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Questão de aula n.

º 3 Ano letivo 2021-2022


Biologia e Geologia – 10.o ano
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A falha de Santo André, na Califórnia (EUA), é formada por várias fraturas paralelas, que
atingem, no global, cerca de 1200 km de extensão e vários quilómetros de profundidade (fig. 1).
Nos últimos 15 a 20 Ma, desde que se formou, a falha de Santo André registou uma deslocação
na ordem dos 563 km.
A existência da falha de Santo André foi confirmada no dia 18 de abril de 1906, quando um
violento sismo, com magnitude 8,3 na escala de Richter, destruiu parte da cidade de S. Francisco.
A rotura das rochas iniciou-se a cerca de 8 km de profundidade e, em algumas regiões, o
movimento ao longo dos blocos da falha superou os 6 metros. Diversas estradas, linhas
ferroviárias e zonas urbanas foram totalmente destruídas durante o sismo, tendo-se seguido uma
grande quantidade de incêndios. As zonas mais afetadas atingiram intensidade XI na escala
modificada de Mercalli. Estima-se que tenham morrido mais de 3000 pessoas.
Apesar de este sismo só ter sido devidamente compreendido após o desenvolvimento da
teoria da tectónica de placas, o estudo das tensões acumuladas e da deslocação dos blocos
permitiu a Reid, em 1910, formular a teoria do ressalto elástico, que é, ainda, o principal modelo
explicativo da geração dos sismos de origem tectónica.

Figura 1. Mapa tectónico da região oeste dos EUA.

Em 1989, a região foi novamente afetada por um violento sismo, com magnitude 6,9. O
epicentro foi localizado a cerca de 100 km a sul de S. Francisco. As rochas sofreram uma rotura a
cerca de 18 km de profundidade, deslizando 2 m ao longo de um segmento com 35 km da falha
de Santo André. Algumas regiões sofreram uma elevada destruição, uma vez que parte dos
materiais rochosos sofreram liquefação. Deste sismo, resultaram 63 mortos e mais de 3700
feridos e avultados prejuízos materiais. Nas três semanas seguintes, foram registados 87 sismos
com magnitude superior a 3.

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A figura 2 representa três sismogramas obtidos no sismo de 1989, na cidade de S.
Francisco.

Figura 2. Localização de três estações sismográficas em S. Francisco e respetivos sismogramas obtidos no sismo de 1989.

Baseado em https://pubs.usgs.gov/gip/earthq3/safaultgip.html; https://www.nps.gov/subjects/geology/plate-tectonics-transform-plate-


boundaries.htm e https://earthquake.usgs.gov/earthquakes/eventpage/usp00040t8/executive [consult. jan 2022]

1. Os sismos de S. Francisco podem ser considerados ______, associados a hipocentros ______.


(A) intraplaca … superficiais (C) intraplaca … intermédios
(B) interplaca … superficiais (D) interplaca … intermédios

2. A diferença da intensidade do sismo de 1989 entre as zonas assinaladas com as letras X e Y


poderá estar relacionada com
(A) a distância daquelas localidades ao epicentro.
(B) a magnitude do sismo.
(C) a profundidade do foco.
(D) a diferença das litologias nas duas regiões.

3. As primeiras ondas a serem registadas nos sismogramas correspondem às ondas


(A) transversais, que se propagam em todos os materiais.
(B) P, que só atravessam a crusta e o manto terrestre.
(C) S, associadas às zonas de sombra sísmica.
(D) longitudinais, que se originam no hipocentro.

4. O sismograma Y corresponde a um local de S. Francisco em que o solo é constituído por


materiais
(A) não consolidados, o que explica uma vibração mais prolongada, aumentando a amplitude
das ondas.
(B) não consolidados e a propagação das ondas é menos prolongada, devido à sua elevada
rigidez.
(C) consolidados, onde, devido à maior densidade dos materiais, as ondas apresentam maior
velocidade.

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(D) consolidados com uma elevada rigidez, que explica a menor velocidade das ondas.
5. De entre as afirmações seguintes, relacionadas com os sismos da região tectónica da figura 1,
selecione as duas que estão corretas.
I. Ao longo da falha de Santo André, os blocos sofrem movimentos horizontais.
II. A falha de Santo André corresponde a um limite transformante.
III. Entre a Placa Juan de Fuca e a Norte-Americana os sismos têm origem em tensões
associadas a um limite construtivo.
IV. O limite entre a placa de Cocos e a do Pacífico origina sismos com focos profundos.
V. As réplicas do sismo de 1989 registaram uma baixa magnitude, resultante da reduzida
intensidade.

6. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência


de acontecimentos relacionados com o sismo de 1989.
A. Libertação de energia de forma súbita no hipocentro.
B. Acumulação de tensões a 18 km de profundidade.
C. Início da propagação das ondas de maior amplitude.
D. Chegada das ondas longitudinais a 100 km a sul de S. Francisco.
E. Cálculo da magnitude com base num sismograma registado em S. Francisco.

7. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra corresponde
um só número.

No hipocentro, originam-se as ondas a) , em virtude dos materiais atingirem o seu limite


de b) . As ondas atingem maior velocidade quanto maior for a c) dos materiais.
Quando as ondas sísmicas geradas na crusta entram no manto, podem sofrer d) ,
atingindo maior velocidade e chegando, por essa razão, antes das ondas diretas, a uma
estação e) epicentro.

a) b) c)
1. longas 1. elasticidade 1. rigidez
2. superficiais 2. tensão 2. densidade
3. de volume 3. energia 3. rigidez ou a densidade
d) e)
1. reflexão 1. mais distante do
2. refração 2. mais próxima do
3. reflexão e refração 3. localizada no

8. Relacione o contexto tectónico da região de S. Francisco com a formação de sismos ao longo


da falha de Santo André.
Na resposta deverá considerar a teoria do ressalto elástico.

9. Alguns segmentos da falha não têm registado sismos de elevada magnitude nas últimas
centenas de anos.
Explique em que medida a ausência de sismos recentes nestas regiões aumenta o seu risco
sísmico.

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