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Por Heloísa Capelas

Introdução

Olá!

Hoje, quero lhe falar de um assunto que afeta a vida de absolutamente


todas as pessoas que já conheci, embora muitas delas (especialmente os
homens) não gostem de admitir: a falta de autoestima é um empecilho
em qualquer área da vida.

Sim, é verdade, na maior parte do tempo, temos relacionado a falta de


autoestima com problemas nos relacionamentos amorosos, mas este não
é o único campo afetado. Pelo contrário: outro dia mesmo, conversei com
um rapaz que deixou de concorrer à vaga dos seus sonhos porque acredi-
tava que não tinha a competência necessária.
Então, para iniciar esse eBook, o que eu preciso lhe perguntar é: com que
frequência você conta para si mesmo(a) que não é capaz de determi-
nada coisa? Por exemplo, alguma ou algumas dessas frases fazem parte
do seu repertório?

“Eu não vou nem começar porque já sei que não vou conseguir”

“Tentei puxar papo, mas ele(a) claramente não me deu atenção”

“Meu projeto não é tão interessante assim,


acho melhor nem apresentar”

“Tive uma ideia para ajudar, mas é melhor


guardá-la para mim porque não deve ser
tão boa assim”

“Ninguém nunca me dá atenção”


As chances são de que, mesmo sem perceber,
você, de vez em quando, se deixe levar por uma
dessas sentenças ou algo muito parecido. E, sim, eu
reitero: você faz sem nem mesmo perceber!

Na maior parte das vezes, a falta de autoestima


não é algo pronunciado – como costumam mostrar
inúmeros filmes, novelas e seriados de TV. Ou seja,
nem sempre se trata de algo claro assim, porque
nem todo mundo se coloca em frente ao espelho e
diz em voz alta “como eu me sinto feio(a)”.
Isso torna ainda mais difícil dar início a uma tra-
jetória de mudança, porque, afinal, nós só conse-
guimos mudar aquilo que sabemos que precisa ser
mudado! Sem consciência de nós mesmos, é quase
impossível consolidarmos um processo eficaz e po-
sitivo de transformação pessoal.

Então, por isso, eu pergunto novamente – e peço,


por favor, que seja o mais honesto(a) possível na sua
resposta. Caso não consiga pensar em nada nesse
momento, deixe essa questão em suspenso pelos
próximos dias; eventualmente, você vai conseguir
responder:
• Qual é o seu pior? O seu defeito, a sua falha, aquele ponto fraco
que você adoraria eliminar a seu respeito?

• Na sua cabeça, no que é que você é ruim, faz mal feito e não dá conta?

• Quais são aquelas “verdades” sobre você que, se fosse possível, faria
com que não existissem mais?

• Você é feio(a)?

• Gordo(a)?

• Chato(a)?

• Ranzinza(a)?

• Burro(a)?
O que tem de errado com você que faz com que as pesso-
as simplesmente não lhe deem valor e, em última instância...
Não o(a) amem?

Nas próximas páginas, eu te convido a uma reflexão para


que possa conquistar autoestima e amor-próprio!
O que o Autoconhecimento tem a ver com sua autoestima?

Não sei se você sabe, mas, no Processo Hoffman, treinamento


que aplico há quase 30 anos, nós trabalhamos com a teoria da
Síndrome do Amor Negativo – aliás, aqui no Universo, tem até
uma aula minha sobre esse assunto! Pois bem, de acordo com
essa teoria, todos nós – eu, você, seus pais, seus amigos, enfim,
todo mundo – trazemos, da infância, todas as referências positi-
vas e negativas que norteiam os adultos em que nos tornamos.

Ou seja: se, hoje, você tem uma dificuldade com sua autoesti-
ma, pela Síndrome do Amor Negativo, a origem deste problema
está na sua infância. Talvez, seus pais tenham sido, eles próprios,
pessoas com baixa autoestima – e você aprendeu, por cópia e
repetição, a ser como eles.
Ou, talvez, eles tenham te convencido que você
era incapaz, não por mal, mas porque queriam que
você se esforçasse mais em alguma determinada
coisa. O problema é que você acreditou nisso
lá atrás e, até hoje, sem se dar conta, continua
acreditando na sua incapacidade.
O que eu estou lhe dizendo é que, de um jeito ou de outro, a criança
que você foi um dia merece sua atenção hoje. Ela é a resposta para sua
falta de amor-próprio – o que tem tudo a ver com falta de autoestima,
como você já deve imaginar.

Quando você, ainda pequeno(a), acreditou profundamente em todas


as suas incapacidades – e isso certamente lhe aconteceu, de um jeito ou
de outro –, algo muito ruim aconteceu aí dentro: você descobriu-se im-
perfeito(a) e imediatamente achou que era indigno(a) de receber amor. A
partir daquele momento, nem mesmo você poderia se amar, afinal, seus
erros e falhas lhe pareciam insuperáveis e irreparáveis.
Bem, mas daí, se, desde então, você não realizou
nenhum trabalho de Autoconhecimento, provavel-
mente, continuou com essa ideia a seu próprio res-
peito de maneira compulsiva e inconsciente. Você
nem sabe, mas está dizendo, a si mesmo(a) e o tem-
po todo, o quanto suas imperfeições lhe tornam in-
digno do amor.

E, deixe-me dizer: se você está jogando conta si


mesmo(a), não há ninguém, no mundo, que possa
virar esse jogo para você!
Não sou eu quem vou lhe dizer das suas capacidades. Eu posso listá-las,
mostrá-las, enumerá-las e repeti-las todos os dias, até o fim da sua vida.
Mas a verdade é que, se você não quiser mudar de concepção a seu próprio
respeito, meu gesto não vai ter efeito algum!

