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Biologia e Geologia 10º Ano de Escolaridade

Ficha de Trabalho: Método Científico Janeiro 2024

Grupo I
Ao longo da história da Terra, a concentração de oxigénio na atmosfera tem variado de forma significativa,
testemunhandoas interações entre os subsistemas terrestres.
A atmosfera primitiva não possuía oxigénio, tendo sido produzido pelos primeiros seres vivos fotossintéticos
conhecidos – as cianobactérias. O clima quente e húmido do Carbonífero, há cerca de 300 M.a., permitiu o
desenvolvimento de florestas luxuriantes, que libertaram elevadas quantidades de oxigénio para a atmosfera,
tendo este gás atingido uma percentagem de 30 a 35%. Neste período da tabela cronostratigráfica, os insetos
atingiram as maiores dimensões, tendo algumas libélulas chegado a atingir 1,8 metros, aproximadamente.
Para investigar a influência do teor de oxigénio no tamanho dos insetos, Robert Dudley e a sua equipa
efetuaram uma experiência com insetos, com condições controladas. Foram usadas moscas que cresceram numa
incubadora com elevados teores de oxigénio, simulando os níveis existentes no Carbonífero.

Procedimento experimental:
1. A população de moscas foi dividida em dois grupos.
2. O grupo A cresceu numa incubadora em que o teor de oxigénio foi semelhante ao atual.
O grupo B cresceu numa atmosfera com elevados teores de oxigénio.
3. Ao fim de cinco gerações, o grupo B foi transferido para as mesmas condições do grupo A e foi mantido
durante uma geração.
4. No final, as moscas foram novamente pesadas.

Os resultados encontram-se expressos no gráfico da figura 1.

1,2
Concentrações
1,1 atmosféricas
normais
Massa muscular (mg)

1 Elevados teores
de oxigénio
0,9

0,8

0,7

0,6
Machos Fêmeas

Figura 1. Resultados experimentais.


Baseado em Sadava, W. et al.Life – The Science of Biology, 9.ª Edição.
Sinauer Associates, 2011

1
Nos itens de 1. a 4., selecione a letra da opção correta.

1. Uma possível hipótese para a experiência descrita é:


(A) as moscas que crescem num ambiente com teor de oxigénio inferior à atualidade atingem maiores
dimensões.
(B) as moscas que crescem num ambiente com teor de oxigénio superior à atualidade atingem maiores
dimensões.
(C) o oxigénio não afeta o crescimento dos seres vivos.
(D) não existe relação entre o teor de oxigénio e o tamanho dos insetos.

2. Considere as seguintes afirmações, referentes à experiência descrita.


I. A variável dependente corresponde ao teor de oxigénio a que os grupos foram expostos.
II. O grupo A corresponde ao controlo experimental.
III. A experiência descrita implicou a manipulação de uma variável independente.

(A) I é verdadeira; II e III são falsas.


(B) II é verdadeira; I e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

3. Os resultados demonstram que


(A) é expectável que insetos que cresçam expostos a reduzidos teores de oxigénio aumentem o seu tamanho.
(B) em condições de elevadas concentrações de oxigénio este torna-se tóxico.
(C) a diferença de peso de machos e fêmeas era superior no grupo exposto a altos teores
de oxigénio.
(D) não é possível relacionar o teor de oxigénio com o crescimento dos insetos.
4. Contribui para a validade dos resultados
(A) as moscas terem crescido ao longo de várias gerações.
(B) ter optado por usar insetos voadores como as moscas.
(C) a determinação do peso dos insetos no final da experiência.
(D) ter usado elevadas concentrações de oxigénio numa das incubadoras.

