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Research, Society and Development, v. 11, n.

1, e46811125240, 2022
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25240

Associação entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o aparecimento de manifestações


orais: uma revisão sistemática
Association between SARS-CoV-2 infection and the appearance of oral manifestations: a systematic
review
Asociación entre la infección por SARS-CoV-2 y la aparición de manifestaciones orales: una
revisión sistemática

Recebido: 29/12/2021 | Revisado: 03/01/2022 | Aceito: 08/01/2022 | Publicado: 12/01/2022

Amanda Gonçalves Franco


ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0983-7539
Universidade de Itaúna, Brasil
E-mail: amandagfranco38@gmail.com
Lorivaldo Júnior Eloi
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2852-9873
Universidade de Itaúna, Brasil
E-mail: lorivaldoeloi@gmail.com
Aline Batista Gonçalves Franco
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8793-0459
Universidade de Itaúna, Brasil
E-mail: alinebgfranco@yahoo.com
Bruno José de Oliveira
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6548-8703
Universidade de Itaúna, Brasil
E-mail: oliveira.brunojose@gmail.com

Resumo
O objetivo desta revisão sistemática qualitativa é estabelecer a relações entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o
aparecimento de manifestações bucais. Os resultados foram obtidos após extensa pesquisa e revisão de artigos
atualmente publicados sobre o tema em questão. Estudos apontam que a mucosa da cavidade oral pode ser uma rota
de alto risco para a infecção pelo SARS-CoV-2, levantando a hipótese de que lesões podem se desenvolver na cavidade
bucal em decorrência da infecção pelo vírus. As alterações mais comumente relatadas são os distúrbios do paladar,
como disgeusia, hipogeusia e ageusia. Lesões de mucosa, como úlceras, erosões, mucosites, bolhas, máculas e placas,
também foram encontradas em pacientes acometidos, variando em quantidade, aparência de cor e localização.
Sensação de boca seca, alterações na ATM e infecções virais e fúngicas oportunistas foram relatadas em alguns casos.
No entanto, ainda não está clara a relação direta de causa e efeito entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o aparecimento
de lesões na cavidade bucal. Autores defendem que o estado geral de imunossupressão, estresse e/ou alterações
vasculares, inerentes à doença COVID-19, podem explicar o aparecimento dessas lesões. É evidente, portanto, que
existe uma relação entre COVID-19 e o desenvolvimento de lesões bucais, porém mais estudos são necessários para
entender a patogenia dessas alterações.
Palavras-chave: Coronavírus; COVID-19; Manifestações orais.
Abstract
The aim of this qualitative systematic review is to establish the relationship between SARS-CoV-2 infection and the
appearance of oral manifestations. The results were obtained after extensive research and review of articles currently
published on the subject in question. Studies claim that the mucosa of the oral cavity may be a high-risk route for
SARS-CoV-2 infection, raising the hypothesis that lesions may develop in the oral cavity due to the virus infection.
The most commonly reported changes are taste disorders such as dysgeusia, hypogeusia and ageusia. Mucous lesions,
such as ulcers, erosions, mucositis, blister, macules and plaques, also found in affected patients, varying in quantity,
appearance and location. Dry mouth sensation, TMJ disorders and opportunistic fungal and viral infections are
reported in some cases. However, the direct cause-and-effect relationship between SARS-CoV-2 infection and the
appearance of lesions in the oral cavity is still unclear. Authors defend that the general state of immunosuppression,
stress and/or vascular alterations, inherent to COVID-19, may explain the arise these lesions. It is evident, therefore,
that there is a relationship between COVID-19 and the development of dental lesions, but further studies are needed
to understand the pathogenesis of these alterations.
Keywords: Coronavirus; COVID-19; Oral manifestations.
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Resumen
El objetivo de esta revisión sistemática cualitativa es establecer la relación entre la infección capilar SARS-CoV-2 y
la aparición de manifestaciones orales. Los resultados se obtuvieron tras una extensa investigación y revisión de los
artículos publicados actualmente sobre el tema en cuestión. Los estudios afirman que la mucosa de la cavidad oral
puede ser una ruptura de alto riesgo para la infección capilar SARS-CoV-2, lo que plantea la hipótesis de que se
pueden desarrollar lesiones en la cavidad oral debido a la infección por virus capilar. Los cambios notificados con
más frecuencia son trastornos del paladar como disgeusia, hipogeusia y ageusia. Las lesiones mucosas, como úlceras,
erosiones, mucositis, proyectiles, máculas y placas, también se encuentran en los pacientes afectados, variando en
cantidad, apariencia corporal y ubicación. En algunos casos se informan sensación de sequedad en la boca, cambios
en la ATM e infecciones fúngicas y virales oportunistas. Sin embargo, la relación directa de causa y efecto entre la
infección capilar por SARS-CoV-2 y la aparición de lesiones en la cavidad oral aún no está clara. Los autores
defienden que el estado general de inmunosupresión, estrés y / o alteraciones vasculares, inherentes al COVID-19,
pueden explicar o dar origen a estas lesiones. Es evidente, por tanto, que existe una relación entre el COVID-19 y el
desarrollo de lesiones dentales, por lo que se necesitan más estudios para comprender la patogenia de estas
alteraciones.
Palavras clave: Coronavirus; COVID-19; Manifestaciones orales.

