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Roteiro para o Projeto de Instalações Elétricas Residenciais – NBR 5410

1. Introdução

O roteiro proposto visa sistematizar as etapas que compõem o projeto de uma


instalação elétrica residencial, conforme a NBR 5410 (ABNT, 2004). Para tanto, será tomada,
como exemplo, uma casa térrea, com uma área construída igual a 80 m2, conforme ilustrado
na Figura1.

Quarto 1 Quarto 2

Banheiro 1

Banheiro 2
Escritório

Cozinha

Sala de
Jantar
Garagem
Sala de
Estar

Figura 1 – Planta baixa de uma residência térrea de 80m2.

No desenvolvimento do roteiro serão contempladas as seguintes etapas:

- Determinação da carga instalada na iluminação e tomadas (de uso geral e específica);


- Divisão dos circuitos e escolha da seção dos condutores (corrente e queda de tensão);
- Distribuição das cargas entre as fases;
- Escolha dos dispositivos de proteção, levando-se em conta a coordenação e a seletividade;
- Determinação do quadro de distribuição, com respectiva proteção de entrada;
- Escolha dos eletrodutos;
- Definição do padrão de entrada;
- Diagrama unifilar;
- Desenho com a respectiva simbologia;
- Lista de materiais.

A apresentação final deve ser um memorial descritivo, no qual devem estar contidas as
informações da residência (localização, planta baixa, situação e entre outras), os conceitos
aplicados e as especificações e valores obtidos no desenvolvimento do projeto.
2. Desenvolvimento do projeto elétrico

2.1. Carga instalada na iluminação e tomadas

A Tabela 1 discrimina as dependências da residência e os critérios de determinação


das cargas de iluminação e das tomadas de uso geral (carga mínima), conforme a NBR 5410.

Tabela 1 – Determinação das cargas de iluminação e das tomadas de uso geral.

Iluminação (carga mínima)


100 VA para os primeiros 6 m2 e 60 VA para cada acréscimo de 4 m2.

Local Área (m2) Perímetro (m) Potência (VA) No. de pontos


Dormitório 1 10,05 12,70 160 1
Banheiro 1 2,76 7,00 100 1
Dormitório 2 11,20 13,70 160 1
Banheiro 2 2,76 7,00 100 1
Escritório 7,69 11,10 100 1
Corredor 3,63 10,19 100 1
Sala de jantar 9,94 12,72 100 1
Sala de estar 8,72 12,73 100 1
Entrada < 6,00 ------ 100 1
Cozinha 7,59 11,20 100 1
Área de serviço < 6,00 ------ 100 1
Garagem 14,92 16,80 220 2

Tomadas de uso geral (carga mínima)


- Cozinha, copa, copa cozinha, área de serviço e lavanderia: para qualquer área, 1 tomada para cada 3,5 m;
600 VA para até 3 tomadas e 100 VA para as demais;
- Banheiro: para qualquer área, 1 tomada junto a pia de 600 VA;
- Subsolo, sótão, garagem, varanda e hall: para qualquer área, 1 tomada de 100 VA;
- Salas, quartos e demais dependências: ≤ 6 m2, 1 tomada de 100 VA; > 6 m2, 1 tomada para cada 5 m, 100
VA por tomada.

Local Área (m2) Perímetro (m) Potência (VA) No. de pontos


Dormitório 1 10,05 12,70 300 3
Banheiro 1 2,76 7,00 600 1
Dormitório 2 11,20 13,70 300 3
Banheiro 2 2,76 7,00 600 1
Escritório 7,69 11,10 300 3
Corredor 3,63 10,19 100 1
Sala de jantar 9,94 12,72 300 3
Sala de estar 8,72 12,73 300 3
Entrada < 6,00 ------ 100 1
Cozinha 7,59 11,20 1800 3
100 1
Área de serviço < 6,00 ------ 600 1
Garagem 14,92 16,80 300 3
A Tabela 2 associa os valores obtidos para as cargas mínimas de iluminação e tomadas
de uso geral às cargas específicas (por exemplo, chuveiro e máquina de lavar roupas), a fim
de proceder à determinação da demanda elétrica numa etapa posterior.

Tabela 2 – Consolidação da potência total estimada.

