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Assistência Farmacêutico
No cenário mundial talvez o Brasil esteja na situação mais privilegiada quando se trata da
possibilidade de cultivo de plantas medicinais: está no topo dos 18 países megadiversos do
mundo. Hospeda entre 15 a 20% da diversidade biológica do mundo (Nações Unidas-UN EP,
2019); e hospeda aproximadamente 40 mil espécies de plantas (nativas, naturalizadas e
cultivadas) (Flora do Brasil, 2023);
Ainda que detentor de todo este potencial, o Brasil produz apenas 5% dos insumos para
produção dos medicamentos necessários para assistir sua população (PRESTES, 2020). Diversas
iniciativas relacionadas à produção de fitoterápicos tem surgido e o programa farmácia viva
tem recebido especial destaque e fomento por parte do Ministério da Saúde (CARLESSI;
CARVALHO DE SOUSA, 2022).
Estima-se que no mundo todo, cerca de 80% das pessoas utilizam práticas de sistemas
tradicionais de cuidados em saúde à base de plantas, e que 25% dos medicamentos produzidos
são derivados de vegetais (SILVA, A. J. 2012). Adicionalmente aproximadamente 51% de todos
os medicamentos disponíveis no mundo partiram de pesquisas inspiradas diretas ou indiretas
de plantas medicinais e suas vias metabólicas (NEWMAN, 2016).
No Brasil, pelo menos 36 espécies botânicas nativas possuem registro de fitoterápicos (BPBES,
2018a).
O cenário configurado pela agricultura familiar reúne condições ideias para a produção de
plantas medicinais:
Desta forma, o processo para a recriação do CNPMF foi elaborado pela área técnica da
CGAFB/DAF/SECTICS e, após ciência e de acordo da secretaria executiva do MS, encontra-se na
Coordenação de Atos Normativos da CONJUR. A proposta contempla 30 representações entre
governo e sociedade civil, de forma paritária. Além do mais, propõe-se a inclusão do Conselho
Nacional de Saúde como representante nacional de serviços e sistemas de saúde e da
Organização Pan-Americana da Saúde, como entidade internacional.
Uma das ações concretas da SECTICS no apoio à PNPMF é de ter na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais 12 fitoterápicos, entretanto, desde 2012, não há incorporação
desses itens. No momento, está em desenvolvimento a solicitação de inclusão de novos
fitoterápicos à Rename por esta Coordenação-Geral.
Ademais, vale informar que foi aprovado, para o PPA 2024-2027 projeto de repasse
incremental para aquisição exclusiva de plantas medicinais e fitoterápicos. Em 2024, prevê-se
um repasse de R$ 34.332.880,23 para essa finalidade.
Diante disso, ressalta-se o ajuste orçamentário realizado no PPA 2024-2027, no âmbito da ação
orçamentária 20K5 - “Apoio ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos no SUS”. Desde 2012,
a referida ação contou com um orçamento limitado e que, após um planejamento responsável,
permitiu a elaboração de projetos que envolvem um orçamento 5 vezes maior para os
próximos anos, representando um marco importante para a reconstrução das ações
governamentais no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos.
2. Cannabis medicinal
A Portaria SVS/MS nº. 344 de 1998 é a norma que dispõe sobre o controle das substâncias e
medicamentos sujeitos a controle especial no Brasil. A planta Cannabis sativa L. pertence à
Lista E (Plantas proscritas que podem gerar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas) da
Portaria supracitada, sendo seu uso proscrito no Brasil, exceto para fins médicos e científicos,
de forma controlada e supervisionada.
Hoje Cannabis não é medicamento e, portanto, não está sujeito às regulamentações sanitárias
relativas a este. Com o objetivo de gerar um “espaço regulatório” para o desenvolvimento da
pesquisa e obtenção de novos resultados, em 2019 a ANVISA criou uma nova categoria de
produtos derivados de Cannabis, os Produtos de Cannabis, por meio da RDC 327/2019, que
entrou em vigor em 10 de março de 2020, válida por 5 anos.
Até a presente data, não há protocolado na Conitec novo pedido para análise de incorporação,
no âmbito do SUS, do canabidiol, para quaisquer indicações, seja por parte das empresas
fabricantes ou qualquer outro demandante.
Pesquisa
O Departamento tem financiado pesquisas sobre Canabidiol desde 2014, principalmente via
Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), e já investiu R$ 909.217,95. Os estudos mais recentes
(contratados em 2020) são desenvolvidos pela Universidade de São Paulo (USP) e investigam
sobre o uso do cannabidiol para pacientes com covid-19:
• A pesquisa "Canabidiol (CBD) em pacientes com sintomas leves a moderados do
CoronaVirus 2019: Um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo", do
pesquisador responsável Jose Alexandre de Souza Crippa;