1. Introdução
Desde que se registraram os primeiros casos de pneumonia associados ao novo Coronavírus (denominado mais tarde
como SARS-CoV-2), em dezembro de 2019, as infecções se deram de maneira bastante rápida e em poucas semanas a doença
passou a ser considerada pela OMS como uma pandemia (Bertolini et al., 2002). A propagação mundial da COVID-19 fez com
que os profissionais da saúde descobrissem uma série de alterações que a doença pode causar (Pedrosa et al.,2020). Muitas
manifestações de infecção por SARS-CoV-2 foram descritas na literatura até o momento (Lechien et al., 2020). Os sinais e os
sintomas mais comuns relatados foram dor de cabeça, dor de garganta, hiposmia, hipogeusia, diarreia, dispneia e pneumonia
(Sandhaus et al.,2020). Alguns autores também descreveram casos com manifestações dermatológicas (Sinadinos et al., 2020).
A cavidade oral é considerada por especialistas uma abertura para a entrada de muitos microrganismos, por apresentar
características bastante propícias para o desenvolvimento dos mesmos, como a temperatura e a umidade, que facilitam a sua
permanência (Pedrosa et al., 2020). Além disso, a boca é a principal fonte de transmissão de infecções, incluindo graves
síndromes respiratórias agudas, como a COVID-19 (Orcina et al., 2021).
O vírus SARS-CoV-2 usa proteína spike (SP) para se ligar à membrana celular e invadir as células do hospedeiro, um
processo ativado por enzimas celulares específicas (Sakaguchi et al., 2020). O receptor mais comum para a entrada viral é a
enzima conversora de angiotensina II (ACE2), que pode ser encontrada em altas concentrações nos pulmões, células miocárdicas
e renais, bem como nas células da mucosa oral, especialmente na língua e glândulas salivares (Orcina et al.,2021). Essas
descobertas indicam que a mucosa da cavidade oral pode ser uma rota de alto risco para a infecção pelo SARS-CoV-2 (Xu et al.,
2020).
Diante do exposto, o presente artigo possui como objetivo revisar a literatura, de forma sistêmica, acerca das
manifestações orais causadas pela infecção pelo vírus SARS-CoV-2 e apontar quais são os sinais e sintomas mais comuns nesses
pacientes, bem como associar a patogênese da infecção viral com as alterações na mucosa bucal, tentando explicar seus
mecanismos.