Então, como é que você mesmo(a) pode virar esse jogo?


(Re)Construa a sua autoestima a partir do amor

Costumo dizer que as crenças que alimentam a sua baixa autoestima são
das mais perigosas. Porque estão conosco desde que nos entendemos por
gente, elas aprenderam diversas maneiras de nos induzir ao erro. No Pro-
cesso Hoffman, chamamos isso de Lado Escuro. Por exemplo:

Sabe quando você começa a dieta, está indo superbem, mas, daí, um
dia, começa a dizer para si mesmo(a) que aquilo não está funcionando e
simplesmente para?
Ou, então, quando está tentando parar de fumar e, depois de
um mês sem cigarros, tem uma recaída brava e inesperada?

Ou, ainda, quando decide, de uma vez por todas, que vai mudar
de emprego, faz um planejamento sólido para alcançar esse ob-
jetivo, mas, no meio do caminho, é paralisado(a) por uma sensa-
ção de impotência e inferioridade?
Esse é seu Lado Escuro. Para lhe proteger de
mais frustração, de mais medo, de mais dor,
ele lhe diz, a todo tempo, que é melhor deixar
para lá... Que se continuar como está, pelo
menos, você já sabe os resultados que obtêm.
Mas não é isso que você quer... Ou é?
Imagino que você queira mais e melhor. Que
queira conseguir uma vida mais plena, mais
feliz, mais próspera, mais cheia de possibili-
dades. Imagino que deseje interromper, de
uma vez por todas, essa vozinha interior que
lhe aponta seus defeitos o tempo todo. E sabe
como se faz isso?

Reconstruindo o seu amor e a sua capacida-


de de amar. Mesmo que não seja do tipo que
se olha no espelho e diz “como sou feio(a)”,
você pode começar, a partir de hoje, a se olhar
no espelho e dizer “como sou bonito(a)”.
Esta é a mudança, e a mudança é a aceitação.
Você é como é. Seus defeitos podem ser traba-
lhados, melhorados, aperfeiçoados e podem até
desaparecer, mas você nunca será perfeito(a) –
porque esta é sua humanidade. Nós não somos
e nunca seremos perfeitos, mas somos capazes
das mais imensas conquistas, do mais belo e puro
amor, da empatia, da solidariedade, da amizade.
Então, abrace e perdoe seus defeitos. Eles são seus e lhe fazem
uma pessoa única. E, por favor, invista nas suas qualidades. Elas
também são só suas! Este é o amor que vai revolucionar sua vida:
o amor-próprio!

O que é que você pode fazer hoje, na práti-


ca, para alimentar sua autoestima? Para aca-
bar com o paradigma do não-merecimento?

Vire o jogo contra o seu Lado Escuro. E sai-


ba que estou na arquibancada, torcendo pela
sua vitória!
DICAS PRÁTICAS
para conquistar mais autoestima
e amor-próprio
Todos os dias, escreva num papel uma característica sua
que considera positiva, boa, interessante, legal, enfim,
algo bom sobre você. É importante que você execute a
ação de escrever para que essa informação fique mesmo
registrada pelas suas inteligências. Ah, aí vai uma dica: já
que vai fazer esse exercício, por que não separa um cader-
ninho especial só para essas anotações? Já pensou que
legal vai ser reler tanta coisa boa que escreveu/percebeu
a seu respeito com o passar do tempo?
Fique atento(a) aos seus pensamentos de autocrítica. Quan-
do estiver diante de um momento desses em que simples-
mente não consegue evitá-los, crie um mecanismo físico
para interromper esse processo. Por exemplo: assim que
sua mente começar a repetir inverdades como “você é inca-
paz” ou “você não vai dar conta”, realize um gesto conscien-
te com seu corpo e conte, para si mesmo(a), que esse gesto
serve para interromper essa vozinha chata. Você pode dar
3 pulinhos, uma volta em torno de si, bater palma 2x, o que
achar melhor. E repita o mesmo gesto sempre que quiser
dar um chega para lá no seu Lado Escuro!
Respire. Respire com consciência. Observe o ar entrando e
saindo. Se dê cinco minutinhos todos os dias, especialmen-
te em momentos de muito estresse e de muita autocrítica.
Às vezes, o simples gesto de observar sua respiração é su-
ficiente para interromper os pensamentos que te colocam
para baixo.
Pratique o autoperdão. Você não é perfeito(a), nem nunca
será. Cobrar-se para que seja sempre o(a) melhor, que sem-
pre acerte ou que sempre vença é desumano: errar faz par-
te da humanidade, aliás, da SUA humanidade. Então, acei-
te-se assim. Você errou, ok; o que pode aprender com isso?
Como pode fazer diferente na próxima? Crie oportunidades
de crescimento para si mesmo(a). Você merece!
Heloísa Capelas é criadora do Universo do Autoconheci-
mento, CEO do Centro Hoffman e, há quase três décadas, está
à frente do Processo Hoffman no Brasil – treinamento de auto-
conhecimento aplicado em 15 países e que já teve seus resul-
tados cientificamente atestados.

Por sua sala de aula, já passaram mais de 12 mil alunos, en-


tre os quais algumas das principais lideranças e gestores do
mercado nacional.

Autora dos best-sellers “O Mapa da Felicidade” e “Perdão, a


Revolução que Falta”, Heloísa é reconhecida como uma das
principais especialistas do País em autoconhecimento, inteli-
gência emocional, inteligência espiritual e inovação pessoal.

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