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Faculdade Santíssima Trindade - FAST

Nazaré da Mata, 06 de maio de 2020.

Curso: Farmácia Turma: 7º Período

Disciplina: Fitoterapia

Professora: Sandra Maranhão

Equipe: Alexandre Moura

Allan César

Gilvaneide Amaro

Luiz Vicente

Marcela Aragão

Mauricéia

Rute Danielle

PRESCRIÇÃO MÉDICA DE FITOTERÁPICOS


INTRODUÇÃO

Plantas medicinais já são utilizadas há incontáveis anos em nosso país.


Antes mesmo de ser descoberto pelos europeus, os habitantes nativos do
Brasil, os índios, usavam plantas em seus rituais de cura. Essa prática foi
passando de geração em geração, e, apesar de ser considerada ultrapassada
por alguns, está presente em muitas comunidades até os dias atuais. Mesmo
tão presente em nossas vidas, as primeiras resoluções específicas sobre
medicamentos fitoterápicos foram publicadas a partir de 2006, tornando mais
claras as exigências para fabricação e prescrição de medicamentos
fitoterápicos.

No Brasil , em consonância com recomendações da OMS, em 2006 foi


publicada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(PNPIC), que contempla, além de outras práticas, a fitoterapia. Ainda em 2006,
o Brasil recebeu a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
(Brasil, 2006). E em 2009, a Portaria Nº 2.960 aprovou o Programa Nacional
de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, sendo os três importantes para
introdução do uso de plantas medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de
Saúde (SUS).

Um produto tradicional fitoterápico é aquele obtido com emprego


exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança seja baseada por
meio da tradicionalidade de uso e que seja caracterizado pela reprodutibilidade
e constância de sua qualidade. (RDC nº 13/2013)

Medicamento fitoterápico, por sua vez, é um medicamento obtido


empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É
caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim
como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e
segurança são validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos, de
utilização, documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas. Não se
considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua
substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas
com extratos vegetais. (RDC nº 17/2010)
PRESCRIÇÃO MÉDICA DE FITOTERÁPICOS

A prescrição medicamentos no Brasil é atribuição de profissionais


legalmente habilitados. Historicamente o médico é o profissional habilitado para
o diagnóstico e prescrição de medicamentos na medicina humana, os médicos
veterinários na medicina veterinária e os cirurgiões dentistas para o uso
odontológico. No entanto, enfermeiros, farmacêuticos e nutricionistas podem
realizar prescrição e/ou indicação de medicamento respeitando a legislação
vigente e estarem inscritos nos respectivos Conselhos Profissionais. (CFO,
2008; CFF, 2011; CFN, 2013).

No caso da medicina, a Fitoterapia não é considerada uma


especialidade, porém é facultado ao médico realizar prescrição de fitoterápicos.
Dentre os profissionais habilitados a prescrever somente os cirurgiões
dentistas, farmacêuticos e nutricionistas possuem legislação específica para
reconhecer e regulamentar a prescrição de fitoterápicos. Para o farmacêutico a
prescrição é regulamentada pela resolução Nº 546 de 21 de julho de 2011, que
dispõe sobre a indicação farmacêutica de plantas medicinais e fitoterápicos
isentos de prescrição e o seu registro. A indicação deverá ser feita pelo
farmacêutico de forma clara, simples, compreensiva, registrada em documento
próprio, conforme modelo no anexo da resolução, emitido em duas vias, sendo
a primeira entregue ao usuário/paciente e a segunda arquivada no
estabelecimento farmacêutico (CFF, 2011).

No senso comum, e muitas vezes até entre profissionais de saúde,


existe a idéia de que medicamentos fitoterápicos são ,medicamentos naturais,
e portanto, não representam nenhum risco à saúde humana. Esta idéia, no
entanto, é equivocada, pois, apesar de serem medicamentos de origem
vegetal, podem apresentar diversos compostos que podem ser tóxicos, caso
sejam utilizados da maneira errada.