2. Metodologia
Para esclarecer a associação entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o aparecimento de lesões na mucosa bucal, foram
pesquisados artigos científicos nas bases de dados SciELO, BVS, LILACS, PubMed e Elsevier. A busca eletrônica de artigos foi
realizada em julho de 2021 a partir das palavras-chave “COVID-19”; “SARS-CoV-2” e “oral”. A conjunção aditiva “e” e “and”
(no inglês) foi acrescentada para fornecer o sentido de relação entre os termos. Foram incluídos trabalhos que se encontrem
publicados em língua inglesa e portuguesa nos anos de 2020 e 2021. A seleção dos artigos foi feita inicialmente pela leitura dos
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seus títulos. Posteriormente os resumos / abstracts foram lidos e avaliados, sendo os critérios de inclusão: artigos que se
apresentem dentro do tema proposto, com metodologia confiável e que contenham dados consistentes. Textos com informações
incompletas ou cujo conteúdo não se adequa à presente revisão foram descartados. Finalmente os artigos restantes foram lidos
na íntegra, sendo selecionados aqueles que se enquadraram na pesquisa. Dos 44 artigos localizados na busca geral, 27 publicações
foram selecionadas para compor esta revisão, após análise criteriosa (Figura 1).

Figura 1: Fluxograma da filtragem dos artigos.

Fonte: Autores.

3. Resultados
De acordo com o Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus, publicado pelo Ministério da Saúde, na
avaliação dos primeiros 99 pacientes internados com pneumonia e diagnóstico laboratorial de COVID-19 no hospital de Wuhan,
os principais sintomas observados foram: febre (83%), tosse (82%), dispneia (31%), mialgia (11%), confusão mental (9%),
cefaleia (8%), dor de garganta (5%), rinorreia (4%), dor torácica (2%), diarreia (2%) e náuseas e vômitos (1%). Também
houveram registros de linfopenia (Lima., 2020).
As manifestações cutâneas e bucais da COVID-19 vêm sendo relatadas por diversos autores. Em um estudo com 88
pacientes infectados, foi observado que 20,4% apresentaram manifestações cutâneas, como erupção eritematosa, urticária
generalizada e vesículas (Rocha et al., 2021). As alterações de mucosa são bastante variadas, tanto no tipo de lesão quanto em
suas quantidades, aparências clínicas e localizações. As manifestações mais frequentes são descritas a seguir, a partir da coleta
de dados listada no Quadro 1.

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Quadro 1: Estudos selecionados para a pesquisa.


Citação Tipo de Artigo Objetivos Principais resultados
Aghzedeh et Carta ao editor Descrever as manifestações bucais A paciente apresentou vesículas e erosões
al., 2020 em uma paciente do sexo feminino envolvendo os lábios e região anterior da língua
de 09 anos de idade infectada com o durante a infecção.
vírus SARS-CoV-2.
Biadsee et Série de casos Avaliar os sinais e sintomas de 140 56% dos pacientes apresentaram xerostomia e
al., 2020 pacientes ambulatoriais de COVID- 32,8% perda de paladar, além dos sintomas clássicos
19, associando-os com o sexo. da COVID-19. Anosmia e dor facial foram mais
comuns entre as mulheres.
Brandão et Série de casos Avaliar os sinais e sintomas de 8 Os 8 casos apresentaram úlceras e lesões aftosas que
al., 2020 pacientes e revisar brevemente a se desenvolveram no início da doença e afetaram a
literatura sobre a ação da ACE2 na língua, os lábios, o palato e a orofaringe. A ACE2 é
infecção pelo SARS-CoV-2. o principal receptor celular para a entrada do vírus
SARS-CoV-2 e está presente nas células da mucosa
oral.
Carreras- Comunicado Descrever as manifestações bucais Dois pacientes apresentaram lesões ulceradas na
Presas et al., breve de 2 pacientes com suspeita de mucosa do palato e um paciente apresentou lesão
2020 COVID-19 e 1 paciente com vesico-bolhosa na região do lábio inferior.
confirmação da infecção.
Chaux- Carta ao editor Descrever as manifestações bucais A paciente se queixou de uma úlcera irregular e
Bodard et de uma paciente de 45 anos do sexo dolorosa no dorso da língua, que desapareceu após
al., 2020 feminino, sendo uma possível 10 dias, sugerindo um possível sinal inicial da
manifestação inicial da COVID-19. infecção pelo SARS-CoV-2.
Chen et al., Estudo Avaliar a presença de ACE2 nas Foi encontrada expressão de ACE2 nas glândulas
2020 Original glândulas salivares, através da salivares dos pacientes analisados, demonstrando a
análise de RNA de 31 pacientes com possibilidade de infecção por SARS-CoV-2 nas
COVID-19. glândulas salivares.
Corchuelo Relato de caso Avaliar as manifestações bucais de A paciente apresentou petéquias no lábio inferior,
& Ulloa, uma paciente de 40 anos do sexo aftas na borda lateral de língua e gengiva inserida.
2020 feminino com COVID-19. Manchas esbranquiçadas no dorso da língua e
sensação de boca seca levaram ao diagnóstico
presuntivo de candidíase oral leve associada a
COVID-19.
Filette, 2020 Relato de caso Avaliar as manifestações cutâneas A paciente apresentou ulceração acima do lábio
de uma mulher de 35 anos com superior e inflamação na língua, com sinais
sinais e sintomas de COVID-19. semelhantes a Doença de Kawasaki. É possível que
haja associação entre COVID-19 e Doença de
Kawasaki.
Lechien, Série de casos Relatar as características clínicas de 3 pacientes tiveram manifestação similar a parotidite
2020 3 pacientes com inflamação da como sinal clínico da COVID-19. Exames de
glândula parótida associadas à ressonância magnética mostram a ocorrência de
COVID-19. linfadenite intraparotídea nesses pacientes.
Lima, 2020 Comunicado Apresentar informações sobre o A infecção pelo SARS-CoV-2 pode variar de um
breve vírus SARS-CoV-2 e as principais simples resfriado até uma pneumonia grave, sendo
características de sua infecção. os sinais e sintomas mais comuns: febre, tosse seca,
fadiga, produção de escarro, dispneia, dor de
garganta e cefaleia. Casos assintomáticos também
são reportados.
Lowe et al., Relato de caso Descrever os sinais e sintomas de O paciente apresentou múltiplas úlceras cobertas por
2021 um paciente de 46 anos do sexo membrana amarelo-acinzentada na mucosa oral,
masculino com infecção pelo SARS- sendo diagnosticado com gengivoestomatite
CoV-2. herpética associada a COVID-19.