Local Área Perímetro Iluminação TUG (a) TUE (b)


(m2) (m) S (VA) Qdd S (VA) Qdd S (VA) Qdd
Dormitório 1 10,05 12,70 160 1 300 3
Banheiro 1 2,76 7,00 100 1 600 1 4400 1(c)
Dormitório 2 11,20 13,70 160 1 300 3
Banheiro 2 2,76 7,00 100 1 600 1 4400 1(c)
Escritório 7,69 11,10 100 1 300 3
Corredor 3,63 10,19 100 1 100 1
Sala de jantar 9,94 12,72 100 1 300 3
Sala de estar 8,72 12,73 100 1 300 3
Entrada < 6,00 ------ 100 1 100 1
Cozinha 7,59 11,20 100 1 1900 4
Área de serviço < 6,00 ------ 100 1 600 1 770 1(d)
Garagem 14,92 16,80 220 2 300 3
Potência Total (VA) 1440 5700 9570
(a) TUG: tomada de uso geral;
(b) TUE: tomada de uso específico;
(c) Chuveiro elétrico: 4400W (FP = 1);
(d) Máquina de lavar roupas: 770 VA (FP = 0,8).

O cálculo da demanda da instalação elétrica depende do fator de demanda1 e do fator


de potência, assumindo-se, o último, como 1 para o sistema de iluminação e 0,8 para as
TUG’s. A Equação 1 permite o cálculo da demanda da instalação elétrica do projeto em
desenvolvimento.

D = {[(Silum × FPilum ) + (S TUG × FPTUG )] × d} + ∑ (S TUE × FPTUE × d) (1)

Atribuindo-se os valores, tem-se:

D = {[(1440 × 1) + (5700 × 0,8)] × 0,45} + (2 × 4400 × 1 × 0,75) + (770 × 0,8)

D = 9916,0 W = 9,9 kW

2.2. Divisão dos circuitos

De acordo com a NBR 5410, devem ser previstos circuitos terminais distintos para
iluminação e tomadas de corrente2, além prever circuitos independentes para cada
equipamento com corrente superior a 10 A. Em um circuito destinado a TUG, atentar que a
corrente do mesmo deve ser compatível com condutores de 2,5 mm2 (de acordo com as “boas

1
Consultar NBR 5410 (2004), Creder (2007), Cotrim (2009), Mamede Filho (2007) e Prysmian (2010).
2
A secção mínima de um condutor de cobre para circuitos de iluminação é de 1,5 mm2 e para circuitos de força
é de 2,5 mm2.
práticas de projeto”, deve-se evitar secções superiores a 2,5 mm2 para TUG’s) que, conforme
a maneira de instalar, pode variar de 18 A até 29 A.
Uma vez divididos os circuitos, a determinação da secção do condutor deve ser
avaliada pelo critério da capacidade de corrente (ampacidade) e pelo critério da queda de
tensão, prevalecendo o maior valor dentre os dois critérios3. A Tabela 3 relaciona os circuitos
e os respectivos condutores indicados, conforme o tipo de carga, mediante os dois critérios de
avaliação

Tabela 3 – Divisão dos circuitos e escolha dos condutores.

circuito Descrição Tensão Potência IB fatores de I B’ SI lcircuito S∆V S


(V) (VA) (A) correção (A) (mm2) (m) (mm2) (mm2)
f1 f2
1 Iluminação 127 720 5,7 1,0 0,7 8,1 1,5
salas
entrada
cozinha
AS
garagem
2 Iluminação 127 720 5,7 1,0 0,7 8,1 1,5
quartos
banheiros
escritório
corredor
3 TUG 127 1900 15,0 1,0 0,7 21,4 2,5
dorm. 1 e 2
WC 1 e 2
corredor
4 TUG 127 1300 10,2 1,0 0,7 14,6 2,5
escritório
s. de jantar
s. de estar
entrada
garagem
5 TUG 127 1900 15,0 1,0 0,7 21,4 2,5
cozinha
6 TUG 127 600 4,7 1,0 0,7 6,7 2,5
AS
7 TUE 127 770 6,1 1,0 0,7 8,7 2,5
AS
8 TUE 220 4400 20,0 1,0 0,8 25,0 4,0
chuveiro 1
9 TUE 220 4400 20,0 1,0 0,8 25,0 4,0
chuveiro 2
IB: corrente de projeto;
f1: fator de correção de temperatura (adotado 30 oC);
f2: fator de correção para agrupamento para os circuitos (como regra geral, no máximo três circuitos por
eletroduto; no caso dos chuveiros, seguem os dois circuitos);
IB’: corrente fictícia de projeto, sendo: IB’= IB/(f1.f2)
SI: secção definida pelo critério da corrente;
lcircuito: comprimento do circuito (o critério da queda de tensão será aplicado nos circuitos com mais de 20 m);
S∆V: secção definida pelo critério da queda de tensão;

