excesso de gordura, tem
tecido adiposo demais em você. Se você tem mais
gordura, então tem mais aromatase, e a testosterona
que “está no seu sangue” passa pela aromatase e vira
estrogênio, que é um hormônio feminino. É claro que
você terá uma disposição baixa, portanto. Ponto.
Emagrecer é importante por um monte de razões, e
é por isso que faremos o nosso programaço -50 To-
neladas. Há uma galera aqui comentando “Italo, mas
não sou gordinha.” Beleza: mas a maior parte das pes-

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soas é. Esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é:
às vezes você não é gorda, mas é flácida, não está
tonificada. Dá na mesma, você é a skinny fat, a falsa
magra. O falso magro não é aquele falso magro do
conceito utilizado na década de 80/90, estou falando
de outra coisa. Você só não é magro mesmo, ué, está
com percentual de gordura alto, caramba.
Perguntaram aqui: “E como se faz para comer bem,
Doc.?” Muito bom. Obviamente, no nosso programa
-50 Toneladas, vou abordar a alimentação, vou abor-
dar a motivação específica para se treinar. É para isso
que estou aqui, e estou muito animado, será do ca-
ramba.
Estão perguntando quanto vai custar. Não estou fa-
zendo propaganda, mas como está todo o mundo
animado, como está a maior euforia (e eu nunca vi
meu Instagram tão movimentado fora de campanha),
vou dizer. Para a maior parte das pessoas não custa-
rá nada, porque a maior parte da minha audiência já
está no Guerrilha Way, e provavelmente será lá den-
tro.

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@italomarsili
italomarsili.com.br

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