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Malih et al., Série de casos Descrever as manifestações em um Foi observada lesão aftosa na amígdala esquerda,
2020 paciente de 38 anos do sexo além de erupção cutânea e perda do paladar e do
masculino com resultado do teste olfato durante a infecção pelo SARS-CoV-2.
PCR positivo para COVID-19.
Medeiros et Estudo Avaliar a prevalência de sintomas de 27,4% dos participantes infectados pelo vírus da
al., 2020 transversal DTM, ansiedade e depressão durante COVID-19 relataram dor na Articulação
o isolamento social no contexto da Temporomandibular, além de alta prevalência de
pandemia de COVID-19. sintomas de ansiedade e depressão nesse grupo.
Miranda et Revisão Discutir como a pandemia de Durante a pandemia de COVID-19 houve aumento
al., 2021 sistemática COVID-19 pode influenciar no da manifestação de hábitos parafuncionais orais
surgimento, manutenção ou inconscientes, má qualidade do sono e
agravamento da DTM. automedicação. Todos esses fatos representam
fatores de risco comuns à DTM.
Moraes et Revisão da Relatar as manifestações bucais e As manifestações bucais e cutâneas mais citadas
al., 2021 literatura cutâneas da COVID-19 em foram, respectivamente, a disfunção gustativa em
pacientes pediátricos. adolescentes e a erupção eritematosa em
extremidades e tronco.
Nuno- Carta ao editor Avaliar as manifestações muco 45,7% dos pacientes apresentaram uma ou mais
Gonzalez et cutâneas de 666 pacientes com teste manifestações muco cutâneas e 25,7% manifestaram
al., 2021 PCR positivo para COVID-19. alterações na cavidade bucal, incluindo papilite
lingual, glossite, estomatite aftosa, mucosite,
sensação de queimação na boca e disgeusia.
Orcina & Série de casos Avaliar as manifestações bucais de Cinco pacientes apresentaram úlceras bucais e foram
Santos, 11 pacientes positivos para COVID- orientados a fazer uso de enxaguatório Phtalox® por
2021 19 por teste PCR e IgM e reportar a 1 min, cinco vezes ao dia. A cura completa das
ação do Phtalox® no tratamento úlceras ocorreu em todos os pacientes em média
dessas lesões. após 2,37 dias. O estudo sugere associação entre
infecção pelo COVID-19 e o aparecimento de
úlceras bucais. O tratamento se mostrou eficaz.
Pedrosa et Revisão de Revisar a literatura sobre a saliva e Há evidências que o SARS-CoV-2 pode infectar as
al., 2020 literatura as glândulas salivares no contexto da glândulas salivares e estar presente na saliva.
infecção pelo SARS-CoV-2 e Pacientes com COVID-19 apresentaram
apresentar uma breve discussão repercussões bucais como hipossalivação, alterações
sobre os distúrbios bucais do paladar, úlceras e bolhas.
encontrados durante a infecção pelo
vírus.
Rocha et al., Carta ao editor Avaliar a presença enantema bucal Enantema bucal pode ser uma manifestação da
2021 em pacientes com COVID-19 como infecção pelo SARS-CoV-2, como observado em
um possível desafio ao diagnóstico. diversos pacientes. No entanto, essa alteração pode
ser causada também por outros patógenos como os
vírus da Chikungunya, Dengue, Ebola e Herpes.
Rodríguez Carta ao editor Reportar 3 casos de pacientes Queilite angular foi observada em um paciente,
et al., 2020 testados positivos para COVID-19 atrofia do dorso da língua com presença de placas
com manifestações bucais. fúngicas brancas e eritema no palato foram descritas
em outra paciente e despapilação lingual seguida de
úlcera foi relatada pela terceira paciente avaliada. As
lesões bucais são desencadeadas frequentemente
pelo estado de imunossupressão causado pela
doença.
Sandhaus et Comunicado Reportar a doença de Kawasaki Na população pediátrica, novos casos de doença de
al., 2020 breve como uma possível nova Kawasaki com manifestações bucais foram
manifestação da COVID-19 em identificados concomitantemente com a COVID-19.
crianças. São necessários mais estudos para avaliar a sua
relação.