3
Consultar NBR 5410 (2004), Creder (2007), Cotrim (2009), Mamede Filho (2007) e Prysmian (2010).
Quanto às cores da isolação dos condutores fica definido:
- branco: iluminação;
- preto: TUG;
- amarelo: TUE em 127 V;
- vermelho: TUE em 220V;
- azul: neutro
- verde-amarelo: terra (proteção – PE)

2.3. Distribuição das cargas entre as fases

A divisão de cargas entre as fases proporciona um maior equilíbrio na utilização dos


condutores elétricos, evitando-se, dessa forma, a sobrecarga desnecessária e,
conseqüentemente, uma resposta mais confiável do sistema de proteção. A Tabela 4 apresenta
uma possível forma de distribuição das cargas para o estudo de caso em questão.

Tabela 4 – Distribuição das cargas entre as fases.

Circuito Descrição Potência (VA)


F1 – N F2 – N F1 – F2
1 Iluminação 720
salas
entrada
cozinha
AS
garagem
2 Iluminação 720
quartos
banheiros
escritório
corredor
3 TUG 1900
dorm. 1 e 2
WC 1 e 2
corredor
4 TUG 1300
escritório
s. de jantar
s. de estar
entrada
garagem
5 TUG 1900
cozinha
6 TUG 600
AS
7 TUE 770
AS
8 TUE 4400
chuveiro 1
9 TUE 4400
chuveiro 2
Total 3990 3920 8800
Nota: fornecimento em 220V bifásico; 127 – N – 127 V (F1 – N – F2)

2.4. Escolha dos dispositivos de proteção

Os dispositivos de proteção, particularmente os disjuntores termomagnéticos, possuem


a função de proteger os circuitos e não os equipamentos e eles ligados, partindo-se do
princípio de que os equipamentos dispõem o seu próprio sistema de proteção. Com relação
aos contatos diretos e indiretos, a proteção cabe aos dispositivos diferencial-residual
(dispositivos DR).
Um aspecto importante diz respeito à coordenação e seletividade dos dispositivos de
proteção, a fim de que uma falta fique isolada do restante do circuito. Para tanto, deve-se
consultar as curvas de resposta dos relés que acionam os dispositivos de proteção,
escolhendo-os, ou ajustando-os, para que operem dentro de uma seqüência na ocasião de uma
falta. Os dispositivos de proteção, para o projeto em desenvolvimento, encontram-se
relacionados na Tabela 5.

Tabela 5 – Determinação dos dispositivos de proteção

Circuito Descrição S Potência (VA) IB IZ I2 1,45.IZ IN


(mm2) F1 – N F2 – N F1 – F2 (A) (A) (A) (A) (A)
1 Iluminação 1,5 720 5,7 17,5 20,3 25,4 15
salas
entrada
cozinha
AS
garagem
2 Iluminação 1,5 720 5,7 17,5 20,3 25,4 15
quartos
banheiros
escritório
corredor
3 TUG 2,5 1900 15,0 24 27,0 34,8 20
dorm. 1 e 2
WC 1 e 2
corredor
4 TUG 2,5 1300 10,2 24 27,0 34,8 20
escritório
s. de jantar
s. de estar
entrada
garagem
5 TUG 2,5 1900 15,0 24 27,0 34,8 20
cozinha
6 TUG 2,5 600 4,7 24 20,3 34,8 15
AS
7 TUE 2,5 770 6,1 24 20,3 34,8 15
AS
8 TUE 4,0 4400 20,0 32 40,5 46,4 32
chuveiro 1
9 TUE 4,0 4400 20,0 32 40,5 46,4 32
chuveiro 2
IB: corrente de projeto do circuito;
IZ: capacidade de condução de corrente dos condutores;
IN: corrente nominal do dispositivo de proteção;
I2: corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de proteção; na prática, a corrente I2 é
considerada igual a: (a) corrente convencional de atuação para disjuntores; (b) corrente convencional de atuação
para fusíveis4 do tipo “g”. Seguem alguns valores para correntes convencionais de atuação para disjuntores:
I2 = 1,30.IN (NBR IEC 60947-2);
I2 = 1,35.IN (NBR 5361, o qual foi aplicado na presente tabela);
I2 = 1,45.IN (NBR IEC 60898).

