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RESUMO
Este trabalho trata-se de uma pesquisa sobre o histórico da implementação de políticas públicas
acerca do uso de medicamentos fitoterápicos no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. O
objetivo da pesquisa foi fazer um levantamento bibliográfico acerca da inserção dos medicamentos
fitoterápicos no SUS, desde as primeiras políticas elaboradas e implementadas pelo Ministério da
Saúde, até os dias atuais. O estudo foi realizado por meio de uma revisão sistemática de literatura,
através de livros, publicações e sites oficiais e da busca de artigos científicos sobre a temática.
Embora alguns profissionais da área da saúde, além do médico possam prescrever fitoterápicos
como forma alternativa de tratamento para algumas enfermidades, o uso destes medicamentos
ainda é muito incipiente se comparado ao uso de alopáticos, seja pelo interesse e/ou falta de
conhecimento do profissional prescritor, seja pela oferta dos medicamentos que ainda é muito
pequena no sistema público de saúde do Brasil.
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com a aprovação da PNPMF, o governo federal instituiu um grupo de trabalho cujas ações
culminaram com a elaboração do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no ano
de 2008. A construção deste documento deu-se de forma transversal com a participação de todos os
níveis e instâncias da sociedade e do governo, e teve como princípios orientadores: 1) ampliação
das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde dos usuários do SUS; 2) uso sustentável da
biodiversidade brasileira; 3) valorização e preservação do conhecimento tradicional das
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Fonte:www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sctie/daf/pnpmf/ppnmf/arquivos2014especiesvegetaistrabalhadasporpr
ojeto.pdf. Acesso em: 11 nov. 2022.
Atualmente, o SUS oferta à população doze medicamentos fitoterápicos que também constam
no RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) indicados para tratar queimaduras,
artrite, gastrite e úlcera, para uso ginecológico, entre outras enfermidades. Ainda, de acordo com
dados de 2017 do SISABE – Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica, o serviço de
fitoterapia é ofertado a 1.108 municípios (BRASIL, 2022).
Segundo Antônio, Tesser e Moretti-Pires (2014), a importância do uso da fitoterapia na
atenção básica em saúde tem várias motivações, tais como o aumento de recursos terapêuticos, o
resgate de saberes populares, preservação da biodiversidade de forma sustentável, fomento da
agroecologia, educação ambiental, além do desenvolvimento social.
No sentido prático, apesar de existir regulamentação para a implementação da fitoterapia no
sistema público de saúde do Brasil, verifica-se que ainda existe uma carência de padronização de
procedimentos para o trabalho com plantas medicinais e fitoterápicos, sobretudo no que diz
respeito à produção, controle de qualidade e rol de oferta pública dos insumos vegetais, bem como
dos medicamentos desta natureza (GONÇALVES et al, 2013). Nesse sentido, Ribeiro (2019, p
1740) conclui que:
3. METODOLOGIA
O presente estudo tratou-se de uma pesquisa bibliográfica exploratória, com viés qualitativo.
Para a coleta de informações sobre o referido tema, utilizou-se a busca e leitura de artigos
científicos com os descritores “fitoterapia”, “políticas públicas de fitoterápicos”, “uso de
fitoterápicos no SUS”, nas plataformas PubMed, Google Acadêmico e Scielo, além de livros, sites
oficiais e publicações do Ministério da Saúde.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A implantação de políticas públicas de fitoterápicos no Brasil é algo que vem sendo discutido
desde muito antes da criação do SUS como realidade. O que foi observado pela leitura do escasso
material encontrado é que há pouco interesse do poder público em implementar ações práticas
claras para o estudo de espécies vegetais e, consequentemente, o incentivo à produção de
medicamentos fitoterápicos, em detrimento do modelo tradicional de oferta de medicamentos
alopáticos que ainda é hegemônico, além de muito lucrativo para os grandes laboratórios
farmacêuticos.
As informações encontradas e compiladas neste estudo decorreu de um grande esforço de
obtenção de material, uma vez que se observou que não há uma sistematização oficial dos estudos
e da própria oferta dos medicamentos já produzidos na rede pública de atenção básica. Portanto,
depreende-se que a principal dificuldade de implantação da fitoterapia no SUS recai mais sobre
questão política mesmo, sobretudo no que tange às ações executivas dos entes municipais,
estaduais e federal envolvidos, mesmo diante da existência de robusta regulamentação sobre o
tema fitoterápicos e plantas medicinais.
5. CONCLUSÃO
Embora o SUS ao longo dos anos, desde a sua criação em 1988, tenha avançado na inclusão
de outros métodos de oferta de serviços aos seus usuários em relação ao modelo tradicional
existente, muito ainda há que ser feito no que diz respeito às políticas públicas para tornar
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realidade a execução das mais variadas práticas integrativas complementares que já vêm sendo
implementadas em muitos outros países, em consonância com os preceitos da Organização
Mundial de Saúde – ONU, acerca do verdadeiro conceito holístico de saúde e bem estar social.
Percebe-se que, além da falta de sistematização do conhecimento sobre plantas medicinais e
fitoterápicos, a ausência de qualificação dos profissionais de saúde acerca do tema e a pouca
disponibilidade de medicamentos fitoterápicos na farmácia básica, também são fatores que
dificultam a implementação do Programa de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, mesmo existindo
arcabouço jurídico-regulatório para tal finalidade. Igualmente, as políticas sobre a inserção de
medicamentos fitoterápicos no SUS são tão principiológicas que acaba não ficando tão claro o
papel dos entes do governo e da sociedade civil envolvidos.
É inestimável o valor que a fitoterapia tem para a humanidade, sobretudo porque pode ser
implementada nos sistemas públicos de saúde de forma sustentável e econômica, servindo também
como um elo sociocultural de valorização das tradições, costumes e conhecimentos antigos sobre
as espécies vegetais aliada ao avanço tecnológico.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 14, de 31 de março de 2010. Dispõe
sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso
em: 27 out. 2022.
DI STASI, L.C. (Org.) Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar.
São Paulo: UNESP, 1996.
SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER, V.E. Fitoterapia Racional: um guia de fitoterapia para as
ciências da saúde. Barueri: Manole, 2002.
SILVA, N.M. A fitoterapia na história do Brasil. Informativo Herbarium Saúde. n. 29, 2004.
Disponível em: <www.herbarium.com.br/herbarium_site/jornais/ herbarium_saude.asp> Acesso
em: 12.out. 2022.