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Santos et al., Revisão Resumir os sinais e sintomas orais 45% dos pacientes apresentaram comprometimento
2020 sistemática em pacientes com COVID-19. do paladar, sendo o sintoma mais frequente. Lesões
de mucosa oral apresentaram múltiplos aspectos
clínicos, incluindo placas brancas e eritematosas,
úlceras irregulares, pequenas bolhas, petéquias e
gengivite descamativa. Língua, palato, lábios,
gengiva e mucosa bucal foram as regiões mais
afetadas.
Sinadinos & Série de casos Avaliar as manifestações bucais de 1 Os 3 pacientes apresentaram lesões ulcerativas e
Shelswell, paciente testado para COVID-19 e 2 bolhosas na mucosa oral. Os autores sugerem
2020 suspeitos. relação entre as alterações bucais e infecção pelo
SARS-CoV-2.
Singh et al., Série de casos Relato de casos de 4 pacientes com Os pacientes apresentaram lesões na pele, mucosa
2020 diagnóstico de COVID-19 que das narinas, língua, lábios e uretra. Iniciaram como
desenvolveram lesões cutâneas e uma inflamação e progrediram para uma escara. A
mucosas. extensão das lesões muco cutâneas sugere um
processo inflamatório vascular no contexto da
infecção pelo SARS-CoV-2.
Soares et al., Carta ao editor Descrever as alterações clínicas e Clinicamente o paciente apresentou uma lesão
2020 microscópicas na mucosa oral de um avermelhada no palato duro e uma úlcera na mucosa
paciente de 42 anos do sexo lingual. A análise histopatológica dos tecidos
masculino. demonstrou hiperemia, infiltrado linfocitário no
tecido conjuntivo, trombos e células inflamatórias
no tecido conjuntivo e na camada basal do epitélio
oral.
Tapia et al., Série de casos Descrever as lesões clínico- Os pacientes apresentaram lesão semelhante a
2020 patológicas de mucosa bucal em 4 angina bolhosa hemorrágica e estomatite
pacientes com infecção confirmada inespecífica. A análise histológica demonstrou
por SARS-CoV-2. infiltrado linfocitário perivascular reativo, trombose
capilar focal e hemorragia. Foi estabelecido o
diagnóstico de lesões orais provavelmente
associadas ao COVID-19.
Tomo et al., Carta ao editor Compartilhar um caso de lesões A paciente apresentou eritema difuso, petéquias e
2020 orais surgidas em uma paciente de despapilação discreta nas bordas da língua, com
37 anos do sexo feminino com sensação de queimação na região e no palato mole.
COVID-19. Não há evidências suficientes para apoiar um dano
da mucosa oral causado pelo SARS-CoV-2, essas
lesões têm maior probabilidade de representar
infecções oportunistas fúngicas, bacterianas e virais
ou reações medicamentosas.