4
Tal condição é aplicável quando for possível assumir que a temperatura limite de sobrecarga dos condutores
não seja mantida por um tempo superior a 100 horas durante 12 meses consecutivos ou por 500 horas ao longo
da vida útil do condutor. Caso isso não ocorra, deve-se assumir que:
I2 ≤ IZ
2.5. Determinação do quadro de distribuição

O quadro de distribuição deve ser localizado de forma a considerar a distribuição


espacial das cargas (por exemplo, num plano bidimensional dado pelas coordenadas xi e yi)
ponderada pelas potências das cargas (Si), conforme as Equações (2) e (3).

∑x S
i =1
i i
x= n
(2)
∑S
i =1
i

∑y S
i =1
i i
y= n
(3)
∑S
i =1
i

No projeto em desenvolvimento (na planta baixa já foram definidas as posições dos


pontos de utilização da energia elétrica), a localização inicial do quadro de distribuição foi em
x = 1,88 m e y = 7,74 m, entretanto, não praticável. Dessa forma, o quadro deve ser instalado
o mais próximo possível do referido ponto (Fig. 2).

y (m)

Quarto 1 Quarto 2

Banheiro 1

Banheiro 2 Local escolhido


7,74 para a
Escritório
instalação do
quadro de
Cozinha distribuição.

Sala de
Jantar
Garagem
Sala de
Estar

1,88 x (m)

Figura 2 – Localização do quadro de distribuição


Quanto ao aspecto físico do quadro de distribuição, o mesmo deverá ser fabricado em
material compatível com o previsto em norma específica, a fim de ser instalado na parede
(embutido). No interior do quadro, além de comportar os disjuntores previstos na Tabela 5, a
montante dos mesmos deve ser instalado um interruptor DR (diferencial-residual) de alta
sensibilidade (I∆N = 30 mA) e prever a capacidade reserva do quadro (espaço) para três
circuitos5, sendo dois monofásicos e um bifásico.
O valor da corrente nominal do interruptor DR deve atender à demanda estimada (D)
no projeto de 9,9 kW (vide item 2.1), assumindo-se um FP = 0,8 e tensão nominal (UN) de
220 V. Mediante estas condições, a corrente de projeto na entrada do quadro é calculada
através da Equação (4).

D 9,9 ⋅ 10 3
I B _ total = = = 56,3 A (4)
U N ⋅ FP 220 ⋅ 0,8

Sendo a corrente de projeto na entrada do quadro igual a 56,3 A, o valor escolhido


para a corrente nominal do interruptor DR será 63 A com corrente diferencial-residual
nominal de atuação de 30 mA. O interruptor DR6 possui em sua retaguarda um disjuntor de
termo-magnético bifásico com corrente nominal de 63 A, localizado na caixa de entrada
(junto ao poste).
A NBR 5410 menciona, mas não obriga, a utilização de proteção contra sobretensões
no quadro de distribuição. Um critério a ser considerado consiste em verificar se a instalação
encontra-se alimentada por uma rede em baixa tensão situada em zonas expostas às descargas
atmosféricas, ou se a mesma é submetida freqüentemente às manobras elétricas. No caso do
projeto proposto, não será adotada a proteção contra sobretensões.
O quadro de distribuição deve conter em seu barramento principal (saindo do
interruptor DR) uma barra de cobre eletrolítico para cada fase, com dimensões 3/8”×1/8”
(9,53×3,18 mm; ≅30 mm2). Nas derivações que alimentam os disjuntores, que protegem os
circuitos, as barras de cobre devem ser de 3/8”×1/16” (9,53×1,58 mm; ≅15 mm2). Na
montagem do quadro de distribuição, prever o aterramento do mesmo.
Os cabos que constituem os circuitos devem possuir suas extremidades estanhadas ou
possuir terminais compatíveis com os disjuntores. Cada condutor deve receber uma anilha
com o respectivo número do circuito, havendo na parte interna da porta do quadro de
distribuição uma legenda para a identificação dos circuitos, com o respectivo diagrama
unifilar.