5. Relacione o aumento da dimensão dos insetos com o aumento do teor de oxigénio na atmosfera.

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Grupo II
As interações bióticas são essenciais no equilíbrio dos ecossistemas. Algumas espécies venenosas possuem
cores vivas que fazem com que se destaquem e que avisam os potenciais predadores da sua perigosidade, evitando
ser predadas. Contudo, algumas espécies não venenosas mimetizam as cores das espécies venenosas, isto é,
apresentam cores vivas muito semelhantes.
Foi levantada a hipótese de a mimetização ser uma adaptação evolutiva que reduz a probabilidade de uma
espécie não venenosa ser predada. Em 2001, os investigadores David e KarinPfennigtestaramesta hipótese
recorrendo à cobra-coral (venenosa) e à cobra-rei (não venenosa). Ambas as espécies possuem um padrão
semelhante de cores vivas.
As duas espécies de cobra partilham o mesmo habitat numa dada região dos EUA, mas a cobra-rei habita
outras regiões em que a cobra-coral está ausente. A cobra-coral raramente é atacada pelos predadores, como, por
exemplo, os ursos-pardos, os coiotes e as raposas, uma vez que a mordedura desta cobra pode ser letal. Era
esperado que só nas regiões em que existiam as cobras venenosas os predadores evitassem atacar as cobras com
cores vivas.

Metodologia
1. A experiência foi realizada em condições de campo, usando centenas de cobras artificiais, feitas com fios e
plasticina.
2. Parte das cobras artificiais foi pintada com cores vivas (grupo experimental) e outra parte foi pintada com
cores castanhas (grupo de controlo).
3. Os investigadores colocaram o mesmo número de cobras artificiais em dois habitats naturais, um com cobras-
coral presentes e outro em que as cobras-coral estavam ausentes.
4. Após quatro semanas, os investigadores recolheram as cobras artificiais.

Resultados
Foi determinado no laboratório o número de ataques que as cobras artificiais sofreram, contando as
mordeduras e as marcas de garras deixadas pelos predadores naturais.Os resultados encontram-se expressos no
gráfico da figura 2.
Ataques totais nas cobras artificiais (%)

Figura 2

a
Baseado em Campbell, N.A.&Reece,J. B. Biology, 8 ed.

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Nos itens de 1. a 4., selecione a letra da opção correta.

1. De acordo com a hipótese, era esperado que


(A) as cobras-coral não fossem atacadas.
(B) o mimetismo protegesse as cobras-rei dos predadores apenas nas regiões com cobra-coral ausente.
(C) o mimetismo protegesse as cobras-rei dos predadores apenas nas regiões com cobra-coral presente.
(D) se os predadores evitassem as cobras venenosas, então a predação das cobras-rei seria maior nos
habitats em que estariam presentes as duas espécies.

2. Na experiência analisada, a variável dependente corresponde _______ e a variável independente


corresponderá_______.
(A) às cores da cobra-rei(…) ao número de ataques de predadores
(B) às cores da cobra-coral (…) à presença ou ausência de cobras-coral
(C) à presença ou ausência de cobras-coral (…) às cores da cobra-coral
(D) ao número de ataques de predadores (…) às cores da cobra-rei

3. Considere as seguintes afirmações referentes aos resultados.


I. Os resultados indicam que, nas regiões em que estão presentes as duas cobras,
os predadores evitam atacar as cobras não venenosas com mimetismo.
II. Os resultados não permitiram validar a hipótese inicial.
III. No grupo de controlo, a predação foi mais intensa na ausência de cobras-coral.

(A) I é verdadeira; II e III são falsas.


(B) III é verdadeira; I e II são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

4. Os investigadores David e KarinPfennig repetiram a experiência numa outra região dos EUA, com outras
espécies de cobra-coral e cobra-rei com cores vivas e mimetismo, tendo verificado o mesmo comportamento
dos predadores. Este facto é importante pois
(A) permite concluir que o mimetismo é uma estratégia com vantagens em diversos habitats.
(B) a repetição de uma dada experiência deverá resultar em conclusões semelhantes.
(C) permite verificar que os predadores possuem um comportamento igual nos diferentes habitats.
(D) permite verificar que os fatores bióticos são constantes entre diferentes habitats.

5. Mencione a importância de colocar o mesmo número de cobras artificiais nos dois habitats naturais
selecionados.

6. Explique em que medida os resultados contrariam a hipótese alternativa de que todos os predadores evitam
as presas com cores vivas.
FIM

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