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Oswaldo Coggiola
https://outraspalavras.net/outrasmidias/vida-e-polemicas-de-rosa-luxemburgo-um-roteiro/
GUIMARÃES, 1988, p. 78-79. Antonio Ozaí da Silva, en O dilema da socialdemocracia (3). 133 revista
Essa obra ainda não foi publicada. E já demora muito. A parte mais
conhecida e polêmica (seus textos sobre a acumulação de capital e o
imperialismo, sobre as revoluções russa e alemã – sem esquecer sua
tese sobre o desenvolvimento do capitalismo na Polônia),[lii] longe de
mofar, suscita debates cada vez maiores. Em 1968, foi com retratos de
Rosa Luxemburgo que os estudantes alemães ganharam as ruas e
enfrentaram a repressão, novamente socialdemocrata, em passeatas
multitudinárias contra a guerra do Vietnã e contra a presença de tropas
do imperialismo na Alemanha e na Europa. Margarethe Von Trotta
fez um filme sobre Rosa Luxemburgo, com Barbara Sukowa, no papel
principal, em 1985, obtendo um sucesso internacional inusitado para
um filme abertamente político e de esquerda. A 13 de janeiro de 2019,
cem anos depois de seu assassinato, e trinta depois da queda do Muro
de Berlim, uma passeata com setenta mil pessoas dirigiu-se ao
cemitério de Friedrichsfelde, em Berlim, para homenagear Karl
Liebknecht e Rosa Luxemburgo. Dizer, portanto, que Rosa
Luxemburgo ainda está viva na memória de milhões, e na atenção
cada vez maior das vanguardas culturais e políticas do mundo todo,
está muito longe de ser uma afirmação demagógica ou exagerada.
Osvaldo Coggiola é professor titular no Departamento de História
da USP. Autor, entre outros livros, de Questões de história
contemporânea (Oficina de livros).
Notas
[v] Em artigo enviado a Kautsky para ser publicado no Die Neue Zeit,
órgão da socialdemocracia alemã, sendo recusado, e só dado a
conhecer em 1930 na URSS.
Livre, 1922.