2.6. Escolha dos eletrodutos

A escolha do eletroduto7 está relacionada com a taxa de ocupação dos condutores (área
ocupada) em relação à área disponível internamente pelo conduto. O diâmetro interno
(mínimo) pode ser calculado pela equação (5) em função do número de condutores (limitado

5
Conforme estipulado pela NBR 5410, a previsão da capacidade de reserva (mínima) dos quadros é função do
número de circuitos: até 6 circuitos, 2 circuitos reservas; de 7 a 12 circuitos, 3 circuitos reservas; de 13 a 30
circuitos, 4 circuitos reservas; acima de 30 circuitos, 15% do número de circuitos.
6
Caso fosse escolhido um disjuntor DR no quadro de distribuição seria necessária uma avaliação de
coordenação e seletividade em relação ao disjuntor instalado na caixa de entrada
7
A Norma IEC 614 (Specification for Conduits for Electrical Installations) classifica os eletrodutos em rígido
(pode ser curvado com equipamento), curvável (pode ser curvado com as mãos), flexível e transversalmente
elástico (uma vez cessada a força deformadora, o conduto retorna à sua forma original)
em oito condutores para o projeto em desenvolvimento, adotando-se como referência o de
maior área final), cujos valores correspondentes ao projeto estão na Tabela 6.

4 ⋅ ΣS condutores
di = (5)
k⋅π

sendo:
di: diâmetro interno do eletroduto (mm);
ΣScondutores: somatório da seção final dos condutores (com isolação) que compõem o circuito
(mm2);
k: fator de ocupação dos condutores: 0,53 para um condutor; 0,31 para dois condutores; 0,40
para três ou mais condutores.

Tabela 6 – Determinação dos eletrodutos.

Snom Sfinal di (mm)


(mm2) (mm2) Número de condutores no mesmo eletroduto
1 2 3 4 5 6 7 8
1,5 7,06 4,1 7,6 8,2 9,5 10,6 11,6 12,5 13,4
2,5 10,75 5,1 9,4 10,1 11,7 13,1 14,3 15,5 16,5
4,0 13,85 5,8 10,7 11,5 13,3 14,8 16,4 17,6 18,8
6,0 16,61 6,3 11,7 12,6 14,5 16,3 17,8 19,2 20,6
10,0 27,33 8,1 15,0 16,2 18,7 20,9 22,8 24,7 26,4
16,0 37,39 9,5 17,5 18,9 21,8 24,4 26,7 28,9 30,9
25,0 56,74 11,7 21,6 23,3 26,9 30,1 32,9 35,6 38,0
Equivalência entre tamanho nominal e diâmetro interno (PVC rígido)
Tamanho nominal (adimensional) 16 20 25 32 40 50 60 75 85
Diâmetro interno (polegadas) 1/2 3/4 1 1 1/4 1 1/2 2 2 1/2 3 3 1/2
Notas:
1) não são permitidos trechos contínuos com mais de 15 m;
2) nos trechos com curvas, essas devem ser limitadas em três de 90o (equivalente a 270o);
3) não são permitidas curvas com mais de 90o;
4) o comprimento máximo do eletroduto deverá ser 15 m menos 3 m para cada curva de 90o.

No projeto em desenvolvimento, o número de condutores dentro de cada eletroduto


varia de no mínimo três e no máximo sete condutores (vide desenho da instalação elétrica –
item 2.9). Para os eletrodutos que servem as tomadas (TUG e TUE; 2,5 mm2) e o sistema de
iluminação (1,5 mm2), considerou-se que todos os condutores são de 2,5 mm2 e sendo sete o
número de condutores por eletroduto; consultando-se a Tabela 6, o eletroduto escolhido foi o
20 (3/4”). Para os dois circuitos dos chuveiros (cinco condutores de 4 mm2), recorrendo-se
novamente a Tabela 6, o eletroduto escolhido foi o 20 (3/4”).

