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Excetuam-se breves citações.
A não ser quando indicado ao lado, todas as citações das escrituras são da Almeida Revista e Atualizada (ARA).
EDITORIAL
Editorial
Sobre a série “Pequenos Clássicos Reformados”
Quando começamos a ler nossos pais puritanos e antigos presbiterianos é comum nos
depararmos com verdadeiras pérolas em tamanho reduzido, geralmente em formato de sermões
ou cartas. Encontramos muito desses estilos literários principalmente porque a geração passada
foi “sermônica” e pastoral por natureza. As grandiosas e complexas maravilhas doutrinárias se
tornavam pregações úteis e cheias de aplicações nas mãos dos nossos pais para o coração da
Igreja.
O tamanho reduzido dessas obras preenche de forma plena o tempo de nos dedicarmos ao
alimento espiritual que, muitas vezes, é tão curto em nossas rotinas. Como uma refeição
pequena, ela se encaixa nas mais diversas situações: seja como um aperitivo para começar bem o
dia, uma sobremesa depois de uma devocional, ou até mesmo um prato de entrada antes do culto
ao Senhor. Também é adequada para ser digerida tanto nos dias apressados, quanto nos longos
dias de férias, na praia ou no interior, no conforto do lar ou num parque.
Mas não se engane: o tamanho reduzido não é proporcional ao grandioso valor contido nos
textos dessa série. Como sabemos, nossos pais na fé eram especialistas em colocar grande
quantidade de ouro em pequenos reservatórios. Nesses livretos o leitor não encontrará uma sopa
aguada, mas alimento sólido, nutritivo e delicioso. Recentemente, ouvi de um pastor querido que
ler uma página de uma obra dos nossos pais puritanos e presbiterianos era o suficiente para fazê-
lo meditar por horas. O pouco tempo necessário para ler esses livros podem se transformar em
dias de oração, autoexame, meditação e alegrias.
Falei tanto de comida que espero ter deixado o leitor com fome de ler essas obras! Nossa
oração é para que elas sejam uma bênção nas mãos do nosso querido povo de língua portuguesa.
Introdução
Deus sabe de todas as coisas
“Não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas
as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de
prestar contas”
Hebreus 4:13
Reunimo-nos hoje para humilhar nossas almas, trazer nosso incensário, como outrora
fez Arão, e interceder — para que a ira do grande Deus possa ser aplacada. Já houve
necessidade maior de nos vestirmos em saco do que quando o reino quase jaz em
cinzas? Ou de derramar lágrimas, do que quando esta nação já derramou tanto sangue?
Esses dias são chamados nas escrituras de dias de afligir a alma: “Porque toda alma que,
nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo” (Levíticos 23:9). Certamente essa
pode ser uma razão para haver tanta aflição nacional, porque afligimos tão pouco as
nossas almas. Nossa condição é baixa, mas nossos corações estão elevados em orgulho.
Deus vê a condição dos nossos corações quando nos chegamos a Ele e sabe qual é a
nossa fonte, qual é o nosso centro; seu olho está sobre nós. Assim diz o apóstolo:
“Todas as coisas estão descobertas e patentes”.
Temos aqui um mapa do conhecimento de Deus quando nos sonda. Mas antes de
extrair mais do texto, preciso trazer alguns termos importantes. Na lei, primeiro as
lâmpadas eram acesas antes de o incenso ser queimado. Assim, tratarei primeiro sobre o
julgamento, esclarecendo-o pela doutrina; depois, as afeições serão inflamadas.
Ministros devem ser primeiro luzes resplandecentes — e, então, lâmpadas ardentes.
“Todas as coisas estão descobertas” é uma metáfora cuja raiz remete ao ato de retirar
a pele de qualquer animal, que, depois do processo, aparece nu. Assim, o autor diz que o
nosso coração está nu; eles estão descobertos aos olhos de Deus, não tem nenhuma veste
protegendo-os; não há véu sobre o coração do pecador, exceto o véu da incredulidade;
essa vestimenta o torna ainda mais nu.