Fonte: Autores.

3.1 Úlceras e erosões


Úlceras orais associadas ao COVID-19 foram mais observadas nos pacientes adultos. Essa alteração foi relatada
predominantemente na língua, variando no tamanho, quantidade e sintomatologia. Uma paciente de 45 anos do sexo feminino,
diagnosticada com COVID-19, apresentou inicialmente uma lesão eritematosa dolorosa, que evoluiu para uma úlcera
assintomática e irregular no dorso da língua. A alteração se resolveu em 10 dias, sem deixar sequelas (Chaux-Bodard et al.,
2020). Rodríguez et al. (2020) relataram um caso de lesões aftosas sintomáticas, com sensação de queimação, em paciente de 43
anos positiva para a COVID-19 e com risco de trombose. Após 10 dias de tratamento com triancinolona acetonida 0,05% as
úlceras e os sintomas desapareceram, embora a despapilação da língua tenha persistido. Outro paciente apresentou como possível
sintoma inaugural de COVID-19 uma inflamação dolorosa das papilas linguais, que evoluiu para um quadro eritematoso e,

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posteriormente, para uma úlcera assintomática (Rocha et al., 2021). Brandão et al. (2020), notificaram uma úlcera de 1,5 cm na
borda lateral direita da língua, bem como petéquias e uma área necrótica no palato duro anterior, em paciente feminina de 83
anos de idade. As lesões apresentaram sintomatologia dolorosa, sendo realizada terapia de fotobiomodulação, controlando
totalmente a dor após 5 dias.
Embora tenham sido registradas com menor frequência, outras áreas de mucosa também foram acometidas. Lesões
vesico-bolhosas e ulceradas foram observadas em três pacientes por Carreras-Presas et al. (2020), presentes no palato e lábios,
similares clinicamente a outros processos virais, como a doença das mãos, pés e boca e a gengivoestomatite herpética. Malih et
al. (2020) reportam lesões eritematosas e aftosas na tonsila palatina de paciente PCR positivo para SARS-CoV-2, associado à
perda de olfato e paladar. Em outro estudo, uma mulher de 35 anos foi internada após de 4 dias de sintomas. A mesma apresentou
lábios rachados com ulceração acima do lábio superior (Filette, 2020).
Brandão et al. (2020) notificaram uma série de casos de lesões ulceradas em pacientes positivos para COVID-19. Úlcera
rasa, com padrão circular, coberta por membrana fibrinopurulenta e rodeada por um eritema no pilar amigdaliano, causando
odinofagia leve, foi relatada em um homem de 35 anos. Um paciente de 28 anos, masculino, com quadro de anosmia e ageusia
desenvolveu úlceras aftosas na mucosa labial superior e inferior depois de 8 dias do teste positivo para RNA de SARS-CoV-2.
Após 2 dias, outra úlcera foi observada na borda lateral direita da língua no mesmo paciente. Úlcera dolorosa no ventre da língua
coberta por pseudomembrana e envolta por halo eritematoso foi observada no sexto dia da fase sintomática de um paciente de
29 anos do sexo masculino, com anosmia e ageusia.
Apesar de as informações sobre manifestações bucais em crianças ainda serem escassas, Aghazadeh et al. (2020) relatam
um caso de vesículas e erosões envolvendo os lábios e região anterior da língua em criança de 9 anos infectada com o vírus.