2.7. Definição do padrão de entrada

A entrada de energia elétrica encontra-se vinculada às normas da concessionária de


distribuição local, como, por exemplo, o Padrão Bandeirante para Ligação de Unidade
Consumidora Individual em Tensão Secundária de Distribuição8 (PB01), o qual além de
discutir os critérios adotados pela NBR 5410, dispõe de critérios que permitem a conexão à

8
Bandeirante Energia S.A., pertencente ao Grupo EDP, cujo site www.bandeirante.com.br.
rede de distribuição secundária. Nesse contexto, a Tabela 01 do PB01 (página 53) permite a
definição da categoria de atendimento em função da corrente de demanda, a qual é
reproduzida para o estudo em desenvolvimento através da Tabela 7.

Tabela 7 – Características do padrão de entrada para 63 A.

Reprodução da Tabela 01 do PB01 para o disjuntor de 63 A (IB_total = 56,3 A)


Categoria de atendimento D2
Proteção da entrada principal Disjuntor bipolar 63 A
Tipo de fornecimento 2 fases + neutro
Medição Direta
Condutores de entrada Fase e neutro 16 mm2 (PVC 70oC ou Flex)
Tipo de caixa II, III ou E (PVC 70oC); IV, V ou E (Flex)
Eletrodutos de entrada PVC (32 mm); Aço (25 mm)
Aterramento/Condutor 16 mm2
Aterramento/Eletroduto PVC (20 mm); Aço (15 mm)
Poste Concreto 90 daN ou aço galvanizado
Poste com medição incorporada PCI-1, PCI-3, PCA-II, PCA IV ou PCA externo
Maior motor 3 cv

Em seguida deve-se verificar se o cabo estipulado pela concessionária atende ao


critério da queda de tensão. No projeto apresentado, o comprimento do circuito desde a caixa
de medição até o quadro de distribuição é de 20 m, sendo o percentual máximo da queda de
tensão igual a 4% (recebe diretamente da rede pública, caso o suprimento fosse feito com
transformador próprio, o valor seria 7 %). A equação (6) permite calcular a secção transversal
do condutor em questão.

2ρ n
S= ∑ (Pn × l n ) (6)
εU 2 1
sendo:
S: área da seção transversal (m2) – converter o valor para mm2
ρ: Resistividade do material (Ωm) – cobre = 1,7.10-8 Ωm
ε: percentual de queda de tensão (%) - aplicar na forma decimal
U: tensão na entrada (V)
P: potência da carga (W)
L: comprimento do circuito (m)

2ρ n
2 ⋅ 1,7 ⋅ 10 −8
S=
εU 2
∑1 (Pn × l n ) = 0,04 ⋅ 220 2 (9,9 ⋅ 10 3 ⋅ 20) = 3,5 mm 2 (valor comercial ⇒ 4 mm 2 )

Diante do valor calculado da secção transversal, observa-se que o padrão definido pela
concessionária possui uma considerável folga com relação à queda de tensão. Quanto à
capacidade de condução da corrente, um cabo de 16 mm2, para três condutores carregados em
eletroduto em alvenaria, pode conduzir até 68 A, atendendo a relação IB ≤ IN ≤ IZ.
2.8. Diagrama unifilar

A Figura 3 mostra o diagrama unifilar do projeto de instalação elétrica, no qual


encontram-se as informações básicas que permitem a rápida identificação dos dispositivos de
proteção e dos circuitos, bem como os seus respectivos condutores.

Concessionária

Caixa de medição (Entrada) 63 A

Quadro de distribuição

IDR 63 A (bifásico)

15 A 15 A 20 A 20 A 20 A 15 A 15 A 32 A 32 A

2.9. Desenho com a respectiva simbologia

2.10. Lista de materiais

► Referências Bibliográficas
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 5410: instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, ABNT, 2004.
COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 496p.
CREDER, H. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 440p.
MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 914p.
PRYSMIAN Instalações elétricas residenciais. São Paulo: Prysmian, disponível em:
http://www.prysmian.com.br/export/sites/prysmian-tBR/energy/pdfs/Manualinstalacao.pdf,
acessado em: 15 abr. 2010. 2006. 136p.

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