A prescrição de fitoterápicos exige atenção especial a alguns


parâmetros, para evitar alterações qualitativas e quantitativas dos ativos
prescritos. Ao prescrever um fitoterápico, é de suma importância que sejam
utilizados os nomes científicos das espécies vegetais. Isto é importante porque
em muitas situações algumas plantas tem uma nomenclatura popular diferente,
dependendo da região onde se encontra.

Outro fator importante é que, quando se prescreve fitoterapia, é


essencial conhecer os ativos presentes nas diferentes partes da planta. O ativo
de interesse terapêutico pode estar em concentrações diversas, a depender da
parte da planta que for usada. O maracujá, por exemplo, apresenta nas folhas
um composto com atividade ansiolítica. (Passiflora sp), enquanto a polpa da
fruta (da qual se podem preparar farinhas) tem potencial hipolipêmico.

Além do caráter qualitativo (relativos ao nome científico e parte da planta


a ser usada), é preciso também levar em consideração aspectos quantitativos.
Assim, é preciso prestar muita atenção também às dosagens das prescrições
de fitoterápicos. um mesmo vegetal, em diferentes apresentações, como
tinturas, extratos secos, extratos fluidos, extratos glicólicos ou pós, podem
conter concentrações diferentes dos ativos presentes nas plantas. Isto pode
levar a erros de dosagens, podendo ocorrer uma baixa na eficácia (em casos
de doses abaixo das prescritas) ou até uma toxicidade (em caso de doses
acima das prescritas) do medicamento. Logo, uma prescrição de um
fitoterápico, deve conter, além do nome científico da espécie, a apresentação e
dose.
CONCLUSÃO

Além dos médicos, outros profissionais podem ser habilitados para


realizar a prescrição/indicação de plantas e fitoterápicos, bem como realizar a
orientação quanto ao uso racional e seguro das plantas medicinais e
fitoterápicos.

De um modo geral, apesar de ser incentivada pela Organização Mundial


de Saúde e pelo Ministério da Saúde como prática importante para o acesso da
população a medicamentos de qualidade com custo baixo, a fitoterapia ainda
não tem o seu potencial bem explorado, seja no âmbito do SUS ou serviços
privados.

Dentre os fatores estudados, entende-se que a falta de formação ou


formação insuficiente nas universidades, especialmente nos cursos de
medicina, contribuem para este dado.
REFERÊNCIAS

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 13, de 14 de março


de 2013. Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Produtos
Tradicionais Fitoterápicos. Brasília: ANVISA, 2007.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 17, de 16 de abril


de 2010. Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos.
Brasília: ANVISA, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos


Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. Decreto nº 5.813, de
22 de junho de 2006. Política Nacional de plantas medicinais e fitoterápicos.
Brasília: Ministério da Saúde.

CFN - Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução Nº 525 de 25 de junho de


2013. Disponível em:
<http://www.cfn.org.br/eficiente/repositorio/legislacao/resolucoes/583.pdf>
Acesso em: 05 maio de 2020.

CFF - Conselho Federal de Farmácia. Resolução Nº 546 de 21 de julho de


2011. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/546.pdf>
Acesso em: 05 maio de 2020.

CFO - Conselho Federal de Odontologia. Resolução Nº 82 de 25 de setembro


de 2008. Disponível em: http://cfo.org.br/todas-as-noticias/noticias/ato-
normativo/?id=1282 Acesso em: 05 maio de 2020.

MENDONÇA, V.M.; SANTOS, M.J.C.; MOREIRA, F.V.; MANN, R.S..RIBEIRO;


M.J.B.. Fitoterapia tradicional e praticas integrativas e complementares no
sistema de saude do Brasil. Rev Temas em Saúde, João Pessoa, v.18, n.1,
p.66-97, 2018.
BELEZA, J.A.M. Plantas Medicinais e Fitoterápicos na atenção primária à
saúde: contribuição para profissionais prescritores. Rio de Janeiro, 2016.

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