O apóstolo continua a descrição, indo além: “todas as coisas estão descobertas e
patentes”. Isso alude ao ato de sacrificar sob a lei levítica, onde o sacerdote cortava o
animal em pedaços, e assim as partes internas se tornavam visíveis. Esse termo também
pode se referir a uma anatomia, onde há uma dissecação e corte de cada parte: o
coração, o fígado, as artérias. Esse é o tipo de anatomia que Deus faz: uma anatomia do
coração. Ele corta e disseca os pensamentos e motivos do coração. Ele faz uma
dissecação, como a faca que divide entre a carne e os ossos, os ossos e a medula, os
tendões e as veias. “Todas as coisas estão patentes”, ou seja, elas estão abertas para sua
inspeção.
A próxima palavra é “todas as coisas”. Não há nada que escape ao seu olhar: e aqui o
conhecimento de Deus difere infinitamente do nosso. Nós não podemos ver no escuro,
nem podemos ver muitas coisas de uma vez. Mas a visão de Deus não funciona da
mesma forma. “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual
não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os
desígnios dos corações” (1 Coríntios 4:5). Ele vê muitas coisas de uma vez—como se
tudo fosse apenas uma coisa só.
O texto continua: “aos olhos daquele”. Olhos são atribuídos a Deus, não literalmente,
mas metaforicamente. Ídolos têm olho, mas não veem (Salmo 115). Deus não tem olhos,
mas vê todas as coisas. O olho de Deus é posto nas escrituras para que ele veja e
conheça todas as coisas e todas elas estão nuas ao seu olho (ou seja, estão evidentes ao
seu conhecimento). Sempre que pecamos não estamos sozinhos, até os mais secretos.
Sempre que pecamos o fazemos diante da face de nosso Juiz!
A última sentença do texto é: “a quem temos de prestar contas”. Ou seja: “para quem
devemos ser responsáveis”. As palavras, assim esclarecidas, dividem-se nas seguintes
partes:
1. O Juiz — que é Deus.
2. O fato em questão — todas as coisas.
3. As evidências apresentadas — todas as coisas estão descobertas.
4. A clareza das evidências — elas estão descobertas e patentes.
5. As testemunhas — os olhos de Deus.
6. As pessoas a serem sentenciadas, seja para a vida ou para a morte — somos nós, ou
seja, cada indivíduo. Não há exceções a esse julgamento geral. “A quem (todos nós)
temos de prestar contas”.
A proposição que desenvolverei aqui é a seguinte:
Doutrina. Que os desígnios mais secretos do coração do homem estão todos
descobertos diante do Senhor e Ele, em seu poder, faz uma anatomia perfeitamente clara
do nosso coração.
Posso trazer uma nuvem inteira de testemunhas dos textos das Escrituras, concedendo
seu pleno acordo a esta verdade. Vou me concentrar em duas ou três, para que na boca
de três fiéis e claras testemunhas essa grande verdade possa ser estabelecida.
“Porventura, não o teria atinado Deus, Ele, que conhece os segredos dos corações?”
(Salmo 44.21). No original, o termo pode ser literalmente traduzido por “coisas ocultas
do coração”—aquelas que estão mais veladas e mascaradas à percepção humana.
Veja também o Salmo 139.2, que diz: “Sabes quando me assento e quando me levanto;
de longe penetras os meus pensamentos”. Aqui estão duas palavras que destacam a
infinitude do conhecimento de Deus.
1° “Penetras os meus pensamentos”. Não há nada que possa ser tão secreto
quanto um pensamento.
Primeiro, quanto ao seu caráter secreto, é chamado de “a imaginação do pensamento”
em Gênesis 6:5. Ou, como a palavra também pode ser interpretada, o primeiro esboço de
formação do pensamento, algo muito sutil e quase indiscernível. Ainda assim o Senhor
pode os discernir.