3.2 Mucosites
Casos de inflamação da mucosa bucal têm sido relatados em associação à infecção pelo SARS-CoV-2. Uma mulher de
37 anos de idade apresentou eritema difuso, petéquias e despapilação discreta nas bordas da língua, com sensação de queimação
na região e no palato mole (Tomo et al., 2020). Outro quadro de mucosite inespecífica foi relatado em um homem de 42 anos. O
paciente apresentou máculas avermelhadas múltiplas e irregulares no palato duro, com 3 a 4 mm de diâmetro e de consistência
endurecida (Tapia et al., 2020).

3.3 Mudanças no olfato e paladar


Segundo Santos et al. (2020), a prevalência geral de distúrbios gustativos foi de 45% dos casos de COVID-19, sendo
que 38% apresentaram disgeusia, 35% hipogeusia e 24% ageusia. Os sintomas geralmente têm duração de 15 dias e os pacientes
se recuperam totalmente na maioria dos casos. Mudanças no paladar foram percebidas em 53% dos pacientes norte-americanos
com COVID-19, em 50% dos europeus e em 27% dos asiáticos. Esse sintoma parece estar mais associado a casos leves e
moderados da doença e são mais comuns em mulheres.
Em um estudo realizado, sessenta e sete pacientes (52% dos casos) apresentaram mudanças no paladar e alguns pacientes
relataram uma mudança na percepção de sabor picante, salgado, azedo e doce. Em uma comparação entre homens e mulheres,
mudanças de gosto eram mais comuns entre as mulheres, porém sem diferença estatística significativa (Biadsee et al., 2020). As
manifestações bucais e cutâneas mais citadas em outro estudo foram, respectivamente, a disfunção gustativa em adolescentes e
a erupção eritematosa em extremidades e tronco (Moraes et al., 2021).

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3.4 Boca seca


A sensação de secura na boca tem sido relatada por pacientes com COVID-19 de forma relativamente frequente.
Geralmente esse sintoma não é uma manifestação isolada, mas se apresenta associada à outras manifestações. Entre os 14
sintomas orais listados por Chen et al. (2020), boca seca (46,3% no geral, 46,2% em homens, 46,4% em mulheres) teve a maior
incidência no estudo realizado. 11,1% dos pacientes (13,5% em homens, 8,9% em mulheres) infectados pelo SARS-CoV-2
apresentaram secura e inflamação da boca. Em outro estudo, uma mulher de 35 anos, além de apresentar ulceração acima do
lábio superior, apresentava queixa de boca extremamente seca (Filette, 2020).

3.5 Disfunções temporomandibulares


Durante as epidemias o número de pessoas cuja saúde mental é afetada tende a ser maior do que o número de pessoas
afetadas pela infecção, uma vez que o medo aumenta os níveis de ansiedade e estresse em indivíduos saudáveis, levando à
manifestação de hábitos parafuncionais orais inconscientes e má qualidade do sono. Todos esses fatos representam fatores de
risco comuns à DTM (Miranda et al., 2021). Em estudo com participantes infectados pelo vírus da COVID-19, 27,4% relataram
dor na Articulação Temporomandibular (Medeiros et al.,2020).

3.6 Infecções fúngicas e virais


Algumas infecções fúngicas e virais oportunistas têm sido relatadas concomitantemente à infecção pelo SARS-CoV-2.
Lesões causadas pelo fungo Cândida albicans e pelo vírus herpes simples são as mais comumente descritas, com sinais e
sintomas similares à infecção clássica por esses patógenos.
Uma paciente feminina de 78 anos hospitalizada relatou forte sensação de boca seca, sendo diagnosticada com
candidíase pseudomembranosa na região de língua e palato e queilite angular, associados a infecção por SARS-CoV-2 (Diaz et
al., 2020). Outra paciente do sexo feminino de 40 anos, testada positivo para COVID-19, apresentou petéquias no lábio inferior,
aftas na borda lateral de língua e gengiva inserida e manchas esbranquiçadas no dorso da língua, além de sensação de boca seca,
com diagnóstico presuntivo de candidíase oral leve (Corchueloa & Ulloa, 2020).
Brandão et al. (2020) constataram alguns casos de infecção pelo vírus herpes simples (HVS-1) em pacientes acometidos
pela COVID-19. Os sinais incluem pequenas ulcerações hemorrágicas e áreas focais de necrose superficial nos lábios e na região
anterior do dorso da língua, com sintomatologia dolorosa. Outro paciente adulto de 46 anos de idade foi diagnosticado com
gengivoestomatite herpética secundária no contexto da infecção por COVID-19, que mostra uma progressão mais grave da
doença com o aumento da idade (Lowe et al., 2021).