Segundo, quanto à sua celeridade, nossos pensamentos têm asas, como os querubins, e
em um instante podem viajar pelo mundo. São “mais ligeiros do que as águias” como
descrito em 2 Samuel 1:23. Mas aquele que cavalga sobre a nuvem veloz pode alcançá-
los — Ele pode ultrapassá-los.
Terceiro, Quanto à sua complexidade: nossos pensamentos estão emaranhados e
entrelaçados uns com os outros; no entanto, até mesmo esses pensamentos são
conhecidos por Deus e ordenados em sua sábia soberania. O que Davi diz sobre seus
anos pode ser dito sobre nossos pensamentos: “não estão todos eles escritos no teu
livro?”
2° “De longe penetras”. Dois pontos são importantes aqui.
Primeiro, Deus conhece nossos pensamentos antes mesmo de nós os conhecermos!
Ele sabe quais desígnios estão no coração e os planos que os homens certamente
seguiriam — se Ele não mudasse o curso dos acontecimentos. Deus sabia o que estava
na mente de Herodes antes mesmo de Herodes saber; ou seja, que Ele sabia que o rei
desejava assassinar o menino Jesus. Deus conhecia seus pensamentos de longe: Ele vê
que sangue e veneno estão no coração de um pecador, mesmo que nunca se manifestem
visivelmente. Ele olha para a intenção, mesmo que nunca seja posta em execução.
Segundo, Deus conhece nossos pensamentos quando já os esquecemos! Eles estão
distantes para nós, mas estão presentes para Ele. “Assim procedeste, e eu me calei;
pensavas que eu era teu igual; mas eu te arguirei e tudo te porei à vista” (Sl 50:21).
Milhões de anos são apenas um curto período de tempo para Deus. Para que não
pensemos que Deus esquece, a bíblia nos informa que Ele mantém um livro de registros:
“Vi os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono; e abriram-se livros. Ainda
outro livro, o Livro da Vida, foi aberto” (Ap 20:12). Deus anota: “Item 1 — tal pecado”.
E se os pecados no livro não forem perdoados, haverá uma terrível prestação de contas!
Para todo crente, o livro de dívidas de pecados está riscado; as linhas negras do pecado
são canceladas pelas linhas vermelhas do sangue de Cristo!
Para citar mais uma passagem das Escrituras: “Até as trevas não te serão escuras: as
trevas e a luz são para ti a mesma coisa” (Sl 139:12). As nuvens não são densas demais;
a noite não é uma cortina para esconder qualquer coisa do Seu olhar que tudo vê. Ainda
que escrevamos os nossos pecados em caracteres extremamente pequenos, ainda que a
nossa caligrafia seja estranha, Deus pode lê-los! Ele tem uma chave para saber o íntimo
da nossa alma. Ele entende nossos corações sem nossa permissão; Ele está a par de toda
a nossa traição! Não podemos subir tão alto que Ele não nos veja; não podemos cavar
tão fundo que Ele não tome conhecimento. Os homens de Babel estavam construindo
muito alto, queriam empreender uma cidade e uma torre cujo topo alcançasse os céus.
Em nenhum momento eles conseguiram se esconder de Deus, pois Deus os viu o tempo
todo. E qual foi o resultado? “Confundamos ali a sua língua” (Gn 11:7,8). Acã cavou
fundo para esconder seus planos, dizendo: “Nenhum olho me verá!” Ele pegou o manto
babilônico e o escondeu na terra, junto com o ouro; mas Deus desmascarou seu furto (Js
7:12).
Se há alguém aqui que, em vez de estar fazendo o trabalho de Deus, esteve às
escondidas guardando o manto babilônico, enriquecendo-se, fazendo o próprio ninho;
que, em vez de fixar pregos no templo de Deus para reforçá-lo, têm roubado ouro em
seus cofres — Deus está vendo! Deixe-me dizer-lhes, Deus tem uma janela que olha
para os seus corações! Deus é o grande diretor; nós entramos no mundo como num
teatro, cada um atua sua parte ou cena; Deus é tanto o Espectador quanto o Juiz.
O CONHECIMENTO DE DEUS: UMA EXPOSIÇÃO DA DOUTRINA
O Conhecimento de Deus
Uma exposição da Doutrina
Para amar mais essa verdade em nossos corações, consideremos o que é o
conhecimento de Deus. Eis uma definição resumida: o conhecimento de Deus é um ato
puríssimo pelo qual Ele, em um único instante, conhece todas as coisas passadas,
presentes e futuras, de uma forma perfeita e infalível.
A partir dessa descrição, podemos concluir duas coisas. (1) Que não há evolução no
conhecimento de Deus. Enquanto o nosso conhecimento vai do efeito para a causa, Deus
conhece tudo de forma plena. (2) Coisas que não existem têm um objetivo no
conhecimento dele; conforme disse o apóstolo Paulo: “O Deus que vivifica os mortos e
chama à existência as coisas que não existem”. Em outras palavras, Deus conhece até
mesmo aquilo que, por um momento, não existia.
Pergunta. Aqui pode surgir uma questão: se há tanta perfeição no conhecimento de
Deus, então Ele conhece o pecado?
Resposta. Alguns teólogos fazem uma distinção de dois tipos de conhecimento em
Deus. (1) Há um conhecimento de pura inteligência; e assim Ele conhece o mal através
de um bem contrário, como a luz revela a escuridão. Da mesma forma nós dizemos em
nossos dias que a régua reta mostra o que é torto. (2) Há um conhecimento de
aprovação. Não é esse o conhecimento que Deus possui sobre o pecado, pois Ele o odeia
e o pune. Cristo foi feito pecado, mas não conhecia o pecado. Podemos entender essa
afirmação da seguinte forma: Ele conhecia o pecado de modo a odiá-lo, não de modo a
cometê-lo ou aprová-lo.
Quero, agora, dar algumas razões pelas quais Deus conhece todas as coisas.
Razão 1: Desde a criação. Deus é o Pai das luzes, portanto, é plenamente capaz de
ver. O próprio Senhor usou esse mesmo argumento: “Aquele que fez o ouvido, não
ouvirá? Aquele que formou o olho, não verá?” (Sl 94:9). Aquele que faz um relógio
conhece todos os pinos e engrenagens nele; e, embora essas engrenagens se movam em
direções contrárias, ele conhece o movimento verdadeiro e perfeito do relógio; ele
conhece a fonte que faz as rodas girarem. “Aquele que formou o olho, não verá?” O
homem pode ser comparado a um relógio espiritual. As afeições são as engrenagens; o
coração é a fonte. O movimento desse relógio é falso, pois o coração é enganoso. Mas
Deus, que fez esse relógio, conhece o verdadeiro movimento do coração (por mais falso
que seja) e as fontes que fazem as engrenagens girarem. Deus nos conhece melhor do
que nós mesmos nos conhecemos! Agostinho disse: “Deus é todo olhos!”
Razão 2: Por causa da sua onipresença. “Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de
modo que eu não o veja? — diz o Senhor; porventura, não encho eu os céus e a terra? —
diz o Senhor” (Jeremias 23:24). Ele não está limitado a nenhum lugar, e ao mesmo
tempo também não está excluído de nenhum canto; seu ser está em toda parte. Deus tem
um olho sobre os concílios e os exércitos. Esse é o Deus que faz a anatomia do coração:
Ele vê quais são os desígnios das pessoas e para onde estão indo. Se o ódio se disfarça
de amizade, se a ambição vem mascarada de humildade, se a religião é usada como um
meio para se alcançar o poder, Deus vê tudo isso. “Ainda que cavem até o inferno, dali
os tirará a minha mão” (Amós 9:2). Deus pode abrir as fechaduras do inferno! Platão
relata a história de que o rei da Lídia tinha um anel que lhe permitia ver todos, enquanto
ele mesmo permanecia invisível. Da mesma forma, Deus observa todas as nossas ações,
mas Ele mesmo não é visto (conforme o apóstolo argumenta em 1 Timóteo 6:16).