3.7 Outras manifestações


Em um estudo realizado com 304 indivíduos, 45,7% dos pacientes portadores de COVID-19 apresentaram uma ou mais
manifestações mucocutâneas. Alterações na cavidade oral foram encontradas em 78 casos (25,7%), incluindo papilite lingual
transitória (11,5%), glossite com endentações laterais (6,6%), estomatite aftosa (6,9%), glossite com depapilação (3,9%) e
mucosite (3,9%). Sensação de queimação na boca foi relatada em 5,3% dos pacientes, comumente associada a disgeusia (Nuno-
Gonzalez et al., 2021). Queilite angular e sensação de queimação na boca, associado a anosmia e disgeusia, foram registradas
em paciente de 53 anos do sexo masculino infectado pelo SARS-CoV-2 (Diaz et al., 2020).
Tapia et al. (2020) observaram lesão semelhante a angina bolhosa hemorrágica, que se desenvolveu no palato de uma
mulher de 41 anos durante o seu período de isolamento. Uma mácula roxa difusa com 12 mm de diâmetro e uma lesão pápula-
placa de 8 mm, ambas assintomáticas, foram observadas no palato de outra paciente de 51 anos. Lesão bolhosa, roxa e
assintomática de 8 mm de diâmetro na língua foi relatada por uma paciente de 55 anos.
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Research, Society and Development, v. 11, n. 1, e46811125240, 2022
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25240

4. Discussão
As manifestações bucais associadas à COVID-19 variam consideravelmente nos seus aspectos clínicos, sendo as
alterações mais comuns os distúrbios do paladar, como disgeusia, hipogeusia e ageusia. Lesões orais, como úlceras, bolhas,
máculas e placas, também foram encontradas em pacientes acometidos, variando em quantidade, aparência de cor e localização
(Santos et al., 2020).
Embora uma relação direta de causa e efeito entre infecção pelo vírus da COVID-19 e o aparecimento de lesões na
cavidade bucal não possa ser estabelecida pelos estudos atualmente disponíveis, é provável que as lesões sejam associadas ao
estado de imunossupressão, bem como o estresse, inerentes à COVID-19 (Diaz et al., 2020). Tomo et al. (2020) sugere que as
manifestações orais em pacientes com COVID-19 podem ser consideradas transtornos secundários, não lesões primárias
causadas diretamente pelo vírus.
Publicações recentes apontam uma associação das lesões de mucosa com danos orgânicos e/ou complicações
(trombocitopenia, coagulação intravascular disseminada e inflamação sistêmica), em pacientes com COVID-19. Exames
histopatológicos de biópsias de pacientes SARS-CoV-2 positivos revelaram um efeito trombótico na mucosa oral, levantando
uma teoria vascular para explicar a patogênese dessas lesões (Tapia et al., 2020).
Pode-se observar que grande parte das manifestações bucais em pacientes acometidos pela COVID-19 são lesões leves,
localizadas e de caráter transitório. Na maioria dos casos essas alterações se resolvem dentro de 3 a 21 dias por meio de medicação
tópica, higiene oral, ou até mesmo espontaneamente (Santos et al., 2020).

5. Conclusão
Diversos relatos de casos reportam lesões de mucosa oral em pacientes com COVID-19, tornando evidente que existe
uma relação entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o aparecimento destas alterações. As manifestações bucais são bastante
variáveis em apresentação clínica, embora sejam mais comuns as alterações de paladar e as lesões ulceradas. Não foram
constatadas diferenças estatísticas significativas entre homens e mulheres, embora as lesões sejam mais comuns em adultos. No
entanto, ainda não está claro se elas são causadas diretamente pelo vírus ou se são manifestações secundárias da infecção.
Portanto, mais estudos são necessários para avaliar os efeitos da infecção por SARS-CoV-2 sobre a mucosa oral e esclarecer a
patogênese dessas lesões.

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