Portanto, os escolásticos afirmam acertadamente: Deus est in loco repletive. O homem
encontra os seus limites na curva dos seus corpos, mas Deus está em todos os lugares de
forma repleta. Seu âmago está em todos os lugares, e os seus olhos se encontram em seu
âmago.
Objeção 1: Mas não é dito em Gênesis: “Descerei e verei se, de fato, o que têm
praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei”
(Gênesis 18:21)?
Resposta: Certamente o nosso texto não diz que Deus era ignorante da situação. Mas
o autor está retratando Deus como um justo juiz, que primeiro examina a causa antes de
emitir uma sentença. Portanto, dois aspectos são muito importantes nesse texto.
Primeiro, perceba a moderação que Deus emprega quando está executando uma obra
de justiça. Deus não faz da espada o juiz; primeiro, Ele pesa as coisas na balança. Ele
sempre coloca o julgamento na linha, antes de traçar a linha do juízo. Deus, quando está
em uma obra de justiça, não age de forma desenfreada, como se não se importasse para
onde acerta, mas segue um caminho reto contra os infratores. “Descerei e verei”, diz
Deus. Ele não pune precipitadamente. Isso pode ser uma boa lição para aqueles que têm
o poder em suas mãos: devem trabalhar de forma reta e justa, julgando a causa em vez
da pessoa; devem proceder, acima de tudo, com justiça. Devemos ter em mente que
demonstrar zelo numa causa mentirosa não é em nada melhor do que um fogo
descontrolado: isso não é justiça, mas cruel violência.
Segundo, esse verso denota a paciência de Deus em esperar pelos pecadores. Ele
esperou até que o clamor chegasse aos céus. Deus tolera muita injustiça de nossa parte
antes de desembainhar a espada da justiça. Ele estende a misericórdia em paciência e
prolonga a paciência em longanimidade. Ah! Se a paciência de Deus não fosse infinita,
já teríamos esgotado todo o seu estoque há muito tempo. Mas que nenhum pecador seja
presunçoso: embora Deus seja longânimo, Ele não nos diz por quanto tempo. Quando o
clamor chega aos céus, Deus desce para ver. Se orgulho, luxúria, opressão abundam
Deus ouvirá o clamor e apagará o fogo do pecado com uma chuva de sangue.
Objeção 2: Veja o que disse Deus por meio do profeta: “Buscarei Jerusalém com
lâmpadas” (Sofonias 2:1). Será que isso implica que há algo no escuro fora do alcance
do nosso Senhor?
Resposta: Não, Deus não precisa de lâmpadas para enxergar. O provérbio diz: “O
espírito do homem é a lâmpada do Senhor” (Provérbios 10:27). O texto deixa claro que
essa lâmpada não é para Ele ver, mas sim para nós. Portanto, essa busca do Senhor
implica duas coisas:
Primeiro, a precisão do conhecimento de Deus: Ele tem uma percepção tão aguçada
quanto os homens quando estão procurando suas coisas com luminárias. Segundo, Deus
usa essa linguagem na qual Ele ameaça nos buscar porque quer que nós busquemos o
nosso coração antes que ele o faça. Como disse o profeta: “Busquemos e provemos os
nossos caminhos” (Lamentações 3:40). Os julgamentos de Deus são feitos por meio de
muitas luzes, Ele pode enxergar tudo! Portanto, que nós encontremos nossos pecados,
ou então nossos pecados nos encontrarão.
USO DA DOUTRINA (1): FUGINDO DA HIPOCRISIA
[1]
Em 1643, o Parlamento procurou o apoio do exército escocês contra os realistas. Os escoceses concordaram sob a
condição de reforma da Igreja, levando à Assembleia de Westminster e ao Pacto Solene de 1643. O autor se refere à este evento,
ao descumprimento de muitos parlamentares e pastores aos termos do pacto.
USO DA DOUTRINA (2): A VIDA DO CRENTE DIANTE DE DEUS